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Will Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, comenta se o Brasil deve aplicar retaliações aos Estados Unidos, em resposta a taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Will afrima que "o Brasil tem menos poder de barganha" neste cenário.

A análise aponta para a necessidade de cautela nas decisões do governo Lula para não agravar a crise nas relações comerciais.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/Jdaw5bxq3Iw

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Transcrição
00:00Bom, e trazemos agora mais reações ao tarifácio de Donald Trump,
00:04o nosso entrevistado aqui no Jornal Jovem Pan, o economista Will Castro Alves,
00:08estrategista-chefe da Avenue, participando mais uma vez aqui com a gente.
00:12Tudo bem, Will? Boa noite para você, bem-vindo.
00:14Eu sei que você sempre fala com a gente nos Estados Unidos,
00:16mas agora você está no Brasil e acompanhou como nós aqui
00:20essa reação ao anúncio feito pelo presidente Donald Trump.
00:24Te surpreendeu também ou isso já talvez fosse comentado nos Estados Unidos?
00:31Não é mais surpresa para ninguém.
00:33Boa noite, bem-vindo.
00:35Boa noite, Thiago. Prazer estar aqui. Obrigado pelo convite.
00:38Não, surpreendeu. Na verdade, ninguém imaginava que do dia para noite
00:42o Brasil ia receber uma tarifa de 50%.
00:45O Brasil tinha saído muito bem nesse campo dessas negociações de tarifas,
00:51essa imposição, o Brasil tinha ficado ali à margem,
00:55como um país menos importante,
00:57sob o ponto de vista, dado que o Brasil não tem,
01:00na verdade o Brasil tem um déficit fiscal com os Estados Unidos,
01:04os Estados Unidos não tinham déficit fiscal com o Brasil,
01:07então não faria sentido tarifar.
01:10A tarifa era para tentar equacionar uma balança comercial
01:13que ela está muito diferente com relação à China,
01:16Vietnã e outros países, e o Brasil não era esse caso.
01:18O Brasil estava muito bem, e aí do dia para a noite o Brasil deixa de estar muito bem.
01:23Então isso pode impactar todos esses pontos de capitais
01:26que a gente viu no primeiro semestre desse ano de 2025,
01:30um rearranjo de alocação que priorizou investimentos fora dos Estados Unidos
01:35de forma tática, dinheiro saindo pontualmente dos Estados Unidos
01:40e indo para outros lugares do globo,
01:42como uma forma de taticamente se colocar em meio a um cenário de incerteza.
01:47E eu acho que isso prejudica bastante essa narrativa,
01:51que foi uma decisão essencialmente ideológica e política,
01:54que eu acho que não tem lado certo em nenhum dos dois lados.
01:58Agora, a ação gera uma reação.
02:02Anos aí de desalinhamento com os Estados Unidos,
02:06de crítica aos Estados Unidos,
02:07de questionamento em relação ao dólar,
02:10de um cerceamento de liberdades individuais,
02:13controles de mídias sociais, impacto em empresas americanas,
02:17gerou uma resposta forte, uma resposta bastante elevada,
02:22um tom bastante elevado do presidente Donald Trump.
02:25Quer saber o seguinte, Will,
02:27claro que existe essa expectativa,
02:30talvez se o governo dos Estados Unidos recuar
02:33e essas tarifas não entrarem em vigor dia 1º de agosto,
02:36mas se, eventualmente, tudo for confirmado.
02:40Você é um brasileiro que mora nos Estados Unidos,
02:42é um consumidor americano de uma certa maneira.
02:45O que te espera lá?
02:46Suco de laranja, cafezinho, carne?
02:49Me diga aí.
02:50É verdade, né?
02:52A tendência, sim, o produto brasileiro fica mais caro,
02:55só que ele fica menos competitivo, né?
02:57Os Estados Unidos podem comprar café da Etiópia, da Colômbia
03:00ou de outros lugares.
03:01Os Estados Unidos podem comprar aço de outros lugares,
03:04suco de laranja produzido também na Flórida,
03:07produzido também no sul da Espanha, enfim, por aí vai.
03:10Então, a verdade é que, assim,
03:12você consegue substituir os produtos brasileiros
03:14de forma relativamente fácil.
03:17É diferente daqueles minerais raros,
03:19que 80% eram importados da China
03:21e, por isso, houve o interesse
03:23de ambos os lados de China e Estados Unidos
03:26em conversarem e chegarem a um acordo.
03:28Aquela escalonada de tarifas
03:30não ajudava nem um pouco nenhum dos dois lados.
03:33Agora, já no caso brasileiro, né,
03:35eu acho que o Brasil tem ainda menos poder
03:37de barganha frente aos Estados Unidos.
03:40Se o presidente, se o governo brasileiro
03:42aplicar a reciprocidade,
03:44vai gerar um impacto inflacionário
03:45muito maior no Brasil do que nos Estados Unidos.
03:48Então, me preocupam mais pelos brasileiros, né,
03:51que por isso a gente sempre fala, né,
03:54sempre importante ter uma parcela
03:55do seu capital investido fora.
03:57A gente já viu o dólar saltar aí por conta disso
03:59e a gente não sabe até que ponto
04:01esse negócio pode continuar impactando
04:03e influenciando a moeda americana aqui no Brasil.
04:06Pois é, para a gente fechar falando
04:07sobre o mercado financeiro, Will,
04:09hoje a Bovespa caiu, o dólar voltou a subir.
04:13Por exemplo, as ações da Embraer despencaram, né,
04:15há uma expectativa desse mercado também nos Estados Unidos.
04:19O que mais pesou hoje nesse mercado financeiro?
04:22Claro, as tarifas, mas como que o mercado
04:25vem reagindo e pode reagir nos próximos dias?
04:29Eu diria que eu acho até que foi uma reação
04:31relativamente branda, né,
04:32frente àquilo que a gente viu,
04:34esperava-se que poderia acontecer até mais.
04:36Acho que existe essa ideia do chamado taco trade, né,
04:39o Trump always chicken out,
04:41a ideia de que o Trump pode voltar atrás, né,
04:43que é uma coisa que virou caricato nos Estados Unidos,
04:46o Trump não gostou muito,
04:47foi lá, quando falaram isso,
04:48aplicou mais tarifa sobre o aço e por aí vai.
04:51Mas é uma coisa que sim, ele pode voltar atrás,
04:54agora vai depender um pouco de como essas conversas
04:56podem evoluir.
04:57Eu acho que pelo lado do Brasil,
04:59o Brasil deveria manter a postura de neutralidade,
05:01pragmatismo que vinha tendo,
05:03que sempre teve na história,
05:04que foi perdendo aí ao longo desses últimos anos,
05:07com um alinhamento com países como o Irã,
05:09como China e como Rússia,
05:11que a meu ver não ajudam em nada o Brasil.
05:15Então, assim, eu acho que,
05:17do ponto de vista de incertezas,
05:18elas permanecem nos próximos dias
05:20em relação ao Brasil,
05:22que nem eu falei,
05:22aquele cenário muito positivo para o Brasil diminui, tá,
05:26e o dólar pode se manter, sim, pressionado
05:30na medida em que você fica com receio
05:32de qual vão ser os impactos
05:34dessas tarifas aí no Brasil,
05:36que estava fora dos holofotes
05:37e agora vem para os holofotes.
05:39Economista Will Castro Alves,
05:41estrategista-chefe da Avenue.
05:43Boa passagem pelo Brasil,
05:44a gente volta a se falar,
05:45um abraço para você.
05:47Obrigado, Thiago, boa noite a todos.

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