A Polícia Federal iniciou uma operação para apurar possíveis desvios de verbas públicas no Ceará. O deputado federal Júnior Mano (PL-CE) é alvo de mandados de busca e apreensão.
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00:00Agora são 17 horas e 3 minutos, estamos de volta no nosso 3 em 1 desta terça-feira, dia 8 de julho.
00:07Estamos aqui repercutindo as principais notícias do Brasil, do mundo e hoje com uma informação que amanheceu quente em Brasília.
00:14Polícia Federal deflagrando uma operação que investiga um esquema de desvio de verbas públicas por meio de emendas parlamentares.
00:21Fraudes em licitações e financiamento ilegal de campanhas no Ceará.
00:26Já foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e quem tem todos os detalhes, quem está acompanhando esta operação é o Bruno Pinheiro, o homem da notícia lá de Brasília.
00:36Chega agora no 3 em 1 trazendo o que foi essa operação e como é que isso está repercutindo por aí, hein?
00:41Bruno Pinheiro, boa tarde, bem-vindo.
00:44Oi, Cuba, ótima tarde a você, a quem nos acompanha, os nossos analistas também aqui na Jovem Pan.
00:49Uma operação que iniciou hoje às seis e meia da manhã, não somente aqui na capital federal, como no Ceará também e em outras cinco cidades do estado.
00:58Endereços ligados ao deputado Júnior Mano e também ao gabinete na Câmara dos Deputados.
01:04Os agentes da Polícia Federal estiveram no gabinete, levaram vários computadores, vários documentos, fizeram uma varredura de cima até embaixo, na verdade em busca de mais informações.
01:15Essa investigação iniciou em 2024 no estado do Ceará, quando na campanha eleitoral teve uma suspeita de um desvio de dinheiro público dessas emendas,
01:27que eram direcionadas para o estado, mas que tinha uma espécie de um caixa dois e que este valor, que era feito um desvio, seria para financiar uma campanha eleitoral em 2024.
01:38Um levantamento que eu fiz hoje durante o dia, juntamente com a equipe da Jovem Pan, a gente conseguiu levantar que o deputado Júnior Mano conseguiu enviar para o estado,
01:49nos últimos anos, no último ano, na verdade, mais de cento e trinta e sete milhões de reais.
01:55Esses valores foram enviados para várias situações, para a construção de hospitais, para rede de asfalto, enfim, para várias, diversas áreas no estado.
02:04Isso acontece como? Ele envia essa emenda, quando chega no estado tem um direcionamento para onde ele quer, para qual município ele quer enviar.
02:13Para mais de cinquenta cidades, de acordo com a investigação, esses recursos foram enviados.
02:19Mas tinha então essa parte operacional de um caixa dois para financiar as campanhas.
02:24Além disso, os agentes da Polícia Federal, a investigação indica uma suspeita no esquema de licitação.
02:31Tinha um esquema de carta marcada com autoridades locais e com os empresários que estavam nesse esquema de licitação.
02:39Eles ingressavam nessa licitação, mas já tinham uma certeza que seria então o vencedor.
02:45Só para a gente entender, essa operação, então, iniciou lá em dois mil e vinte e quatro essa investigação.
02:51Hoje, o deputado acabou se tornando alvo aqui na capital federal.
02:55Em nota, o deputado federal Júnior Mano disse que não tem qualquer participação em esquema licitatórios,
03:03ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.
03:09Repito que foram quinze mandados de busca e apreensão.
03:13Essa investigação está no Supremo Tribunal Federal, já que envolve um deputado federal
03:17e que, novamente, a Câmara dos Deputados foi surpreendida com a visita dos agentes da Polícia Federal.
03:24Novamente, alguns dias após a audiência no Supremo Tribunal Federal em relação às emendas parlamentares,
03:32agora um novo escândalo, uma investigação da Polícia Federal envolvendo justamente elas,
03:37as emendas parlamentares do Congresso Nacional.
03:41Nelson Kobayashi.
03:42Muito obrigado, Bruno Pinheiro, ao vivo, diretamente de Brasília, com todas as informações.
03:47Fábio Perno, e essa criatividade?
03:49Porque não é algo tão novo assim, né?
03:50Fraude em emenda parlamentar, desvio de finalidade, financiamento de campanha política,
03:56provavelmente, naturalmente, com caixa dois, né?
03:59Dinheiro que não é tão limpo assim.
04:01E aí, senhor Fábio Perno?
04:02Claro que, lembrando, vai se defender aí o deputado, tem todo um processo pela frente,
04:06mas em outros casos já vimos isso se confirmando como crime com dinheiro público.
04:11Senhor Fábio Perno.
04:12Então, acho que no bloco anterior foi o Bruno que citou o Marx, né?
04:17Por conta aí de uma observação que ele fez sobre o ministro Haddad, né?
04:21E aí, lembrei do velho Marx agora, né?
04:25Por conta da famosa reflexão de que história se repete como farsa ou como tragédia, né?
04:34Aqui no Brasil, das duas formas.
04:38Então, o que a gente está vendo agora é uma nova versão do famoso deputado João Alves.
04:44O Zé, certamente, conheceu muito bem.
04:46João Alves é aquele que, no tempo lá da máfia dos anões do orçamento,
04:52ganhava nas loterias toda hora, né?
04:54Mas dizia que aquilo era obra de Deus, né?
04:57Como Deus, talvez, não esteja tão interessado assim nos benefícios das emendas parlamentares,
05:06mas é bem possível que realmente essa malversação toda ocorra por intervenção humana mesmo.
05:12Aí, outro dia, eu citei aqui alguns deputados de partidos aí de centro-esquerda
05:18que estavam sendo investigados, porque um mês atrás, ou perto disso, né?
05:23Surgiu também a notícia de que há investigações visando três deputados do PL lá do Nordeste, né?
05:30E aí, muita gente disse, tá vendo só, é a justiça olhando pra direita.
05:34Aí, na semana passada, eu falei, olha, tem uns deputados do PDT e do PSB na mira.
05:40E agora pegaram isso do PSB, que, por sinal, era do PL até o fim do ano.
05:45Ele era do PL, mas apoiou o candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza
05:50e foi defenestrado do partido.
05:52Aí, então, ele foi abrigado pelo senador Cid Gomes do PSB.
06:01E aí, agora é o primeiro, então, quer dizer, o primeiro mais um a ser investigado.
06:06Agora, certamente, as investigações sobre as máfias do INSS e das emendas parlamentares
06:18vai levar muito do noticiário político pras páginas policiais,
06:24porque vai ter bastante gente graúda caindo nessa rede.
06:29Zé Maria Trindade, como é que isso repercutiu aí, hein?
06:33Polícia fazendo operação, mandado de busca e apreensão em gabinete no Congresso Nacional.
06:38Algum tempo atrás a gente viu isso acontecendo
06:40e gerando reação ali de muitos parlamentares,
06:43dizendo que isso não pode acontecer assim tão naturalmente,
06:46que deve haver uma proteção do espaço ali da atividade política de cada parlamentar.
06:51Como é que você vê essa questão, hein, Zé?
06:53Zé, hoje de manhã, até por cortesia, não era necessário,
06:59o presidente da Câmara, Hugo Mota, foi avisado de que uma operação
07:02aconteceria no anexo 4, que é o poderoso amarelão lá, né?
07:07Anexo 4, onde ficam os gabinetes parlamentares.
07:11E aí, entraram lá e levaram computadores, celulares
07:14e uma parte importante da imagem da Câmara dos Deputados
07:18que voltou a ser investigada, né?
07:21Isso tinha um tempo aí sem acontecer.
07:25Deve ser testemunha aqui que eu vi a primeira vez
07:28que a Polícia Federal, lá atrás, no meu salão,
07:30foi fazer uma incursão, uma investigação na Câmara dos Deputados.
07:35Esse pessoal que você está vendo aí é PLF, é Polícia Legislativa Federal.
07:40A Câmara não tem segurança, tem Polícia Legislativa Federal.
07:43Aliás, são os policiais mais bem pagos do Brasil, viu?
07:47É o maior salário do Brasil em termos de polícia, é esse PLF.
07:50Conversando com os policiais federais.
07:53Mas no primeiro dia não foi assim, não.
07:55A Polícia Legislativa falou assim, opa, aqui é território do Congresso Nacional.
08:00Vocês não podem entrar aqui.
08:02E houve um estranhamento a ponto da Polícia Federal.
08:05Vou ou você está obstruindo a autoridade.
08:08Houve até ameaça de sacar arma para entrar à força no Congresso Nacional.
08:12Aí ligaram para o presidente do Senado, que colocou panos crentes e deixou.
08:18Foi um clima muito tenso.
08:19Hoje não.
08:20Ou a Polícia Federal chega com a maior naturalidade, com o mandado, entra.
08:25Os policiais legislativos já têm uma rotina, conversam sobre a Copa do Mundo lá dos times de futebol.
08:31Contam historinhas e tal.
08:33E na maior normalidade, a Câmara entregou a sua reputação a isso aí.
08:40Antigamente era o caso de caçar o mandato de um deputado desse, ou então protegê-lo.
08:48Ou ele serve para ser deputado, ou não serve para ser deputado.
08:52Tem que ser expulso.
08:53Se ele serve, não pode deixar que a Polícia Federal bata na porta da Câmara.
08:57É outro poder.
08:59Isso é um escândalo.
09:00Mas por quê?
09:01Porque os deputados estão fazendo dessas emendas parlamentares maneira de faturar.
09:06É muito dinheiro, mais de 200 milhões de reais.
09:10Esse dinheiro não anda tranquilamente por aí, não.
09:13Isso tem dono.
09:14Então, assim, 15 outros deputados e senadores, lá eu vi escrito com foro privilegiado, ou seja,
09:23que nem foro privilegiado é parlamentar.
09:24Também serão investigados.
09:27Três do PL já são réus e serão julgados agora, em agosto, na volta dos ministros do Supremo.
09:34São réus.
09:35Serão julgados e devem ser condenados por desvio de dinheiro público.
09:39O nome bonitinho para ele é roubo de dinheiro público.
09:42E mais esse.
09:43Esse é o seguinte.
09:44A mulher dele, Giovana Jordana Mano, é prefeita.
09:49E aí ele mandava o dinheiro para ela com um grupo de empresários.
09:52O dinheiro voltava para fazer campanha eleitoral, metade e outra metade desaparecia.
09:59E a Polícia Federal tem provas de retorno de dinheiro e tudo mais.
10:03Ele mandou mais de 100 milhões, como disse o Bruno, mas de tanto dinheiro a prefeitura
10:08não tinha projetos para aprovar.
10:10O dinheiro foi devolvido.
10:12Só pode ser aplicado 4 milhões de reais.
10:16Tamanha quantidade de dinheiro e pouco.
10:18A cidade tem 32 mil habitantes, Nova Rússia.
10:22Então, assim, é muito claro que esse dinheiro das emendas, todos os dias a gente fala sobre
10:29isso aqui, dessas tais benditas emendas parlamentares.
10:33Chegou o ministro dizendo lá que no céu deve ter emenda parlamentar.
10:37Se não, não é céu.
10:38Porque, olha, o dinheiro é fácil demais.
10:39Cento e tantos milhões para uma cidade de 32 mil habitantes?
10:43Se distribuir esse dinheiro pelo número de habitantes, todo mundo está muito bem.
10:47Não precisa de prefeitura, não precisa de nada.
10:49Todo mundo fica muito bem.
10:50Então, assim, é claro que nós veremos mais vezes esse tipo de processo contra o Congresso
10:58Nacional, que é a casa do povo, nossos representantes.
11:03Ô, Zé Maria, você é muito bom.
11:05Eu sou seu fã, viu?
11:06Ô, Bruno Musa, muito dinheiro, tanto dinheiro para uma cidade tão pequena.
11:10Deve ser o paraíso, né?
11:11Pois é.
11:13Também sou fã do Zé Maria há muito tempo e ouvir isso, realmente, eu faço a chancela
11:19total a ele.
11:20É, realmente é muito dinheiro.
11:21É o que eu mencionei ontem, né?
11:23Nós estamos falando aqui de operações que se tornaram rotineiras ao longo dos últimos
11:27anos no Brasil e parece que o ser humano tem, e de fato temos, uma altíssima capacidade
11:32de adaptação e a gente normaliza absolutamente tudo.
11:35Em determinados países isso seria motivo para vergonha.
11:38Convencionou-se chamar, que eu não gosto, de dinheiro público.
11:41Mas como muito bem colocou o Zé Maria, isso é dinheiro do pagador de imposto.
11:47Ele tem um dono.
11:48O dinheiro público, ele é abstrato.
11:49Você não tem a quem culpar, que é normalmente como a gente acontece.
11:53Coloca a culpa numa entidade abstrata, não temos um nome, uma pessoa a quem culpar.
11:58Quando a gente vai no indivíduo, a gente sim sabe quem culpar.
12:01E esse dinheiro é do povo, é de todos nós.
12:04Tomado de maneira forçada para financiar uma causa que muitas vezes vai contra aquilo
12:09que nós pregamos, quando principalmente tem a ver com a corrupção.
12:13E aí volto no tema rapidamente do que eu mencionei ontem.
12:17Dentro do orçamento de mais de 2,3 trilhões de reais, sobra 10% apenas para os gastos discricionários.
12:25200 bilhões dos 2,3 trilhões.
12:29Desses 200 bi, mais de 50 bilhões é para emendas.
12:32Se essas emendas, que representam grande parte dos gastos não obrigatórios,
12:37forem renda desviadas, realmente não sobra nada do orçamento.
12:41Não sou eu falando, é o próprio orçamento do governo.
12:44E a própria Tebet veio hoje e falou que em 2026 e 2027 já não há mais espaço
12:49dentro dos gastos não obrigatórios.
12:51E ainda, apesar de ter mais de 50 bilhões distribuídos como eles querem,
12:57sem a devida transparência, a gente vê um orçamento completamente estrangulado
13:02pelos gastos crescentes.
13:04O Brasil precisa realmente mudar, nos incomodarmos com tudo isso que está acontecendo.
13:10Isso é retirar dinheiro do pagador de imposto
13:15para um caminho que muitas vezes a gente não tem a menor ideia para onde vai.
13:19Então, a gente vê que a gente não tem a menor ideia para que a gente não tem a menor ideia para que a gente não tem a menor ideia.