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Economia em risco nos 30 anos do real?
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00:00Vamos falar um pouquinho sobre os 30 anos do Plano Real, eu até brinquei com o Rodrigo Oliveira,
00:15falei, ô Rodrigo, logo hoje, cara, que você resolveu faltar ao reunião de pauta, porque
00:19hoje a grande pauta é essa, né, os 30 anos do Plano Real, mas assim, só pra gente relembrar
00:26um pouco o que aconteceu no período, quem não lembra, ou quem não era da época, enfim,
00:31é bom lembrar que o Plano Real, ele foi instituído ali, no finalzinho do ano de 93, ele foi implementado
00:39em três etapas, tá, só pra gente, só pra gente relembrar. Houve primeiro uma fase de ajuste
00:46fiscal, pra você tentar organizar as contas, é bom lembrar que o Brasil vivia um período
00:51de inflação galopante, daqui a pouco nós até levantamos aqui alguns comerciais pra
00:55gente relembrar como é que era aquele Brasil. Depois houve a implementação da URV, da Unidade
01:03Referencial de Valor, né, é bom lembrar que na época quem era o ministro da Fazenda, ou
01:08da Economia, melhor dizendo, era o Fernando Henrique Cardoso. Aí depois dessa fase, houve
01:12a ancoragem cambial da URV, que virou real, ao dólar. Só pra gente relembrar um pouquinho,
01:19Matheus, solta por gentileza, vamos começar com um comercial naquele período, pra gente
01:26ter uma ideia sobre como é que era o Brasil às vésperas do Plano Real.
01:30Atenção para as ofertas de qualidade real. Margarina Doriana, 500 gramas, 42,900. Leite
01:38Longa Vida LG, 1 litro, 29,900. Coca-Cola ou Pepsi-Cola, 1 litro e 25, sem casco, 19,800.
01:46Bombons, especialidades Nestlé, 400 gramas, 99. Papel higiênico, camélia com 4, 24,900.
01:54É, rapaz. E aí, gente, como é que era pagar 24,900 dinheirinhos por um papel higiênico,
02:05rapaz? Quem quer começar? Duda, vai lá. Eu lembro que ia no mercadinho, na época da URV,
02:14a URV era uma moeda que eles inventaram, né? Meio que pra acabar com aquilo que se chama de
02:22inflação inercial. Que as pessoas já estavam acostumadas a uma inflação absurda todo mês,
02:29você já tinha uma previsão de voltar no mercado e de estar tudo com etiqueta nova,
02:34e você precisava fazer a população acreditar que tinha uma moeda que era constante.
02:40Então, você ia no mercadinho, tinha lá o preço, acho que era em cruzado, não lembro se era cruzado
02:46novo, o que que é esse daí, esses 24,900, e tinha ali do lado um, tipo, duas URVs, né?
02:54E aí você voltava na semana seguinte, no mês seguinte, e a URV não se mantinha.
03:00Então, as pessoas começaram a ter essa ideia de fazer, puxa, de repente, realmente eles vão
03:04conseguir ter uma moeda que não tenha essa inflação absurda que a gente vê
03:09mudar todo mês, porque nessa época aí que entra o real, tinha aquela corrida do supermercado,
03:15né? As pessoas recebiam salário, pegavam o carro que tinha aquele porta-malas enormes,
03:23iam no hipermercado, enchiam um carrinho de compra, as pessoas tinham freezer em casa, né?
03:31Todo mundo tinha freezer em casa, porque aí você congelava um monte de comida, você precisava
03:35comprar rápido, senão o teu dinheiro desvalorizava, né? E aí com a URV, a gente começou a aprender
03:42que fazer, puxar, é possível que realmente tenha uma moeda ali que não é essa que a gente usa,
03:46que é essa outra coisa estranha, mas que vai manter constante, então meio que começou
03:51a mudar a cabeça das pessoas, isso aí acho que foi super importante.
03:55Agora, só para a gente lembrar, tem uma outra propaganda que eu separei aqui, que a gente
03:59separou, sobre o valor do preço do som. Matheus, coloca para a gente ler, só para a gente
04:04ter uma ideia do absurdo que era na época.
04:06Veja que sonho de oferta. System Gradiente Digital, a MFM com duas caixas e rack, por apenas
04:144.990.000 cruzeiros. Ou este 3 em 1 Filco Itachi, a MFM e duas caixas, que nos custa só
04:232.490.000.
04:252.990.000, Alexandre Borges. Custa só. Custa só. Custa só. Que época, hein, Alexandre Borges?
04:38Você tem saudade desse período? Nem um pouco, né, amigo? Nem um pouco. Eu peguei também
04:43os anos 80, né? Então, peguei a hiperinflação ali de plano Bresser, plano Cruzado. O plano Cruzado
04:51era de 86. Eu terminei o colégio em 86, tinha 16 anos. Eu me lembro direitinho do professor
04:57de Química, que era um cara todo engajado politicamente e tal. A filha dele até virou
05:03uma jornalista importante do Globo e tal, depois, anos depois. Mas eu me lembro dele anunciar
05:08para a gente, na turma, e ele começou a chorar. Ele falou que estava nascendo o plano Cruzado
05:14e chorava e tal. No real, aí, 94, eu já tinha 24 anos. E 94 foi um ano quente, né?
05:23Se não me engano, foi o ano que morreu o Tom Jobim, foi o ano que morreu o
05:26Ayrton Senna, foi o ano que a gente ganhou uma Copa do Mundo depois de 24 anos.
05:31Foi um ano agitado, né? E também foi esse ano onde... Vocês vão... Pra quem não viveu
05:39a época, quem não lembra direito da época, o mais parecido com a URV é a dolarização
05:46que alguns países fizeram. Às vezes, você tinha uma moeda que era tão... Que não valia
05:52nada que esses países tinham uma referência com o dólar e dizia, ah, olha, esse produto
05:57aqui em dólar é tanto que no dólar não variava. Então, a ideia da URV é um pouco
06:03isso, é você ter uma referência que não variava, até para você ter... Saber direito
06:09o que você está pagando. Porque mesmo naquela época, quando o sujeito ali do comercial
06:13dizia que o som era apenas 2 milhões e meio de dinheiros, era difícil você saber
06:20se aquilo era caro ou barato. Porque o dinheiro, ele mudava tanto todo dia que você não tinha
06:26muita noção do caro, do barato, você estava gastando muito, gastando pouco. Então, o
06:32plano real, que é baseado no trabalho de doutorado do Gustavo Franco, isso é um registro
06:41histórico que eu acho que o Brasil tem que fazer, a gente deve isso ao Gustavo Franco.
06:46O Gustavo Franco, ele foi um estudioso da hiperinflação lá da República de Weimar,
06:50da Alemanha. Ele estudou a fundo aquele processo e ele, que é doutor em economia, a tese de doutorado
06:57dele toda foi em cima da reestruturação da economia alemã depois da hiperinflação da
07:04República de Weimar. Quando ele tem acesso ao Fernando Henrique Cardoso, ele apresenta a tese de doutorado
07:11dele e fala, olha, eu tenho uma ideia aqui, vê o que vocês acham. Todo mundo achou a ideia ótima,
07:17claro que foram feitas as adaptações, não é que implementou a tese dele, mas a tese dele serviu
07:23meio que de base. E aí veio aquele bando de craques entre Mar Baixa, Terço Arida, um bando de gente,
07:30aquele dream team de economistas que estava reunido naquele momento histórico, sob a liderança do
07:36Fernando Henrique Cardoso, e fizeram o que, na minha visão e no meu tempo de vida, foi a maior,
07:44a melhor decisão que um governo brasileiro já tomou desde que eu nasci, que eu vi, entendeu? Eu acho
07:51o plano real, nos meus 54 anos de vida, eu acho que foi assim, se você tivesse que escolher, fosse um
07:58campeonato, qual foi a melhor ideia implementada por um governo do Brasil que você viu na sua vida?
08:05Para mim foi o plano real, em termos de consequência, em termos de inclusão de pessoas no mercado de
08:10trabalho. Só para terminar, para lembrar, eu trabalhava nessa época em publicidade, eu comecei na
08:17publicidade com 18 anos, em 88. Então, em 94, eu já era publicitário há muito tempo, eu já era publicitário
08:23há seis anos. A gente, a publicidade brasileira, a gente nem sabia que existia classe C, todo o trabalho
08:30da publicidade, era feita para classe B, todo. Quando veio o real, a gente começou a receber pedido de
08:36trabalho para vender produto para classe C, a gente nem sabia fazer isso, a gente teve que aprender,
08:42entendeu? Como é que você fazia anúncio de cerveja barata, como é que você fazia anúncio de creme
08:47nívea de potinho azul para consumidora de baixa renda e tal? Então, foi uma coisa revolucionária e, por mais que a gente fale aqui, a gente não vai conseguir dar tanto crédito quanto merece o plano real.
09:03Posso pegar isso agora?
09:05Pode, pode. Aproveitando que o Alexandre...
09:08Tem muito vídeo para a gente exibir, então vamos...
09:11Ah, tá. Eu só queria aproveitar que o Alexandre falou no Gustavo Franco, para fazer propaganda, como eu sempre faço aqui, de uma análise que eu estou escrevendo, porque puxando essa efeméride do plano real, tem se publicado muito, tem se falado muito, né?
09:26O Gustavo Franco escreveu um artigo recentemente sobre o assunto, o Edmar Baixa deu uma entrevista, o Pedro Malan também, que foi presidente do Banco Central e ministro da Fazenda durante a implementação do plano, e o Aloysio Mercadante, que foi um dos grandes críticos, entre outros petistas do plano real, escreveu um artigo também para falar que foi bom mais, e aí colocou uma série de ponderações em relação ao plano,
09:53e o presidente do IPA também, Márcio Porschman, também escreveu lá, no seu perfil no X, uma crítica ao neoliberalismo, naquele jeito.
10:03Então eu estou escrevendo, vou publicar agora à tarde, os petistas nunca vão superar o plano real, que é uma junção de todas essas críticas que os petistas estão fazendo hoje,
10:14e as respostas que os formuladores do plano estão dando por meio de entrevistas e artigos, não só em relação a uma exaltação do plano em si,
10:27mas críticas que eles têm feito, não por acaso, aos governos petistas que vieram após a implementação do plano real.
10:34Eu, pessoalmente, tenho muito pouco a falar sobre o plano real, porque eu era uma criança nessa época, tinha 10, 11 anos,
10:41agora o que eu lembro é que ficou muito mais fácil fazer conta.
10:45Essa é a minha lembrança do plano real, né?
10:48Vários zeros sumiram, a gente estava falando em milhões ali, os zeros foram embora, e para mim facilitou muito a minha vida do ponto de vista das contas.
10:57Não, eu lembro, enfim, eu também era criança na época, mas eu lembro justamente desse...
11:04A memória que eu tenho dessa fase era essa, de você levar uma notinha de 100 mil cruzeiros,
11:12sei lá, você ia na quitanda da esquina para comprar o item X.
11:17Teu pai sempre te dava, não, olha, eu acho que uma cartela de ovo custava 100 mil cruzeiros.
11:25Leva 150 mil, porque vai que aumentou.
11:29Então, eu lembro disso, essa é a...
11:31Eu lembro que sempre é essa referência.
11:33Não, leva sempre a mais, que...
11:36E é interessante, porque...
11:39Eu não sei vocês, eu não sei o nosso chat, inclusive, você que nos acompanha aqui no chat,
11:44se você quiser contar histórias sobre esse período de inflação galopante,
11:48como é que vocês lidavam com isso, podem contar aqui, porque eu acho que é legal a gente ter essa referência,
11:52porque é bom lembrar um pouco isso, né?
11:53É bom lembrar essa fase.
11:56Eu não sei quem foi que falou aqui, eu acho que foi o...
11:59Eu não sei se foi o Eduardo, tá aqui, o Eduardo.
12:02Ele tinha financiado um carro antes do plano, tá, tá, tá, e pagou a última prestação com moedas.
12:07Olha só que coisa mais curiosa, né?
12:11A Elane Leite, lembrando do tempo da etiqueta, né?
12:15Correndo antes do etiquetador chegar ao final da prateleira,
12:19Porque também tinha isso, né? Como você tinha a remarcação o tempo todo,
12:23era um pandemônio no mercado.
12:24Você via o camarada lá retiquetando uma lata de óleo,
12:28você já pegava aquela lata de óleo com preço anterior e já correndo caixa,
12:32porque senão você pegava aquele preço 20, 30% mais caro.
12:35Então, era um... era algo muito, muito complicado.
12:38E só ratificando isso que você falou, ô, Matheus,
12:40Temos o tweet aí do... do Postman, criticando o plano real.
12:46Acho que dá pra gente exibir aqui, Matheus, você tá aqui.
12:49Mostrando o outro lado, né?
12:51Tirem as crianças da sala, só queria...
12:53Tirem as crianças da sala, vamos lá.
12:55É, vamos lá, né?
12:56Mostrando o outro lado, que é o lado errado, né?
12:58Que é o lado errado, vamos lá, se preparem aí, se preparem.
13:02Os 30 anos da estabilização monetária alcançados pelo plano real
13:06têm sido notabilizados exclusivamente pela versão neoliberal da mídia comercial.
13:11Olha que lindo.
13:12Sem querer ocasionar constrangimentos.
13:15Sem querer ocasionar constrangimentos.
13:18Pois, laudatória é a crítica,
13:21a própria do pensamento único dominante no Brasil contemporâneo.
13:24Não há dúvidas que o lado neoliberal foi o grande vencedor
13:28da disputa travada no interior do governo Itamar
13:30entre os anos de 92 e 94.
13:32Só pra quem não lembra, Itamar assumiu o governo
13:34depois do impeachment do Fernando Collor de Mello.
13:37Mas essa visão da esquerda,
13:39traz pra cá, Matheus,
13:39porque, enfim, a nossa audiência não merece
13:41essa verborragem desnecessária.
13:46Eu quero lembrar o que o Lula falava naquele período.
13:49Matheus, coloca, por gentileza, aí
13:50o pensamento do presidente Lula
13:52lá naquele distante ano de 93.
13:55E esse plano real não se sustenta
13:58depois da campanha,
14:00porque o pessoal que está junto com o Fernando Henrique Cardoso
14:02não quer estabilidade nesse país,
14:04até porque são eles.
14:06Foram eles que criaram todos os planos
14:08e foram eles que derrotaram todos os planos.
14:1294, pra ser mais preciso.
14:14Anteispei o ano.
14:15Esse é o PT, gente.
14:17Assim, é...
14:19E o mais curioso,
14:19eu tô pensando aqui,
14:21fugindo um pouco do nosso roteiro,
14:23o mais curioso é que o Lula
14:24criticou tanto o plano real,
14:25mas no governo Lula 1, Lula 2,
14:28ele que foi o maior beneficiado do plano real,
14:30pelo menos na impressão que se tem,
14:31politicamente falando, né?
14:33Porque ele pegou a casa arrumada.
14:34Ele pegou a casa arrumada.
14:36A estabilidade, é.
14:37Como todos os brasileiros.
14:40Agora, o isso acho que...
14:42Oi, Duda.
14:42Sobre os justos e os injustos, né?
14:45É.
14:47Eu acho que essa mensagem aí
14:49do Márcio Postman
14:50e a fala do Lula que você mostrou,
14:53mostram também que o plano real
14:54foi um trauma pro PT, né?
14:56Porque era noventa...
14:58Ano de eleição presidencial
15:03e o PT esperava ganhar ali, né?
15:05E aí, quando vem o plano real,
15:07você tem a estabilidade da moeda,
15:09a aprovação do Fernando Henrique
15:10vai lá pra cima e ele é eleito.
15:13Então...
15:14Foi o primeiro turno.
15:15Foi traumático.
15:17A gente fala aí muito
15:18na questão econômica, né?
15:19Como se fosse uma questão meramente
15:22aí pra ser discutida
15:24pelo Ministério da Fazenda.
15:25mas isso teve um impacto social enorme
15:29porque muitos dos investimentos
15:32que as pessoas ricas tinham nesse tempo
15:34já eram...
15:36tinham umas indexações, né?
15:38Então, não era tão atingido
15:40pela inflação.
15:42Quem sofria mais com a inflação
15:44eram as pessoas mais pobres
15:46que realmente vinham o dinheiro
15:49perder valor no mesmo mês, né?
15:53Então, quando você estabiliza a moeda,
15:57essa gente mais pobre
15:58é que tem, percebe no bolso
16:02o dinheiro se valorizando.
16:04E aí, por isso que dá isso
16:04que o Alexandre comentou,
16:06que começa-se a vender muitos produtos
16:08pras classes mais baixas.
16:10Então, isso deu um baita
16:12do empurrão pro Fernando Henrique,
16:14ele ganhou, e aí o PT realmente
16:16tem até hoje esse trauma aí.
16:18Inclusive, se vocês forem lembrar,
16:24algumas das grandes empresas
16:26do Brasil de hoje,
16:27Casas Bahia, Cervejarias,
16:30várias dessas empresas,
16:31elas viraram mega empresas
16:33nos anos 90.
16:35Essas empresas não eram tão grandes
16:36até os anos 80.
16:38Empresas que vendiam produto pra pobre, né?
16:42Cerveja é um produto de boteco.
16:45Claro que hoje em dia tem cerveja premium e tal.
16:48Mas, se vocês olharem a curva dessas empresas
16:51que vendem pra classe C,
16:53essas empresas todas ficaram gigantes
16:56nos anos 90.
16:59Você ia falar alguma coisa, Rodolfo?
17:01Eu só queria completar,
17:02porque tem uma ironia trágica aí, né?
17:04Pra além dessa oposição que o PT fez
17:07na época do lançamento do plano,
17:09essas entrevistas que eu mencionei há pouco,
17:12o Edmar Baixa, por exemplo,
17:14disse que o problema do país
17:18foi que depois da reforma,
17:20que foi o plano real,
17:21veio uma série de governos do PT
17:23que fizeram desreformas.
17:25E o Pedro Malan,
17:27que ele tá falando na entrevista publicada hoje
17:29pela Folha de São Paulo,
17:31é que faltou um pedaço.
17:33E o pedaço é o controle de gastos.
17:35Ironicamente, esse governo, né?
17:37Não é o governo do controle de gastos, né?
17:38E nem foi nas outras edições
17:43de governo Lula e Dilma, né?
17:44Então, assim, além de o PT ter falado
17:47mal desse plano e ter tentado
17:49evitar que ele fosse bem-sucedido, né?
17:52No momento em que ele era formulado
17:54e implantado,
17:55nos anos depois, aparentemente,
17:57ele continuou tentando
17:58que o plano não funcionasse, né?
17:59Não, é exatamente isso, Rodolfo.
18:02Deixa eu só compartilhar aqui,
18:03antes de eu prosseguir com esse assunto,
18:05que eu quero pegar esse gancho, Rodolfo,
18:06pra falar sobre o governo Lula 3.
18:09A Rosa aqui falando, olha,
18:11que ela tem 62 anos, né?
18:13Enfim, que ela nem imaginava
18:15tudo que o Brasil passou ali
18:17nos antes do plano real.
18:19O Sérgio falando aqui,
18:21pô, que o pai dele tinha aplicações financeiras, né?
18:23Pro dinheiro render de um dia pro outro.
18:25Todos os dias, pra não ter o dinheiro,
18:26é evaporado da conta bancária, né?
18:28Pô, Bernardo.
18:30Exatamente, como é que era o Brasil
18:32naquele período, né?
18:34Deixa eu ver quem mais aqui tá aqui.
18:36O Carlos Machado,
18:37dizendo que presenciou aí
18:38pra inflação na década de 80,
18:40quando o pai dele,
18:40no dia do pagamento,
18:41foi correr ao mercado,
18:42pois no dia seguinte,
18:43já caiu o poder de compra.
18:45Assim, vejam aí,
18:47esse Brasil que,
18:50quem tem menos de 30 anos,
18:52obviamente que não pegou isso, né?
18:53Quem tem 30 ou menos de 30,
18:55não pegou isso.
18:56Mas vejam como é que era
18:58esse Brasil,
18:59e é bom a gente olhar um pouco pra trás,
19:01e vejam que a primeira etapa
19:02do plano real,
19:03foi justamente o ajuste fiscal.
19:06E eu comentava,
19:07Rodolfo,
19:08aproveitando o teu comentário,
19:11a tua deixa,
19:13é que,
19:14tem uns fiscais aqui,
19:16o Rodrigo também falava,
19:18que o Lula 3,
19:23a gente tem que,
19:24eu falava numa roda de conversa,
19:27na sexta-feira,
19:27que o Lula 3,
19:29na verdade,
19:30é o Lula 1.
19:33Seria o que a gente vive hoje,
19:35esse Lula,
19:36cheio de suas convicções,
19:37falando,
19:38criticando o mercado,
19:39falando,
19:40falando groselha,
19:42sendo autêntico,
19:44como já escutei aqui,
19:45esse Lula é que é o verdadeiro Lula.
19:48O Lula 1 e 2
19:49foi um Lula dominado.
19:50Agora,
19:52imaginem esse Lula,
19:54se ele fosse eleito em 89,
19:56ou se ele fosse eleito em 94.
20:00Imaginem como é que o Brasil não estaria.
20:03Eu não quero nem pensar.
20:04Eu, sinceramente,
20:05não quero nem pensar, Rodolfo.
20:06Porque seria um caos.
20:09É,
20:09o Lula,
20:11ele tem essa coisa,
20:12realmente,
20:13dentro dele ali,
20:14que é querer gastar,
20:16né?
20:16E ele não vê,
20:19é muito um gasto personalista, né?
20:23Então,
20:23ele quer mostrar que ele está gastando.
20:25Então,
20:26é a obra,
20:27é o PAC.
20:28Então,
20:28ele vai lá e inaugura o PAC.
20:31É moradia popular.
20:33Então,
20:33ele vai lá,
20:34entrega,
20:35beija todo mundo,
20:37abraça todo mundo,
20:38olha só o que eu estou fazendo, né?
20:40Ele não vê,
20:41por exemplo,
20:42que às vezes você,
20:43respeitando
20:44o equilíbrio fiscal,
20:48as contas públicas,
20:50você tem ganhos que são
20:51muito mais distribuídos na população,
20:54porque a hora que você reduz a inflação,
20:56todo mundo ganha, né?
20:58Não importa se o cara mora no Nordeste,
21:00na Amazônia,
21:01se ele é negro,
21:03se ele é mulher,
21:05nada,
21:05todo mundo sai ganhando,
21:07mas você não tem muito
21:09esse ganho eleitoreiro,
21:13politiqueiro,
21:14que é o que o Lula
21:15está sempre buscando, né?
21:17Ele quer mostrar
21:18que ele gasta
21:19com as pessoas
21:20que podem ser eleitoras do PT.
21:22Quando que a gente tem
21:23outras maneiras
21:24de conduzir
21:25a política econômica
21:26que são muito mais democráticas
21:28e que ele nem está longe
21:30de pensar em fazer.
21:32É, tem um ponto também
21:33que é o seguinte,
21:34o Real,
21:34ele tinha uma paridade
21:35com o dólar,
21:37o que facilitou também
21:38muito a importação,
21:39que melhorou muito
21:40a nossa economia,
21:41porque fez com que entrasse
21:42muito produto estrangeiro
21:44e melhorasse a competição.
21:46Antes disso,
21:47quem tinha dólar
21:50para gastar
21:50e comprava coisa lá fora
21:51era só rico.
21:54No meu colégio,
21:55o garoto que ia para a Disney,
21:57nossa,
21:58era um negócio,
22:00entendeu?
22:00I para a Disney era...
22:02Em 80,
22:03eu tinha 10 anos,
22:03em 80,
22:04quando inaugurou
22:05o Epcot Center,
22:06foi o assunto
22:07de todas as crianças do mundo,
22:08né?
22:08e os meninos
22:10da minha sala
22:11que foram
22:12na inauguração
22:13do Epcot Center
22:14voltaram
22:15como estrelas de rock,
22:17né?
22:18Imagina,
22:19sem a inauguração
22:19do Epcot Center.
22:20A gente nem imaginava
22:21comprar um Atari
22:22era um sonho,
22:23entendeu?
22:24Então, assim,
22:25a economia mudou muito
22:27e nos anos 90,
22:28só para a gente lembrar,
22:29o Plano Real,
22:31ele inaugura
22:31uma década
22:32de racionalidade econômica.
22:34Vem privatização,
22:36vem tripé macroeconômico,
22:37vem metas de inflação.
22:41Então, assim,
22:41a economia brasileira
22:43era completamente
22:44desarranjada
22:45antes disso.
22:47O Plano Real
22:47e depois
22:48os oito santos anos
22:51de Pedro Malan,
22:52por exemplo,
22:53acabaram
22:54com um câncer
22:55que a economia brasileira
22:56tinha,
22:56que era o banco estadual,
22:58os Banerges,
22:59Banespas,
23:00e não sei o quê,
23:01aquilo era um câncer
23:01de corrupção,
23:03de gastação
23:04de dinheiro
23:05de déficit
23:06e tanto
23:08que se fala
23:09que o Plano Real
23:10aumentou o imposto.
23:11É claro,
23:12o Brasil,
23:13a União,
23:14ele assumiu
23:15todos os buracos
23:17deixados
23:17por esses
23:18Banestado,
23:20por esses
23:20Banrisul,
23:23quem lembra,
23:23pelo amor de Deus,
23:24o que era aquilo,
23:25era uma farra
23:26de corrupção
23:28e de desperdício
23:29de dinheiro.
23:30Enfim,
23:30então,
23:31é por isso
23:32que essa turma
23:33mais corrupta,
23:34que gosta de Estado,
23:35ajudando os amigos,
23:37fazendo capitalismo
23:38de compadrinho,
23:40onde você tem
23:41uma elite
23:43completamente casada
23:45com o governo
23:46e aquela coisa
23:47público-privado,
23:48onde você não sabe
23:49onde termina o público,
23:50termina o privado.
23:51Essas pessoas,
23:52claro,
23:52odiaram o Plano Real
23:55e odiaram
23:55toda essa racionalidade
23:57econômica
23:57que a gente teve
23:58nos anos 90.
24:01Wilson,
24:01vou fazer um complemento aqui.
24:03o Lula,
24:03quando ele assume
24:042003,
24:06ele é responsável
24:07em termos de gastos
24:09do governo.
24:12Ele criticava muito,
24:15falava da herança maldita
24:17que ele tinha recebido
24:18do Fernando Henrique,
24:20tudo besteira,
24:21não tinha nada
24:22de herança maldita,
24:24mas ele,
24:25como tinha medo ali
24:27de realmente
24:28acabar
24:29com esses ganhos
24:31que tinham acontecido
24:32até então,
24:32ele mantém
24:33a cartilha
24:35e segura um pouco
24:37os gastos.
24:40Vamos lembrar
24:40que até no começo
24:41tinha muita gente
24:42dentro do PT
24:43que pedia
24:46um aumento
24:46nos gastos sociais
24:47e essa gente
24:49se revolta
24:50e deixa o PT
24:51e tem greve
24:52brigando
24:54com o Lula.
24:55Então,
24:56o Lula,
24:56quando começa
24:57o Lula 1,
24:58ele mantém
24:59muito do que vinha.
25:01o Lula agora
25:02ele é diferente,
25:04o Lula 3
25:05é quase que Dilma 3,
25:06ele quer sair
25:07gastando
25:08adoidado,
25:10só não consegue
25:11fazer isso
25:12porque a gente
25:13tem uma resistência
25:14muito grande
25:15nas instituições
25:16brasileiras
25:17que sabem
25:18que se ele sair
25:18gastando
25:19volta a inflação,
25:22os juros
25:22vão ter que
25:23aumentar,
25:25então mesmo,
25:26por exemplo,
25:27nessa tentativa
25:27dele
25:28insistente
25:30de querer
25:30baixar
25:30os juros
25:31do Banco Central,
25:33apesar de tudo
25:33isso,
25:34os juros
25:34não caiu
25:35e aí
25:36ele fica revoltado,
25:38mas é porque
25:38muita gente
25:39lá dentro
25:39do Banco Central,
25:41ele já nomeou
25:42lá quatro
25:43dos conselheiros,
25:44dos ministros,
25:46eles sabem
25:46que se eles
25:47deixarem o Lula
25:49fazer o que ele quer
25:50ou concordarem
25:52com tudo
25:52que o Lula quer,
25:54o Brasil
25:55quebra
25:55como quebrou
25:56no segundo
25:57mandato
25:57da Dilma,
25:59então o Lula
26:00se deixasse
26:02ia ser
26:04uma desgraça,
26:05ele ia realmente
26:06quebrar
26:07todas as contas
26:08e a gente
26:09ia voltar
26:09para o passado
26:10pré-plano real,
26:12mas o Brasil
26:13tem segurado
26:14a onda
26:14junto com a gente
26:16aqui,
26:16com a imprensa,
26:17com todos
26:18os economistas
26:20que estão
26:20sempre ali
26:21reclamando,
26:23criticando,
26:24e que aí
26:25faz todo sentido
26:26agora a gente
26:26relembrar
26:27a importância
26:28do plano real
26:28para comparar
26:30e lembrar
26:30de algumas coisas
26:31que são
26:32regras da economia
26:33que não podem
26:33ser quebradas.
26:36Não,
26:36inclusive,
26:37Duda,
26:39eu só estou aqui
26:39conversando rapidamente
26:41com o nosso
26:42Matheus Teixeira,
26:42nosso Matheus
26:43Rodrigues,
26:44estou confundindo
26:45com outro Matheus,
26:46deixa eu pegar
26:49um pouco aqui
26:49de algumas histórias
26:51sobre o plano real,
26:51porque esse
26:52é que é o ponto,
26:54um aspecto
26:55fundamental
26:56do plano real
26:56foi a responsabilidade
26:59fiscal.
27:00E é bom lembrar
27:01que o Brasil
27:01veio de uma série
27:02de planos econômicos
27:03traumáticos,
27:03você teve o plano
27:04Sarney,
27:06você teve o plano
27:06Collor,
27:08sabe,
27:08eu vou até contar
27:09uma história
27:09minha,
27:11que eu quase
27:12fiquei desabrigado
27:13por causa do plano
27:14Collor,
27:14meu pai vendeu
27:15uma casa,
27:16uma casa onde a gente
27:17morava no período,
27:18e assim,
27:19por sorte,
27:20ele negociou
27:21uma casa
27:21e ele conseguiu
27:22comprar outra
27:23na véspera
27:25do plano real,
27:26do confisco
27:27da poupança,
27:28então assim,
27:28até hoje a família,
27:30plano Collor,
27:30perdão,
27:31plano Collor,
27:31então até hoje
27:32a família fala,
27:33nossa,
27:33você teve uma baita
27:34de uma sorte,
27:35porque foi na véspera,
27:37né,
27:37e enfim,
27:38é isso que,
27:39esse era o Brasil
27:40daquele período,
27:41e é bom lembrar
27:42que o plano real
27:42teve outros personagens,
27:44né,
27:44como o próprio
27:45Ciro Gomes,
27:46né,
27:46pré-candidato
27:47à presidência
27:47da república,
27:48o Itamar Franco,
27:49né,
27:49que era o presidente
27:50da república
27:50na época,
27:52entendeu,
27:52então assim,
27:53temos aí
27:53uma série de,
27:55uma série de atores,
27:57ter,
27:58aqui nos comentários,
28:01eu acho que são,
28:02eu acho que a gente
28:03tem uma noção,
28:04tá aqui,
28:04ó,
28:05a Elizabeth falou
28:05que o pai dela
28:06morreu de desgosto
28:06por causa do Collor,
28:07não me deixem só,
28:09vamos lembrar disso,
28:10é,
28:11botam de lapela,
28:12eu sou fiscal de Sarney,
28:13lembram desse período,
28:14né,
28:14nossa,
28:15eu sou fiscal de Sarney,
28:16Maria Lúcia,
28:17botaram de lapela também,
28:18tem um vídeo clássico
28:21dele se colocando
28:22como fiscal do Sarney,
28:24tá no YouTube,
28:25fácil de achar.
28:27É,
28:28então,
28:29tem o Brasil,
28:30em um período
28:32que até hoje
28:33a gente traz um pouco
28:34dessa memória,
28:36desse período,
28:36não é,
28:36gente,
28:37quem viveu
28:38aquele período,
28:40até hoje tem um pouco
28:41de medo,
28:42de receio
28:42de que aquela inflação
28:43volte,
28:44e esse aqui é o grande
28:45desafio do governo
28:46no Lula 3,
28:47é um dos grandes,
28:49porque se o governo
28:50não apostar numa,
28:52não tiver o controle
28:53dos gastos,
28:55quiser tentar
28:56baixar a taxa de juros
28:58na marra,
28:59impulsionar de forma
29:00a indevida o consumo,
29:02você vai afetar,
29:03no final das contas,
29:04você pode criar
29:05um processo inflacionário,
29:06logicamente que é assim,
29:08não dá pra,
29:09eu acho que hoje,
29:10você teria que fazer
29:11muita burrice
29:12pra você chegar
29:12nesse período
29:13de hiperinflação
29:15dos anos 80,
29:1590,
29:16mas não dá
29:17pra você
29:18simplesmente
29:18baixar a guarda,
29:20esse que é o ponto,
29:21não dá pra baixar
29:22guarda mesmo,
29:23e só pra gente
29:24lembrar,
29:24é só a gente olhar
29:26aqui do lado
29:26a Argentina,
29:27que não teve
29:27plano real,
29:29e há quantos anos,
29:30há quantas décadas
29:30a Argentina
29:31tem déficit,
29:32tem hiperinflação,
29:34entendeu?
29:35Enfim,
29:36não precisa nem
29:36muito longe,
29:37e só pra gente
29:38fechar esse assunto,
29:39deixa eu chamar
29:40um vídeo
29:41pra gente lembrar
29:42como é que foi
29:42essa transição
29:43da URV
29:45pro real.
29:46Matheus,
29:46solta pra gentileza.
29:47você está acostumado
29:50com o cruzeiro,
29:51cada vez que você
29:52vai às compras,
29:53os preços são maiores,
29:54não param de subir,
29:56mas agora existe a URV,
29:58e com ela,
29:59você fica sabendo
30:00o real valor das coisas,
30:02e enquanto o real
30:02não chega,
30:03você ganha tempo
30:04para se adaptar
30:05à nova moeda,
30:07porque quando o real
30:08chegar,
30:08não vai ter mais cruzeiro,
30:10não vai ter mais URV,
30:12não vai ter mais inflação,
30:13real está nascendo
30:16a sua moeda.
30:20Tá aí,
30:2130 anos do plano real,
30:22obviamente que amanhã
30:23a gente vai continuar
30:24falando desse assunto
30:24com o nosso Rodrigo Oliveira,
30:25que tem muito mais bagagem
30:27para falar sobre isso,
30:28e você que nos acompanha,
30:30vamos fazer o seguinte,
30:31deixe o seu comentário
30:32aqui no final do vídeo,
30:33depois quando terminar
30:33o programa,
30:34deixa lá no comentário,
30:36conte a sua história
30:37sobre esse plano real,
30:38como é que foi a transição,
30:39como é que era
30:40esse período de mega inflação,
30:41para a gente comentar amanhã
30:42com o nosso Rodrigo Oliveira,
30:43para que a gente possa contar
30:45um pouco dessas histórias
30:46desse Brasil,
30:46que graças a Deus
30:47ficou para trás.
30:49e aí
30:53o
30:54E aí

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