- 29/06/2025
O Narrativas é um programa que aborda os principais temas da atualidade sobre o aspecto do fato, das narrativas da direita e da esquerda e da opinião da colunista Madeleine Lacsko.
O programa vai ao ar de segunda a sexta às 17h. Leia a coluna de Madeleine Lacsko no Antagonista.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Narrativas Antagonista.
00:19Eu sou Madeleine Lasco, sou sua companhia de segunda a sexta-feira,
00:23às 5 horas da tarde, aqui no YouTube do Antagonista.
00:26Você também acompanha a minha coluna no site do Antagonista,
00:32de segunda a sexta, para você compartilhar.
00:35Já quero começar agradecendo a sua audiência,
00:39vocês que são da família Narrativas Antagonista e estão sempre por aqui.
00:44Fato do dia, todes.
00:48STF julga substituir mãe por parturiente.
00:54Gente, feliz dia da parturiente.
00:57Brasil, nós vamos falar dessa história direitinho,
01:01mas nós vamos falar daquele jeito que vocês já sabem,
01:06que é o nosso jeito de fazer um treino mental
01:09para discutir até esses assuntos com mais nível.
01:13E qual que é o nosso treino?
01:15Eu te trago os fatos e depois a minha opinião.
01:18Mas antes de opinar, eu te trago uma coisa que você só vê aqui.
01:22Qual é a narrativa da esquerda e qual é a narrativa da direita?
01:27Vamos lá.
01:32Fato do dia, todes.
01:36STF julga substituir mãe por parturiente.
01:42Gente, por que isso está no STF?
01:45Porque o PT levou para o STF.
01:49É uma ação que foi movida pelo Partido dos Trabalhadores
01:53porque o uso da palavra mãe na declaração de nascidos vivos,
02:02que é um documento, não assim, no geral, tá?
02:06O uso da palavra mãe na declaração de nascidos vivos
02:09poderia causar preconceito contra homens trans que têm filhos.
02:20Foram homens trans que fizeram essa reivindicação,
02:23que se sentiram discriminados quando foram ter filhos?
02:27Não.
02:28Não foram.
02:30Vem do PT.
02:32Isso foi mudado no SUS.
02:33É uma reivindicação dos homens trans?
02:36Não sabemos.
02:38Ninguém foi ouvir os homens trans.
02:40Correto?
02:42É uma questão que surgiu ali.
02:45O que aconteceu?
02:47Já no governo do PT se substituiu
02:49os termos mãe e pai
02:53na declaração de nascidos vivos
02:55por parturiente
02:57e responsável legal.
03:01Ué, a mãe não é responsável legal também?
03:05Ou o filho voltou a ser só do pai?
03:09Mudaram o pátrio e o poder para poder familiar
03:11e agora voltou?
03:12Calma, calma que nós vamos aqui.
03:15O que é que aconteceu?
03:17Tinha várias questões de saúde para votar.
03:20Foram votadas várias delas
03:23com relação a, por exemplo,
03:25pessoas trans.
03:26Vamos dizer, é um homem trans.
03:28Como estava homem,
03:29muda na documentação,
03:31às vezes não conseguia consulta ginecológica no SUS.
03:35Então, essas coisas aí foram resolvidas.
03:37O que é que ficou?
03:38A história de substituir
03:41pai e mãe
03:42por parturiente e responsável legal.
03:46No fim, pediram vista.
03:49Não julgou,
03:50não acabou o julgamento
03:51porque não chegaram a uma conclusão.
03:54Dois ministros,
03:56André Mendonça e Nunes Marques,
03:59foram se posicionar
04:00contrários a isso.
04:03Eles entendem aqui
04:04que é uma reivindicação das pessoas trans.
04:07No caso, não é.
04:08Nós não sabemos o que os homens trans pensam.
04:10Ninguém foi ouvir eles.
04:12Falaram o que eles pensam.
04:14E chega lá no Supremo Ação
04:16falando que os homens trans pensam isso.
04:17Mas ninguém, não foram ouvidos.
04:19Os ministros André Mendonça e Nunes Marques
04:25falam de um conceito
04:27de que incluir é unir a sociedade
04:30em vez de dividir.
04:32E que pode haver outras soluções
04:34para essa questão.
04:36Apenas, acho que constar
04:38parturiente, representante legal,
04:40acho que não há muita discussão sobre isso.
04:42porém, eu pondero com o colegiado
04:46que também acho que não haveria
04:50nenhum impedimento
04:51que constasse a opção
04:54barra pai de um lado
04:55e barra mãe de outro.
04:57Porque a mãe que se considera
05:00nessa qualidade,
05:01acho que também gostaria
05:03de ter essa designação.
05:05Então, acho que foi até uma questão
05:07que foi levantada pelo ministro Nunes Marques
05:09de que, sem dúvida,
05:14aqueles que querem
05:15uma designação mais genérica,
05:17vamos dizer,
05:18tem todo o direito
05:19de ter essa designação.
05:21Mas há outras pessoas
05:22que querem uma designação
05:24que consideram
05:25mais pertinente
05:27a sua própria convicção
05:29em relação
05:31à designação
05:33maternidade
05:35barra paternidade.
05:37Apenas considero isso.
05:38A nossa preocupação
05:40no Supremo
05:41e no ciclo dos precedentes
05:42da DEI 4277,
05:434275,
05:45é de sempre
05:46trazer a bairro
05:48o direito à igualdade
05:49sem nenhuma discriminação.
05:51Então, a minha ideia
05:52quando eu trouxe essa proposta
05:54era não criar uma divisão
05:56e sim harmonizar
05:58a sociedade brasileira.
06:00Então, imagina,
06:01nós temos aqui diante
06:02um direito de diminuir,
06:03que é um direito fundamental,
06:04subjetivo,
06:05a não ser reconhecido
06:07como não se reconhece.
06:09Agora,
06:09nós não podemos
06:10descuidar
06:11de milhões e milhões
06:13de jovens brasileiros
06:14que têm
06:16e que acalampam
06:17o sonho de ser mãe.
06:18Essa é a grande maioria.
06:20E nós estamos igualando.
06:21Eu não posso ultrapassar.
06:23Eu não posso colocar
06:24esse direito
06:25na frente do outro.
06:27Então, a ideia
06:27é harmonizar a sociedade,
06:29dar opção à sociedade.
06:31O direito fundamental,
06:32subjetivo,
06:33é de não
06:33ser reconhecida
06:35como a pessoa
06:36não se reconhece
06:37e tem o direito subjetivo.
06:39O transexual
06:40tem esse direito subjetivo,
06:41o Supremo está afirmando isso.
06:43Agora, o que eu pondero é
06:44as mães brasileiras
06:46também não têm
06:48o direito subjetivo,
06:49o direito fundamental,
06:50subjetivo,
06:51de ser reconhecida
06:51como mãe.
06:53Então, a gente daria
06:54essa opção para a sociedade,
06:55harmonizando toda a sociedade.
06:57Então, a ponderação
06:58foi essa.
06:58Sugestão de vastas exigências
06:59é parte do Oriente
07:00e parte do Oriente.
07:01Essa é a mesma posição
07:02do ministro André?
07:03E até me permita,
07:05eu sei que o ministro Alexandre
07:06pediu a palavra,
07:07me perdoe,
07:08ministro Alexandre,
07:09artigo 12 da Constituição.
07:12São brasileiros,
07:13um, natos,
07:15a linha B,
07:16os nascidos no estrangeiro
07:18de pai brasileiro
07:20ou mãe brasileira.
07:22quer dizer,
07:23é a designação
07:24que a própria Constituição
07:25dá.
07:27Então,
07:28não retiremos
07:29essa designação,
07:30agora,
07:31acolhemos a designação
07:32que outras pessoas
07:34querem dar
07:36aos respectivos
07:37modelos de família
07:40que estão sendo constituídos.
07:41O ministro Alexandre
07:44está inscrito aqui,
07:45já ouço.
07:45Só complementar,
07:46presidente,
07:46de uma forma romântica,
07:48um argumento
07:50não é jurídico,
07:51mas talvez seja
07:52uma das expressões
07:53no planeta Terra
07:54que mais se escreve
07:55de forma idêntica.
07:57Mãe,
07:58no inglês,
07:59no francês,
08:00no espanhol,
08:01em russo,
08:03poesia uma hora dessa.
08:03O ministro Edson Fachin
08:11já é contra.
08:12Ele acha
08:13que como os homens trans
08:14são discriminados,
08:15então todas as mulheres
08:16do Brasil
08:17vão querer ter
08:19um documento
08:20em que,
08:21ao invés de aparecer
08:22como mãe
08:22do próprio filho,
08:24todas nós
08:25vamos ter que ter
08:26lá parturiente
08:27e o responsável legal
08:29é o pai,
08:30como era
08:31na época
08:32em que a gente
08:33era propriedade
08:34dos homens.
08:35Mas, enfim,
08:36cabeça de homem, né?
08:37Ai, estou até opinando,
08:38não me aguento.
08:39A demanda veio
08:41de um universo
08:43de pessoas
08:44que são discriminadas
08:46e o que se almejou
08:47por meio dessa ação
08:49foi alcançar
08:50uma denominação
08:51que,
08:53por assim dizer,
08:55em relação
08:55a essas pessoas
08:56não implicassem
08:57numa exclusão
08:59discriminatória
09:01da sua
09:03constituição
09:04de personalidade
09:06e, portanto,
09:07o vocábulo
09:08parturiente
09:09compreende
09:10evidentemente
09:11a mãe,
09:12como também
09:13compreende
09:14o homem trans
09:16que vai
09:18ao parto
09:20e, embora
09:21não seja ele
09:22do ponto de vista
09:23do autorreconhecimento
09:25e sua autoconstituição,
09:26identificado
09:29como mãe,
09:31embora ele
09:31também seja
09:32nesse sentido,
09:34porque é ela
09:35biologicamente
09:36parturiente.
09:38Daí, por que
09:38o vocábulo
09:39parturiente
09:40almejou
09:40alcançar
09:41essa ordem
09:42de ideias?
09:43Agora,
09:43eu reconheço
09:44que há uma
09:45carga
09:45cultural,
09:48histórica
09:48e antropológica.
09:50nós todos
09:52obviamente
09:52que nos
09:54reconhecemos
09:54filhos,
09:56temos em
09:56relação
09:57às nossas
09:57mães
09:58toda esta
09:59carga
09:59que comunga
10:00com um conjunto
10:01de valores
10:02inclusive
10:03de crenças.
10:04Isso é mais
10:05do que
10:05compreensível.
10:07Nada
10:08obstante,
10:09eu entendo
10:10que a função
10:10aqui
10:11é de proteção
10:13de uma
10:13minoria,
10:14portanto,
10:15de um comando
10:16contra-majoritário
10:18de proteção
10:19dessa minoria.
10:20Eu compreendo
10:21sim que a
10:21proposta
10:22de colocar
10:24parturiente
10:25barra mãe
10:26é também
10:27uma tentativa
10:28de harmonização
10:29nesse sentido
10:30como também
10:31responsável legal
10:32barra pai.
10:34Nada
10:34obstante,
10:35do ponto de vista
10:36simbólico
10:37e que está real,
10:39a discriminação
10:40de algum modo
10:41vai se manter.
10:42Aqui
10:43eu vou mostrar
10:44a vocês
10:45algo que se
10:46dizia muito
10:46no governo
10:47Bolsonaro.
10:49Lembra
10:49que falavam
10:50que ia
10:51voltar
10:51para
10:52Gilead,
10:53para o
10:54conto de
10:54Aia,
10:55em que as
10:56mulheres
10:56só servem
10:57para parir?
10:59Vocês
10:59lembram
10:59disso?
11:00Recordar
11:00é viver,
11:01vamos recordar
11:02aqui.
11:02O quilombola
11:03em Eldorado
11:04Paulista,
11:05olha,
11:06o afrodescendente
11:08mais leve
11:09lá,
11:10pesava
11:10sete arroz.
11:13Não
11:13fazem
11:14nada.
11:16Eu
11:16acho que
11:17nem
11:17para
11:18procuradores
11:18serve
11:18mais.
11:19Assim
11:19como
11:20diz
11:20que
11:20o
11:20ataco
11:21mulheres
11:21onde
11:22tem
11:22um
11:22áudio
11:22atacando
11:23mulheres,
11:23eu
11:23não
11:24empregaria
11:24com
11:24meu salário.
11:25Tem muita
11:26mulher que é
11:26competente.
11:27Eu acho
11:28que essa é igual.
11:28Tem muita
11:29mulher que é
11:30competente.
11:30muito mais
11:32quando inventaram,
11:33quando descobriram
11:34entre aspas
11:35que eu sou
11:35homofóbico.
11:36Agora gostaram
11:36de homossexão?
11:38Ninguém gosta,
11:39ok?
11:39Ninguém gosta,
11:40a gente suporta.
11:41É coisa de viado
11:44que eles estão
11:44fazendo.
11:45Não sou
11:46homofóbico.
11:47homofóbico.
11:48homofóbico.
11:49homofóbico.
11:50homofóbico.
11:51homofóbico.
11:52homofóbico.
11:54homofóbico.
11:55homofóbico.
11:56homofóbico.
11:57homofóbico.
11:58homofóbico.
11:59homofóbico.
12:00homofóbico.
12:01homofóbico.
12:02homofóbico.
12:03homofóbico.
12:04homofóbico.
12:05homofóbico.
12:06homofóbico.
12:07homofóbico.
12:08homofóbico.
12:09homofóbico.
12:10homofóbico.
12:11homofóbico.
12:12homofóbico.
12:13homofóbico.
12:14E aí, você que já tá opinando, que já tá, ó, na fonta da língua que eu vou falar,
12:36a esquerda não sei o que, não sei o que lá, aposto que o Flávio Dino, pipipi, popopó.
12:42Pois é, não é coisa de esquerda e direita não isso.
12:46Tem muita gente na esquerda, aliás, o Flávio Dino é o ministro mais de esquerda,
12:52porque foi governador pelo Partido Comunista, sempre foi militante de esquerda.
12:58E olha só o que disse o Flávio Dino.
13:01Creio que nós estamos aqui tratando de um assunto, eu creio que a síntese de vossa excelência,
13:07ou seja, uma denominação que seja inclusiva opcionalmente.
13:11Hoje é aniversário da minha mãe, se eu ligar pra ela e disser, feliz aniversário minha parturiente,
13:19eu acho que ela vai brigar comigo aos 86 anos.
13:22Então, eu compreendo bem...
13:24Com justa razão, filho ingrato, que tem que chamá-la de mãe.
13:29Amanhã eu vou dizer a resposta pra vossa excelência, nesse teste que farei hoje.
13:36Então, quem sabe nós remetermos à autoridade administrativa, um formulário que seja inclusivo.
13:45Porque é muito difícil nós normatizarmos isso.
13:49Acho que do ponto de vista confissional, o que interessa é isso que vossa excelência disse.
13:52É incluir uma nomenclatura inclusiva, etc.
13:55Mas eu, particularmente, acho que seria o melhor caminho pro Supremo.
13:59Até porque, me perdoem, responsabilidade legal tá errado.
14:06Tecnicamente errado.
14:07Me perdoem.
14:08A crueza, mas tá tecnicamente errado.
14:11Eu acho que delegar plenamente pode não ser uma ideia, porque aí eles podem votar mãe e pai.
14:17E aí? Te fiz concordar com o Flávio Dino, já?
14:22Isso é um fato?
14:23Enfim, vamos prosseguir.
14:26Quem que defende o uso da linguagem neutra?
14:30São alguns grupos da sociedade mais ligados à elite e muito ligados ao marketing
14:37e a pessoas que estão nas redes sociais e querem parecer militantes
14:43porque isso adiciona um status a elas.
14:47Mas elas não militam na vida real.
14:49Elas militam mais nas redes sociais.
14:51Esse daqui é um dos vídeos sobre a alteração de linguagem
14:54que ficou mais conhecido no Brasil.
14:57Primeira pergunta, por que usar?
14:59Bom, primeiro porque a língua e a linguagem são demarcadores de gênero.
15:03E o jeito que a gente vem usando português hoje em dia é extremamente sexista.
15:07Todos os nossos ditos genéricos são masculinos.
15:10E segundo porque ao usar o neutro a gente não tá separando pessoas.
15:13Ou seja, não tá discriminando ninguém de acordo com a sua identidade de gênero.
15:17Ah, e claro, porque a língua é mutante, viva e deve servir às pessoas
15:21e não à Academia Brasileira de Letras ou à Gramática exclusivamente.
15:25A linguagem neutra é pra ser usada por e para todes
15:28e não é exclusiva a pessoas não binárias.
15:30Como usar a linguagem neutra?
15:32Existem alguns sistemas possíveis.
15:34Eu vou me concentrar aqui no sistema ILE, que é o sistema que eu uso,
15:37que eu me sinto mais confortável, mas tem outros, tem uma variação,
15:40tem o sistema ELU, tem o sistema ELO e tantos outros.
15:44O que muda entre um sistema e outro é a parte de pronomes e de contrações.
15:49O resto das soluções é comum a todos eles.
15:52Então no sistema ILE, como vão ficar as contrações e os pronomes?
15:56Um exemplo.
16:26Como vai ficar isso se eu for colocar no neutro?
16:30Eles são amigues.
16:33Outros exemplos.
16:34João deu um beijo nela.
16:37Ou João deu um beijo nele.
16:39Como fica no neutro?
16:40João deu um beijo nele.
16:42Outro exemplo.
16:43Seu amigo veio aqui.
16:44Ele gosta muito daquela nossa amiga Júlia.
16:47Como fica isso no neutro?
16:50Sua amiga veio aqui.
16:52Ele gosta muito de nosso amigo Júlia.
16:57Nomes não tem gênero, by the way.
17:00Agora o que vale para todos os sistemas.
17:02Palavras que terminam em O e A vão ser substituídas por E.
17:06Menine, garote, moce, adulte, velhe, filho, tia, alune, todes, namorade, parceire,
17:14apaixonade, talentose, linde, criative e por aí vai.
17:20Palavras terminadas em CO e K vão ser substituídas por Q.
17:24Magic, autêntique, técnique, transfóbique.
17:29Palavras terminadas em GA e GO vão ser substituídas por G.
17:33Por exemplo, amiga, amigo, amigue, psicólogue, biólogue, segue, leigue e por aí vai.
17:41E aqui eu vou trazer para vocês comentários de algumas pessoas sobre esse tipo de alteração
17:48de linguagem.
17:49Será que isso inclui pessoas?
17:52Ou que mudar o nome mãe para parturiente vai incluir pessoas?
18:00Vamos ver o que a Leda Nagli fala.
18:03Eu acho que está bem complicado.
18:04Fica pensando o que vai falar, o que não vai.
18:06Você falou, fui cancelada várias vezes.
18:08Porque às vezes você fala...
18:10Uma frase te cancela, né?
18:12Uma pequena...
18:12Um pequeno...
18:13Se você fala todos, agora é mais todos, é todes.
18:16Que todes.
18:17É difícil para as pessoas falar todos?
18:20É todes.
18:21Eu não vou falar todos.
18:22Eu vou falar todos porque todos...
18:24Eu acabei de entrevistar a Lara Brenner, a Cíntia Chagas,
18:27as pessoas que dão aulas de português.
18:28Professora de português, né?
18:30Professora de português.
18:31E todos é uma...
18:33Quer dizer todos nós.
18:35Todas e todos.
18:36Nós todos, eu, você e Renato, entendeu?
18:39É, para mim também todos são...
18:41Mas a pessoa que está falando vai falar todos, né?
18:43Claro, é a linguagem neutra.
18:45Como é que você...
18:45Mas eu não vou falar não, porque eu não vou aprender agora isso.
18:48É, mas aí é louco.
18:50Como é que vai conjugar as coisas?
18:51É difícil, porque você não quer ofender as pessoas também.
18:54Sim, sim, sim.
18:55Estou a dizer uma...
18:56Eu acho...
18:56Quem quiser falar, fale, né?
18:58Quem quiser falar, que fale.
18:59É isso aí.
18:59Vamos respeitar também.
19:00Eu também não vou proibir ninguém.
19:01É, claro.
19:01Quer falar, fala.
19:02Assim eu não vou falar.
19:04Agora nós vamos ouvir aqui uma professora de português, a Cíntia Chagas.
19:10O dialeto não-binário, eu chamo de dialeto porque é um modo de falar de um grupo específico,
19:22marginalizado, e isso que designa o que é um dialeto, né?
19:26Ah, é?
19:26É.
19:27Dialeto é um modo de falar de um grupo que vive à margem.
19:30Não no sentido de ser menor, pior e tal.
19:34A margem no sentido de não ser o grupo do centro.
19:38É o mainstream.
19:39Exato, ótimo, muito obrigada.
19:42É, o dialeto não-binário, ele só interessa aos não-binários e aos militantes de ideologias
19:53de gênero.
19:55Essa é a grande verdade.
19:56E ele não faz o menor sentido.
19:58Por quê?
19:59Vamos lá.
20:00A língua portuguesa vem do latim.
20:02No latim havia o gênero masculino, o gênero feminino e o gênero neutro.
20:05Na passagem do latim para o português, o que era neutro se tornou masculino.
20:10Logo quando eu digo boa noite a todos, eu já estou incluindo todas, porque o masculino
20:14na nossa língua faz o papel do feminino também do neutro.
20:18Entendi.
20:19De tudo.
20:19Isso não é machismo.
20:21Isso é regra.
20:22Isso é regra e as pessoas querem achar machismo em tudo.
20:24Então, quando alguém diz boa noite a todos e a todas, essa pessoa está sendo redundante.
20:32O todo já abrange.
20:33Já abrange.
20:34E quando essa pessoa diz boa noite a todos, a todas e a todes, essa pessoa está sendo
20:39ridícula.
20:46Com certeza.
20:47Ridícula.
20:48É.
20:48Ah, mas é as pessoas trans, querem isso, querem aquilo, querem aquilo outro.
20:55Pois vamos ouvir aqui duas mulheres trans.
20:59Primeiro, Nani People.
21:02Perguntou o que você acha da linguagem neutra.
21:04Eu falei, eu acho uma bobagem.
21:07E vou morrer achando uma bobagem.
21:10Porque o brasileiro não sabe escrever nem português, que dirá o todes.
21:14Aí contei, vou falar de novo, para sair em todo o contexto jornal, Nani People, ridicularismo.
21:19Não estou ridicularizando.
21:20Estou falando que para mim não serve.
21:22Não se tem esse uso básico disso.
21:26As pessoas têm que entender que o artigo define o que há.
21:29Se a pessoa não quer ser definida por artigo nenhum, então ela não existe.
21:34Aí inventa o E para falar que ela não tem artigo definido.
21:38É o O ou A.
21:39Aí põe o E, todes.
21:42Aí vai fazer um evento da BAC.
21:44Associação dos Roteiristas Virtual.
21:48Vinha no roteiro lá.
21:49Boa noite a todos, boa noite a todos, boa noite a todes.
21:52Eu falei, o que é isso?
21:54Ela falou, todes, é o artigo definido do negro.
21:57Todes, eu prefiro o Nescau.
21:59Fiz uma piada.
22:00Bom, passou em tudo quanto é site.
22:02Nani People, aí site gay, guia gay, põe na roda.
22:06E o povo, depois que inventaram a internet, se acha o dono da verdade.
22:10Ninguém não tem formação, se acha que é digital influencer.
22:14Pessoa não tem profissão de youtuber.
22:17Ninguém, pessoa pública no meu tempo, a mulher é puta.
22:19Desculpa falar, mas é.
22:21Porque a internet é terra de ninguém.
22:23Você está atrás do computador, você escreve o que você quer.
22:25E ninguém tem culhão para ter a gastura de vida que uma pessoa consegue ter.
22:30Coisas que a pessoa não falaria cara a cara jamais.
22:32Nem tem coragem.
22:33Primeiro que não tem nem acesso a você, né?
22:35Sim.
22:35Então assim, a Nani é presunçosa.
22:37Não, mas eu sou realista.
22:38Eu não vou ficar respondendo.
22:40Ninguém que mora no cu do Brasil, que não sabe da minha história,
22:43para falar bobagem.
22:44Porque se eu fizer um rebate desse, eu estou dando voz para quem não compete com a minha vida.
22:50Não faz parte do meu mundo.
22:52Não faz parte da minha vida.
22:54Não paga ingresso para me assistir.
22:56Então, foda-se, entendeu?
22:57Não tem por que eu ter essa coisa de ficar, ai, mas veja bem.
22:59Não, eu não sou youtuber, eu não estou fazendo carinha de anjo para conseguir seguidores.
23:04Não tenho isso.
23:04Quem gosta, gosta.
23:05Quem não gosta, meu bem, desculpa.
23:07Já nasci cancelada.
23:09Eu já nasci predisposta a não ser o que eu sou hoje.
23:13Então, estar aqui para mim já é uma conquista.
23:15Todas as condições.
23:16Como eu falei, não, eu tenho visto o padre Fábio de Mello.
23:18Eu lutei muito para ter o direito de ser quem eu sou.
23:21E luto todos os dias.
23:24Ah, mas essa esquerda que reivindica isso.
23:28Ok, vamos ouvir.
23:29Uma mulher trans de esquerda.
23:32Laerte.
23:33Antigamente, todas as situações de intersexo eram corrigidas no bisturi.
23:40Quando a criança nascia, o médico falava, a gente vai ter que fazer uma intervenção aqui.
23:45Por quê?
23:45Ah, é porque tem...
23:47Vum.
23:48Pronto.
23:49Estava criada uma outra condição para uma pessoa que podia perfeitamente existir com aquilo.
23:55Por quê?
23:57Ah, vai ser um problema, hein?
23:59Vai ser um problema quando essa criança crescer.
24:02Por que vai ser um problema quando essa criança crescer?
24:04Porque as pessoas, os adultos, a construção social que vai circundar essa criança quando
24:10ela crescer vai criar um problema para ela.
24:12Eles vão criar o problema.
24:13Vão, exato.
24:15Vai ser um problema que eles vão criar.
24:16A criança nem vai saber.
24:19Daí, o que a gente está vivendo hoje é uma situação que, ao mesmo tempo, é muito
24:24rica e, ao mesmo tempo, é muito tensa.
24:27Porque as pessoas querem ser tratada...
24:29Então, eu quero ser tratada no feminino, por favor.
24:33E você?
24:34Ah, eu quero ser tratada não, nem no masculino, nem no feminismo.
24:38Eu quero ser tratada com uma construção pronominal que já foi criada e já existe isso aqui.
24:43Mas como é que eu vou usar isso?
24:45Ah, ué, me respeita.
24:49Mas não é muito fácil.
24:51Como é que você vai usar os pronomes neutros?
24:53Sim.
24:54Ilo e...
24:55Elo, elix, né?
24:57Pois é, não é muito claro.
24:58Não é.
24:59Não existe uma gramática estabelecida para isso.
25:01E não existe também uma forma imediata e de cima para baixo para você determinar como
25:08é que vai se usar.
25:09Sim.
25:09Nós estamos falando de língua.
25:10Nós estamos falando de uma coisa delicada, complicada.
25:16Sim.
25:16Como é que vamos fazer com isso?
25:18Não sei, já estamos fazendo, né?
25:20E agora, um comentário que tem muito a ver com a mistura entre militância e marketing.
25:30Militância e marketing da virtude na internet.
25:33O Luiz Felipe Pondé tem um posicionamento muito interessante.
25:39Eu acho essa história de gêneros neutros especialmente idiota.
25:43Não leva a sério.
25:45Não no sentido de que uma pessoa não possa...
25:49Ela nasceu anatomicamente com o corpo de um sexo e ela se sente idiota e ela vai viver
25:55de outro jeito.
25:55Alguém que tem uma visão de um mundo liberal jamais pode ser contra isso.
26:01Certo?
26:02A pessoa pode viver do jeito que ela quiser.
26:04Não disse nada.
26:05A pessoa pode viver do jeito que ela quiser.
26:08Agora, outra coisa é você pegar e torcer toda uma linguagem em transformar isso numa
26:16questão e começar, por exemplo...
26:19Eu escrevi uma coluna, sei lá, no ano passado, meados do ano passado, ou no segundo semestre,
26:24não lembro mais, em que eu discutia esse tema de novo, né?
26:28Há muitos anos atrás eu escrevi uma que era vadias com A e vadias com arroba.
26:34E eu dizia que as vadias com A eram verdadeiras vadias e as vadias com arroba eram puritanas.
26:40Né?
26:40Porque teve uma época que era arroba.
26:42Ah, eu lembro que era arroba, depois foi pra X.
26:44Então, agora tá no E, queridas alunas.
26:47Eu acho isso tudo muito idiota.
26:50É essa a câmera?
26:51Qualquer uma.
26:52Qualquer uma aí.
26:53Eu acho isso muito bobo, tá?
26:55Acho que isso ocupa um espaço de questões que têm a ver, inclusive, com desigualdade social,
27:03violência, das pautas de esquerda, estou falando especificamente, né?
27:06Ou questões como o fato que todo mundo vira mercadoria, o marketing narrando a vida,
27:11que é um escândalo.
27:13E você acaba não discutindo isso, entrando num debate sobre nome.
27:18Assim, se você tem um aluno que se identifica com outro sexo, com outro gênero e muda o nome dele,
27:24use o nome, porque ele quer que use.
27:27Também não acho que vale a pena entrar num corpo a corpo e dizer, não, você tem que se chamar X e não Y.
27:32Bom, na língua portuguesa, existem determinadas palavras que ficaram de gênero neutro.
27:41Um exemplo é a palavra presidente.
27:46Presidente é gênero neutro.
27:49Paulista, que é quem nasceu em São Paulo, é gênero neutro.
27:53E a gente já viu em episódios recentes uma assessora da ministra Aniele Franco
27:58usar o gênero neutro paulista, que já é o gênero neutro, vale para homem e para mulher,
28:03ela mudou para paulistê.
28:05E presidente, recordar é viver, direto do túnel do tempo, essa daqui.
28:13Será feita a devida comunicação à senhora presidente da república.
28:17Pela ordem, senhor presidente.
28:19Senhora presidenta da república.
28:22Você pescou o que José Sarney está falando, que ele está fazendo à francesa, à moda francesa?
28:46Você sabe o que quer dizer isso?
28:48Não sabe?
28:49Existe inclusão pela linguagem, obviamente.
28:56E isso pode ser algo que a sociedade vai mudando a linguagem ou que você tem uma reforma ortográfica.
29:03Na França, você tem um órgão que se chama Académie Francese.
29:08Ele cuida só da língua francesa.
29:11É uma coisa que tem 300 anos.
29:13E vocês sabiam que, três anos atrás, a Académie Francese proibiu o uso de gênero neutro em escolas públicas, em ambientes públicos?
29:27Sim.
29:29Por quê?
29:30Porque é elitista, exclui pessoas e estava sabotando o esforço de inclusão.
29:36E o que é o esforço de inclusão?
29:38É esse que o Sarney falou, à francesa.
29:42Vocês perceberam que ele falou, isso será mandado à senhora presidente da república.
29:50Como que eles fizeram na França para incluir?
29:52Eles fazem, em vez de ficar mudando a palavra para presidente e presidenta, porque fica ridículo, as pessoas se sentem incomodadas, não sabem direito como usar.
30:04O que é que eles fizeram?
30:06Presta atenção.
30:07A questão é incluir a mulher.
30:08Porque quando você fala de diretor, quando você fala de um cargo público, sempre se imagina um homem e não se imagina uma mulher.
30:17Como é que você inclui?
30:18Olha que inteligente que eles fizeram.
30:20É essa Académie Francese que fez.
30:21Você continua falando o masculino, o diretor, ou o neutro, presidente.
30:31Só que antes você fala senhor ou senhora, dependendo se for homem ou mulher.
30:37Então não se usa mais o presidente.
30:40Se usa o senhor presidente ou a senhora presidente.
30:44Como ele falou.
30:45Da mesma forma que seria, por exemplo, atendente.
30:48O senhor atendente, a senhora atendente.
30:52No Brasil, no português, é diretor e diretora.
30:56Lá, eles têm alguns cargos que para a gente flexiona o gênero e para eles não.
31:03Então sempre coloca o senhor e senhora na frente.
31:05Que foi isso que o José Sarney fez.
31:08Foi fruto de um longo estudo de linguistas que envolveu, inclusive, pessoas que trabalham no dia a dia para saber como isso funciona.
31:21E eu te pergunto, a ideia de, em vez de pai e mãe, ser parturiente e responsável legal, que não foi julgada, mas está para ser julgada no Supremo,
31:31Ela teve estudo de quê?
31:35De quem?
31:37Para levar a quê?
31:38Com qual comprovação de que isso tem realmente impacto na sociedade?
31:45Você já quer opinar, né?
31:46Ah, já quer opinar, eu também quero.
31:48Eu já estou coçando aqui, coçando a língua.
31:51Está quase bifurcando a língua hoje.
31:54Mas, antes de eu opinar, vamos para aquilo que você só vê aqui, que são as narrativas.
32:01É parturiente, sim.
32:06É pessoa que gesta, sim.
32:09É pessoa que menstrua, sim.
32:12Quer as transfóbicas queiram, quer elas não queiram.
32:17A extrema-direita nega a existência de pessoas trans no país, que é o país que mais mata pessoas trans no mundo.
32:30Se ameaça a minha existência, serei resistência.
32:35Por que usar a palavra mãe?
32:38Por que usar a palavra mulher?
32:41É justamente para ferir pessoas trans que têm filhos.
32:47Tende a aceitar que são pessoas que menstruam, pessoas que gestam.
32:52E parturiente.
32:54Uma mulher que seja realmente empoderade, ela não se incomoda com isso.
33:01Porque ela quer a inclusão, acima de tudo.
33:05Transfóbicas, vocês já perderam.
33:08O objetivo do Todes, da extrema-esquerda, é destruir a família.
33:19Eles têm ojeriza à família.
33:22Se eles pudessem, todo mundo era trans alguma coisa.
33:25É trans rico, é trans negre, é...
33:29Tudo tem história.
33:30Cada dia bota uma letrinha a mais.
33:32É LGBT, que ninguém mais sabe qual é a sigla.
33:36Que é só para ficar atormentando os outros.
33:39Ir para a extrema-esquerda, tentar destruir a família.
33:44Tentar destruir o conceito de homem e mulher inventando trans.
33:49Que é uma coisa que nem existe.
33:51Aí vem com não binárias.
33:53E enfia isso, guela abaixo de todo mundo.
33:56Quem fala Todes é o quê?
33:58É retardades.
34:00É a língua do muçum.
34:02Eles acham que estão fazendo alguma coisa.
34:04E o PT...
34:06Esquerdalha é nojenta, né?
34:08O PT está querendo apagar mãe e pai.
34:12Quer acabar com a família.
34:14Nós avisamos.
34:16Faz o L agora, isentão.
34:22Qual é a minha opinião?
34:24A minha opinião é que a misoginia dessa troca de pai e mãe por parturiente e responsável legal,
34:34ela está num nível que, assim, acho que século que a gente não vê.
34:40É muito misógino.
34:42Chega a dar nojo.
34:44E é preocupante que a gente tenha altas autoridades que ou não percebam.
34:50Eu fico, às vezes, pensando se não percebem mesmo ou se acham que a gente é idiota e querem implantar um projeto misógino
35:00de reduzir a mulher e de tirar o espaço que as mulheres conquistaram.
35:05Por que eu estou tão revoltada?
35:07Não é nem só com utilitarismo.
35:10Que eles trocam mãe por parturiente.
35:13Eles trocam mãe por pessoa que gesta.
35:16Eles trocam mulher por pessoa que menstrua.
35:18E se a gente reclama, a gente é transfóbica.
35:21Por quê?
35:22Porque na cabeça dessa gente, a mulher é uma função biológica.
35:26E quando para de menstruar, ela é o quê?
35:30Ela é lixo.
35:31Você encosta, troca por outra mais nova.
35:33Não é isso?
35:35E a mulher, ela serve pra quê?
35:37Pra gestar só.
35:40Serve pra mais nada.
35:41A maternidade é o quê?
35:42É parir.
35:42É que nem a cachorra, a gata de rua.
35:46Né?
35:47Não é mãe.
35:48Ela tá parindo.
35:49É que nem galinha em granja.
35:52Mesma coisa.
35:53Essa palavra foi inventada porque ela significa algo.
35:58Mãe e pai têm um significado.
36:00E são a base, a fundação da sociedade.
36:04E que vai muito além de descrever funções do corpo, funções biológicas.
36:11Ou de descrever quem tem o direito legal ou não sobre um filho.
36:15E aí que eu chego no porquê que isso é o mais misógino que eu já vi.
36:20O direito brasileiro, quando em vez da gente ter esse pessoal do Todes maluco na internet fingindo que milita e patrulhando os outros.
36:31Antes da gente ter isso, quando a gente tinha militância real.
36:36O direito brasileiro fez uma movimentação no sentido de incluir mulheres.
36:41Tinha uma coisa que chamava o pátrio poder.
36:44Vocês devem ter ouvido essa expressão, né?
36:45Quem tem o pátrio poder?
36:47Ah, o pai e a mãe têm sobre a criança.
36:49Por que que mudou?
36:49Porque era pátrio poder, porque era do pai.
36:52Isso é uma história longa que se tiver alguém aqui de direito de família,
36:56com paciência pra escrever aqui embaixo, caso Terezoca, assiste a Tobriand.
37:02Bom, se tiver alguém com paciência, escreva, senão qualquer dia eu retorno.
37:06Mas enfim, era pátrio poder porque era do pai, pátrio.
37:09E a gente teve uma mudança no último código civil que ele passou a se chamar, não é, mátrio, não é, em vez de dividir, que é uma tese que a gente viu o ministro André Mendonça falando, em vez de dividir, vamos unir, vamos pacificar a sociedade.
37:29Em vez de pátrio poder, virou poder familiar.
37:32Boa.
37:33Não diminui o pai, não some a mãe e é uma coisa que quer dizer família, de qualquer jeito.
37:41O poder familiar foi mudado.
37:43Pra quê?
37:44Para incluir as mulheres e para deixar muito claro que não estamos num passado onde mulheres e filhos eram propriedades do homem.
37:54Onde a mulher não tinha direito sobre os próprios filhos.
37:59Isso ocorre quando?
38:00Quando existe militância.
38:02Aí chega essa turma do Torres e vai invadindo tudo.
38:05Aí a gente tem o resultado que é um rocambole de misoginia do tipo Talebã, cara.
38:15Por quê?
38:15Olha o que eles estão fazendo.
38:17Não é só mudar mãe para incluir homens trans.
38:22Sendo que ninguém nem perguntou para os homens trans se eles querem isso, mas ok.
38:26Não é essa galerinha que vem mudando só isso.
38:29Perceba a malícia.
38:31Muda mãe para parturiente.
38:34Então mãe passa a ser pari.
38:36E o pai, responsável legal.
38:38A mãe não é responsável legal?
38:40Não.
38:41A mãe ela pariu lá.
38:42Que nem sabe quando a gente vai em canil comprar cachorro?
38:45É assim.
38:46Ela pariu.
38:48E o responsável legal é o pai, que é o dono da criança.
38:51E da mãe também.
38:53Porque a mãe é responsável?
38:54Não.
38:55A mãe não é responsável por nada.
38:57É uma coisa assim.
39:00É inacreditável.
39:01É inacreditável.
39:03É o mais puro suco da misoginia.
39:07E a gente está vendo na nossa cara.
39:09E pergunto.
39:10Cadê as feministas?
39:12E cadê esses feministes?
39:15Que estão tudo aí.
39:16Estão tudo de janjete.
39:17Janja.
39:18Parabéns.
39:18Pode falar uma coisa?
39:19Às vezes tem uma teoria da conspiração que eu alimento.
39:22Que não é à toa que essa gente é tão próxima do Irã.
39:25Que não é à toa que a Janja foi para o Qatar.
39:28Porque o nosso futuro, o que eles querem é isso.
39:32É enfiar uma burca em tudo quanto é mulher brasileira.
39:35Porque começa assim.
39:37Se fazendo de sonso, diante da medida mais misógina que a gente já viu ser tomada.
39:43Uma questão dessa não devia nem ser questão num país em que a saúde pública está do jeito que está.
39:50E olha, não é questão de direita e esquerda.
39:54É a questão do todes contra a civilização.
39:57Porque nem o ministro Flávio Dino, que é super de esquerda, topa isso.
40:02Ele até mandou na lata, verdade.
40:04Eu vou ligar para minha mãe no aniversário dela e vou falar.
40:06Feliz aniversário, minha parturiente.
40:09Ela vai ficar feliz?
40:11Mulher é um ser humano.
40:15Acho que a gente pode falar igual ao homem?
40:18É tão ser humano quanto o homem?
40:20Ou nós vamos deixar mesmo abrir esse caminho para que daqui a pouco a gente esteja igual lá no Afeganistão,
40:27que a mulher não pode mais nem falar em público?
40:30Eles eram do jeito que a gente era nos anos 70.
40:33Para deixar essa mentalidade colar, é rapidinho.
40:37Esse julgamento que está lá não é um detalhe.
40:40Não é um detalhe.
40:41Pode ser o início de uma avenida aberta para o que eles disseram que o Bolsonaro ia fazer.
40:47Transformar o Brasil no conto de aia.
40:50Na Gilead.
40:51Onde a mulher é um mero instrumento de reprodução sexual.
40:56É isso que está ali, né?
40:58Não é pai e mãe.
40:59É parturiente e responsável legal.
41:03Nem responsável legal a mulher é.
41:05Gente, olha, desculpe o desabafo, desculpe a minha revolta,
41:09mas essa aí, olha, eu não me conformo.
41:12É isso.
41:13Falei.
41:13Pronto.
41:20Bom, pessoal, o Narrativas Antagonistas vai ficando por aqui.
41:26Ai, desculpa o desabafo, gente.
41:30Desculpa o desabafo.
41:32Desculpa o desabafo.
41:33Ó, estou até mexendo no cabelo.
41:35Mas é que esse assunto me tira do sério.
41:40Me tira do sério.
41:42Essa coisa devia atacar com misoginia.
41:45Esse povo do Todes.
41:47Por que você acha que eles são tudo bandeirinha da Palestina?
41:50Irã é legal.
41:51Porque eles querem enfiar uma burca na mulherada.
41:54Entendeu?
41:55Eles não querem mulher que nem eu que saia falando o que quer.
41:57Não querem.
41:58Não querem.
41:58Eles querem mulher que saia falando o que eles mandam falar.
42:03Enfim, perdi aqui essa paciência.
42:06Espero que tenha divertido vocês.
42:09Deixa aqui o seu like.
42:11Não esquece de compartilhar esse vídeo com alguém.
42:15E comenta aqui embaixo.
42:17Se você quer do direito de família ou do direito e lembra a história do patro-poder do Assis Chateaubriand,
42:23também comenta aqui embaixo pra dividir com a galera.
42:26Porque é muito interessante a gente conhecer a história.
42:28Um povo que não conhece a própria história está condenado a repeti-la.
42:34Beijo.
42:35Fiquem bem.
42:35Volto amanhã às 5 da tarde.
42:37Mais calma.
42:37Tchau.
42:38Tchau.
42:39Tchau.
42:40Tchau.
42:41Tchau.
42:42Tchau.
42:43Tchau.
42:44Tchau.
42:45Tchau.
42:46Tchau.
42:48Tchau.
42:49Tchau.
42:50Tchau.
42:51Tchau.
42:52Tchau.
42:53Tchau.
42:54Tchau.
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42:56Tchau.
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43:00Tchau.
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43:04Tchau.
43:05Tchau.