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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump endureceu o tom contra Vladimir Putin, ameaçando impor novas tarifas à Rússia. Carlos Gustavo Poggio, professor de Relações Internacionais, analisa a postura de Trump ao iniciar novas ameaças tarifárias. Dora Kramer e Deysi Cioccari participam da conversa, debatendo as implicações dessa escalada para o conflito na Ucrânia e para a geopolítica global.

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Transcrição
00:00Ainda sobre a ameaça de Donald Trump à Rússia e mais efeitos do Talifácio,
00:04o nosso entrevistado agora é o professor de Ciência Política do Biria College,
00:08no Kentucky, nos Estados Unidos.
00:10Tudo bem, professor?
00:11Pódio chegando aqui com a gente.
00:13Tudo bem, professor?
00:13Bem-vindo.
00:14Boa noite.
00:16Tudo bom, Tiago?
00:16Boa noite.
00:17Prazer em conversar com você, com quem nos ouve e assiste aí pela Jovem Pan.
00:20Nós é que agradecemos.
00:21Bom, professor, hoje a ameaça foi para a Rússia com uma tentativa de encerrar a guerra
00:28no leste europeu.
00:29E eu pergunto para o senhor o seguinte, assim como no Brasil, o presidente americano
00:33Donald Trump usa questões, no caso a guerra, aqui no Brasil questões políticas, para
00:38fazer essa ameaça em relação ao Talifácio.
00:40O senhor acha que no caso dessa ameaça com a Rússia, isso vinga?
00:44Isso tem alguma chance de ir para frente, encerrar a guerra, para que o país não seja
00:48talifado, professor?
00:51Olha, Tiago, o Donald Trump já deixou claro que ele entende que tarifas são a resposta
00:56para todos os problemas existentes nas relações internacionais.
01:00No caso específico da Rússia, esse tipo de ameaça é ainda mais vazia, porque os Estados
01:07Unidos praticamente não têm comércio com a Rússia.
01:10O comércio entre Estados Unidos e Rússia decaiu 90% desde a invasão da Rússia à Ucrânia.
01:18Então é praticamente irrelevante.
01:19O Donald Trump pode dizer que vai parar de vender qualquer coisa para a Rússia amanhã,
01:23que isso não vai fazer a menor diferença para o Vladimir Putin.
01:28Uma outra coisa que ele tem ameaçado são as chamadas tarifas secundárias.
01:32Ou seja, a Rússia, quando deixa de vender o seu petróleo para o Ocidente, a China e a
01:37Índia são os grandes compradores do petróleo russo hoje.
01:40Então ele ameaça colocar tarifas contra a China e Índia por causa dessa questão da
01:45Rússia.
01:45Ora, ninguém leva isso muito a sério, Tiago.
01:47Aliás, essas ameaças todas do Donald Trump, os agentes todos já, de alguma forma, por
01:53enquanto estão interpretando como apenas ameaças vazias.
01:56Se você olhar a última rodada que ele impôs ou disse que vai impor de tarifas, a Bolsa
02:02americana quase que não teve uma alteração.
02:05Por quê?
02:06Porque os agentes econômicos nos Estados Unidos esperam que o Donald Trump não coloque
02:11de fato essas tarifas.
02:12Ele ameaça hoje essa questão da Rússia.
02:14O que acontece com a Bolsa em Moscou?
02:16A Bolsa sobe, ou a Bolsa praticamente não tem nenhuma alteração, não sofre por conta
02:21deste tipo de ameaça do Donald Trump.
02:24Então, nesse caso em particular, quer dizer, tarifas, elas não são a resposta para todos
02:30os problemas.
02:31Mas, nesse caso em particular, ainda menos eficazes para tratar dessa questão entre Rússia
02:37e a Ucrânia.
02:38Porque você não simplesmente fala, olha, arruma aí uma solução daqui a 50 dias, senão
02:43você vai sofrer uma tarifa.
02:45Não é assim que operam as relações internacionais.
02:49E o Donald Trump vai entender isso mais cedo ou mais tarde.
02:53Professor Carlos Pórdio, vou chamar a Dora Kramer, já que está aqui na nossa tela,
02:57para fazer a próxima pergunta.
02:58Bem-vinda, Dora.
02:59Boa noite.
03:01Boa noite, Tiago.
03:02Boa noite, professor Pórdio.
03:03Boa noite a todos.
03:04Olha só, essa sua análise me faz exatamente a pergunta que eu queria fazer sobre se esses
03:13recursos, esse recurso em qualquer caso para acertar questões de política externa, se esse
03:21recurso às tarifas, ele não é inesgotável.
03:24E sendo esgotável, até no final da sua análise, foi esse, mais cedo ou mais tarde, ele não
03:32vai conseguir usar.
03:35Que tipo de configuração de ambiente é preciso haver para que se esgotem esses recursos de
03:43apresentar sempre as tarifas para soluções que não têm nada a ver com a economia?
03:50Olá, Dora.
03:50Pois é, tem aí duas coisas aí para a gente examinar na sua pergunta.
03:55Uma delas é o esgotamento da credibilidade.
03:58Ou seja, o Donald Trump, se ele ameaça toda hora colocar tarifa contra tudo e contra todos
04:03e no fim das contas ele acaba recuando, que é o que vem acontecendo até agora, em linhas
04:08gerais, você perde algo que é muito importante nas relações internacionais.
04:13que é credibilidade na questão da diplomacia.
04:16Por outro lado, se ele sai tarifando o mundo inteiro, os Estados Unidos perdem este tipo
04:22de habilidade que eles vão ter e tarifar outros países.
04:25Ou seja, se você já tarifa todo mundo, a única questão que tem nesta ameaça da tarifa
04:32é o seguinte, olha, nós temos uma relação muito forte econômica.
04:36Eu vou ameaçar cortar essa relação econômica caso você não faça isto ou aquilo que eu quero
04:40que você faça.
04:41Agora, se ele já corta a relação com o mundo todo, se ele já sai tarifando a torto
04:45e a direito e o mundo se adapta com relação a isso, ou seja, o mundo começa a formar outros
04:50laços comerciais em que os Estados Unidos, que até então era o centro deste regime liberal
04:56de comércio internacional e passa a não ser mais o centro porque vai se fechar numa fortaleza
05:01tarifária, ele também acaba perdendo essa possibilidade material de fazer isso.
05:06Então, por um lado, tem a questão moral de credibilidade e, por outro lado, a questão
05:10material.
05:12Esta ameaça era uma ameaça, portanto, esgotável, seja pela questão de perda de credibilidade,
05:18seja pela questão de que, se de fato ele sai tarifando todo mundo, os Estados Unidos
05:22perdem esta possibilidade de usar a tarifa como uma ameaça.
05:26Professor, Deise, seu cara aqui nos nossos estúdios, também comentando os destaques
05:31desta segunda-feira, faz a próxima pergunta para o senhor.
05:33Tudo bem, Deise?
05:33Bem-vinda.
05:34Boa noite.
05:34Boa noite, Tiago, Dora, professor.
05:37Boa noite a todos da Jovem Pan.
05:38Boa noite, audiência.
05:40Professora, a minha pergunta vai um pouco até o contrário do que o Tiago perguntou anteriormente
05:45na primeira manifestação dele aqui.
05:47Eu queria saber em que medida essa sanção dos Estados Unidos poderia acabar justamente com
05:53esse conflito todo e colocar um ponto final nessa história, definitivamente.
05:58Isso poderia acontecer?
06:00Boa noite, Deise.
06:02Olha, o que a gente tem desde 2022, a Rússia, é hoje um dos países mais sancionados do
06:09mundo.
06:09Eles sofrem sanções a torto e a direito em todos os seus aspectos, seja econômico, seja
06:16financeiro, sejam sanções individuais.
06:19Sofreu uma série de rodadas de sanções.
06:22Poucos países no mundo são hoje tão sancionados quanto a Rússia.
06:26E a Rússia conseguiu achar maneiras de contornar essas sanções.
06:30Seja, por exemplo, como eu disse, vendendo muito petróleo para a China e para a Índia.
06:34Se você olha a quantidade de petróleo que a Rússia tem vendido para a Índia, isto
06:39disparou desde o início da guerra da Ucrânia.
06:42Mesma coisa a gente tem com relação à China.
06:45Então, de alguma forma, a Rússia tem buscado contornar essas sanções.
06:49Então, esse é o primeiro aspecto.
06:50Ou seja, a Rússia já é fortemente sancionada.
06:53Então, uma ameaça de tarifa que o Trump está ameaçando é completamente vazia.
06:58E a ameaça que ele diz de tarifas secundárias para a Rússia e China por conta da guerra na
07:02Ucrânia é ainda mais vazia.
07:04Ninguém acredita que ele vai seguir isso por conta da guerra na Ucrânia.
07:08Isso é uma questão.
07:08E a outra questão é o que nos diz a história.
07:11Há toda uma teoria.
07:12Muita gente que pesquisa essa questão de sanção.
07:14Você vê, tem sanções, por exemplo, na época do Iraque, quando o Iraque invade o Kuwait.
07:19Vários países que sofrem sanções.
07:21A ideia da sanção é você, através de uma ferramenta de coerção econômica, tentar
07:25promover alguma mudança política.
07:27As pessoas que estudam sanção, a literatura sobre sanções, ela nos indica que elas são
07:32muito pouco eficazes.
07:35No sentido de mudar o comportamento dos Estados.
07:38Os Estados, eles absorvem as sanções, eles preferem absorver os custos das sanções do
07:43que mudar o comportamento político que o país sancionador busca, que o país sancionado
07:48mude.
07:48Bom, professor, queria te perguntar em relação ao Brasil.
07:51O senhor está nos Estados Unidos, tem uma visão, como eu sempre digo, privilegiada de
07:55um brasileiro que está aí, que acompanha toda a repercussão.
07:58O senhor, pessoalmente, ou não tem nenhuma possibilidade de se dar um palpite em relação
08:04a isso?
08:04O senhor acha que Donald Trump leva essa tarifa, 50% para o Brasil, até o fim, se não houver
08:12qualquer tipo de mudança nos pontos que ele está apontando, as questões políticas aqui
08:16do Brasil?
08:16O senhor, pessoalmente, acredita nisso?
08:17E como é que é a repercussão disso aí nos Estados Unidos?
08:20O senhor se surpreende?
08:22Acha que é algo que não está tendo tanto destaque na imprensa americana?
08:27Olha, certamente não tem o destaque aqui que teve no Brasil.
08:31outras preocupações aqui domésticas que são mais, tem mais destaque nas conversas,
08:37na imprensa, que essa questão do Brasil.
08:39No entanto, quando a gente vê as pesquisas todas sobre essas ações do Donald Trump na
08:46questão das tarifas, a gente não tem pesquisa específica ainda sobre o Brasil, então posso
08:50falar apenas em relação à percepção que eu tenho geral, mas olhando para as pesquisas
08:54sobre tarifas em geral, existe em linhas gerais uma desaprovação com relação às ações
09:01do Donald Trump na questão econômica e na questão das tarifas.
09:04Ou seja, a aprovação do Donald Trump geral é maior do que a aprovação quando você
09:08pergunta especificamente sobre questões econômicas tarifárias.
09:12Então isso não é uma questão que o Donald Trump tem um amplo apoio político.
09:18E tem muita gente dentro da administração, dentro do Congresso, que tem algumas reservas,
09:25principalmente com essa questão da tarifa ao Brasil pelos 50%.
09:30É muito difícil, Tiago, a gente entender o que se passa na cabeça do Donald Trump.
09:36Agora, se eu fosse obrigado a apostar e dar uma resposta sim ou não, eu diria que ele
09:41vai recuar e não vai aplicar essa tarifa de 50%, porque esse é o padrão que a gente
09:46tem visto no Donald Trump.
09:48Ele faz grandes ameaças e depois, quando ele vê os custos das questões que ele acaba
09:53dizendo, ele acaba recuando.
09:55Então, eu, se fosse apostar, ele pode, enfim, eventualmente colocar essa tarifa por um certo
10:02período, mas eu acho que no fim das contas ele vai acabar recuando.
10:06Professor Carlos Pódio, de Relações Internacionais, que trabalha nos Estados Unidos, como sempre,
10:10professor Monte, recebi aqui na Jovem Pan.
10:12Boa semana, a gente volta a se falar.
10:14Um abraço.
10:14Obrigado, Tiago, foi um prazer, um abraço a todos.

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