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Iraci Nagoshi, 72 anos, e Vildete Guardia, 74 anos, condenadas por participação nos atos de 8 de Janeiro, tiveram suas prisões domiciliares revogadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo monitoramento das tornozeleiras eletrônicas, as idosas violaram as regras da domiciliar — uma delas cerca de mil vezes só este ano.
Apresentador: André Marinho
Comentaristas: Anna Beatriz Hirsh, David de Tarso, Jesualdo Almeida e Mano Ferreira

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Transcrição
00:00Já vou te acionar aqui, mas eu proponho que a gente só bote mais um ingrediente aqui, pessoal,
00:04até porque o STF determinou o retorno de duas idosas à prisão condenadas
00:09pela participação nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.
00:13O porquê dessa decisão, David de Tarso, conta pra gente e abancar a debate.
00:19É, o entendimento do ministro foi porque elas violaram as medidas restritivas do regime domiciliar.
00:24Iracina Goshi, de 72 anos, teve mais de 900 violações registradas pela tornozeleira eletrônica em 2025,
00:33segundo a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo,
00:37incluindo até mesmo saídas não autorizadas como pilates e musculação.
00:42A defesa da idosa fala sobre falhas e problemas técnicos na própria tornozeleira.
00:50Já a Vildete Guardia, que tem 74 anos, violou também a prisão domiciliar em pelo menos 20 datas
00:56e também voltou à prisão após um laudo indicar que ela pode permanecer detidas.
01:01Mas entre os problemas de saúde apresentados pela defesa dela,
01:04estão quadros clínicos assim que realmente são gravíssimos, incluindo trombose,
01:09ela tem bronquite asmática, hérnia, tendinite, até um tumor que ela precisa ser submetida à cirurgia.
01:16E dificuldades financeiras também.
01:17É, exatamente, dificuldades financeiras. Ou seja, essas mulheres que foram condenadas,
01:21elas tiveram a progressão de regime para a prisão domiciliar e agora, conforme a determinação do STF,
01:28vão ter que voltar à prisão.
01:30Por ter descumprido essas medidas, por tornozeleira que estava descarregada,
01:34por GPS que não funciona direito.
01:36Então, essas questões que foram vistas, dessas normas que são até mesmo uma tese da defesa
01:43que o equipamento que é o problema e não necessariamente as idas dela até esses locais.
01:49Mas, é, são idosas, né? Acima de 70 anos.
01:53Eu vou te acionar aqui, se você me permite, David, e o próprio Jesualdo aqui,
01:56para a gente tentar entender.
01:57Porque eu acho que um dos princípios que deveriam reger a nossa interpretação da justiça
02:01e tudo o que acontece é da proporcionalidade, até o risco potencial que cada réu ou condenado
02:06realmente oferece, né?
02:08E está nítido que, pelo menos nesses dois casos aqui, a gente não vê.
02:11Parece que está todo mundo no mesmo balaio.
02:12O STF querendo encampar de forma, assim, duríssima, sem dar margem para qualquer questionamento
02:17de que ninguém está acima da lei, seja um ex-presidente, seja militares de base,
02:20sejam idosas de 70 anos envolvidas nessa trama.
02:24A questão da proporcionalidade e da coerência também.
02:26Como é que você está vendo?
02:27A proporcionalidade e a razoabilidade tinham que ser a métrica de todas as assentas da vida.
02:32Todas elas, não apenas da punição, não apenas da aplicação da pena.
02:35Mas vamos chamar a atenção de um detalhe.
02:38Geralmente, essas prisões são revogadas depois de intimada a parte a se justificar.
02:43E ali parece que houve 900 violações.
02:47900 violações também são graves.
02:49Quando alguém é imposto numa prisão domiciliar, ele precisa cumprir alguns requisitos.
02:54E se não cumpre esses requisitos, a própria legislação impõe a revogação desse benefício que foi colocado.
03:01Lógico, agora a defesa pode fazer as suas fundamentações, a sua argumentação.
03:07Sobretudo, como disse o David, que eventualmente o aparelho estivesse com algum tipo de problema.
03:12Mas, sinceramente, com 900 violações, passa a ser pouco provável que o problema seja só do aparelho.
03:18Agora, é preciso punir quem estava envolvido no 8 de janeiro?
03:22Acho que isso atravessou, se não completamente, mas quase completamente o espectro político brasileiro,
03:28dado o fato que a Praça dos Três Poderes foi triturada.
03:31Agora, se foi um golpe ou não foi, esse julgamento ainda a história vai firmar.
03:36Mas, Aninha, queria te ouvir aqui também no sentido de que é natural que a percepção pública,
03:41porque tem aquilo, tem a realidade dos fatos, mas tem a percepção pública.
03:43Vendo criminosos de altíssima periculosidade tomando água de coco com a mesma tornozeleira na praia,
03:49uma cena absolutamente costumeira, nas praias cariocas, por exemplo,
03:53e vendo velhinhas absolutamente debilitadas nessa encalacrada,
03:57acaba que a percepção pública vai continuar só se agravando nesse sentido de seletividade da justiça.
04:05André, você toca num ponto que, pra mim, é fundamental,
04:08por conta da distinção de tratamento de determinadas situações.
04:13E isso viola um princípio constitucional que a gente tem, que é o da segurança jurídica, né?
04:18Quando a gente tá tratando aqui de segurança jurídica,
04:22nós, como jurisdicionados, essa é a palavra que o direito utiliza,
04:26precisamos ter previsibilidade nas decisões judiciais.
04:30Portanto, se tem um caso que uma pessoa violou um patrimônio público
04:34e ela recebe ali uma pena que não é de prisão,
04:38quando tem outro caso que se assemelha a ele e ela não recebe a mesma pena,
04:43a gente tá violando segurança jurídica.
04:45Obviamente, se a gente vê um traficante tomando água de coco na praia com uma tornozeleira eletrônica,
04:50por que ele não tá de volta à cadeia, mas a senhorinha que foi fazer pilates?
04:54E veja como tudo isso serve pra aumentar ainda mais a tensão que a gente tá vivendo.
05:00Porque isso justifica um Eduardo Bolsonaro da vida fazer uma live dizendo
05:06vem me pegar, porque afinal a velhinha tá presa, o traficante tá solto
05:11e isso vai se tornando uma bola de neve que infelizmente só faz com que as pessoas
05:15se tornem cada vez menos tolerantes com o outro, com aquele que tem opiniões diferentes das suas
05:20e faz com que o Brasil não consiga, de forma alguma, dialogar.
05:25A gente não consegue mais chegar num denominador comum.
05:28Todo mundo quer a mesma coisa, mas ninguém mais consegue falar sobre isso,
05:32porque estão presos nas narrativas de suas respectivas bolhas.
05:36E isso é muito grave pro nosso país e eu não vejo como isso vai melhorar.
05:40Mano, vamos ser sinceros aqui, parece que o STF quer transmitir um recado
05:42de que ninguém tá acima da lei, custe o que custar,
05:46mas acaba passando esse recado de desproporcionalidade
05:50e também talvez excesso e seletividade e querendo mostrar essa força institucional
05:54acaba só mostrando força talvez excessiva, né?
05:57E assim, ruindo talvez ainda mais a credibilidade que lhe resta, né?
06:01Como é que você tá vendo esse caso específico aqui?
06:03Como um caso que evidencia a necessidade da gente discutir uma reforma do judiciário brasileiro
06:11de modo estrutural.
06:14Porque esse tipo de situação em que, por um lado, muitas vezes a nossa justiça se mostra incapaz
06:23de punir quem merece ser punido e pune excessivamente, de modo desproporcional,
06:31pessoas que não oferecem risco efetivo para a sociedade,
06:36esse é um caso que é midiático, é um caso que traz todas as nossas atenções,
06:44mas esse tipo de assimetria acaba acontecendo de forma muito cotidiana no judiciário brasileiro.
06:52É sempre importante lembrar que um terço dos presos hoje sequer foram julgados.
06:59Isso não é normal.
07:00Não é normal.
07:00Mas sempre foi normalizado no Brasil.
07:03Inclusive a própria família Bolsonaro fez carreira dizendo
07:07não quer ser preso, é só não cometer crime.
07:10Sempre invisibilizando as deficiências do funcionamento do nosso sistema de justiça criminal,
07:17que são graves, são sérias e precisam de um debate profundo,
07:23não apenas quando convém a um lado político.
07:26É preciso, portanto, termos a maturidade e a capacidade de separar as deficiências do judiciário brasileiro
07:35da tensão política, porque enquanto for uma briga de torcida,
07:40nós não seremos capazes de avançar nas reformas que são essenciais para melhorar o império da lei,
07:48que é sermos um país em que, de fato, a lei seja aplicada de forma igual para todos
07:56e que haja a possibilidade de ter uma efetividade na proteção dos direitos fundamentais do cidadão brasileiro.
08:03É isso aí, pessoal.
08:04A lei é para todos, a lei é para todos, mas parece que, pelo menos deveria-se,
08:08porque parece que cada vez mais certas pessoas apanham mais da lei,
08:12a mão pesada da lei nessa sanha punitivista acaba pesando muito mais para um lado
08:15e, claro, essas distorções ficam cada vez mais flagrantes
08:18e vai viciando a confiança do grande público brasileiro junto perante a justiça.
08:24É aí que mora o problema.
08:25Falando, né?
08:25A gente não pode esquecer.
08:27Não é querer comparar maçã com laranja aqui, David.
08:29É o conjunto da obra aqui.
08:31É o país que mais solta vagabundo,
08:32que bota um tapete vermelho na porta geratória do nosso sistema prisional
08:36para todo tipo de assassino, vil, enfim, seres rastejantes da pior espécie,
08:41tendo todo tipo de benefício.
08:43Então, é ver o impossível não ficar indignado
08:47ou, pelo menos, ficar questionar esse estado de coisas, né?
08:51Não, uma coisa que, assim, eu questiono é por que da prisão domiciliar,
08:54porque elas não podem sair.
08:55Aí elas descumprem essas restrições que foram impostas
08:58porque vão ao médico, vão à musculação, vão ao pilates,
09:01porque uma tem problema no fêmur, a outra tem várias comorbidades também.
09:05Então, assim, idoso, ele precisa de tratamento específico.
09:08E elas descumpriram essas medidas justamente por conta disso.
09:11Mas qual é o potencial ofensivo de duas idosas com mais de 70 anos,
09:15com várias doenças, que estão sendo condenadas, sim,
09:19pelos atos do dia 8 de janeiro lá?
09:21Só que até hoje também não tem a comprovação do que, de fato, elas fizeram.
09:24A individualização das condutas.
09:25Até hoje isso não existe.
09:26E aí, quando o Mano toca no assunto também da reforma estrutural do judiciário,
09:31a gente tem um pleno exemplo, ao meu lado aqui eu tenho dois juristas,
09:35de que, realmente, a insegurança jurídica no nosso país é muito estratosférica.
09:41É o país do direito freestyle, como a gente tem.
09:43Exatamente, porque você não tem a individualização das condutas, ou seja,
09:47ah, tá, cometi um crime, então eu fiz determinada coisa, fui lá, quebrei isso,
09:50o Jesualdo quebrou outra coisa, o outro fez aquilo, ele articulou o plano.
09:55Tá, quais são as provas elementares quanto a isso?
09:57Não.
09:57Estão condenadas a mais de 10 anos com medidas restritivas,
10:01que são mais restritivas do que quem comete, por exemplo, um roubo,
10:04que realmente tem um potencial ofensivo maior,
10:08e aí, ah, agora vão ter que voltar à prisão porque elas estão ali indo ao pilates, à musculação, enfim.
10:14É um absurdo o que a gente vê hoje no país.
10:16É aqui um apelo à coerência, né?
10:18Porque pra muitos fica a impressão de que essas punições duríssimas valem só pra um lado do espectro político, né?
10:23É natural que as pessoas acabem concluindo isso, fora o silêncio cúmplice aqui,
10:29ensurdecedor de organismos de direitos humanos e ONGs que se prestam o papel de, de alguma forma,
10:34denunciar esse tipo de desproporcionalidade.
10:36Mas aqui fica a reflexão só pra todo mundo que tá nos assistindo,
10:39e vocês que formem a própria opinião de vocês.
10:41Morning Show tá aqui pra isso.
10:4310 horas e 24 minutos, pessoal, pontualmente.
10:45A gente vai partir pra um rápido break pra quem tá nos ouvindo pela rede Jovem Pan de rádio sintonizados aqui no Morning Show,
10:49que volta já, já.
10:51Podemos seguir adiante, minha diretulina? Me orienta aqui.
10:54Deixa eu só trazer...
10:55Eu vou acionando o David Itasco pra complementar.
10:57É só trazer mais um elemento, porque termina hoje, às 11h59,
11:00o julgamento virtual lá no Supremo Tribunal Federal, né?
11:03Já que a gente tá falando de julgamento.
11:05Quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
11:07A gente trouxe a informação na sexta-feira, que seria submetida ao plenário virtual,
11:11justamente pra saber se ele continua ou não cumprindo essas medidas restritivas,
11:16como não sair entre as sete da noite até as seis horas da manhã do outro dia,
11:22além também da tornozeleira eletrônica, o uso dela.
11:24Então, os ministros vão julgar isso, porque a decisão foi de forma monocrática, né?
11:30Ou seja, só um ministro...
11:31Já tá 4 a 0, já.
11:32Já tá 4 a 0?
11:33Eu tô muito curioso pra ver o voto do Fux.
11:34Que é o único que falta, né?
11:36Ele foi poupado do Trump.
11:37Quero ver se ele vai manter a condenação e sofrer a consequência do Trump depois.
11:41Tá 4 a 0 e o único voto que falta ser dado é o ministro Luiz Fux.
11:46E mesmo votando contrariamente, não reverteria a decisão,
11:49mas poderia servir de munição simbólica e de narrativa, né?
11:54E pra punição do Trump, porque o Trump isentou das punições.
11:56É um dos poucos, os três ministros que estão fora disso.
11:58Por isso que eu tenho a curiosidade de ver o voto do Fux logo mais.
12:02Senão o passaporte dele vai ser cancelado também.
12:05Mas agora olha a saia justa que se meteu o ministro Luiz Fux, né?
12:09Porque ele tem que pensar em votar com a própria convicção, obviamente.
12:14Mas se ele votar pela manutenção das medidas, ele pode ser penalizado, punido.
12:19E se ele votar contra a manutenção das medidas,
12:23metade do país vai dizer que ele fez isso porque ele não quer perder o visto americano.
12:26Exatamente, exatamente.
12:26Mas também tem uma coisa assim, uma crítica que eu faço
12:29é em relação a essas narrativas que estão sendo geradas, né?
12:33Acho que o ministro também não tem que se expressar com todo o respeito a eles,
12:37mas dizendo, ah, a gente tem Paris caso a gente não consiga ir para os Estados Unidos.
12:42Aí só reforça isso.
12:43Contribui por nada, né?
12:43É, não contribui, não agrega.
12:45É aquilo que eu sempre digo.
12:47Se não tem nada para agregar, não diga.
12:49David, ministro Fox aqui, não abro mão da minha massagem tailandesa em Nova Iorque.
12:56Não abro mão.
12:57Ah, mas eu venho a rir para não chorar, vamos rir para não chorar.

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