- anteontem
Três adolescentes foram agredidos dentro da Escola Estadual Ari Franca, em Belo Horizonte, por um homem de 41 anos que entrou na escola após ser chamado pela filha, que também participou das agressões. O ataque envolveu outros estudantes não relacionados à briga inicial. Para falar sobre o assunto, o Morning Show entrevista o psicólogo Yuri Busin.
Apresentador: André Marinho
Comentaristas: David de Tarso, Henrique Krigner, Jess Peixoto e Priscila Silveira
Entrevistado: Yuri Busin
Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/AboiYP8TOLQ
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NotíciasTranscrição
00:00E olha só, estranhamente, parece que estamos vivendo uma onda de casos, pessoal,
00:04onde pais irresponsáveis estão agredindo crianças e menores de idade.
00:09Só no último mês, repercutimos aqui três casos no Brasil,
00:12só que dessa vez, em Belo Horizonte, o pai de uma aluna entrou na escola
00:17e agrediu três estudantes junto com a filha.
00:20O que será que está acontecendo com o mundo, minha gente?
00:23Não é possível a recorrência e, realmente, a forma brutal
00:27que esses episódios estão se sucedendo, né?
00:30Ninguém melhor que já ele, que é membro do time de colunistas aqui do Morning Show,
00:35psicólogo dos bons, o Yuri Buzin se juntando a nós.
00:38Beleza, mestre, prazer em revê-lo. Obrigado pela presença.
00:40Eu que agradeço demais e, sem som de dúvida, é muito complexo.
00:44Complexo, tema espinhoso, difícil de racionalizar,
00:46mas se tem alguém que tem alguma chance de trazer alguma resposta
00:48ou, pelo menos, entender de onde é que pode estar vindo essa insanidade
00:51é o doutor Yuri Buzin, que a gente vai propor o seguinte enquadramento, tá?
00:56Afinal de contas, por que esses pais se metem tanto na briga dos filhos, né?
01:00Já é um senso comum de que, enfim, quando tem filho na história,
01:05ou pai na história, ou familiar ali do núcleo mais próximo,
01:08só pedir pra minha diretora liberar o ponto aqui, por favor,
01:11geralmente você vira bicho, né?
01:12Você vira bicho e tá tudo desculpado nesse sentido.
01:16Mas a gente tem vindo com uma frequência, assim, meio doida e indesculpável
01:19e não dá pra relativizar esse troço.
01:21Só agora sim, recepcionando nesse momento, devidamente,
01:24os ouvidos atentos de todo mundo sintonizado na rede Jovem Pan de Rádio,
01:27nosso respeitável público aí no quarto do dia a dia, no carro, no trabalho,
01:30doutor Yuri Buzin, no palco do Morning Show,
01:32nessa saga insana de pais entrando em escolas,
01:36sob pretexto de defender os seus filhos,
01:39agredindo outros alunos menores de idade, muitas vezes crianças até.
01:43Isso vem acontecendo com uma frequência assustadora no Brasil.
01:46Por que, doutor Yuri Buzin?
01:47Sem sombra de dúvida, o que a gente tá vendo ali é um retrato da sociedade atual
01:51onde há um descontrole emocional
01:53que as pessoas não controlam muito bem a própria raiva.
01:57É notório que quando mexem com nossos filhos,
01:59quando mexem com as nossas proles ali, com as crianças e tudo mais,
02:02a gente pode ter uma raiva muito intensa
02:04e querer proteger aquela nossa criança ali.
02:08Mas proteger aquela criança não é tomar o lugar dela,
02:11mas sim educá-la, ir buscar as autoridades,
02:14colocar não, conversar com os pais e mostrar um bom exemplo
02:18para que aquilo não consiga, de forma alguma,
02:21crescer ainda mais, como por exemplo esse caso,
02:24onde a gente pode ver que há todo um rebuliço em cima disso,
02:27crianças machucadas, pessoas expostas,
02:30um ato muito grandioso de vandalismo também.
02:33Não, e o começo da treta nem foi com a filha desse homem especificamente.
02:38Houve uma confusão entre dois alunos,
02:40aí foram para a direção, ela ficou irritada por conta disso,
02:44aí acionou o pai, o pai foi até a escola.
02:47Ela começou a agredir um outro aluno que também não tinha nada a ver com a história
02:51e aí virou uma confusão generalizada com o pai envolvido nisso, né?
02:55Não, e isso é uma coisa bem interessante,
02:56porque o que a gente tá vendo ali é a raiva falando.
02:59O que que a raiva fala?
03:00A raiva, ela é um sentimento que ela domina totalmente
03:03e faz com que a gente perca muitas vezes
03:05a total noção do que vai ser as consequências.
03:09Ela é um ato de proteção, obviamente,
03:11mas ele precisa ser controlado.
03:13Ele é uma pulsão muito forte,
03:15é uma das nossas emoções básicas, essenciais para a nossa vida,
03:18mas ela precisa ser controlada,
03:19senão a gente vai dar passos para trás na nossa sociedade.
03:22Como tem dado passos largos para trás na sociedade, né?
03:26Essa regressão civilizatória, a gente vê todo santo dia
03:29no mundo cão do Brasil e mundo afora também,
03:31para não ficar num complexo de vira-lata
03:33e achando que só tem problema por aqui.
03:34Muito pelo contrário.
03:36E aí, doutora Priscila Silveira?
03:37Eu fico em dúvida se é um excesso de amor
03:39ou se é um controle também, né?
03:41Ali, feito pelos pais,
03:43no sentido de controlar até mesmo
03:44o sofrimento dos filhos.
03:47E como que a gente explica isso, né?
03:48Isso é uma boa pergunta,
03:50porque o que é o excesso de amor,
03:51o que é controle, né?
03:52O controle tem muito mais a ver
03:54com a gente ter uma insegurança
03:56de terceirizar ali em certas situações
03:59e dar aos nossos filhos
04:01a oportunidade de viver frustrações.
04:04É importante que todos nós
04:05vivamos as nossas frustrações
04:07e superamos elas de alguma maneira.
04:09Os pais, eles estão lá
04:10como um grande suporte para aquilo.
04:12A resolução daquilo vai tornando
04:13com que o adolescente, a criança,
04:15muitas vezes não consiga lidar muito bem
04:17com a vida depois no futuro.
04:19O excesso de amor
04:20é quando você quer zelar por aquilo.
04:22Você quer...
04:23O amor, ele é também ou não?
04:25O amor é falar assim,
04:26olha, eu estou aqui com você,
04:28pode ir lá
04:29e a gente vai aprender
04:30a resolver aquela situação
04:31de uma maneira muito educada,
04:32de uma maneira melhor,
04:33de uma maneira mais saudável,
04:35e assim por diante,
04:35e dar todo o acesso.
04:37Então o controle, muitas vezes,
04:38tem a ver mais com a nossa insegurança
04:40do que qualquer coisa.
04:41Isso é importante, né?
04:42Olhar no próprio espelho,
04:43fazer essa autoanálise
04:44e pode perceber que talvez
04:45a raiz do problema
04:46esteja dentro de nós mesmos
04:47ou o pessoal que está partindo
04:49para as vias de fato
04:49nesse nível tão indesculpável
04:52como a gente tem visto, né, Jess?
04:53É, e eu acho que aqui tem
04:54uma situação da própria agressão, né?
04:56Exato.
04:56A jovem, a filha nesse caso,
04:59a pessoa claramente também
05:01foi agressiva,
05:02que também está
05:03numa situação complicada, assim,
05:04de se defender,
05:06e ao mesmo tempo
05:07a parcela da criação, né?
05:09Que é aonde ela aprendeu
05:11a ser desse jeito,
05:12aonde ela está passando isso,
05:14e existe muitas vezes
05:15uma ideia na sociedade
05:16que a escola,
05:17ela tem que corrigir
05:18determinados problemas
05:19que vêm de casa.
05:21Ela pode contribuir,
05:22ela pode ajudar,
05:23mas eu sou uma cética
05:24em relação a isso, doutor,
05:25porque eu acho que
05:26a realidade é que
05:28essa criação,
05:29a forma como você vai
05:30sujeitar o seu filho
05:32a esse controle,
05:34a essa visão,
05:35a como reagir
05:35numa situação,
05:36é uma coisa que
05:37com os pais,
05:38com a família,
05:39você passa ali
05:4012 horas do seu dia,
05:41você passa um tempo
05:41muito maior.
05:42Então, assim,
05:43existe um reflexo,
05:45um espelho
05:45do pai com a filha
05:47nessa situação
05:47que é inegável
05:48e claramente
05:49uma imaturidade
05:50que nós estamos vendo
05:51somada numa sociedade
05:52que dá vazão
05:54para a raiva
05:54sem pensar, né?
05:55Você não pensa,
05:56você age no ímpeto.
05:57A que você atribui isso?
05:59Porque parece que a gente
06:00está tendo uma desvolução mesmo.
06:01Antes a gente
06:01estava sendo mais controlado
06:03em relação a esses incentivos
06:04quase animalescos
06:05e agora ficou,
06:07está ficando normalizado
06:08ser um maluco
06:10na sociedade.
06:10Eu acho que a gente
06:12realmente está vendo
06:13cada vez mais isso
06:14e eu acho que você
06:15tocou num ponto
06:15bem importante
06:16que é colocar
06:17a responsabilidade
06:19da educação
06:20como um todo
06:20na escola.
06:22Esse ponto
06:22não é essencialmente
06:24da escola.
06:24A escola, ela ajuda,
06:25a escola incentiva,
06:27a escola vai dar
06:27todo o acesso cognitivo
06:29também à matemática,
06:30física, química,
06:31entre outros,
06:32à socialização
06:33e assim por diante,
06:33mas a escola
06:34não é responsável
06:35por toda a educação
06:37de qualquer criança.
06:38Os pais,
06:39como um todo,
06:39também têm uma responsabilidade
06:41enorme
06:42e que está
06:44até muito maior
06:45do que a escola
06:46para a educação
06:48social mesmo
06:50das crianças.
06:50O que é educação?
06:51É quando muitas vezes
06:52a gente está lá
06:53quando o nosso filho
06:54é pequenininho
06:54que a gente fala
06:55para ele assim
06:55olha, dá bom dia,
06:57divide com um amiguinho.
06:59Quando entra alguém
06:59no elevador ali
07:00e a criança está
07:01com um pacotinho
07:02de balinha
07:02a gente fala assim
07:03oferta para o amiguinho.
07:04O que a gente está
07:04ensinando ali?
07:05Que existe um outro,
07:06que existe um respeito,
07:07que existe uma educação.
07:08A escola em si
07:10ela vai reforçar
07:11esses conceitos,
07:12mas ela não pode
07:13de forma alguma
07:14resolver
07:15todas as nuances
07:17da criança
07:18e dar conta
07:19de tudo o emocional dela.
07:21É importante
07:21que os pais,
07:22familiares
07:23e responsáveis
07:25ali pela criança
07:25consigam fazer
07:26esse processo.
07:27Doutora Priscila Silveira
07:28quero que você
07:30contribua aqui também,
07:31por favor.
07:31Sim,
07:31eu quero só aqui dizer
07:32que a escola
07:33realmente,
07:33a educação
07:34a gente faz em casa,
07:35isso é questão conhecida.
07:38e a escola
07:39eu acho que ela
07:39é realmente importante
07:40porque às vezes
07:41eu preciso,
07:42na minha opinião,
07:43a escola
07:44às vezes a gente
07:45não sabe o que acontece
07:46dentro de uma questão
07:47social da criança.
07:48Então,
07:49às vezes a gente ensina
07:50de um jeito,
07:51na nossa casa,
07:52com educação,
07:53com gentileza,
07:54né Yuri?
07:55E aí chega na escola
07:56para as crianças
07:57se defenderem,
07:58para elas serem aceitas
07:59socialmente,
08:01elas acabam
08:02por eventualmente
08:03terem condutas
08:04que dentro de casa,
08:05não estou tirando
08:05a responsabilidade dos pais,
08:06não estou falando isso.
08:07e também não estou dizendo
08:08que a escola
08:09ela é responsável
08:10porque eu acho que não é.
08:11A escola tem que ensinar
08:12e trazer
08:13um mínimo convivência,
08:15uma mínima convivência
08:16entre os coleguinhas.
08:18Mas às vezes
08:19a escola também é importante
08:20porque eu já vi cenários
08:22onde uma criança
08:23ela era de um jeito
08:24dentro de casa
08:25e ao conviver socialmente
08:27fora,
08:27né,
08:28da questão familiar,
08:29ela se rebelava
08:31como uma forma
08:32de se impor
08:33para poder conviver
08:34socialmente.
08:35então a escola
08:36ela precisa também
08:37fazer uma ponte
08:37com a família
08:38na minha opinião
08:39e eventualmente
08:40identificar dessas situações
08:42de diferença
08:43entre o jeito
08:45que a criança
08:45é em casa
08:46e na escola
08:47falar com a família
08:48para que a família
08:49possa.
08:49Agora,
08:50você colocou aqui
08:50uma coisa importantíssima,
08:52o não
08:52também é amor
08:53porque muitos pais,
08:55eu não estou aqui criticando,
08:56eu tenho meu filho,
08:56enfim,
08:56outro dia até o David
08:57estava,
08:58colocou na rede social
08:59dele aqui
09:00brigando,
09:00colocando uma imposição,
09:02explicando para o filho
09:02dele,
09:03uma questão
09:04e eu fui lá escrever
09:04e falei,
09:05tadinho,
09:06e ele falou,
09:06não,
09:07eu estou ensinando-o
09:08a fazer tal coisa
09:09e o não
09:10você não vai perder,
09:11né,
09:11foi uma situação
09:12no futebol
09:13e a gente acabou,
09:14a gente venceu
09:15três partidas,
09:16ele jogando com
09:16meninos maiores
09:18e aí a gente venceu
09:19três,
09:19eu estava jogando
09:20e ele acabou
09:21perdendo uma
09:22e quando ele saiu,
09:22saiu chorando,
09:23que não queria sair
09:24porque quem perde
09:25sai,
09:25não é brincadeira,
09:26então é difícil,
09:27né,
09:27você lidar com
09:28toda essa situação
09:29e eu fico pensando assim,
09:31qual que é o melhor jeito
09:32para você lidar
09:33com uma diversidade dessa?
09:33Porque quando um filho
09:34bate ou faz qualquer coisa,
09:37aliás,
09:37quando a gente
09:38tem essa notícia
09:39de que o filho
09:39foi agredido,
09:40realmente dá uma revolta,
09:42a Priscila também é mãe,
09:43então assim,
09:43é muito difícil.
09:45Eu ouvia da minha mãe assim,
09:46você pode até brigar,
09:47mas se você brigar
09:48e apanhar,
09:48você apanha duas vezes.
09:50Não é a melhor recomendação,
09:51eu acho, né?
09:51De forma alguma,
09:52não é a melhor recomendação.
09:53Eu que só sei debater,
09:55não sei brigar,
09:56eu não sou
09:56que eu não me garanto,
09:57não.
09:58Tem minhas dúvidas,
09:59eu acho que é a humildade
10:00da sua parte.
10:01Não gostaria disso.
10:02Mas a gente vem muito
10:03dessa criação
10:04de tomar um tapa,
10:05dar um tapa.
10:07Olho por olho,
10:08dente por dente.
10:09Até certo ponto,
10:11a gente entende
10:11esse conceito,
10:12mas hoje,
10:13na atualidade,
10:14a gente já tem
10:14muito mais amparo
10:16emocional,
10:17social,
10:18de contato
10:19e educação,
10:19por exemplo,
10:20educação positiva,
10:21aonde você vai ter
10:22muito mais estímulo a isso.
10:24Então tem milhões
10:25de teorias muito interessantes
10:26para dar conta
10:27desse processo.
10:29Quando a gente fala
10:29da integração multidisciplinar
10:31entre escola,
10:33pais,
10:34educadores,
10:35no geral,
10:35responsáveis,
10:36isso vai ajudar
10:36cada vez mais
10:37a criança
10:37a ter base sólida,
10:40emocional,
10:41para lidar
10:41com as frustrações,
10:42como por exemplo,
10:43perdendo futebol
10:43e ter que sair.
10:44Porque é importante
10:45para a vida,
10:45na vida a gente não
10:46vai ganhar todas as vezes.
10:48A gente tem que aprender
10:49o não.
10:50E esse não,
10:51por exemplo,
10:51é o que a lei
10:52representa para a gente.
10:54O que a lei representa?
10:55Basicamente é o freio.
10:56Eu não tenho
10:57alguma coisa,
10:58tem uma lei
10:58que freia aquilo ali.
10:59Aqui no Brasil
11:00parece que estão
11:01debochando disso
11:02por completo
11:02há muito tempo, né?
11:03Jessica Schultz.
11:04Conta uma história rápida
11:04até do lado
11:05de uma advogada.
11:06Meu pai,
11:06ele é advogado
11:07e desde cedo
11:07eu aprendi em casa
11:08que a resposta
11:10ela vem muito
11:10de uma estratégia.
11:12Quando eu era,
11:12eu tinha uns 12 anos,
11:14uma colega minha
11:15apanhou,
11:16a Mariana apanhou
11:16da Rubiane
11:17saindo do vôlei.
11:18E aí a Mariana
11:20ficou muito sentida
11:21e ela já combinou,
11:22e o professor separou
11:23e ela,
11:23vamos bater nela amanhã.
11:25Falei,
11:25olha,
11:25eu tenho uma ideia melhor.
11:26Aí eu pensei,
11:28nós fomos à casa,
11:30saímos de lá
11:31e fomos à casa
11:31da Rubiane
11:32e contamos várias coisas
11:34que a Rubiane
11:34fazia errado
11:35para o pai dela
11:36e para a mãe dela
11:36e ainda contamos
11:37da situação ali
11:39da agressão.
11:40Isso fez com que
11:41os pais ficassem
11:42esperando ela chegar em casa,
11:43fizessem uma desculpa
11:44dela ali,
11:45levassem ela na escola
11:46no outro dia
11:46para pedir desculpa
11:47para todo mundo
11:48e ela ficou humilhadíssima,
11:50ela ficou super constrangida
11:51e foi muito melhor
11:52do que seria uma briga ali.
11:54Isso vem muito
11:55da postura do meu pai
11:56como advogado.
11:57Então eu acho que
11:57os pais,
11:58eles podem não notar,
11:59mas eles inspiram bastante
12:01a forma como os filhos
12:02vão suportar na pressão.
12:04Jess Peixoto
12:05para a chanceler
12:06do Itamaraty.
12:07E a partir daí
12:08houve a delação premiada
12:10instituída no Brasil.
12:13Totalmente.
12:14Mas foi pelo exemplo.
12:15É pelo exemplo
12:16que a gente aprende muito.
12:18Isso é mágico
12:19quando a gente começa
12:19a pensar
12:20que a nossa maior influência
12:21nos nossos filhos
12:22somos nós mesmos,
12:24que a gente não precisa
12:24essencialmente falar
12:25o tempo todo,
12:26mas é a nossa postura,
12:27o nosso comportamento.
12:28é a nossa forma
12:29de agir com as outras pessoas.
12:31Isso a gente está
12:32ensinando o tempo todo.
12:33A criança é uma grande esponja.
12:35Ela é uma grande esponja.
12:36Ela não tem cognitivo
12:37para saber
12:37isso aqui é certo
12:38ou isso aqui é errado.
12:39Ela não vai fazer isso.
12:40Ela vai reproduzir comportamentos
12:42e encontrar maneiras
12:43de satisfazer a si mesma.
12:45É isso que ela vai fazer
12:46quando ela é bem pequenininha.
12:47Ela não tem a noção
12:48que existe o outro
12:49ao redor dela.
12:50Então ela vai tentar
12:51o máximo possível
12:52satisfazer a ela.
12:53Por isso que a criança
12:53vai fazer birra,
12:54por isso que a criança
12:55vai chorar,
12:55por isso que a criança
12:56vai pedir.
12:57Ela vai fazer todo
12:58esse processo natural
12:59porque ela tem que
13:00se agradar.
13:01Ela ainda não tem noção
13:02que existe
13:03um mundo ao redor dela.
13:05Para ela,
13:05a vida ainda é
13:06sobre ela.
13:07e aí a partir
13:08desses nãos,
13:09a partir dessas situações,
13:10a partir dos limites,
13:11que ela vai começar
13:12a entender
13:13que existe o outro.
13:15As barras mais...
13:16David,
13:17digita,
13:17complementa.
13:18Não, é porque é difícil, né?
13:19Eu tenho 36 anos
13:20e eu tinha a concepção
13:22de quando o meu pai
13:23era vivo,
13:23minha mãe é viva até hoje,
13:25mas quando eu era
13:26moleque, assim,
13:28eu tinha a opinião,
13:28eu falava assim,
13:29nossa, meu pai,
13:29minha mãe sabe exatamente
13:30tudo o que estão fazendo
13:31e hoje eu sou pai
13:32e eu vejo que eu não sei
13:33absolutamente tudo
13:34o que eu estou fazendo.
13:35Não é linda não.
13:36E aí, de que forma
13:37que você pode ser
13:38o adulto da história,
13:39nessas situações?
13:40E é aí que eu acho
13:41que esse é o gancho perfeito, né?
13:42Onde estão os adultos na sala?
13:44Eu sou da época
13:44onde os adultos
13:45entravam para ali
13:46tirar qualquer
13:49arranca-rabo
13:50entre os adolescentes.
13:51Agora,
13:52esse marmanjo
13:53de 41 anos na cara
13:54entrar para agredir
13:55adolescentes,
13:56é inaceitável
13:57o que aconteceu
13:58em Minas Gerais.
13:59O mundo está
13:59absolutamente enlouquecendo
14:00para tentar normalizar
14:01um troço desse.
14:02Então, fica um recado
14:03aqui para o pai,
14:04porque eu entendo
14:05até o limite
14:06de que, pô, é difícil.
14:07Pai vira bicho,
14:08filho vira bicho
14:08para defender pai,
14:09vice-versa.
14:10E o sangue ferve mesmo,
14:12mas não é possível
14:14que isso está acontecendo
14:15nessa frequência toda.
14:16Doutor Yuri,
14:17sua reflexão final aqui?
14:19Eu acho que a minha
14:19reflexão final é
14:21que a gente...
14:21Eu vou ter que te interromper
14:22aqui pelo andar da hora.
14:23Me perdoa,
14:23a gente vai ouvir.
14:24Só para quem nos ouviu
14:25pela rede Jovem Pan de rádio,
14:26a gente vai se despedindo
14:27por aqui.
14:28Morning Show
14:28vai recebendo o seu ponto final
14:30e amanhã, às 10,
14:31estamos de volta.
14:31Tchau!
14:32Em frente aqui,
14:33nas multiplataformas
14:34da Jovem Pan Turbo,
14:35nos assistindo aqui ao vivasso.
14:36Doutor Yuri, agora sim.
14:37Perdão.
14:38Eu acho que a principal reflexão
14:39é que nós temos que aprender
14:41a conviver com as nossas frustrações
14:43e controlar as nossas emoções.
14:46Para isso,
14:46isso é um retrato muito grandioso
14:48de um descontrole ali
14:49que a gente pode compreender,
14:51mas não apoiar.
14:53A gente tem que dar
14:53o exemplo ali
14:54para os nossos filhos,
14:55a gente tem que dar o exemplo
14:56para outros adolescentes,
14:58a gente tem que dar o exemplo
14:59para a sociedade.
15:00A partir do momento
15:01que nós não conseguimos
15:02nos controlar,
15:03como que eu vou querer
15:04que o outro se controle?
15:06A gente tem que partir
15:07do princípio
15:07do que é controlável.
15:09Sempre o eu
15:09e nunca o outro.
15:11Então, a partir desse momento,
15:12eu tenho que dar o exemplo
15:13para o mundo.
15:14Ter mais empatia
15:14e segurança
15:15naquilo que eu desejo.
15:16E a vida adulta,
15:18eu acho que cada vez mais
15:18é dar exemplos,
15:19ser exemplo na medida do possível.
15:21Então, a gente ouve tanto
15:22durante a vida.
15:23Tirem as crianças da sala.
15:25Acho que o nosso coro aqui,
15:26todo mundo junto,
15:27é coloquem os adultos
15:28de verdade na sala
15:29para ontem,
15:30pelo amor de Deus.
15:3111 horas e 56 minutos.
15:32Mais algum comentário
15:33aqui antes da gente
15:33seguir adiante,
15:34doutora Priscila Silveira?
15:35Até para a parte legal,
15:36porque ele tem que ser
15:37punido aí duramente.
15:38Só dá um fecho aqui
15:39para a gente saber
15:40como é que pode acabar
15:41esse cidadão.
15:42Eu estava falando
15:43que eu briguei
15:44aqui com o David,
15:45mas eu também,
15:46minha filha,
15:46eu nunca precisei
15:47partir para agressão física,
15:49eu sou uma pessoa brava,
15:50eu acho que ela tem que saber
15:51o que é ou não,
15:52mas só para vocês saberem
15:53o seguinte,
15:53quando ela era pequena,
15:54ela batia o pé,
15:55eu falava,
15:55eu te arrebento,
15:56isso é ameaça,
15:57é crime,
15:57não faz isso.
15:58Nunca encostei a mão nela,
16:00mas olha como a criança
16:01sabe rapidamente.
16:02Eu falava não,
16:03e ela ia para me enfrentar
16:04para mostrar a força dela.
16:05Aí um dia eu falei,
16:05você não sabe o que é não,
16:06então come sabão,
16:07ela não.
16:08Então a criança sabe,
16:09Marinho,
16:10também exatamente
16:11onde ela consegue
16:13nos vencer.
16:15Então a mãe,
16:15quando ela fala não,
16:17ela também ama.
16:17É isso que eu quero dizer
16:18para todo mundo,
16:19falar sim nem sempre
16:20é um ato de amor.
16:21É, meus amigos.
16:24Bom, como é que você falou,
16:25então eu vou te arrebentar
16:26fazer um segundo.
16:27Não, não, não.
16:27Já prescreveu.
16:29Já prescreveu.
16:30Já prescreveu e muito?
16:31Não, ela bateu o pé para mim.
16:32Show.
16:32Eu vou ter que seguir.