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  • 04/07/2025
Cerca de 300 integrantes da Frente Povo Sem Medo invadiram o saguão do prédio do banco de investimentos Itaú BBA, na zona oeste de São Paulo, na última quinta-feira (3). O grupo afirmou que o ato foi em defesa da taxação dos super-ricos. O tema voltou ao debate público após o Congresso derrubar, em 25 de junho, a proposta do governo Lula de mudança na alíquota do IOF. Os manifestantes também cobraram a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais por mês. O projeto que trata do reajuste tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados, sob relatoria do ex-presidente da Casa, Arthur Lira. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez e com comentários de Paulo Loiola, Leandro Ferreira, Rodolfo Mariz e João Belucci, analisa os desdobramentos do tema.

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00:00Vamos mudar de assunto, a roda gira, o mundo gira, vamos embora.
00:05Cerca de 300 integrantes da chamada Frente Povo Sem Medo invadiram o saguão, olha lá
00:15que loucura, o saguão do prédio de investimentos do Itaú BBA, Zona Oeste de São Paulo, na
00:21última quinta-feira.
00:23O grupo disse que o ato era em defesa da taxação dos super ricos.
00:28O tema voltou com força ao debate público após o Congresso derrubar, no dia 25 de
00:35junho, a proposta do governo Lula de mudança na alíquota do IOF.
00:41Os manifestantes também cobraram a isenção do imposto de renda para quem ganha até
00:46R$ 5 mil por mês.
00:48O projeto que propõe esse reajuste tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados
00:56está sob a relatoria do ex-presidente da casa, Arthur Lira.
01:01Paulo Doiola.
01:04Capês, vocês podem colocar a imagem ali de novo?
01:07Podemos colocar a imagem enquanto o Paulo fala, por gentileza.
01:11Seguindo a imagem.
01:13Não vi nada sendo quebrado.
01:15Não vi...
01:16Nenhuma vidraça sofreu violência durante este protesto.
01:20Agora, tenho uma sensação grande por parte da população de questões muito abusivas
01:29no que se refere aos juros.
01:30E eu pergunto a você que está em casa, você acha que você paga juros justos, baixos?
01:36Você acha que bancos ganham pouco dinheiro no Brasil?
01:40Vocês acham que os donos de banco trabalham para você ou trabalham pelo bolso deles?
01:47Eu acho que é para esse problema que essas pessoas estão chamando a atenção, Capês.
01:50E fico feliz de ver aqui imagens em movimento de uma manifestação.
01:56Gostaria de ter visto, por exemplo, mais imagens em movimento de quando as pessoas no 8 de
02:02janeiro estavam ali propondo um golpe de Estado e tentaram entrar em edifícios públicos
02:09pedindo intervenção do Exército.
02:12Essas imagens eu também gostaria muito de ter visto mais vezes aqui e menos imagens
02:17de estátua pintada de batom, Capês.
02:20Muito bem.
02:21Rodolfo Maris, já que o Paulo Lola pediu, vamos girando as imagens, mostrando aqui
02:26enquanto os debatedores falam.
02:28O que você achou dessa?
02:30Imagina o pessoal lá, a senhorinha está na fila para pegar lá e sacar o dinheirinho
02:34dela e de repente entra correndo...
02:37Não é banco, é a sede de Itaú.
02:38Entra correndo todo mundo, é a sede de Itaú.
02:40Bom, que seja...
02:41Não tem um caixa eletrônico.
02:42Então, perfeito.
02:43Olha, não tem...
02:43Nenhuma velhinha foi...
02:44Perfeito, vamos lá.
02:45Então...
02:45Durante esse protesto.
02:47Perfeitamente.
02:47Então seria justo a invasão.
02:48Gostaria de ouvir, meu querido Rodolfo Maris, pode invadir se é sede e não tem
02:54caixa 24 horas?
02:56Qual a sua avaliação?
02:58Então, invadir um local que é privado, se colocar ali com cartazes, o que fazer com
03:05esse pessoal?
03:06Jogar uma carteira de trabalho para todo mundo sair correndo?
03:08Eu gostaria de ouvir a sua opinião.
03:10Provavelmente, Capês, é nítido que essas pessoas não sabem o que elas estão fazendo
03:15ali.
03:15Elas foram induzidas a estar fazendo isso.
03:18Até porque as placas ali, eu quero muito acreditar que tenham sido escritas por elas,
03:22mas não foram.
03:23E olha só o que diz o artigo 42 do Decreto de Lei nº 3.688.
03:30Oito, perturbar alguém no trabalho ou sossego alheio.
03:33Dois, com glitaria ou algazarra, exercendo profissão de incômodo ou ruidosa, em desacordo
03:40com as prescrições legais, abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, provocando ou não,
03:47procuração, impedir barulho, produzindo por barulhos ou coisas alheias.
03:52Ou seja, pena de 15 dias a 3 meses.
03:55Todas essas pessoas que entraram aí e perturbaram o trabalho alheio, deveriam parar na delegacia
03:59e, junto com essas pessoas, os seus mandantes.
04:02Quem são essas pessoas que estão proporcionando para essas pessoas aí cerca de 50, 100 pessoas
04:08no máximo, está perturbando o trabalho alheio na sede do Banco Itaú?
04:11É uma barbárie, já que lá no 8 de janeiro as pessoas invadiram o local e estão pagando
04:16por isso.
04:17Por que que pau que bate em Chico não pode bater em Francisco devido às suas proporções?
04:22Muito bem.
04:22Você leu o artigo 42 da Lei das Contravenções Penais, que prevê a contravenção de perturbação
04:28do sossego alheio.
04:30Portanto, de competência do Juizado Especiais Criminais, conduz as pessoas diretamente à
04:36sede do Juizado, na Barra Funda, e já fica com uma peninha de prestação de serviços à
04:40comunidade.
04:41Pelo menos é algum trabalho.
04:42Meu querido João Belutti.
04:44Olha, Capes, o sistema tributário brasileiro é extremamente injusto, isso é evidente.
04:49O mais pobre acaba pagando mais, isso está evidente.
04:52Agora, as soluções apontadas é que são divergentes.
04:54Sempre se concentra nessa questão do super rico, como se fosse a solução de todos os
04:59grandes problemas do Brasil.
05:01Tanto assim, não é que se o governo questionado apresentar um grande plano de resolver todos
05:06os problemas da pobreza no Brasil com essa taxação dos super ricos, não terá o plano.
05:10E se o tiver, vai arcar com as consequências?
05:12Porque os tomadores de decisão na política tomam as péssimas decisões e não arcam
05:16com as consequências na sua pessoa física.
05:19Então, eles vão tomar essa decisão.
05:20Ó, vamos taxar os super ricos, une a população, uma manifestação bastante pequena.
05:25Se a do Bolsonaro, sei lá, tinha 10, 12 mil flopou, essa daí eu não sei o que é,
05:29que não chegava nem a mil.
05:31Mas eles têm o direito de ir lá, pelas imagens, não quebraram nada, não bateram em ninguém.
05:35Então, o lobby do prédio ali, de um super prédio, salvo o melhor juiz na Faria Lima,
05:38então, em tese, estão ali protestando.
05:40A causa não me parece legítima, até essa questão dos próprios, ali era o MTST,
05:45que é o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.
05:47E esses movimentos acabam gerando os donos de causas, como o Boulos acaba sendo um dono de causa.
05:52Se a gente propor uma política pública, vamos dar tanto de dinheiro para cada um que não tem moradia no Brasil,
05:56tem interesse em donos de causa como o Boulos?
05:59Não, porque ele perde a sua relevância política.
06:01Então, não há interesse real em resolver e sim instrumentalizar essas pessoas.
06:06E todo super rico, ele tem estrutura em termos globais.
06:09Se vai taxar um super rico, é que ele muda a sua estrutura tributária, enfim, seu domicílio para outro país.
06:13Isso a gente já teve outros exemplos no mundo afora que isso aconteceu.
06:16Eles têm toda essa estrutura, uma estrutura jurídica, contábil, que o permite se proteger disso.
06:21O que deve ser tributado menos são consumo e renda das pessoas.
06:26Tributo sobre a renda.
06:27Você trabalha, ganha um valor, você tem que pagar o governo que não trabalhou, você que trabalhou.
06:30Então, o imposto é injusto por si só.
06:33E que essas pessoas, como o caso do governo Lula agora, que querem acabar com a pobreza, enfim, apresentem a conta.
06:39O Elon Musk chegou a falar isso uma vez.
06:40Falaram que os bilhões dele e demais alguns resolveriam todos os problemas do mundo.
06:44E foi o que ele falou.
06:44Me apresente a conta os dados e se eu der o dinheiro e der errado, você arca com as consequências.
06:49Porque é isso, todo mundo joga números, com um trilhão resolve.
06:51Aqui vai arrecadar 100 bilhões.
06:52Mas como que vai operacionalizar esse dinheiro?
06:54Porque todo o dinheiro que depois entra no caixa do governo vai para aquele saco sem fundo dos impostos,
07:00mais de 80, 90% do orçamento carimbado, sem margem de manobra.
07:05Então, isso é mais uma questão política.
07:07E, evidente, o que eu acho lamentável é que muita gente da população concorda com isso,
07:11porque vem sofrendo, assim, uma espécie de orientação político-ideológica
07:16nesse sentido de culpar os super-ricos quando o trilionário do Brasil é o governo federal.
07:20Leandro Ferreira.
07:23Sobre a manifestação em si, eu acho que os meus colegas já acrescentaram pontos importantes
07:30que precisam ser debatidos.
07:32Claramente, não teve aí uma depredação de patrimônio.
07:35Eu só queria adicionar que, ao que consta aí nos informes do movimento,
07:39esse é o prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil.
07:44E, por isso, não conheço, não frequento.
07:47Então, eu não sei, eu entendi que seja a razão de se ter escolhido esse alvo
07:58como o local da manifestação e não propriamente ser o caixa da velhinha
08:05que vai botar o seu dinheiro lá no Itaú, que também não é o caso,
08:08porque ela é atendida ou não tem?
08:12Não, não tem nenhum.
08:14Mas, enfim, o metro quadrado é o mais caro.
08:16O metro quadrado mais caro do Brasil no Itaú.
08:18O metro quadrado mais caro do Brasil.
08:19E, consequentemente, onde tem ali a maior reunião de riqueza em imóveis.
08:27Então, eu acho que tudo bem, não quebrou, não infringiu regras de agressão física,
08:34o que parece, mas eu entendo que isso faz parte de um movimento que é maior.
08:39Como disse aqui o Paulo Loyola, existem elementos que unificam a sociedade brasileira.
08:46Por exemplo, nós precisamos de mais saúde e educação.
08:50Tem alguém aqui que discorda?
08:51Acho que não.
08:53Nós precisamos de cuidar do meio ambiente.
08:56Tem alguém que discorda?
08:57Acredito que não.
08:59Nós precisamos de maior produção de alimentos.
09:02Provavelmente, ninguém discorda.
09:04Acontece que tudo isso custa dinheiro.
09:06E, ao termos um movimento que reivindica as condições para que tudo isso seja implementado
09:12como direito de cidadania de todas as pessoas, eu entendo que é justo e que bom que a gente
09:19tem cada vez mais manifestações como essas, seja nas redes sociais, seja por meio da manifestação
09:26de rua, das intervenções como essa que foram pacíficas.
09:31Para só acrescentar um ponto a mais naquilo que colocou o Belut sobre a ineficiência dos gastos,
09:37é por isso que eu entendo e nas minhas pesquisas tenho encontrado aquilo que é uma orientação
09:45de muitos desses movimentos e partidos, que taxar os super ricos poderia gerar recursos suficientes
09:52não só para superar a pobreza, ter melhores políticas públicas de saúde, educação, habitação, trabalho, segurança,
09:59mas também gerar as condições para que a gente pague a todas as pessoas um benefício na forma de uma
10:05renda básica universal e incondicional, como um direito também da cidadania.
10:11E aí, Belut, a pessoa escolhe aquilo que ela precisa atacar como problema.
10:16É como se fosse um Bolsa Família, mas para todas as pessoas do Brasil,
10:20que eu entendo que é algo que tem que ser um objetivo de todos nós.
10:22Muito bem. Quem gostou dessa fala do Leandro foi o pessoal lá do Balneário de Camboriú,
10:27quando ele falou que o metro quadrado mais caro do Brasil, que eu não sei se é esse aqui,
10:32também, às vezes sai na mídia e a gente não tem certeza.
10:34Os outros ficaram livres de serem invadidos, pelo menos, né? Foi uma boa notícia.
10:38Mas eu queria ouvir agora, meu, que o Rodolfo Maris pediu a palavra.
10:42Se você citar algum dos debatedores aqui, eu sou obrigado a dar a palavra pelas regras do debate.
10:47Então, o senhor, por favor, se quiser citar, cite, mas eu vou ter que chamar o citado.
10:52Mas o senhor queria...
10:53É, eu quero começar pela frase, pela última frase do Leandro, que eu achei sensacional.
10:57Ele falou o seguinte, o povo escolhe, o povo escolhe qual frente ela quer atacar.
11:02Agora eu peço, por favor, para a nossa produção colocar as imagens de novo desses manifestantes.
11:07Reparem numa coisa só. Reparem na foto, Leandro, por favor, olha para a tela ali,
11:10você e o Paulo Loyola, que estão no celular agora, não prestando atenção.
11:13Ela fala, olha lá, tem um ônibus verde parado ali, e nitidamente a gente vê, se a imagem for congelada,
11:18as pessoas descendo do ônibus e saindo correndo, correndo para isso.
11:23Será que essas pessoas sabem de verdade pelo qual motivo elas estão fazendo essa manifestação?
11:28Ou elas foram induzidas a isso?
11:30Será que as pessoas, elas têm condições?
11:31Essas pessoas que estão aí, provavelmente desempregadas,
11:34será que elas estão ganhando alguma coisa para estar fazendo essa manifestação
11:38que elas nem sabem o que estão fazendo ali?
11:41Elas nem sabem o que elas estão fazendo ali.
11:43Se esse povo que está aí, do MTST, estivessem preocupados mesmo com a nossa economia,
11:52haveria uma manifestação de domingo na Avenida Paulista ou em qualquer outro lugar
11:56sobre o nosso salário mínimo, que é muito precário, principalmente sobre as emendas parlamentares.
12:01Sabe por que essas pessoas não fazem protestos contra as emendas parlamentares?
12:05Porque provavelmente o cérebro por trás desses manifestantes se beneficia disso.
12:10E aí pega essas pessoas pobres, carentes e fazem de fantoche.
12:15E vão lá num prédio que, teoricamente, é o prédio onde está instalado o metro quadrado
12:20mais caro de São Paulo, segundo a informação aqui do nosso Crefisa aqui.
12:24Como é que é o nome daquele negócio do Cre...
12:26De... A galera que vê...
12:28Hã?
12:28Cresce, não é?
12:29Cresce.
12:29Cresce.
12:29Do Cresce Imobiliário.
12:31Já fez propaganda da galera aí.
12:32É, foi sem querer.
12:33Me perdoa por isso.
12:34Espero que eu não seja punido.
12:35Do Cresce aqui, do Leandro Ferreira, que conhece São Paulo e sabe onde fica o metro
12:40mais caro do mundo, inclusive.
12:41Olha só, essas pessoas estão se manifestando, mas elas nem sabem quais são as causas, de
12:46verdade.
12:47Não pode ser um fantoche.
12:48Quer falar coisa séria?
12:49Vamos lá.
12:50É o IOF que foi derrubado por um veto de 383 votos a favor e 93 contra.
12:57Será que essas pessoas que estão lá, que vetaram esse decreto presidencial, elas não
13:01sabem o que estão fazendo?
13:02E isso não passa de uma estratégia, de uma estratégia por parte do governo.
13:08Porque agora acionou o judiciário, fez o que manda a cartilha, porque é lícito, é
13:13constitucional e agora aciona o povo.
13:16Agora nós acionamos o judiciário e vamos acionar o povo.
13:19Qual é o próximo passo do governo tentando colocar o IOF a goela abaixo?
13:24O que será, Capês?
13:25Muito bem.
13:26Eu só espero que esse critério aí de invadir o que é o metro quadrado mais caro do Brasil
13:30pare só nessa invasão.
13:32Porque o pessoal do Itaim, Bibi, Pinheiro, Jardins, Moema, Vila Mariana, Brooklyn, Vila
13:36Olímpia, Paraíso, Iperdiz e Bela Vista estão aqui ligando desesperado.
13:39Olha, o meu metro quadrado não é mais caro, não invada aqui não.
13:42Mas vamos dar uma girar um pouquinho?
13:44Tem uma questão da invasão e tem a questão aí da tributação.
13:49Vamos discutir um pouco essa questão da tributação?
13:52Meu querido Leandro Ferreira, o Brasil tem uma carga tributária que precisa ser aliviada
13:59ou é necessário aumentar a carga tributária?
14:03Você falava há pouco quem é contra cortar dinheiro da educação, cortar dinheiro da saúde.
14:08Mas em 2027 vai faltar dinheiro para a educação e para a saúde
14:13porque nós estamos começando a ter um déficit fiscal cada vez maior.
14:19Então, o que deve ser feito, então, para que não falte dinheiro para a saúde e para a educação
14:24e como o governo deve se portar daqui para frente, cortando despesas?
14:30Que tipo de despesas ele deve cortar?
14:32Porque ou você sobe muito a arrecadação ou você corta a despesa.
14:36Qual é a solução para que 2027 não comece com impacto econômico, como os economistas estão dizendo?
14:44Olha, Capês, vou começar pela sua primeira pergunta,
14:47que é sobre se a carga tributária precisa ser aumentada, diminuída, aliviada.
14:50E, na verdade, ela precisa ser redistribuída para começo de conversa.
14:56Então, o que nós precisamos é que quem tem mais recursos
15:01passe a pagar mais dessa carga tributária que já existe,
15:07que é um princípio de todo bom sistema tributário no mundo, em qualquer lugar.
15:12As pessoas têm que prezar pela proporcionalidade, pela progressividade da carga tributária.
15:18Qualquer sistema, isso inclusive os Estados Unidos, inclusive os países mais liberais,
15:24Japão, Inglaterra, todos esses olham para a questão da progressividade e regressividade.
15:30A carga tributária brasileira é regressiva.
15:34E, recentemente, a direita aderiu ao discurso da regressividade na questão do consumo,
15:40que é verdadeira.
15:41E, finalmente, houve um acordo ali pilotado entre o Fernando Haddad e o Arthur Lira à época
15:48para fazer a reforma tributária do consumo, que vai se transformar num único imposto
15:53que substitui alguns, inclusive o ICMS, que, de fato, é muito regressivo.
15:58Mas a carga tributária também é regressiva em relação aos seus demais componentes.
16:03Porque esse imposto de renda, que uma parte da população bastante grande paga retido
16:09na folha de pagamento, aquele famoso retido na fonte, faz com que esse cidadão pague uma
16:17maior parte da sua renda.
16:18Se você ganha R$ 5 mil, paga 20% disso em imposto.
16:23O cidadão que ganha R$ 1 milhão paga 4%.
16:27Ou seja, ele paga muito menos proporcionalmente, porque o dele não tem o retido na fonte.
16:32O dele vem de um monte de investimentos financeiros que são remunerados pelos bancos
16:38que não pagam imposto de renda na hora de cair da conta do cidadão.
16:42Então, passar para uma carga mais progressiva, independentemente de ela aumentar ou diminuir,
16:48é muito importante.
16:49O segundo ponto, Capês, para não me estender muito e poder ouvir aqui, inclusive,
16:54as críticas dos meus colegas, é que a gente precisa de uma carga tributária
16:59que não tenha tantos gastos que, tecnicamente, levam o nome de gasto tributário.
17:06Ou seja, aquele gasto que o governo faz para fazer com que alguém não pague imposto,
17:11que é a famosa isenção, benefício creditício e assim por diante.
17:15Hoje, o Brasil gasta R$ 800 bilhões de reais, dando esse tipo de incentivo,
17:21majoritariamente para os mais ricos, enquanto que gasta R$ 160 bilhões
17:26para pagar, por exemplo, o Bolsa Família, que é a política de enfrentamento à pobreza
17:30mais bem-sucedida do mundo na história das políticas públicas.
17:34Então, a gente precisa reduzir gastos tributários e aumentar gastos em políticas sociais,
17:41compensando uma coisa e outra, corrigindo essas distorções
17:44e dando maior progressividade à carga tributária.
17:47Não precisa aumentar a carga, precisa redistribuir e fazer com que quem tem mais, pague mais.
17:53Meu querido Paulo Loyola, houve uma época em que o Brasil tinha 180 milhões de técnicos de futebol,
18:01ou melhor, 100 milhões de técnicos de futebol.
18:03Vamos lá, em 1974, mais ou menos, quando foi começar a Copa do Mundo.
18:07100 milhões de corações ligados de uma só vez, é mais uma emoção.
18:14Brasil na Alemanha, tetracampeão.
18:16Hoje, o Brasil tem 213 milhões de habitantes e não são 213 milhões de técnicos de futebol mais.
18:22São 213 milhões de economistas.
18:25Então, eu queria... Vocês estão aqui, nem todos são economistas.
18:28Nós temos aqui um brilhante professor de economia, meu amigo Leandro Ferreira.
18:32Temos algumas divergências, mas, tecnicamente, é um pessoal preparadíssimo.
18:37Os demais não são economistas, mas são todos vencedores em suas áreas.
18:40Cada um é um grande especialista, tem seu destaque, tem seu valor.
18:44Portanto, nós estamos preparados para discutir qualquer tema.
18:46Eu pergunto, então, a você, meu querido Paulo Loiola.
18:51O fato é fato.
18:52Nós estamos com uma dívida de mais de 11 trilhões de reais.
18:56Ela vai bater 80% do PIB.
18:58Estamos pagando quase um trilhão de reais de juros.
19:01E estamos tendo déficit fiscal.
19:02Alguma coisa precisa ser feita.
19:04Cortar despesa aonde?
19:06Ou aumentar a arrecadação tributária?
19:09Este é o debate e eu quero ouvi-lo.
19:11Quero corroborar com a fala do Leandro, economista brilhante, poderia ali concordar com 100% do que o Leandro disse.
19:22Agora, para te responder de maneira muito direta, Capês, eu acho que a gente tem, sim, elementos para fazer uma redistribuição de maneira muito justa no Brasil.
19:31Vou reforçar o ponto, não me parece fazer sentido subsídios bilionários para empresas que, repito, só vão beneficiar os mais ricos desse país.
19:44Ah, mas esse cara está gerando emprego.
19:47Esse cara está mandando dinheiro para o exterior.
19:49Esse cara, muitas vezes, está fazendo consumos completamente absurdos enquanto as pessoas estão com fome.
19:54Não há uma conexão direta deste acúmulo com a geração de emprego.
20:02Pelo contrário, o que a gente vê é que, justamente, países que têm uma distribuição de renda maior,
20:11o Leandro já citou o Gini aqui, mas está longe de ser o único economista que falou sobre isso.
20:17Na verdade, é praticamente um consenso acadêmico, tirando as loucuras que existem por aí.
20:24O que a gente vê é que uma menor desigualdade gera, por exemplo, menos violência,
20:31que uma menor desigualdade gera maior satisfação da população,
20:36que uma menor desigualdade gera um lugar melhor para se viver.
20:41É o que a gente não vê no Brasil, é o que a gente vê em países mais desenvolvidos do que o Brasil.
20:47E é nessa linha que não é só o PT, não.
20:50É um campo, repito, é um desejo popular da gente não ter mais que pagar da gente que é classe média,
20:59da gente que é classe baixa, da gente que é pobre,
21:02não ter mais que pagar pela conta de quem está passando férias em Mônaco,
21:08de quem está indo para as Maldivas.
21:09Eu não quero pagar essa conta, eu tenho certeza que você que está em casa também não quer pagar essa conta.
21:14Eu não quero ter que pagar essa conta e ainda pagar juros de dois dígitos,
21:20de três dígitos ao ano no rotativo do meu cartão de crédito.
21:24Eu não quero.
21:25E eu acho que isso é um desejo digno do povo brasileiro.
21:28Agora, a gente precisa, sim, olhar, por exemplo, para os subsídios das grandes empresas.
21:36Eu acho que a gente precisa, sim, olhar para os supersalários.
21:39Eu acho que a gente precisa, sim, olhar para o tanto de emenda parlamentar que esse país está distribuindo.
21:45E vamos lembrar, emendas e supersalários foram encaminhados pelo governo Lula ao Congresso
21:52e foram derrotados por este Congresso, que é inimigo desse país.
21:56Muito bem.
21:58Então, reforma administrativa, corte de supersalários, corte de emendas parlamentares, revisão de subsídios.
22:10Desde 2013, nos últimos 20 anos, o PT está aí governando há 17 ou 16.
22:17Então, se não tem força para coordenar o Congresso Nacional, o Poder Legislativo,
22:22então não tem força para governar.
22:23Eu queria ouvir, meu querido Rodolfo Maris, qual a sua opinião?
22:28Capês, num sentido amplo da palavra, faz até algum sentido mesmo o que eles estão falando aqui,
22:35de que ricos têm que pagar mais e pobres têm que pagar menos.
22:39Se a gente vivesse, talvez, num país de primeiro mundo, nós estamos no Brasil e estamos longe de avançar economicamente
22:45para ser comparados com esses países.
22:47Mas essas narrativas de Karl Marx, da burguesia contra o proletariado,
22:51é uma coisa meio utópica aqui no nosso país.
22:54O Leandro fala que nós estamos pagando as férias de Mônaco de outros ricos ou de outras pessoas.
22:59Cara, se eu for para a Europa com a minha família, se eu fizer uma viagem com a minha família,
23:04quem está pagando isso também é o pobre.
23:06Se eles mesmos que estão falando isso forem viajar para os Estados Unidos ou para Cuba,
23:11como o Leandro Ferreira adora ir, quem está pagando as férias do Leandro Ferreira em Cuba?
23:15Somos nós?
23:15Somos as pessoas que, o cidadão comum?
23:17É muito... Talvez, eu não sei se é justo a gente olhar por essa ótica,
23:23porque os grandes aqui no Brasil, e eu vou ser considerado rico quando você ganha até 27 mil reais,
23:2827 mil reais para cima.
23:30Super rico quando você ganha a partir de 91 mil reais para cima.
23:34Os super ricos no nosso país, por exemplo, que têm empresas, eles investem em pessoas.
23:40Ou seja, têm seus funcionários pagando tributo.
23:43E só quem tem um funcionário do CLT sabe o quanto isso custa para os cofres públicos
23:48e, principalmente, para o empresário, para o empreendedor.
23:50Então, a gente tem que olhar para uma outra ótica.
23:52Em 2020, antes da pré-pandemia de 2019, uma grande multinacional se queria vir para o Brasil,
23:59manifestou interesse, Capês, de ter a sua fábrica aqui no país.
24:02Nessa manifestação de interesse, houve ali com os advogados uma grande reunião.
24:07E eles entenderam que no país, aqui no Brasil,
24:09eles iam investir três vezes mais do que em outro lugar.
24:13E essa empresa se instalou no México,
24:15contratando até três vezes mais funcionários que estão no nosso país.
24:19Por quê?
24:19Porque aqui existe uma cultura muito errada economicamente falando.
24:23E nós estamos longe de avançar.
24:25É só você ter a base de quanto ganha o parlamentar
24:27e quanto ganha a pessoa comum com o salário mínimo aqui, que é uma miséria.
24:31Muito bem.
24:33Meu querido João Belotti.
24:34Ó, Capês, eu discordo do termo distribuição de renda.
24:38Acho que o termo correto seria geração de riquezas.
24:41Porque todo mundo é a favor de distribuir a riqueza dos demais.
24:43Pode repetir?
24:45Como é que é substituir?
24:46Gostei dessa.
24:47O distribuição de rendas pelo geração de riquezas,
24:49que faz mais sentido a economia geral e você gerar mais riquezas
24:52do que distribuir a renda dos demais.
24:54É evidente que não só no Brasil como no mundo todo
24:56houve uma chamada distribuição injusta de terras, de dinheiro.
25:00Isso é a história do mundo desde que o mundo é mundo.
25:02A gente não consegue recortar agora e falar
25:03vamos resolver todas as injustiças que foram cometidas
25:05com novas políticas públicas.
25:07Isso, infelizmente, não tem.
25:08O que tem é daqui pra frente.
25:10Como você colocou, já estamos beirando aí 16 anos
25:13do petismo, do lulismo no poder.
25:16E grandes das bandeiras levantadas pelo próprio Lula
25:19não foram feitas por conta do quê?
25:20Sendo que ele, no mandato 1 e 2, com o boom de commodities,
25:24era o super Lula que tudo resolvia,
25:26chegou a ter menos de 20% de oposição no Congresso.
25:29Por que que não aprovou todas essas pautas,
25:31sendo que ele atuava essencialmente por MP,
25:32que o Congresso depois chancelava,
25:34que depois se descobriu via mensalão,
25:35entre outros instrumentos?
25:36Por que que não aprovou?
25:37E, novamente, ele está no governo,
25:39ele forçou esse parlamento super forte,
25:43com o seu discurso bastante atacando o parlamento,
25:46que o parlamento isso, aquilo,
25:47mas o parlamento agora viu também o presidente fraco.
25:50Depende do Supremo,
25:51quando o parlamento derruba,
25:53ele recorre para o Supremo,
25:54que acaba sendo o tapetão.
25:56E na linha do que o Leandro falou,
25:58o próprio governo emite bastante título de dívida pública,
26:00então ele depois tem que remunerar quem compra,
26:03beirando aí a Selic super alta.
26:04Então, o que nós temos na prática
26:06é uma simbiose entre essas elites brasileiras
26:09que dominam todo o establishment,
26:11com muitas ideias de esquerda que acabam sendo usadas
26:13para concentrar mais ainda poder nessa gente,
26:15esse poder decisório,
26:16mas nunca arcar com a consequência das suas decisões equivocadas,
26:20que é cada influência do governo na economia,
26:22na política, tem consequências previstas e não previstas,
26:25e depois não assumem a responsabilidade
26:27pelas não previstas, Capês.
26:29Muito bem.
26:30Vamos girar de assunto.
26:32Eu só queria aqui me lembrar essa brinca.
26:33Não, Capês, o que é só...
26:34Então, já vou te dar...
26:36É muito rápido.
26:37Então, vai rapidinho, então eu vou mudar de assunto.
26:39Vou postar ali nos meus stories do Instagram
26:42o recibo de pagamento por cartão de crédito
26:45em prestações da minha viagem para Cuba
26:47para mostrar que não foi você que pagou.
26:50Bom, já vem, só para dizer que lá...
26:51Agora tem uma réplica.
26:52Não, você não vai ter réplica, você já falou.
26:53Não, não, não, não, não.
26:56O Leandro Ferreira...
26:57Desculpa, Leandro.
26:58Todo mundo entendeu, todo mundo entendeu.
26:59Ele quis dizer, é óbvio que o Leandro Ferreira
27:02é uma pessoa correta e pagou a sua viagem.
27:04O que o Rodolfo Maris disse é que ele se inspirou
27:07no argumento do Paulo Loyola
27:08de que está pagando viagem de quem está em Mônaco.
27:11Então, por esse raciocínio, metaforicamente...
27:14E, aliás, Leandro, você fez bem
27:16porque eu ia fazer essa observação
27:18porque ficou um duplo sentido
27:20que nós aqui não queremos.
27:22Muito bem.
27:22Mas, para finalizar,
27:25eu vou citar aqui Bertrand Russell,
27:27que foi um matemático e filósofo britânico.
27:29Ele dizia o seguinte...
27:31Marx fingia querer a felicidade dos pobres,
27:37mas o que ele queria era a infelicidade da burguesia.
27:42Isso que me parece um pouco essa briga dos ricos contra os pobres.
27:46Eu quero o mal dos ricos,
27:47não necessariamente o bem dos pobres.
27:49deixando claro que nenhum dos debatedores aqui sugeriu isso.

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