- hoje
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse na segunda-feira, 19, que o debate sobre
o início de cortes nos juros não está no radar da autarquia a curto prazo. Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano.
Galípolo, que foi indicado à presidência do BC por Lula, afirmou o seguinte em evento em ontem:
“A gente não está perto dessa discussão, isso não é um tema que está passando nos debates do Comitê de Política Monetária.
A gente realmente precisa permanecer com uma taxa de juros em patamar bastante restritivo por um período bastante prolongado.”
Felipe Moura Brasil, Bruno Musa, Luiz Gaziri e Ricardo Kertzman comentam:
🎙️ Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.
Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.
🕕 Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.
Não perca nenhum episódio! Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber as notificações.
#PapoAntagonista
Não espere mais, assine agora e garanta 2 anos com 30% OFF - últimos dias.
2 anos de assinatura do combo O Antagonista e Crusoé com um super desconto de 30% adicional* utilizando o voucher 10A-PROMO30 Use o cupom 10A-PROMO30 e assine agora:
papo-antagonista (https://bit.ly/promo-2anos-papo)
(*) desconto de 30% aplicado sobre os valores promocionais vigentes do Combo anual | Promoções não cumulativas com outras campanhas vigentes. | **Promoção válida só até o dia 31/05
o início de cortes nos juros não está no radar da autarquia a curto prazo. Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano.
Galípolo, que foi indicado à presidência do BC por Lula, afirmou o seguinte em evento em ontem:
“A gente não está perto dessa discussão, isso não é um tema que está passando nos debates do Comitê de Política Monetária.
A gente realmente precisa permanecer com uma taxa de juros em patamar bastante restritivo por um período bastante prolongado.”
Felipe Moura Brasil, Bruno Musa, Luiz Gaziri e Ricardo Kertzman comentam:
🎙️ Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.
Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.
🕕 Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.
Não perca nenhum episódio! Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber as notificações.
#PapoAntagonista
Não espere mais, assine agora e garanta 2 anos com 30% OFF - últimos dias.
2 anos de assinatura do combo O Antagonista e Crusoé com um super desconto de 30% adicional* utilizando o voucher 10A-PROMO30 Use o cupom 10A-PROMO30 e assine agora:
papo-antagonista (https://bit.ly/promo-2anos-papo)
(*) desconto de 30% aplicado sobre os valores promocionais vigentes do Combo anual | Promoções não cumulativas com outras campanhas vigentes. | **Promoção válida só até o dia 31/05
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00E o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 19, que o debate sobre o início de cortes nos juros não está no radar da autarquia a curto prazo.
00:09Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano. Galípolo, que foi indicado à presidência do BC por Lula, afirmou o seguinte em evento ontem,
00:19A gente não está perto dessa discussão, isso não é um tema que está passando nos debates do Comitê de Política Monetária. A gente realmente precisa permanecer com uma taxa de juros em patamar bastante restritivo por um período bastante alongado.
00:35Aí se fosse o Roberto Campos Neto dizendo isso, que era atacado pelo Lula, pela Glaze Hoffman, mas agora foi um sujeito que o próprio Lula colocou lá.
00:45Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, o COPOM, o Banco Central voltou a fazer alertas ao governo Lula.
00:52O BC destacou a importância de, aspas, uma política fiscal que contribua para a redução do prêmio de risco e atue de forma contracíclica.
01:01E nos esforços, aspas, para a convergência da inflação à meta, fecho aspas.
01:07Eu passo a palavra para o nosso Bruno Musa, colaborador em matéria de economia, que também vem a brilhantar esse programa de hoje,
01:13como o pessoal fala nas escolas de São Paulo, vem a brilhantar aqui o episódio do Papa Antagonista.
01:20Bruno Musa, boa noite, bem-vindo mais uma vez.
01:23E a gente vê essa novela permanente, quer dizer, os juros altos, mas agora sem o governo atacar o presidente do Banco Central por isso.
01:33O que você destaca?
01:33Pois é, primeiro, boa noite, Felipe, a todos os ouvintes, é um prazer estar aqui com vocês.
01:40Fica muito claro que isso era sempre um discurso ideológico, político ideológico, como nós falamos aqui sempre.
01:46Era muito claro.
01:48Cadê agora, então, as críticas ao então Roberto Campos Neto, que era um neoliberal,
01:54que queria destruir o PT e por isso mantinha juros altos, eles deviam fazer uma mea culpa,
02:02claro que seria muito infantil da minha parte esperar isso, de Glaze Hoffman, do próprio Lula,
02:08que fez juras, críticas ao Roberto Campos Neto, e agora fazer diretamente ao Galipo.
02:13Ou seja, se o Banco Central é o único que pode subir, manter ou baixar a taxa de juros,
02:19e o culpado era o Roberto Campos Neto por tentar destruir o Brasil e o PT, como eles falavam,
02:25por manter os juros altos, o que falar agora do Galipo?
02:29Se o problema era o Banco Central e agora o comandado, o presidente do Banco Central,
02:35é um indicado do presidente atual, a quem culpar?
02:40Se não o próprio governo, por Brasil ter um juros alto para conter a inflação que já fugiu,
02:47e muito da meta de 3%.
02:49A última leitura do IPCA saiu na semana passada, acima de 5,5% nos últimos 12 meses, a meta é 3%.
02:57Então, tudo isso foi falado ao longo dos últimos tempos.
03:01O Banco Central precisa manter a taxa de juros alta, política monetária contra acionista,
03:08para tentar frear um pouco do expansionismo fiscal provocado pelo governo nos últimos tempos.
03:13E mais, eles vão acelerar esse populismo, estão prestes a anunciar luz de graça para 60 milhões de brasileiros.
03:21É claro que os outros pagarão mais, inclusive pequenos comércios e indústrias,
03:26ou seja, produtos e serviços mais caros, o Estado mais endividado,
03:30maior desvalorização da moeda, menor poder de compra para a população,
03:34e aqueles que estão sendo beneficiados com a gratuidade da luz, pagarão via inflação em outros produtos e serviços.
03:42Portanto, é um jogo de populismo, claro, para tentar angariar a queda da popularidade.
03:49Agora, se o Roberto Campos Neto saiu de cena, eles não podem culpar o Galípolo, porque foi indicação deles.
03:57O que fazer com o discurso contraditório?
03:59Eles simplesmente apagam como se nós não tivéssemos memória.
04:02Exatamente, mas aqui é sempre a luta da memória contra o esquecimento,
04:07como dizia lá um livro do Milan Kundera, autor que eu reverencio muito,
04:11inclusive escrevi a respeito quando ele morreu.
04:14A gente fez um artigo, uma matéria, na verdade, em um antagonista.com.br,
04:18no dia 9 de maio, com o título
04:20Governo Lula quer que você pague pela energia grátis dos outros.
04:25Justamente quando veio o anúncio desse plano de fornecimento de energia grátis
04:30para a população de baixa renda, mas que vai, obviamente, pesar nas contas
04:34via impostos dos demais segmentos da população.
04:38E a gente destacou isso porque a população precisa saber,
04:40a gente não vai embarcar numa retórica de propaganda do governo,
04:45uma propaganda chapa branca, de que vai ter energia grátis para rapaziada.
04:49Não existe almoço grátis, como já dizia a máxima liberal.
04:52Ricardo Kertzmann quer fazer uma pergunta para você, Bruno Musa.
04:54Diga, Ricardo.
04:57Boa noite, Bruno.
04:58Na ata anterior, quando houve o último aumento de juros,
05:03a impressão que todos nós tivemos é que foi uma ata bastante clara,
05:06bastante dura até, com sinais inequívocos,
05:10sinais políticos dizendo o seguinte,
05:12ou o governo resolve de uma vez por todas
05:16acreditar no que diz todos os analistas do mercado financeiro
05:19e baixa e derruba seus custos, diminui o déficit,
05:23ou não há que se falar em juros mais baixos tão cedo.
05:26Porque esse pronunciamento ontem, essas declarações do Galípolo ontem,
05:31deixaram isso ainda mais evidente.
05:34Algumas palavras, ele usou um termo bastante interessante,
05:37dizendo que o Banco Central nem deveria se emocionar com alguns dados.
05:42Ele exemplificou o Caged, por exemplo,
05:45que o Banco Central está observando as tendências,
05:49e que essas tendências, elas não são nada positivas.
05:51E aí, eu queria fazer uma provocação,
05:54porque o Galípolo falou ontem por diversas vezes em desancoragem.
05:59A minha provocação é a seguinte,
06:00o Galípolo desancorou de vez do governo Lula?
06:06Boa noite, Ricardo.
06:07Obrigado pela pergunta, pela provocação.
06:10Eu acho que não, viu?
06:11Eu acho que tudo isso deve ser conversado internamente.
06:14E a verdade é que, no meu entender,
06:18o próprio governo sabe disso, ele só não pode assumir.
06:21Mas ele sabe disso, ele sabe desse ônus,
06:24de ocasionar um déficit desse tamanho,
06:27mas conflita justamente com a política deles,
06:30com a ideologia deles,
06:32de comprar as pessoas pelo voto.
06:34Ou seja, comprar as pessoas através de um populismo.
06:38Tem um ponto que, naquela ata que você mencionou,
06:41pouco se discute nessa e em tantas outras atas,
06:44é que quase metade do crédito que é disponibilizado no Brasil
06:48tem o juros subsidiado.
06:50Quase metade.
06:51Se nós levarmos em consideração isso,
06:54ou seja, o juros subsidiado significa
06:57conceder empréstimos através de bancos públicos
07:01com taxa de juros abaixo do que ela paga
07:04para captar esse dinheiro.
07:05Portanto, maior déficit, mais endividamento
07:08do próprio Tesouro.
07:10Quase metade, repito.
07:12Ou seja, a política monetária do Banco Central
07:15precisa ser realmente turpinada,
07:18manter os juros mais altos por mais tempo,
07:21porque ela não ataca de frente os juros como um todo.
07:25Ela ataca de frente uma parte dos juros
07:28e a outra quase metade com juros subsidiados.
07:30Ela tem um efeito muito menor.
07:32Ou seja, enquanto o governo continuar acelerando no fiscal,
07:36não há outro caminho a não ser manter os juros restritivos.
07:40Caso contrário, Ricardo, o que acontecerá
07:43é a inflação desancorando,
07:45e aí sim, como você falou,
07:47de uma maneira muito maior.
07:49A meta é 3.
07:49Então, em 5,5.
07:51Se for a 6, 7, 8,
07:53não duvidem que com o populismo barato
07:56isso pode acontecer.
07:57De alimentos, por exemplo, em 12 meses,
07:59a inflação já está em 8%.
08:02Então, se ele desancorar do próprio governo,
08:06ele vai criar uma briga interna.
08:08Se ele não desancorar,
08:10ele vai entregar uma gestão calamitosa
08:12dentro do próprio Banco Central,
08:15que pode comprometer a sua imagem.
08:17Difícil posição que o Galípulo se meteu.
08:19Mas vale lembrar que ele sempre foi uma pessoa
08:21que pregou o Estado interventor.
08:23Então, isso já fala bastante.
08:26Luiz Gazzini, você dá aula em matéria de economia.
08:29Aquela parte mais comportamental,
08:30não tem a ver com as contas públicas.
08:34Mas você vê aí algum paralelo
08:37que você possa fazer em relação à matéria
08:39que você leciona lá no Paraná?
08:43Olha só, existem casos aí que são complicados, né, Felipe?
08:47Quando a gente fala de políticos
08:48que muitas vezes não têm experiência
08:51com o mercado corporativo, né?
08:54Então, essa mania que nós temos aí
08:56desses governos de gastar excessivamente,
08:59de criar ministérios a cada momento,
09:01de dar auxílios aí muito generosos
09:04para certa parte da população
09:06para acabar comprando votos, né?
09:09Isso encarece a vida de todo mundo, né?
09:11E as empresas, se a gente tivesse gestores aí
09:14de verdade na área pública
09:16que sabem cortar gastos,
09:19que sabem economizar, né?
09:21Que realmente vão cuidar da população.
09:23Só que esses resultados,
09:24o que acontece é que eles não vêm no curto prazo, né, Felipe?
09:27E o nosso sistema eleitoral,
09:29a cada quatro anos eu tenho que vencer,
09:30a cada três anos eu já estou em campanha.
09:33Então, o que eu quero é o imediatismo, né?
09:35O que eu quero é provocar o bem-estar
09:38de alguns da população para comprar votos,
09:42mas no fim das contas é o outro governo
09:43que vai pagar, o próximo governo que vai pagar
09:45e fica rolando essa dívida.
09:47Então, é uma questão muito complicada.
09:49O próprio sistema eleitoral prejudica
09:51com que a gente possa fazer um trabalho
09:53verdadeiramente longo prazo, né?
09:55Então, nosso país fica sofrendo constantemente.
09:57Se a gente fizer o que o Lula faz
09:59no orçamento doméstico
10:00ou na gestão de empresa,
10:02vamos todos à falência.
10:04Agora, o governo sempre tem mecanismos
10:05para ir maquiando os seus resultados
10:08e rolando essa dívida,
10:10como o Luiz Gazile estava falando.
10:12Bruno Musso, em relação ao cenário eleitoral
10:14de 2026,
10:16é possível que o governo vá torrando dinheiro
10:19e o patamar dos juros fique alto
10:22e mesmo assim não tenha um desgaste
10:25com grandes setores da população?
10:27Bom, primeiro, sobre o tema do Luiz,
10:31eu concordo 100% com ele.
10:33Aliás, o tema comportamental na economia
10:34é um dos meus centros de estudo
10:37que eu realmente adoro,
10:38porque eu acho que o indivíduo
10:39está no centro da economia
10:40e não fórmulas matemáticas em si.
10:43É imprevisibilidade que a gente tem
10:44no comportamento humano.
10:46Mas sobre o orçamento de 2026,
10:49eu até fiz um vídeo sobre isso
10:51que, para mim, Felipe,
10:52é da forma como ele foi apresentado
10:54é uma peça de ficção.
10:56A gente vê que, a partir de 2027,
10:58realmente os gastos discricionários,
11:00ou seja, aqueles não obrigatórios,
11:03estão sendo quase que na totalidade
11:05comprimidos pelos gastos obrigatórios,
11:07que já representa 95%, 96%
11:10do orçamento como um todo.
11:12Ou seja, acabando o espaço
11:14do gasto discricionário,
11:15não é espaço para investimento,
11:17porque a máquina pública
11:18está consumindo quase que a integralidade
11:20do orçamento nacional como um todo.
11:23Então, realmente,
11:24é uma situação preocupante.
11:26Agora, eles vão tentar mostrar
11:28que o arcabouço está sendo cumprido
11:30e, de fato, pode estar.
11:32Mas qual é a metodologia?
11:34Onde está sendo colocado
11:36aqueles gastos para fiscais
11:37que deveriam ser enquadrados
11:39como despesa financeira,
11:42como despesa primária,
11:44e está sendo enquadrado
11:44como despesa financeira?
11:46Porque aí não entra dentro
11:47do arcabouço fiscal,
11:48e eles dizem que cumpriu a meta,
11:49mas o endividamento
11:50continua crescendo?
11:51Então, acho que nós chegamos
11:53num ponto onde,
11:54nas últimas décadas,
11:55nós tínhamos um espaço grande
11:57de endividamento frente ao PIB
11:59até que a gente tivesse que nos deparar
12:01com o problema inflacionário.
12:03Esse espaço vai sumindo ao longo do tempo.
12:06O próprio FMI projetou,
12:07a continuar com esse crescimento
12:09nos gastos dados pelo próprio orçamento,
12:12em 2029.
12:14Não é daqui 100 anos,
12:15nós estamos falando daqui 4 anos.
12:17A dívida PIB atingiu
12:18praticamente 100% do PIB.
12:20E a gente não tem demanda
12:22para real,
12:22pela dívida brasileira,
12:24para comportar
12:25uma dívida tão grande.
12:27A curva de juros sobe,
12:28a moeda desvaloriza,
12:30o crédito encarece
12:31e a atividade econômica para.
12:33Ou nós colocamos
12:35um adulto na sala,
12:37razoavelmente simples de ser ajustado,
12:40cortar gastos públicos,
12:42ou então o nosso problema
12:43será inflacionário novamente.
12:46Muito obrigado, Bruno Musa,
12:47pela participação aqui no Papo Antagonista,
12:48nosso colaborador em matéria de economia,
12:50que tem o canal de YouTube,
12:51youtube.com.br
12:53arroba bruno__musa
12:55e a página de consultoria de investimentos
12:57brunomusa.com.br
12:58barra investimento.
13:00Boa noite, bom trabalho.
13:01Obrigado igualmente a todos,
13:04sempre um prazer.
Recomendado
17:35
|
A Seguir
12:09