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Gustavo Junqueira comenta a crise gerada pelo "tarifaço" de Donald Trump, que impõe taxa de 50% a produtos brasileiros, e as oportunidades para o agronegócio nacional. Junqueira defende que o governo Lula deve negociar com os EUA, optando pela diplomacia sem retaliações. Dora Kramer e Cristiano Vilela participam do debate, analisando como essa movimentação é motivada por problemas políticos e não econômicos.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/Jdaw5bxq3Iw

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Transcrição
00:00E a gente segue falando sobre o talifácio, caso as tarifas de Donald Trump entrem em vigor a partir de 1º de agosto.
00:09Uma projeção indica que as exportações podem ser reduzidas em 7 bilhões de dólares só nesse ano.
00:15Quem analisa esse cenário aqui com a gente é o empresário Gustavo Junqueira, ex-secretário de Agricultura de São Paulo.
00:22Tudo bem, secretário? Como sempre, muito bom te receber aqui na programação da Jovem Pan. Bem-vindo, boa noite.
00:28Boa noite, Thiago. Prazer estar aqui.
00:29Prazer é nosso.
00:30Bom, claro que essa discussão não só tem esse fundo político, mas há grande preocupação com a economia.
00:38Inclusive, eu vi um artigo que o senhor escreveu falando que, de uma certa maneira, se essas tarifas entrarem em vigor,
00:46pode ser uma alternativa para o Brasil, de novo, buscar outros mercados.
00:50Mas o Brasil deveria tentar negociar diretamente com os Estados Unidos.
00:54Como se negocia com uma medida que é, talvez, mais política do que econômica e que também prejudica os Estados Unidos, secretário?
01:03Bom, Thiago, não tem nem dúvida que é uma negociação desafiadora.
01:09O Brasil se colocou aí numa posição bastante fragilizada com essa declaração do presidente Lula em relação à desdolarização da economia mundial.
01:25Ou seja, e com isso nós estamos buscando aí uma alternativa para amenizar uma ação do governo brasileiro.
01:36E não uma reação.
01:38Ou seja, não dá para colocar a culpa nos Estados Unidos nesse momento.
01:42Existe uma, sem dúvida alguma, uma característica do presidente Trump diferente do que houve em outros presidentes e outros chefes de Estado.
01:52Mas, de fato, o Brasil precisa sair agora para o ataque.
01:58Que ataque seria esse?
01:59Sem dúvida alguma, transformar aí esse limão em uma limonada.
02:04O governo americano quer aliados, o governo americano quer reorganizar a ordem mundial.
02:11E o Brasil pode, sem dúvida alguma, primeira ação, sair do BRICS, sair do Mercosul e caminhar para um acordo bilateral com os Estados Unidos,
02:21não só na área comercial, mas na área estratégica, na área de investimentos, na área militar.
02:27Ou seja, um realinhamento do governo brasileiro.
02:31Isso com muita cautela, porque nós somos hoje muito dependentes da China no que tange principalmente no agro,
02:39que é o principal fluxo de dólares, de capitais aqui no Brasil.
02:45Então, acho que o caminho é por aí.
02:48Oferecer algo grande e tirar essa questão do presidente Bolsonaro, essa questão política da mesa.
02:55Isso não acho que é o que o presidente Trump está olhando.
02:58Está olhando e forçando para que o governo brasileiro realmente se alinhe ao governo americano.
03:04Sr. Taylor, eu vou trazer a Dora Kramer, a nossa comentarista, para fazer a próxima pergunta.
03:09Dora.
03:11Boa noite, Gustavo.
03:12Olha só.
03:13Tudo bem, Dora?
03:13Eu fiquei assim meio surpresa com a suposição.
03:19Como tirar a questão do Bolsonaro da história se a carta do Trump abre com a questão do Bolsonaro?
03:26Isso é que dá configuração política.
03:29Mas vamos para a questão econômica.
03:31Hoje, o presidente Lula está falando em reciprocidade e tal.
03:35E o presidente da Apex, o Jorge Viana, esteve com o presidente Lula no Palácio da Alvorada.
03:42E quando saiu, disse que a reciprocidade é a medida extrema.
03:47Seria a última medida.
03:50Na sua opinião, o que que então...
03:53Se é que você concorda com essa avaliação, primeiro, se concorda com a avaliação do Jorge Viana.
03:58E o que que daria, o que que o governo precisaria fazer daqui até primeiro de agosto
04:05para conseguir conduzir essa questão da melhor forma?
04:11Não, eu acho que eu concordo totalmente com o presidente da Apex, o Jorge Viana,
04:16de que uma retaliação é apertar o botão da bomba atômica.
04:23Se o Brasil realmente quer sair das negociações, se o Brasil quer afetar diretamente,
04:30ou ser aí um país, eu diria até, manipulado por outros países nessa guerra com os Estados Unidos,
04:39o melhor caminho que o Brasil tem é fazer aí a aplicação de tarifas recíprocas nos Estados Unidos.
04:47Eu tenho escutado o presidente Lula falar que foi aprovado no Congresso o direito de retalhar.
04:53O Congresso pode aprovar o que ele quiser.
04:56Cabe ao Executivo tomar a decisão sábia e estratégica de não usar.
05:01Não é uma discussão interna.
05:03Eu acho que a maneira que o governo brasileiro deveria ou poderia,
05:07nada é simples, ou até seria muito simples,
05:11mas requer aí uma humildade e uma visão estratégica muito grande.
05:17Seria sentar com os Estados Unidos nesse momento e falar
05:20estamos dispostos a fazer um grande rearranjo da economia brasileira,
05:27rearranjo da política brasileira,
05:29e nós vamos fazer um acordo bilateral de dimensões globais com os Estados Unidos.
05:37Para entrar no detalhe, eu não vou dizer aqui, não sou um negociador,
05:40mas, sem dúvida alguma, seria um gesto de estadista.
05:45E foi o que eu coloquei no meu artigo hoje na Veja,
05:48que foi o que o presidente Getúlio Vargas fez nessa mesma situação na Segunda Guerra Mundial.
05:55Ele estava flertando com os alemães e com os italianos do eixo.
06:00O presidente Roosevelt deu uma chamada aqui no presidente Vargas e disse
06:07se você não repensar essa situação, se você não entender a dimensão do conflito,
06:13vai ficar muito complicado para o Brasil.
06:15E o presidente Vargas negociou todo um pacote de investimentos no Brasil,
06:20trouxe a siderúrgica nacional para o Brasil,
06:22trouxe investimento em infraestrutura,
06:24trouxe tecnologia, educação,
06:28trouxe uma série de coisas e saiu como um grande estadista naquele momento.
06:34Agora, cabe ao presidente Lula ter essa experiência histórica
06:38e essa visão de estadista para nos mostrar o caminho.
06:44Secretário, agora a pergunta é de Cristiano Villela.
06:46Villela.
06:47Secretário, boa noite.
06:48Secretário, na linha da sua fala agora,
06:51retomando esse exemplo histórico envolvendo o presidente Vargas,
06:54dá para a gente imaginar que no contexto atual do presidente Lula,
06:58o posicionamento, a defesa muito enfática que o presidente da República fez
07:02nos últimos dias, especialmente dos BRICS,
07:05de posicionamentos talvez contrários aos interesses americanos,
07:09isso acaba sendo movido muito mais do ponto de vista ideológico
07:13do que talvez do interesse pragmático
07:15e que talvez nesse momento o país precise de um certo pragmatismo,
07:19como esse exemplo histórico que o senhor mencionou?
07:21O presidente Lula, nas declarações dele de ontem para hoje,
07:27tem apenas tropeçado e levado o Brasil para uma situação mais complexa
07:37do que ela era antes da carta.
07:39O que o presidente Lula precisa fazer, mais do que pragmatismo,
07:45ele precisa escolher o futuro dele e o futuro do Brasil.
07:48Se ele quer vencer as eleições no ano que vem,
07:51com certeza um acordo com os Estados Unidos,
07:54uma reorganização da economia brasileira,
07:57vai dar a ele uma vantagem e com certeza uma vitória avassaladora no Brasil.
08:06Nesse rearranjo que nós estamos vendo aqui,
08:09basicamente o que o presidente Bolsonaro conseguiu
08:13nesse lobby nos Estados Unidos foi tirar o tarcísio do jogo político.
08:19O presidente Bolsonaro não está buscando que a direita seja eleita,
08:22o presidente Bolsonaro quer manter o poder no Brasil,
08:26manter um poder nesse momento que ele é inelegível,
08:30eu não acho que o presidente Trump vai conseguir alterar essa situação,
08:33ele quer manter o poder indireto,
08:35ou seja, na cabeça dele,
08:36um presidenciável seria o Eduardo Bolsonaro ou a Michele.
08:41Para quê?
08:42Porque com isso ele tem acesso ao fundo eleitoral,
08:44com o fundo eleitoral ele viaja o Brasil todo,
08:48negocia com cada um dos Estados
08:50a possibilidade de financiar e eleger
08:53metade do Senado que será eleito no ano que vem,
09:01com 15, 20 deputados,
09:03mais os deputados federais,
09:04ou seja, ele tem um controle do Congresso
09:07de maneira indireta,
09:09mesmo não ganhando eleição.
09:11Então o tarcísio não é uma alternativa
09:13para o presidente Bolsonaro.
09:15Então o presidente Lula tem que olhar
09:16esse jogo de cartas que nós estamos agora vivendo,
09:21que foi reembaralhado de ontem para hoje,
09:24e realmente pensar no Brasil,
09:26pensar nele como político,
09:28pensar no PT,
09:30pensar nos brasileiros de uma maneira geral,
09:32ou seja, o momento não poderia ser melhor para a política.
09:36Começamos com o ex-secretário da Agricultura
09:39aqui de São Paulo,
09:40Gustavo Diniz Junqueira.
09:41Mais uma vez, secretário,
09:42obrigado pela gentileza, pela atenção,
09:44volto sempre.
09:44Um abraço.
09:46Eu que agradeço.
09:46Um grande abraço a todos.

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