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Medidas anunciadas pelo governo federal para conter alta dos alimentos terão efeito limitado, diz Vandyck Silveira.
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Notícias
Transcrição
00:00O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que o governo terá que tomar atitudes mais drásticas
00:06caso as medidas anunciadas para conter a alta de preço dos alimentos, como o ovo, não surta efeito.
00:13Além de zerar o imposto de alimentos, outras medidas também foram anunciadas pelo governo
00:19como um estímulo à produção de alimentos da cesta básica no plano safra e o fortalecimento dos estoques reguladores.
00:28O governo também vai pedir aos estados que reduzam o ICMS para a cesta básica,
00:34fará uma parceria com supermercadistas para fazer publicidade aos melhores preços
00:39e dará uma licença de um ano para a análise sanitária municipal valer para a venda em todo o Brasil para alguns produtos.
00:49Vamos ouvir o que disse o presidente Lula.
00:52Então eu quero, quero que vocês saibam, o preço do café está muito caro para o consumidor,
00:58o preço do ovo está muito caro e nós estamos, o preço do milho está caro e nós estamos tentando encontrar uma solução.
01:07A gente não quer brigar com ninguém, a gente quer encontrar uma solução pacífica sem nada.
01:14Mas se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar atitudes mais drásticas,
01:18porque o que interessa é levar a comida barata para a mesa do povo brasileiro.
01:27E ela pode ser barata pagando o preço justo para o produtor.
01:32A gente acha que o produtor também tem o direito de ganhar o dinheiro.
01:35A gente não quer que o produtor tenha prejuízo.
01:38A gente quer também que ele ganhe.
01:39O que nós precisamos é saber que tem atravessador no meio.
01:44Entre o produtor e o consumidor deve ter o muito, o muito, o muito, o muito.
01:52Tem muita gente que mete o dedo no meio da gente.
01:56Sabe, nós vamos descobrir quem é o responsável por isso.
01:59Numa boa, você veja o negócio.
02:01Em janeiro de 2023, uma caixa de ovo com 30 dúzias estava a R$ 144,00.
02:13Janeiro de 2023.
02:16Em janeiro de 2024, uma caixa de ovo com 30 dúzias estava a R$ 143,09.
02:24Em janeiro de 2024, uma caixa de ovo estava a R$ 140,00.
02:29Igual a 2003.
02:31Veja, presta atenção.
02:34Em janeiro de 2023, janeiro de 2024 e janeiro de 2025,
02:40a caixa de ovo com 30 dúzias estava a R$ 140,00.
02:44Quando chegou no meio de fevereiro, ela subiu para R$ 210,00.
02:48Eu quero saber por que ela deu esse salto.
02:52Quem é que meteu o bem dele e chutou a bola para cima?
02:56Nós precisamos jogar rasteiro, nós precisamos jogar com a bola no chão.
03:01Vandique Silveira, fazendo analogias futebolísticas aí do Lula, parece que ele está tentando mostrar o plano dele,
03:09mas a chance é dele funcionar todas essas medidas, protelação de vigilância sanitária, de licença sanitária,
03:20corte de ICMS, que ele depende dos estados.
03:24Qual a chance desse plano dar certo?
03:28Boa tarde, José Inácio e a todos que nos assistem.
03:33Prazer estar aqui de novo.
03:35Plano não se trata de um plano.
03:37Isso é uma invenção de última hora, mais um tipo de reação não pensada.
03:48O problema não está na distribuição, o problema está em uma economia muito aquecida,
03:55ocasionada pelo esforço fiscal, pela quantidade de dinheiro que o governo tem gasto em termos de consumo do governo,
04:04e colocado o dinheiro para rodar na praça através da redistribuição de renda,
04:10todos os programas sociais que ocasionou essa situação.
04:15Obviamente que condições climáticas, etc., não ajudaram.
04:19Isso impactou de maneira negativa o preço da cesta básica e de vários outros produtos além da cesta básica.
04:26Agora, inflação se trata de um problema monetário.
04:30Se nós temos um descasamento entre o preço do dinheiro, que é a taxa de juros,
04:35e o nível de demanda agregada por esse dinheiro, o uso desse dinheiro através das compras, etc.,
04:42nós temos inflação.
04:44O que acontece?
04:45Nós temos uma economia que tem um potencial de crescimento de não mais de 2%,
04:50talvez 2,5%, mas mais próximo do 2%, crescendo a 3% dois anos consecutivos,
04:56dá exatamente nisso.
04:59Anabolizante na economia.
05:00Não existe nada que o governo possa fazer além de corte de gasto,
05:05redução de programas sociais, transferência de renda, etc.,
05:09para que a gente possa ter um retorno na direção dos 3% de inflação, que é a meta.
05:16A outra alternativa que vai acontecer é aumento de taxa de juros,
05:21que vai arrefecer a economia e vai botar muita gente fora do trabalho,
05:26e isso vai acabar ocasionando, de fato, uma redução do preço dos bens e dos serviços.
05:30Agora, botar a mão e tomar medidas drásticas, como falou o presidente,
05:35é uma falta de conhecimento de economia e também de memória histórica,
05:39porque o Brasil é um país que tem uma quantidade inumerável de exemplos,
05:46de erros cometidos, de intervenção governamental para reduzir a inflação
05:51durante os anos 80 e 90, que levaram à hiperinflação e à escassez de tudo.
05:56O Brasil, com a intervenção governamental, se parece muito com Cuba,
06:01que é um país adorado pelo presidente.
06:03Não são muitos anos atrás que eu me lembro perfeitamente
06:07quando a gente chegava nos supermercados e não tinha carne,
06:11o boi gordo tinha desaparecido, esse tipo de coisa.
06:15Até papel higiênico faltava e a gente tinha que comprar de pessoas que tinham isso em casa.
06:21A mesma coisa aconteceu com combustível e coisas do nível.
06:24Quer dizer, a intervenção do governo cria exatamente isso,
06:28a escassez e o aumento de preço.
06:30Então, para que a gente possa tomar decisões que são conscientes,
06:35nós não podemos nos açodar nesse processo.
06:39O governo está preocupado não com o preço das coisas,
06:43mas sim com a sua taxa de aprovação.
06:46O governo Lula desmontou e ele quer voltar a ser aprovado positivamente pela sociedade
06:56e principalmente pelas classes mais desfavorecidas, que era a base da eleição deles.
07:01Só que essas pessoas são as pessoas que são mais impactadas pelo processo da inflação.
07:08Então, não tem o que fazer.
07:09Cortar ICMS depende dos governos.
07:12E os governos já têm problemas muito sérios com endividamento.
07:16mexer na arrecadação dos estados vai aumentar ainda mais essa bola de neve que nós temos.
07:21Não deve ser feito, não faz sentido.
07:24O que nós precisamos é um plano não de reações açodadas em função de pesquisas eleitorais.
07:31É isso que está acontecendo aqui.
07:32Então, cortar o ICMS é aquela questão e cortar todos os tipos de impostos
07:38sem que exista um planejamento, uma reforma de fato desses impostos,
07:44que não está sendo feita.
07:45A reforma tributária está há muitos anos na frente para ter valia nesse momento, impacto.
07:52Então, o que a gente precisa?
07:54A gente precisa saber qual é a parte do corpo que nós vamos descobrir,
07:59porque nós temos um cobertor de pobre.
08:02Cobertor de pobre é famoso porque se cobre a cabeça, descobre o pé.
08:06Se cobre o pé, descobre a cabeça.
08:08Para que a gente possa ter corte de impostos,
08:11a gente tem que saber onde é que nós vamos cortar em serviços oferecidos à população.
08:16Porque, de outro modo, nós vamos aumentar ainda mais a inflação,
08:20nós vamos aumentar ainda mais o endividamento e as taxas de juros vão disparar.
08:24Só mostrando uma prova, só trazendo para quem está assistindo a gente
08:29uma tangibilização desse assodamento dessas medidas.
08:33Por exemplo, uma das medidas implementadas foi o corte do imposto de importação de sardinha.
08:40Sendo que sardinha teve um aumento bruto dos últimos 12 meses de 0,15%.
08:49Portanto, não foi afetada por isso e essa medida pode acabar com a indústria da sardinha do Brasil,
08:55justamente porque agora vai sendo dada por sardinha do Oriente.
09:01Além disso, uma das medidas que eles defenderam é o fortalecimento de estoques reguladores.
09:07Ora, se o governo vai repor o estoque, é que ele vai comprar para guardar.
09:11Se ele vai comprar, vai aumentar a procura, vai aumentar o preço de novo.
09:15Então, realmente, parece que eles não combinaram nem com o Haddad essas medidas.
09:20O Haddad realmente está esquecido lá.
09:24Tipo, ah, deixa ele lá, vamos fazer entre a gente, não chama ele não.
09:27É esse o clima?
09:29É tudo no improviso.
09:31Parece um quarteto de jazz.
09:33Ninguém lê a partitura.
09:36Esse é um dos maiores problemas que esse governo tem.
09:38Nunca houve um plano.
09:39Foi eleito, sabia que tinha três meses até o dia da posse e não produziu um plano econômico.
09:45Foi eleito, demorou um ano para produzir alguma coisa parecida com o arcabouço fiscal,
09:51que não tinha nem pé nem cabeça, tanto é que morreu, ele só esqueceu de ser enterrado.
09:55Não tem nenhum impacto na economia.
09:57Fernando Haddad.
09:59Infelizmente, Fernando Haddad está a mingo.
10:01Há esquecido deixar de lado pelo governo e bola nas costas.
10:05Agora, com a Gleici Hoffmann na condução da intermediação política no lugar do Padilha,
10:12junto com o Rui Costa e uma turma bastante radical do governo, com a visão eleitoreira,
10:19nós temos ainda mais um apagamento, talvez até, vamos dizer assim, um esquecimento de Haddad,
10:26uma vez que ele não vinga mais para ser candidato, dado o nível de rejeição do potencial candidato Haddad.
10:33Então, nós temos uma situação muito crítica, porque aquilo que existe de melhor no PT em termos de competência,
10:40conhecimento e capacidade de negociar com não-petistas, é o Fernando Haddad.
10:46O resto é muito complicado.
10:48E nós temos o apagamento dessa pessoa, que é a pessoa que dá para conversar,
10:53e nós temos o enaltecimento de pessoas cada vez mais radicais.
10:57Isso mostra que o governo jogou a toalha, compreendeu que a reeleição do Lula ou a eleição de um candidato do Lula vai ser muito complicado,
11:07e que ninguém do Centrão, que deveria ocupar essas cadeiras, vão participar,
11:12porque ninguém aposta num cavalo morto.
11:15E o cavalo morto é o governo petista.
11:18Então, nós temos uma situação de que sabemos que haverá uma transição,
11:21provavelmente para a direita, centro-direita,
11:25cabe ao Centrão saber quem vai aprovar,
11:27quem ele vai dar o seu aporte de suporte.
11:31E, certamente, não é o governo Lula.

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