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O mercado de trabalho formal no Brasil registrou um saldo positivo de 474.614 postos de trabalho no acumulado do ano, de acordo com os dados divulgados, nesta quarta-feira, 27, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Esses números representam um crescimento significativo em relação ao mesmo período do ano passado.
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Transcrição
00:00Rodrigo Oliveira, Caged, hoje devem ser divulgados os números do Ministério de Trabalho e Emprego
00:07sobre quantas pessoas estão empregadas no Brasil, quantas perderam o emprego,
00:12qual a expectativa do mercado. Rodrigo Oliveira, por favor, traga-nos um pouco de luz nessa tarde de quarta-feira.
00:17Então, olha só, eu gostei dessa conversa antes aí com o deputado, que é esse lance da complexidade.
00:23Isso é importante, é quase filosófico. Vou fazer um parênteses filosófico aqui, que é o seguinte,
00:27as pessoas, eu não sei se é mídia social, se é uma falta de lucidez coletiva da humanidade,
00:36mas as pessoas têm se voltado sempre para soluções fáceis, sempre para soluções,
00:43se eu aumento isso aqui, isso aqui aumenta necessariamente, e as coisas não são bem assim,
00:48elas são sempre muito complexas, elas têm sempre muitas variáveis e todas elas têm que ser levadas
00:53levadas em questão, levadas à exaustão aí do modelo, para você saber se as coisas funcionam ou não.
01:00O que aconteceu ontem? Ontem saiu a ata do Copom e o Copom falava o quê?
01:04Falava, olha, temos um problema com a geração de emprego, com os salários, o aumento da massa salarial,
01:11por quê? Por causa daquele negócio que eu falei ontem exaustivamente, aqui o hiato do produto,
01:15o Brasil, na opinião do Banco Central, e ainda sem certeza, ele falou que está incerto sobre isso,
01:24ele vê que há um fechamento do hiato, isto é, não há crescimento de produtividade,
01:30a gente está tendo só crescimento de salário.
01:33E aí o que acontece? Esse dinheiro cai na mão das pessoas,
01:36as empresas não conseguem produzir mais para atender as demandas que vão subir,
01:40porque as pessoas têm mais dinheiro para gastar,
01:41e vocês sabem que é como dizia o filósofo, dinheiro na mão é vendaval,
01:47e aí esse dinheiro a mais é transmitido para a economia via inflação,
01:53pressão inflacionária, e isso atrapalha a queda dos juros.
01:55Muito bem, hoje às 14 horas, o Caged divulga a criação de empregos.
02:01Ontem, no meio do dia, o Rui Costa, chefe lá da Casa Civil,
02:05ministro-chefe da Casa Civil, disse que, olha, vocês se preparem,
02:10porque os números serão extraordinários, olha que coisa boa, hein?
02:15E aí, mais tarde, Paulo Pimenta, aqui em Brasília, na Câmara Legislativa aqui,
02:19que é uma espécie de assembleia estadual, uma espécie não, é uma assembleia,
02:23disse o quê?
02:26Se preparem porque vem acima dos 300 mil, das 300 mil vagas.
02:31Isso já aconteceu antes na história deste país? Já, já aconteceu antes,
02:34a Tebet, algum tempo atrás, também antecipou um Caged que seria ótimo,
02:38na opinião dela, o mercado achou ok.
02:41Mas qual é o problema agora?
02:43Vai, o Paulo Pimenta está falando desses 300 mil,
02:47o que os economistas aí na Bloomberg, por exemplo, consultados pela Bloomberg,
02:52estão esperando?
02:53250 mil novas vagas, 300 mil está na conta do mais otimista dos otimistas economistas.
03:02Muito bem, lembrem-se, ninguém aqui é dono da verdade,
03:06a vida não funciona desse jeito.
03:09Mas, um número mais alto que 300 mil vai surpreender o mercado,
03:14que vai reagir aumentando os juros.
03:17E aí você vai me perguntar, poxa vida, mas esses malvadões da Faria Lima
03:23não dão um dia de descanso para o pobre coitado do brasileiro?
03:28Ora, bolas, está tendo mais emprego, que coisa boa.
03:31E é uma coisa ótima.
03:35E aí vem a pergunta mais filosófica que eu posso fazer para vocês agora.
03:39Então, 14 horas, sai o número mesmo, a gente vai ver como isso vai repercutir no mercado
03:44e qual vai ser o número exato.
03:46Hoje o Haddad chegou a comentar em uma entrevista pela manhã que o número será ótimo.
03:50Então, está todo mundo no governo já sabendo o número
03:53e provavelmente deve ser esse número aí acima de 300 mil.
03:57Qual deve ser a resposta do mercado?
04:00Bom, o mercado deve começar a prever, então, juros mais altos.
04:04Por quê?
04:05Porque na cabeça do mercado, o Banco Central acabou de avisar.
04:09Olha só, se houver muita pressão no mercado de trabalho,
04:12a gente não vai ter espaço para baixar tanto juros.
04:16E aí, quem está lidando lá com o juro futuro,
04:19sobe o juro futuro para se adequar a essa nova realidade.
04:23Lembrem-se, lá na ata também tem o seguinte,
04:26houve uma discussão e alguns discordaram que não houve ganho de produtividade.
04:32A gente pode até dizer, se quiser chutar aí os nomes,
04:36eu imagino que quatro novos diretores disseram que foi ganho de produtividade e não fechamento do hiato.
04:45Mas, pois bem, a discussão começa a ficar um pouco mais confusa, eu falei isso para vocês ontem.
04:50Com o mercado de trabalho mais aquecido, vai reforçar essa retórica do Banco Central malvadão
04:58e do mercado financeiro malvadão contra o presidente Lula,
05:03que está aí voltado para a geração de emprego e ganho salarial dos pobres.
05:07Muito bem, a pergunta que fica para vocês decidirem aí é a seguinte,
05:12o que você prefere, e olha só, o que eu gosto em economia,
05:16o que faz o meu olho brilhar nessas conversas todas que eu tenho com vocês aqui,
05:20é que não existe certo e errado, não existe resposta certa e resposta errada.
05:27Depende do resultado que você quer, depende do custo que você está disposto a pagar.
05:33Então, a pergunta é, você prefere ganhar mais dinheiro e pagar mais caro,
05:38ou ganhar menos dinheiro e pagar mais barato?
05:44Não é tão simples quanto parece, mas é essa a resposta que o mercado está procurando
05:50e que o Banco Central vai ter que responder, inclusive, conforme as coisas forem andando.
05:58Perguntas complexas para questões complexas, para cenários complexos.
06:03Rodrigo Oliveira e seu momento filosófico aqui no nosso meio-dia em Brasília.
06:08Rodrigo, tem uma outra questão, toda vez que eu falo, Rodrigo,
06:13eu me lembro do colega da Globo News, que teve uma treta com aquele outro colunista,
06:18que eu não vou dizer os nomes especificamente aqui, vocês que são inteligentes,
06:22vocês que observem.
06:23Agora, Rodrigo, para além do Caged,
06:27o Fernando Haddad já está um pouco preocupado com reforma tributária,
06:31porque o calendário do Poder Legislativo é curto,
06:34ele já começa uma conversa com o Rodrigo Pacheco e com o integrante da Câmara,
06:38e mais especificamente com o Arthur Lira,
06:41e aí, enfim, ele está tentando,
06:44com que essa, tentando desenrolar,
06:47aí esses projetos de regulamentação da reforma tributária,
06:50mas é uma sessão, é uma missão bem complicada,
06:53essa do nosso Fernando Haddad, o teu grande amigo, não é?
06:56Então, o nosso querido Fernando Haddad tem esse probleminha para resolver,
07:03a reforma foi aprovada, mas tem que regulamentar, isto é,
07:07dizer como e quando cada coisa vai ser cobrada,
07:10que coisas vão ser cobradas de que jeito,
07:12que coisas serão cobradas de outro jeito,
07:15e aí tudo isso, obviamente, tem impacto na arrecadação,
07:18o Arthur Lira está muito empenhado em aprovar a reforma tributária
07:23antes do fim do mandato dele,
07:24ele sabe que o calendário é apertado,
07:27porque a partir de junho e julho sai todo mundo,
07:29não é para a festa junina, mas também para a festa junina,
07:32mas para as eleições municipais,
07:34e aí depois é só lá no fim do ano,
07:37já toque de caixa,
07:38já numa conversa que vai ser uma pré-eleição
07:41para o próximo candidato a presidente da Câmara dos Deputados,
07:45e presidência do Senado,
07:47então o Haddad tem que liberar logo esses projetos,
07:50e ele chega, já falou,
07:52olha, não, a gente vai liberar um por um,
07:53porque não dá para colocar tudo,
07:55porque ele entende, me parece,
07:58que não há capacidade intelectual na Câmara,
08:01entre os 513 deputados,
08:03para poderem avaliar mais de um projeto,
08:05ao mesmo tempo, mesmo dividindo eles em grupos,
08:08porque são divididos em grupos,
08:10mas tudo bem,
08:12tirando essa avaliação do nosso querido Fernando Haddad,
08:15o problema é,
08:16ele tem pouco tempo,
08:17precisa que isso passe,
08:18para então colocar a reforma tributária sobre renda e trabalho em pauta lá no Congresso,
08:26que também tem a ver com a arrecadação.
08:29Então, tudo isso,
08:29todo esse esforço,
08:31para tentar salvar a arrecadação tributária,
08:35e, consequentemente,
08:36o déficit fiscal,
08:37ali,
08:38o zero déficit,
08:40que é o mantra do Fernando Haddad,
08:43neste início de ano,
08:44que, obviamente,
08:45ele deve abandonar,
08:47lá para o meio do ano,
08:48quiçá,
08:49eu acho que se ele pudesse,
08:50já falei isso algumas vezes,
08:51se ele puder,
08:52ele faz a mudança na meta,
08:54só em dezembro do ano que vem.
08:55Ah, de 2025,
08:57ele também já começou a falar,
08:58olha,
08:59quem vai definir,
09:00se a meta,
09:01de déficit zero,
09:03que ele mesmo inventou,
09:05vai ser alcançado ou não,
09:08é o Congresso Nacional.
09:10Como diria Garrincha,
09:11esqueceram de combinar com os russos.
09:14O Rodrigo,
09:15eu sempre me pergunto o seguinte,
09:16não é, Rodrigo?
09:17É, sobre essa questão do déficit zero,
09:18eu não sei se é má fé,
09:20se é esperança excessiva,
09:22inocência,
09:23eu realmente me pergunto,
09:25porque é um cenário mais...
09:27Eu até lembro daquela pesquisa, né?
09:29A propósito,
09:29e falando em pesquisa,
09:31me lembrei de uma outra coisa,
09:32fora da pauta,
09:32já descobriram lá na Faria Lima
09:35quem é aquele otimista
09:36que acredita no Haddad
09:37que ele vai manter o déficit zero
09:38ou ainda não, hein, Rodrigo?
09:40Rapaz,
09:41esse senhor,
09:43ou essa senhora,
09:44continua em local desconhecido e incerto.
09:48É isso,
09:49porque eu fico me perguntando,
09:51por que o Haddad ainda não desistiu?
09:53Sabe?
09:53Seria uma...
09:54Olha, gente,
09:55beleza,
09:55tá aqui, olha,
09:56tá aqui,
09:57joga a toalha,
09:58não vai ter déficit zero,
09:59vamos trabalhar com déficit
10:01de tantos bi,
10:02de 1%,
10:032%,
10:04enfim,
10:05eu me pergunto
10:06por que o Haddad
10:06ainda não desistiu, Rodrigo?
10:08Dá pra gente ter uma ideia
10:09ou é pedir demais?
10:11Eu acho que é um pouco...
10:12Do que o Central
10:13tem alertado até
10:14nas últimas atas do Copom,
10:15que é sobre
10:16manutenção de expectativa, né?
10:19E você imagina o seguinte,
10:20você criou uma regra
10:21e no primeiro ano da regra
10:24você descumpre a regra
10:27e muda a regra, né?
10:30Então, é aquele negócio,
10:31pra que meta?
10:32Se a meta será
10:33o que eu decidi que for
10:35quando eu chegar lá.
10:37Então, eu saio...
10:38Pra que eu vou dizer
10:40pra alguém
10:41que eu vou correr
10:4242 quilômetros?
10:43Se no fim das contas
10:44eu vou falar
10:45não,
10:45era só 10,
10:46olha aqui,
10:47eu tô no décimo,
10:48era só 10
10:48e é isso mesmo.
10:50Então,
10:50é basicamente isso.
10:52Eu posso responder
10:53uma pergunta?
10:53Tinha uma pergunta aqui
10:54sobre subsídio ali, ó.
10:55Consegue puxar pra gente aí,
11:00Matheus?
11:01Aqui, ó.
11:02Como diria aquela...
11:05Hoje é o Novo Tempo
11:06que já começou,
11:07já diria aquela musiquinha
11:08da concorrência,
11:09por favor.
11:11Você passou, Matheus?
11:13Matheus, por favor.
11:14Calma aí,
11:15vou te achar aqui.
11:18Tá aqui, ó.
11:20Interessante.
11:21Além da oferta da procura, né?
11:23É, apertei aqui, ó.
11:24Isso.
11:25Interessante.
11:26A lei de oferta da procura
11:26justifica subidas de preços,
11:28especulação de preços.
11:29Mas se for pra subida de salários,
11:31aí já não é bem assim.
11:32Porque tem outras implicações.
11:34Subida de juros.
11:35Não é isso.
11:36É isso que eu quero
11:36que a gente entenda aqui.
11:38Não é mecânico.
11:40É o preço que a gente quer pagar.
11:43Não precisa nem subir os juros.
11:45Deixa os preços dispararem.
11:47Se isso não incomoda,
11:49tá tudo bem.
11:50E é sempre uma decisão
11:52da sociedade.
11:53Ou deveria ser
11:55uma decisão da sociedade.
11:56O que é que a sociedade
11:57está dizendo?
11:58Não estamos nem aí
11:59para a inflação?
12:01O que a gente quer
12:01é salário mais alto?
12:03Beleza pura.
12:04Não tem problema nenhum.
12:06Não estamos nem aí
12:07pro preço dos alimentos.
12:09A gente quer que fique mais caro?
12:11Beleza pura.
12:11Não.
12:12A gente quer que fique mais barato
12:13ou que fique a mesma coisa
12:15e que o governo transfira
12:16parte do meu salário
12:17pros empresários?
12:21e aí o preço não sobe?
12:23Beleza pura.
12:24É sempre uma decisão
12:25da sociedade.
12:28E não tem certo e errado
12:29como eu falei lá no começo.
12:31E eu gosto dessa pergunta
12:32como é que é o nome dele?
12:34Esqueci aqui.
12:35É o Álvaro Lopes.
12:36Eu gosto dessa pergunta
12:37disso que você está falando
12:38porque é exatamente isso.
12:40Você foi ao cerne da questão.
12:43É uma escolha.
12:44e o que é que nós vamos escolher?
12:47O que é que nós estamos escolhendo?
12:49É bom que a gente entenda.
12:53Porque é isso que vai fazer a diferença
12:55no fim das contas.
12:56Não adianta eu querer ser saudável.
12:59Eu queria muito que o meu colesterol
13:01fosse tranquilo.
13:04Meus triglicerídeos fossem baixos.
13:07Mas o cara se entope de açúcar
13:09se entope de gordura
13:11não faz nenhum exercício.
13:13Ora, bolas.
13:14Não vai acontecer sem algum esforço.
13:17E você tem que decidir
13:18qual é o preço que você quer pagar
13:20pra ter o resultado
13:21que você quer
13:22porque isso, às vezes
13:23muda o resultado.
13:25Eu não quero deixar de comer doce
13:27todo dia.
13:29Então que se dane o meu triglicerídeos.
13:32E depois eu pago o preço lá na frente.
13:34Essa é a ideia.
13:35E essa é a discussão
13:36que a gente tem que ter.
13:37As coisas não são mecânicas
13:38e não são tão simples.
13:41Eu acho que é isso,
13:42meu querido Wilson.

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