Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Começa agora, na Rede 98, Matula 98.
00:06Olá, muito bem-vindos, muito bem-vindas ao Matula 98.
00:33Neste programa que a gente fala de tudo, até de gastronomia.
00:38Vocês já sabem que todo sábado eu fico com vocês aqui até o meio-dia.
00:42Sempre muitíssimo bem acompanhada.
00:45Mas, gente, Maria Clara continua lá na saga de virar a baronesa do café.
00:50E ainda não voltou.
00:52Quem está aqui comigo de novo hoje para acompanhar o programa é Dudu Ponzio.
00:57Tudo bem com você, gente? Tudo bem, Carol?
00:59Estou aqui hoje para dar um close bem gostoso junto com você.
01:03Porque hoje é um dia especial, né?
01:06Especialíssimo.
01:06Hoje, dia 28 de junho, é comemorado aí o Dia do Orgulho.
01:10LGBTQIAPN+.
01:12Muito obrigada.
01:13Eu tenho que pedir ajuda para não errar nenhuma sigla, né?
01:17Hoje, então, o Dudu já deu aí esse spoiler.
01:19Hoje a gente vai falar de representatividade, orgulho, liberdade, também os desafios.
01:25Obviamente que a gente vai falar disso com muita leveza, dando o recado que tem que ser dado aqui.
01:31Por isso, estamos recebendo duas pessoas aqui maravilhosas da comunidade que vai trazer para a gente aí muita risada, né?
01:41Eu espero.
01:42Muito, muito, muitas lágrimas, não.
01:45Muita risada.
01:46Porque a gente vai falar deste tema, né?
01:49Da comunidade LGBTQIA+, APM+.
01:53É porque aqui no meu roteiro está faltando...
01:57Tá, desculpa.
01:58Desculpa.
01:59É tudo certo.
01:59Mas a gente trouxe a Yasmin Juliana, que é gastróloga, cozinheira e chefe de cozinha do Baixaria.
02:07Apaixonada pela cozinha desde os 13 anos, bicampeã do Arraial de Belo Horizonte, 2023 e 2024.
02:15E destaque do Festival Gastronômico Saborei com Jabuticaba em Catas Altas, conquistando o primeiro lugar em 2023.
02:21E o segundo lugar nos anos de 2024 e 2025.
02:26Bem-vinda, Yasmin.
02:27Quantos anos você tem já emendando?
02:28Tem um palmas aqui, ó.
02:30É?
02:31É, eu tenho 20 anos.
02:33Nossa, é muito novinha.
02:34Pensei muito cedo na cozinha, já estou aí, já tenho mais ou menos uns 8 anos.
02:38A família é toda do ramo da cozinha e eu estou aí nas cozinhas de Belo Horizonte.
02:44E hoje em dia eu estou no Baixaria.
02:45Muito prazer te receber aqui hoje, viu?
02:48Prazer, meu.
02:49E ela trouxe a comidinha, daqui a pouco eu falo, porque a gente está recebendo aqui de novo.
02:54Porque, gente boa, a gente tem que repetir sempre, né, Dudu?
02:57Simval Espírito Santo, que é mestre em cutina italiana.
03:02Ele é chique, né?
03:03Pelo ICIF, doutorando em História pela UFMG.
03:08Professor de Gastronomia, membro da Academia della Cutina Italiana e da Frente da Gastronomia Mineira.
03:14Chefe da Tibo?
03:16Tibo.
03:17Chefe da Tibo.
03:18E Simval, que é um grande amigo, que eu tenho essa honra de chamar de amigo, que eu amo.
03:23E que está aqui hoje também representando aí a comunidade.
03:27E essa profissão maravilhosa e o ofício que ele tem hoje de ser professor também, né, das novas gerações.
03:35Muito obrigada por estar aqui de novo.
03:36Obrigado pelo convite, é sempre uma honra estar aqui, ainda mais num dia tão especial igual hoje.
03:42Obrigado.
03:42Hoje é muito especial mesmo.
03:44A gente tem que falar muito sobre respeito, principalmente, né?
03:48Eu acho que é a pauta principal.
03:49Mas a gente quer saber também, né, gente?
03:51Porque a gente sabe que já é desafiador pra gente, de uma forma geral, hétero e eu, no caso, meu mulher e tudo, tá numa profissão, né?
04:04Que é a gastronomia.
04:06Mas a gente também sabe que as pessoas da comunidade...
04:09Eu vou falar só LGBT, mas vocês vão entender aí, só pra poder facilitar pra mim também.
04:14Da comunidade LGBT hoje, de estar ocupando todos os lugares.
04:20A gente vê, né, esse crescimento, mas isso não foi sempre assim.
04:24E também não foi fácil e continua tendo aí muitos desafios, né?
04:28Vou convidar você que está em casa pra acompanhar com a gente.
04:32Eu abri aqui hoje pra receber um Maria Maria, um espumante muito saboroso, mineiro.
04:38Vamos brindar primeiro pra começar?
04:40Dia do Orgulho.
04:41E esse tintinho tá geladinho.
04:44Tá geladinho.
04:45Tá geladinho.
04:47Brindar com um bom espumante.
04:49Pra você que está em casa, abre aí o seu também, abre sua cervejinha.
04:53Vem acompanhar aqui o programa de hoje.
04:56E lembrando que a gente está em toda a Rede 98.
04:58Belo Horizonte, região metropolitana.
05:00A gente está na TV aberta, no canal 29.
05:03Na Claro TV, no canal 198, no 698.
05:06No YouTube, no 98 Live Show.
05:08E claro, aí nas ondas do rádio 98.3.
05:13Quem quiser depois voltar a assistir lá no 98 Live no YouTube, fica sempre.
05:18Se você estiver aí online, interage com a gente aí no chat, que a gente vai conversando com vocês.
05:25Vou começar aqui, gente.
05:26Começar do começo, né?
05:28Perguntar dessa coisa, assim, de como que foram esses primeiros passos na gastronomia.
05:33Porque os três, né, Dudu...
05:35Eu apresentei Dudu Pons, porque Dudu já está figurinha carimbada, mas também é da comunidade.
05:41Dudu é confeiteiro, né?
05:42Hoje na frente do Dona Torta.
05:43Então, três sumidades da gastronomia aqui pra falar com a gente.
05:48Como que começou aí esses primeiros passos, né?
05:52Na gastronomia, escola, enfim.
05:54Tudo.
05:55E casa, restaurante, enfim.
05:58Como que vocês chegaram até aqui onde vocês estão hoje?
06:00Quem começa?
06:02Ah, Yasmin, vai lá.
06:03Então, eu comecei com uns 13 anos de idade.
06:07Meus pais, eles são donos de pizzaria e antes eles tinham uma padaria também.
06:12E nisso, a gente se mudou pra Catas Altas, morávamos em Barão de Cocais.
06:16Aí eu ia pra lá pra ajudar a fazer o pão em troca de lanche.
06:20Nisso eu ganhava uma coxinha, uma Coca-Cola e ia lá ajudar a fazer o pão.
06:24Aí depois eu comecei a trabalhar na padaria como atendente e veio a pandemia.
06:28Vindo a pandemia, o movimento da pizzaria aumentou muito e aí eu ficava nos dois, direto.
06:35Ficava de dia atendendo e à noite eu ajudava a fazer as pizzas.
06:39Aí eu falei, mãe, eu não tô aguentando mais, tô ficando um pouco cansada.
06:42Aí eu fui e falei assim, vou ficar só na pizzaria, que era o que eu mais gostava de fazer.
06:47Fiquei na pizzaria até os 18 anos, vim pra BH, fiz faculdade de gastronomia, me formei,
06:53trabalhei aqui em dois restaurantes, aqui em BH grandes, três na verdade,
06:58e agora eu tô no bacharia chefiando lá.
07:00Com 20 anos.
07:01Com 20 anos.
07:02Com 20 anos, eu falo, gente, a gente arrasa demais.
07:06É, pois é, né?
07:07E você, Simvaldo, você tá aí, tem essa história toda com a Itália, né?
07:11Pois é, eu não, originalmente, não fiz gastronomia como primeira opção, né?
07:17Sou um pouco mais velho e, enfim, trilhei uma carreira em outra área.
07:23E aí, quando eu tava bem estabelecido, começou a vir uma coisa muito mais forte,
07:28que a cozinha sempre me acompanhou, desde sempre, essa coisa das mulheres muito fortes na família.
07:33E aí eu organizei a vida pra tentar essa transição.
07:36Então, fui pra Itália, é, e lá, depois que eu terminei o curso, é, eu fui fazer, fui trabalhar.
07:45E já entrando um pouco mais dentro do tema, não sei se eu vou, é, atrapalhar alguma coisa que você fosse dizer, Dudu.
07:51É, lá foi o primeiro lugar onde eu percebi, é, que eu estava sendo lido de alguma forma diferente, assim.
08:01É, porque na carreira de publicidade, de design, que era onde eu trabalhava,
08:05não era muito incomum, né, é, é, assim, tem muito viado, né?
08:13Então, assim, vamos falar, vamos falar desse jeito.
08:16Vamos falar da forma que tem que falar.
08:17Já vamos começar a falar.
08:18Tem muito viado.
08:19É, não tô falando que todo mundo é, mas as coisas são mais tranquilas.
08:23E aí, quando eu fui pra Itália, é, que curiosamente é um país muito machista,
08:29É, lá, eu vi que certos códigos que eu nunca precisei, que até uma certa idade da minha vida,
08:39eram códigos que eu não tinha consciência deles, mas que eles eram usados contra mim.
08:44A voz, algum trejeito, é, o jeito de andar na rua, porque, é, muitas vezes eu fui xingado só de estar andando na rua.
08:53Tô andando na rua, na minha, a pessoa para o carro e dá um grito, fala alguma coisa, e eu, às vezes, muito novo,
09:00pensava, gente, mas o que que eu tô fazendo de errado, né?
09:03Tô andando na rua.
09:04Existindo.
09:05Só tô existindo.
09:06E muito jovem, muito menino mesmo, antes de pensar em qualquer coisa de sexualidade, muito criança.
09:12Sim.
09:13E aí, eu nunca precisei de chegar e sair de armário nenhum, porque o armário chegava antes de mim, né?
09:20O armário estava, já era.
09:22É, então, quando chegou na Itália, que esses códigos culturais foram esvaziados, no sentido de,
09:28lá os homens são muito vaidosos, a sobrancelha é feita, a minha voz, ela não dava muito,
09:34porque você tá falando uma outra língua, então, meio que, a dança da voz, né, se disfarça.
09:41Então, lá, num dado momento, começou a ter certos tipos de organização de quem trabalhava na cozinha, assim,
09:51fulana tá afim de você.
09:54E eu, assim...
09:55É, e os assuntos e tal, até que teve uma situação muito específica, assim,
10:00de uma mulher me dar uma encantada, assim, num canto mais chada.
10:05E aí, eu falei, gente, o pessoal não tá sabendo.
10:08É que tá acontecendo, é isso.
10:11E aí, alguma coisa que eu não me vi, porque, assim, até uma certa idade, principalmente que eu formei muito novo,
10:17quando eu tinha, assim, reunião de concorrência numa mineradora, por exemplo,
10:22eu tinha lá minhas roupas horrorosas pra ir nessas reuniões.
10:26A roupa de, não vou nem falar o nome da marca, mas, assim, né, tô me alongando demais.
10:34E aí, quando eu cheguei, eu tinha essas coisas pra meio que me proteger.
10:37E quando eu cheguei lá, ninguém percebia se eu tava com um relógio cor-de-rosa, né?
10:43E aí, aconteceu o efeito contrário.
10:45Porque, quando eu vi que as pessoas estavam me lendo daquela forma,
10:48eu fiquei com medo de falar alguma coisa.
10:51Entrei em conflito comigo mesma, assim, gente, mas eu tô aqui, eu paguei pra estar aqui,
10:54eu pago minhas contas. Aí, o dia que foi o auge, assim, foi o dia que eu tenho um tênis
10:58que eu gosto muito, que é um tênis de estampa de oncinha.
11:00E aí, na hora que eu fui chegar em casa lá, eu tirei o tênis.
11:03Eu falei, isso não tá certo.
11:05E são coisas que a gente passa muito, né?
11:09Então, pra mim, esse foi uma grande virada de chave.
11:13E aí, depois, quando eu voltei pro Brasil, eu comecei a trabalhar aqui.
11:15Aí, eu acho que é um programa inteiro mesmo pra falar de casos e problemas.
11:20Nossa Senhora!
11:21É muita coisa na cozinha, né?
11:22É.
11:22Eu falo que, assim, Dona Torta, hoje, ela, junto com o meu divã lá, com a minha análise,
11:29eu sempre falo isso, ela veio justamente pra resgatar essas potências.
11:34Eu também sou formado em publicidade, trabalhava com design.
11:37Então, no ambiente da publicidade, era mais tranquilo, na minha turma era majoritariamente.
11:43Mas ainda você percebe muita coisa.
11:45Eu tive uma sorte, dos lugares que eu estive, de eu me posicionar um pouquinho.
11:52Mas, essa potência mesmo de você sair de todo aquele lugar de não pertencimento que te ensinaram, que você ocupa,
12:02isso vai pra todos os lados da sua vida.
12:03Então, hoje, se eu fico nervoso numa bancada, assim, com pessoas massas, é porque lá atrás me falaram que eu não poderia estar nesse lugar por uma questão que não é a minha capacidade de fazer uma torta.
12:17Por outras questões, mas na hora que você vai fazer tudo, então, eu falo pra todo mundo que Dona Torta, ela veio, junto com o meu divã, né, o meu alter ego lá,
12:28pra resgatar esse Dudu lá de trás, que foi apagado, e trazer as potências dele todo.
12:34E eu acho que isso deve ser familiar pra vocês também, né.
12:39Você, Yasmin, que a gente tá vendo aqui as vivências, eles são mais velhos, né, você que é jovem, 20 anos, também já, assim, né, assim, teve essa sensação também?
12:53Ou hoje em dia já tá um pouco mais fácil pra você falar ou ser quem você é, assim?
13:00Então, no começo foi um pouco difícil, mas dentro de cozinha, até vir aqui pra BH, nunca tinha acontecido.
13:07É, caso de homofobia e tal, porque eu morava no interior, então eu ficava mais quietinha, ainda tinha um cabelo grande, aí eu vim pra BH, já cortei, consegui sair de vez do armário.
13:19Porque no interior também você ficava muito...
13:21Mais retraída, mas aí vindo pra BH, aconteceu sim situações de homofobia dentro de cozinha, que é pela aquela coisa, tipo assim, porque eu ando com uma calça mais larga, uma camiseta mais larga,
13:34eu tenho um cabelo cortado, curto, e aí o pessoal me via como um homem dentro da cozinha e eu me sentia muito desconfortável, porque eu não sou uma pessoa trans, né?
13:44Eu não me identifico como um homem trans.
13:46Então, aí acontecia essa situação na cozinha de, tipo assim, de eu ouvir um comentário assim, se você quer ser tratado aqui dentro como uma mulher, se veste como uma, deixe seu cabelo crescer.
13:58E aí me fez até sair desse restaurante, que eu saí dele, porque não dá, né, gente?
14:02Não tem jeito, é.
14:04E foi isso que é, assim, de mais pesado que eu passei.
14:07É, gente, às vezes, assim, quando a gente fala desse tema, ainda mais, né, a gente que é hétero, não tem tanto lugar de falar, mas a gente acompanha as dores dos nossos amigos,
14:17a gente não sabe, a gente que tá perto já não sabe a intensidade.
14:21Você imagina as pessoas que estão do outro lado e que não conseguem entender, que é só pela pessoa ser, né?
14:27Vou fechar esse bloco só com um comentário pra gente já puxar pro gancho, pro outro.
14:31O Dudu tem uma coluna aqui na 98 com a gente, todo sábado, entra no intervalo e algumas vezes a gente se depara com situações de homofobia nos comentários do Instagram, né?
14:43E, cara, o Dudu tá apresentando um restaurante, ele tá sendo ele.
14:48Por quê? O que faz uma pessoa achar que tá no direito de ir lá e deixar um comentário?
14:52Eu vou deixar vocês com essa pergunta, vocês irem pensando aí, porque a gente já volta pro segundo bloco e eu quero que vocês me respondam isso.
14:58Vai lá no chat, me responda se você tiver resposta pra isso, né, Dudu?
15:02É isso aí.
15:03É isso, a gente já volta.
15:04Deixa a pulguinha atrás da orelha e depois a gente desembola.
15:06A gente já volta com mais Matula 98.
15:09Daqui a pouco tem mais. Matula 98.
15:18Passando mais um quadro Comidas de Estádio.
15:21Eu sou o Nenel, estou na Arena MRV.
15:28Aqui em Belo Horizonte a tradição do boteco é tão forte que pra um jogo de futebol ser completo, antes ou depois dele, você tem que passar em um bar.
15:37Mercearia do Desson. Gostosinho e preço bom.
15:40Vem comigo aqui, ó.
15:43Olha quem eu encontrei na porta do estádio, o senhor Marcílio, histórico vendedor de bolinho de feijão.
15:49Tenho 40 anos de venda.
15:50É o clássico.
15:51A gente é que escolhe, ó.
15:52Você quer a pimentinha?
15:53Vem cá, pimentinha.
15:53Todo mundo sabe que o clássico maior dos estádios Belo Horizontinos é o feijão tropeiro.
16:00Só que aqui ele acabou antes do primeiro tempo acabar.
16:04O jogo acabou, mas antes de ir pra casa, churrasquinho.
16:08Viva a comida de rua.
16:10Regina Lanches tem sanduíche de pernil e tem churrasquinho.
16:13Cada dia eu vario.
16:14Um beijo.
16:15Até o próximo.
16:16Tchau.
16:16Tchau.
16:19Olá, eu sou a Mel Lisboa e você está assistindo a TV 98.
16:23Eu sou a Mel Lisboa e você está assistindo a TV 98.
16:53E você está assistindo a TV 98.
17:23E você está assistindo a TV 98.
17:53Muito bom dia pra você que está ligado na TV 98.
18:07É tempo de São João e está na hora de curtir o arraial da Automaia, meu amigo.
18:12Quer colocar um carro novo na sua garagem?
18:13O que você está esperando?
18:15Vem pro alto da rádio, é 4865.
18:16Você pode ir pra Amazonas também, lá no Santo Agostinho, na outra unidade.
18:20O trem está bom demais, viu?
18:22São condições especiais, brincadeiras.
18:25A equipe da 98 aqui te esperando ter um baita presente.
18:28O Flávio vai falar um pouco mais sobre isso, aquele voucher do coco bambu.
18:30Estou com o Flávio mais uma vez.
18:32Flávio, não tem desculpa.
18:34Esse sábado, esse sábado de arrasta-pé, de arraiar, é o dia pra colocar um carro novo na garagem.
18:39Exatamente.
18:40Muito bom dia a todos os ouvintes da 98.
18:42Bom dia, Antonelli.
18:43Pessoal, é a oportunidade realmente de sair de carro novo.
18:47Condições imperdíveis.
18:49Mais de 50 carros super selecionados no estoque.
18:52Pra vocês terem uma ideia, a média de quilometragem dos carros aqui da rádio já está em 29 mil quilômetros.
18:58Então, é seminovo de verdade.
19:01E estamos com o C6 Bank presente aqui na loja, garantindo as melhores condições de financiamento.
19:08Você que precisa financiar uma parte do veículo, eles vão encontrar a prestação que cabe no seu bolso.
19:14E pra você que deseja vender um carro, Automaia também é um lugar.
19:17Você recebe a melhor proposta, pagamento imediato.
19:20A gente tem visto aí muitas fraudes envolvendo compra e venda de veículo.
19:25Então, vem pra um lugar que transmita muita segurança.
19:28Pra você que não sabe, a Automaia foi eleita a melhor do Brasil.
19:31A melhor revenda multimarcas do Brasil nos anos de 2023 e 2024.
19:36Os três primeiros que compraram um carro aqui na Automaia hoje, Voucher do Coco Bambu de 500 reais.
19:41Pra ir almoçar com a família nesse domingo.
19:44Vem pra Automaia.
19:45O que você está esperando?
19:46Vem pra cá, vem pro Alto da Raja.
19:47Você pode ir também pro Santo Agostinho na Avenida Amazonas.
19:50Automaia, esse é o nome.
19:51Não tem desculpa, você vai colocar um carro novo na sua garagem.
19:54Quer vender o seu?
19:55Vem pra cá também.
19:56Automaia Veículos, confiança e segurança que aceleram.
19:59Apoio C6 Bank, Coco Bambu.
20:01Vem pra cá que dá tempo.
20:03Vem pro nosso arrastapé.
20:04A linha de...
20:06Agora você pede.
20:09E a 98 dá o play.
20:1198 dá o play.
20:18Isso quer dizer que vocês querem música, né?
20:19Vocês pediram rock and roll.
20:21Exigiram.
20:21É, rock and roll.
20:22Então pedindo a gente vai tocar, né?
20:24A gente obedece.
20:25Vocês é que mandam, né?
20:27Chega de blá blá blá, duas vezes ao dia.
20:29Tá bom pra você, Fernanda?
20:30Dá o play.
20:31Thaís?
20:31Dá o play.
20:31Em duas edições, 10 da manhã e 2 da tarde.
20:34Dá o play aqui na 98.
20:35De volta, na rede 98, Matula 98.
20:51Por aí, com Dudu Pônzio.
21:00Bom dia, povo.
21:01Vem comigo que hoje é dia de baixaria.
21:03Calma que eu tô falando de um bar.
21:05Aqui no centro da cidade, no edifício central.
21:07Já respira fundo pra subir as escadas.
21:09Relaxa.
21:10A única treta que você vai encontrar por lá,
21:12é a dúvida de qual bebidinha e qual comida você vai escolher.
21:15Aqui no segundo andar da galeria, você vai encontrar o bacharia.
21:18Um bar do jeitinho que a gente gosta.
21:20Com gente barata e bebida bonita.
21:22Coladinho na Praça da Estação e com uma vista belíssima de lá, inclusive,
21:26o bacharia promete reunir comidinhas, drinks e muita descontração.
21:31A cozinha por aqui é comandada pela chefe Yasmin,
21:34bicampeã do Prato Juninho no Arraial de Belô.
21:37E essa lindeza só tem 20 aninhos, gente.
21:39Inclusive, eu fui jurado no ano passado
21:41e o bolinho de canjiquinha dela mereceu mesmo o primeiro lugar.
21:44Aqui a cozinha fica voltada pros petiscos,
21:47pra gente lambiscar durante a noite e não perder uma fofoca.
21:50E tanto os petiscos como os drinks têm nomes super sugestivos
21:53pra deixar a experiência ainda mais divertida.
21:56Sarrada e pra te agarrar são algumas das opções.
21:58O espaço aqui é bem amplo.
22:00Você pode ficar em uma das varandas ou então aqui mesmo no salão.
22:03Inclusive, tem dias que rola um som com o PJ aqui
22:06e esse espaço vira uma pista de dança pra você se jogar.
22:09Mas agora eu já vou arrumar um cantinho aqui pra mim na varanda
22:11pra provar o prato do cardápio de inverno que a Yasmin me sugeriu.
22:15Ou na base da mandioca.
22:16Um quadradinho de mandioca cozida e frita, bem crocante
22:21e um ragu de costelinha bem suculento, que você vai amar, tá?
22:25E já que hoje é o dia do orgulho,
22:27eu pedi um drink pra gente brindar.
22:29Essa data tão especial e tão significativa.
22:31Eu fui de menagem.
22:32O drink leva gin, xarope de mirtilo, suco de laranja e uma espuma de jabuticaba.
22:37Pra você brindar com muito orgulho.
22:39A casa funciona de segunda a quinta, das 17h à meia-noite.
22:43Na sexta vai até uma da manhã.
22:45E no sábado, de 13h à meia-noite.
22:48Então, se você tá procurando um lugar pra você se divertir,
22:51sem medo de ser feliz, com comidinha boa e bons drinks,
22:54é pra cá que você vai vir.
22:55Gostou da dica e quer conhecer novos bares e restaurantes da cidade?
22:59Então você me segue lá no arroba do Duponzio ou no arroba DonaTortaBH.
23:03A gente se encontra todo sábado, às 11h da manhã, no Matula 98.
23:08Com as meninas lá e eu por aí, dando volta pro BH.
23:11Vem.
23:15Por aí, com Dudu Ponzio.
23:18Estamos de volta então com o Matula 98.
23:21Hoje comemorando o Dia do Orgulho LGBT.
23:25Que é a PN+.
23:26Muito obrigada.
23:27E cara, deixa eu te fazer uma pergunta.
23:28Você sabe por que é dia 28 que é comemorado o Dia do Orgulho?
23:31Não, muito obrigada.
23:32Pode me responder.
23:33Eu não sei.
23:33Porque lá atrás, lá atrás, teve uma mulher trans chamada Marsha, em Nova York.
23:41E a cena, os lugares que os gays podiam ocupar na década de 80, assim, Val, 60.
23:48Final de 60, né?
23:52Eles não podiam ocupar os mesmos espaços pra expressar a sua liberdade, seu amor, seu afeto, dançar.
23:58Então, eles iam pra alguns lugares específicos e bares específicos.
24:03E até que a polícia começou a repreender esses bares e entrar de forma truculenta nesses lugares.
24:11Pra que ninguém manifestasse.
24:12Às vezes, tava só dançando.
24:14E aí, essa mulher, ela saiu na rua, bateu o leque dela.
24:20E começou uma marcha.
24:21O nome dela é Marcha.
24:22Ela começou o que hoje a gente tem como uma parada.
24:27E uma mulher trans que começou a dar a cara tapa pra gente estar aqui hoje num programa falando desse assunto.
24:35Ela não sabia.
24:37Isso é muito legal de saber, né?
24:38Porque sempre tem o marco zero aí.
24:40É igual quando a gente fala também do próprio movimento feminista.
24:43Sempre tem um gatilho, né?
24:45Eu não sabia.
24:46E você sabe por que a letra L é a primeira?
24:49Não.
24:49Sabe por que a letra L é a primeira?
24:51Porque na epidemia de AIDS, do final dos anos 80, os homens, né?
24:59Gays que estavam acometidos pela doença, eles foram todos abandonados.
25:03Abandonados por família, abandonados por todo mundo nos hospitais.
25:06E foram as lésbicas que fizeram trabalho de enfermeira, de apoio ao hospital, de fazer velório, funeral.
25:14Elas abraçaram isso e aí a letra veio pra frente.
25:17Ah, não sabia.
25:19500 era GLS, né?
25:21É.
25:22Isso é da minha época, essa sigla.
25:24Eu acho que entregamos um pouco a idade.
25:27Da época que eu falava que eu não era gay, que eu tinha borboletas nos tomos.
25:31Olha, gente.
25:32Ô, gente, mas é que antes da gente continuar o papo, já apresentei a Yasmin aí, chefe, né?
25:39Do bacharia, que eu ainda não conheço.
25:41Vamos ter que ir lá, né, Dudu?
25:42Fica o convite pra vocês irem lá.
25:43O que você trouxe pra gente degustar aqui, hein?
25:45Já coloquei no meu prato que eu tô com fome.
25:48Hoje eu trouxe um prato que chama Na Base da Mandioca, que é uma caminha de mandioca frita
25:54com um ragu de costelinha e uma cebola roxa frita, que fica uma delícia.
26:00Nossa, tá uma delícia.
26:02Nossa, eu amo.
26:03Adoro mandioca.
26:07Adoro mandioca.
26:08Na Base da Mandioca é muito bom o nome.
26:10O bar chama bacharia.
26:11Olha, tudo a ver.
26:11Gente, o bar é perfeito.
26:13Eu amei.
26:15Aí a gente...
26:16Eu vou pegar até o gancho de você.
26:17Tava contando o caso da homofobia, né?
26:19A gente sabe que trabalhar, igual eu falei, trabalhar na cozinha é puxado pra todo mundo.
26:26Mas também, né, além...
26:28Gostei aqui do que o Embiê escreveu no meu roteiro.
26:30Além do calor da cozinha e do fogão, tem também o calor do preconceito, né?
26:35Com certeza.
26:36Você lembra um episódio muito marcante, assim, Simval, dentro da cozinha específica?
26:41Ou você já voltou da Itália?
26:43Não, eu lembro.
26:44Eu acho que são várias pequenas situações que as pessoas, às vezes, acham que elas não
26:48estão sendo problemáticas.
26:49E elas estão.
26:49Porque aqui, né, o tratamento entre as pessoas é...
26:56Ou viado, ou viado.
26:57Faça isso ou não, viado.
26:58É sempre num tom de xingamento, assim.
27:01É sempre num tom pejorativo, né?
27:02Sempre num tom pejorativo que quando eu tô, principalmente dando aula, quando eu tô trabalhando
27:06num lugar, eu já finjo de morto, né?
27:11Porque dependendo, se vier pra cima de mim, aí eu devolvo.
27:14Mas se tá ali, eu também não vou ficar patrulhando o tempo inteiro.
27:17Não deixo que a pessoa se dane pra lá.
27:19Mas na cozinha, quando é meu aluno, eu falo, gente, não, não pode, não sei o quê,
27:24não sei o quê, não sei o quê.
27:25E teve um dia que tinham dois alunos gays, um xingando o outro de viado.
27:30Ô, professor, mas por que você não tá xingando nele?
27:31Porque ele pode.
27:32Eles podem.
27:34Eles vão falar qualquer coisa.
27:36Eles podem falar qualquer coisa.
27:38Então, tem várias situações, assim.
27:40Eu já tive em lugar onde eu trabalhei como docente, em que tiveram várias, tinham vários eventos
27:53em que outros colegas eram chamados sucessivamente.
27:58E eu não.
28:01Até o dia que teve um problema lá específico, e esse colega que sempre ia não foi.
28:09E aí tiveram que me chamar.
28:11E aí...
28:12Aí o pessoal viu com quem que tava lidando e depois, tipo assim...
28:17Aí você mostrou o poder do viado.
28:18Para além, é, para além, sabe?
28:22Porque é isso, né?
28:23A gente tem que...
28:24Eu acho que tem escalas, né, dentro da cozinha, assim.
28:27Eu acho que a mulher, ela sofre muito, né?
28:31Porque acaba que ela tem que se masculinizar, se abrutalhar, por assim dizer, pra mostrar força, né?
28:37Porque eu tô falando mulher independente de ser lésbico ou não.
28:40Então, eu já acho que acontece isso, assim, né?
28:42Eu acho que o homem gay, eu vejo que, entre os meus alunos,
28:48e colegas, assim, tem a coisa da confeitaria.
28:52Porque acaba que os meninos mais sensíveis vão fazer a confeitaria.
28:56E é muito engraçado, assim.
28:57Trabalho final, cada um pode criar um empreendimento.
29:01Quando junta grupo só de homem, é sempre assim.
29:04Casa de carne, churrascaria.
29:07Se você falar com eles pra fazer um doce, não.
29:10Tem um outro episódio ótimo também.
29:12Esse aí, quem souber ler nas entrelinhas.
29:14Qual câmera que eu tô?
29:14Aquela ali.
29:15Vai saber muito bem.
29:16Eu fiz uma viagem pra um lugar, junto com uma outra pessoa, assim, né?
29:21Eu amo essa história.
29:22E aí...
29:23Mas eu não vou te contar.
29:23Vou te contar só uma delas.
29:25E aí, a gente tinha que compartilhar um jantar.
29:28Representando lá...
29:29Entendi.
29:30Por quê?
29:31Um jantar de vários tempos e tal.
29:34E aí, essa pessoa falou assim...
29:36Eu vou fazer a sobremesa, mas eu vou fazer a sobremesa de cozinheiro.
29:39Não é a sobremesa de confeiteiro, não.
29:41Uai!
29:41Na verdade, ele só não teve peito pra falar...
29:45Cozinha de macho!
29:47Né?
29:47É sobremesa de macho.
29:48Como se existisse essa bobagem?
29:50Como se falar, né?
29:52Que ser confeiteiro fosse algo...
29:54É uma masculinidade tão frágil, né?
29:57Que a pessoa...
29:58Ela tem que...
29:59É igual nesses países, assim, onde a confeitaria é uma coisa muito masculina.
30:02Ela fica quase uma matemática.
30:04Extremamente técnica, né?
30:05E eu acho que é tão triste, qualquer segmento, você ter que justificar uma...
30:12Dar um nome pra alguma coisa, pra poder ser quem você é.
30:17Tipo assim, agora os homens estão se cuidando mais.
30:20Vai se cuidar, não precisa de dar um novo momento histórico pra isso, sabe?
30:25E a gente vai nessa mesma raiz aí, que afetam as mulheres, que afetam os gays,
30:31porque é justamente a perda do protagonismo masculino e viril e dominador e etc.
30:38Então, qualquer momento em que esse lugar...
30:42Ameaçado.
30:42É, se sente ameaçado, ele precisa dominar, porque foi o que ele aprendeu.
30:47Eu tenho que dominar, eu tenho que dar as cartas aqui.
30:49Então, é triste você ver uma criatividade limitada, porque eu não posso fazer um doce cheio de frufru, lindo e maravilhoso,
31:00porque vão me olhar com outros olhos, né?
31:03Exatamente, eu lembro até, você falando dessa coisa do churrasco, eu lembro muito também, assim,
31:08de acompanhar algumas reações e alguma surpresa, quando eu vi um grande chefe que é referência em churrasco e tal,
31:20se assumindo gay, né?
31:22E eu lembro, assim, que depois de um tempo, eu nunca vi ninguém na minha frente, pelo menos, discriminando nem nada,
31:30porque ele realmente é uma referência naquele meio e as pessoas não segregaram nem nada,
31:37mas por trás, aqueles comentários, aquela brincadeirinha chata, né?
31:42Tem um mas, né, Carol?
31:43Porque o cara era...
31:44Ou seja, ele é foda, vírgula, mas...
31:47Mas...
31:47É.
31:48Ou o contrário, ele é gay, mas ele é até churrasqueiro.
31:51É, isso.
31:51Sempre tem um mas, né?
31:52É, igual, aí quando a gente vê, às vezes, as mulheres também, né?
31:56Pode até falar, né?
31:57Que vão pro churrasco também, ai...
31:59É, é, é, é, eu vivo fazendo aí fuegos aqui, né?
32:04Vejo um monte de...
32:06E tem essa coisa mesmo de associar algumas coisas que a gente faz dentro da cozinha com a sexualidade, gente.
32:12Isso é...
32:13A cozinha, ela é muito machista, né?
32:15Então, ela sempre tem essa coisa do machismo já implantado dentro dela, que já veio já.
32:21É, verdade.
32:22E a gente tem que ir mudando isso.
32:24Mas na contramão também, eu acredito que vocês, né?
32:26Com tanta experiência e a vida inteira aí, né?
32:30Tem também lugares acolhedores, né?
32:32Sim, consegui.
32:32Vocês conseguem lembrar quais os lugares mais acolhedores?
32:35Eu acredito que você faz isso muito, né, Simvaldo?
32:37É, eu acho que...
32:39Eu acho que o lugar acolhedor acaba sendo um refúgio onde...
32:45Por exemplo, a Bruna, né?
32:48Ela...
32:48As cozinhas dela são cozinhas majoritariamente femininas.
32:51Femininas, sim.
32:52É...
32:52Bruna Martins.
32:53Bruna Martins.
32:54Então, eu acho que acaba tendo a necessidade de...
32:58Alguém pode falar assim, ah, mas isso é segregação em reverso, machismo...
33:02Não, não existe, gente.
33:03Não existe racismo em reverso.
33:05Não existe.
33:06Não existe.
33:06Enquanto a gente precisar de um dia pra falar do orgulho, enquanto a gente precisar de um dia pra falar da consciência negra,
33:12é porque tem problema aí.
33:14É, ninguém morre por ser hétero e branco.
33:16É, a pessoa...
33:17O hétero branco, ele não anda na rua e alguém grita, ô, hétero!
33:20É, Simvaldo falou que ele tava andando na rua e o povo parava o carro.
33:23Eu nunca vi fazer isso com um homem.
33:25Eu já levei um muro na cara.
33:26Uma lanchonete.
33:27Do nada, né?
33:28Do nada.
33:29Do nada.
33:30Não dá pra entender, né?
33:31É, isso é muito doido.
33:33Mas continua aí.
33:33Mas então, eu acho assim, acaba que esses lugares que existem, eles viram...
33:39Eu não gosto muito dessa palavra, eu não sei, de resistência.
33:42Não sei nem por que eu não tô querendo aplicar dessa forma, assim.
33:48Porque ali vira um lugar onde essas expressões do talento, da qualidade, elas podem ser afloradas sem nenhum julgamento.
33:59Então, quando isso vai pro mercado, que é quem julga isso em última instância, ninguém quer saber, assim, de fato, se na cozinha da Bruna ou se na cozinha do fulaninho tem só gay ou se tem só mulher.
34:12É uma boa cozinha.
34:14E aí, lá dentro, ela vai criar um ambiente que seja humanizado, respeitoso, né?
34:21Inclusivo.
34:22E acaba que quando isso ganha esse protagonismo, é quando ela vai ter oportunidade.
34:27O que é ruim é isso.
34:28É porque você precisa criar esse ambiente, né?
34:32Pra que as pessoas possam se manifestar de forma plena.
34:36Eu tento fazer isso com as pessoas que eu trabalho, com as pessoas que são meus alunos ou ex-alunos, né?
34:44Pra gente poder dar oportunidade.
34:47E se eu vejo o preconceito acontecendo, na minha frente ele não se cria.
34:52E eu vou aproveitar esse ponto aí, que olha a necessidade que a gente chegou de preparar um lugar externo pra receber de forma acolhedora e tal.
35:02E eu acho que, uma vez eu ouvi isso, isso nunca mais saiu da minha cabeça.
35:07E eu acho que o importante, assim, né?
35:09Todo mundo que tá ouvindo, que tá assistindo, se é mãe, se é pai e tal.
35:13Eu acho que o fundamental, por mais que a gente faça os movimentos, que a gente lute pelos direitos,
35:20o mundo tá aí e a gente não controla o que vai acontecer.
35:23Existem avanços, mas a gente não controla.
35:25Agora, se essas pessoas tiverem um colo confortável e seguro dentro de casa,
35:32pra trazer os conflitos, os perigos, os questionamentos, os embates, o que que passou no dia a dia,
35:39ela se sente muito mais forte pra ir pro dia seguinte e enfrentar aquilo ali de uma forma forte.
35:47Como é que é pra você, assim, na sua família, Asmin?
35:49É tranquilo?
35:50Porque você do interior falou, né, que lá você ficava atrás da sua máscara social.
35:56Sim.
35:57Eu me assumi muito nova, né?
35:58Me assumi com 16 anos, porque eu sou muito nova também.
36:01É, você é muito nova.
36:03Me assumi com 16 anos, mas eu fui, me assumi, assim, pra todo mundo mesmo.
36:08Quando eu fui namorar pela primeira vez, aí eu me assumi de vez, assim, pra família.
36:13No início foi meio complicado, meio conturbado,
36:16mas no final todo mundo aceitou, viu que era isso mesmo e hoje em dia todo mundo aceita, bem tranquilo, assim.
36:24Se sente bem acolhido.
36:25Sim.
36:25E uma perguntinha aqui dos mais antigos.
36:29Você acha que o que você percebe com você, seus amigos,
36:35você acha que o fato de ter mais representatividade,
36:39de as pessoas estarem ocupando mais os espaços comuns de trabalho,
36:44de uma forma mais visível,
36:46isso facilitou, assim, a essa história chegar na sua família de uma forma
36:51e quando veio da sua boca, já estava amaciado, digamos assim.
36:56Então, facilitou muito, porque agora, né, tem internet,
37:00tem muita coisa que as pessoas têm mais acesso pra entender o que que realmente acontece,
37:05como que é.
37:05E aí foi mais fácil pra minha mãe, por exemplo, né, aceitar meus avós,
37:11que são bem mais velhos, e aí muita conversa.
37:14Aí hoje em dia também, por exemplo, eles veem muitas novelas, muita coisa,
37:18e já tem isso, né, na televisão que já mostra.
37:22E aí eles têm mais essa clareza pra entender também o meu lado
37:25e conseguir compreender um pouco mais de mim.
37:28Exatamente, porque até porque, né, isso não define o seu caráter.
37:34Não, eu acho que isso tem que ficar claro pras pessoas, não é?
37:37Ah, é porque ele é gay, porque ela é lésbica,
37:39ou qualquer coisa, porque a pessoa é uma pessoa ruim, eu viro outra pessoa, né?
37:43A gente já volta pra bater mais esse papo, porque tá assim,
37:46eu tô hipnotizada, eu acho que todos os dias,
37:49eu que já sou próxima dos meninos, acompanho,
37:52é o que eu falei, todos os dias a gente tá aprendendo alguma coisa diferente,
37:55porque nunca sentirei na pele, então é muito importante pra gente,
38:00a gente ter essa empatia, esse olhar, então não sai daí, não,
38:03que a gente já volta, que agora eu quero que eles contem também os avanços, né,
38:07que a gente teve aí durante esses anos.
38:10Daqui a pouquinho a gente tá de volta.
38:10Daqui a pouco tem mais, Matula 98.
38:21Agora você pede, e a 98 dá o play.
38:2598 dá o play.
38:32Isso quer dizer que vocês querem música, né?
38:34Vocês pediram rock'n'roll.
38:35Vocês pediram.
38:36É, rock'n'roll.
38:37Tão pedindo a gente vai tocar, né?
38:39A gente obedece.
38:39Vocês é que mandam, né?
38:41Chega de blá-blá-blá, duas vezes ao dia,
38:43tá bom pra você, Fernanda?
38:44Dá o play.
38:45Tá isso?
38:45Dá o play.
38:46Em duas edições, 10 da manhã e 2 da tarde,
38:48dá o play aqui na 98.
38:51Você ligou para o SAC 98,
38:53se você quer escutar o Paulo Leite Pistola Tecle 1.
38:57Mas se você quer falar com algum de nossos atendentes,
39:00é só continuar na linha.
39:02Ctrl-C, Ctrl-V, Ctrl-C, Ctrl-V, Ctrl-C, Ctrl-V,
39:04Ctrl-C, Ctrl-V, ponto KB.
39:06Agora só tem mais um.
39:07Wendel Emery.
39:08Só escuta 98 no fundo do baú.
39:11É o único momento que passa música.
39:13Parei de escutar há muitos anos.
39:15Foram tirando as músicas,
39:17colocando quadro que não toca nada de música.
39:20Eu quero música.
39:21Ah, então você pode ficar feliz.
39:22Alegre-se.
39:23Regozije-se, Wendel.
39:25Fique super feliz.
39:26Teremos o fundo do baú,
39:28primeira e segunda edição, tá bom?
39:30Tá bom pra você?
39:31Além de tudo,
39:32ainda tem outros programas com música
39:34pra você ficar mais feliz ainda.
39:36Quem você escolhe pra cuidar do seu Chevrolet?
39:40Tem que ser alguém que conhece cada milímetro do seu carro.
39:44Cada peça pelo nome.
39:46É, pra cuidar do seu Chevrolet,
39:48ninguém melhor que a Chevrolet.
39:50Agende uma revisão na concessionária mais próxima.
39:53Serviço Chevrolet.
39:55É rápido, é fácil, é Chevrolet.
40:06Chevrolet.
40:18É de 98.
40:19De volta, na Rede 98, Matula 98.
40:31Que tal reunir os amigos na cozinha?
40:35Ai, é gostoso demais.
40:37Conversar, petiscar,
40:38tomar um bom vinho enquanto cozinha,
40:40não tem coisa melhor.
40:41Não tem não, viu, Maria Clara?
40:43Mas a cozinha,
40:44ela tem que ser aconchegante
40:46e totalmente equipada,
40:48igual a nossa aqui do Matula.
40:49E olha que sorte, Carol.
40:51A nossa cozinha aqui do Matula
40:53tá disponível pra você
40:54que quer reunir a família,
40:56os amigos,
40:57fazer a sua confraria aqui.
40:59E tem tudo.
41:00Forno elétrico,
41:01fogão a lenha,
41:03fogão a gás,
41:04tem TV,
41:05se você precisa, né,
41:06colocar alguma coisa pro pessoal ver.
41:08Todos os pratos,
41:10talheres,
41:11tem tudo que você precisa aqui.
41:13É só reservar uma data.
41:15Chama lá no Instagram,
41:16no arrobaintimista__gourmet,
41:18ou manda um e-mail pro contato
41:20arrobaintimistagourmet.com.br
41:22que eles vão te responder rapidinho
41:24ou intimista,
41:25que é um cantinho do seu jeito.
41:27Estamos de volta
41:28com o último bloco
41:29do Matula 98.
41:31Hoje é bancada
41:32um pouquinho diferente,
41:33sem Maria Clara,
41:34catadora de café.
41:36Tá aqui Dudu Ponzio,
41:37meu amorzinho,
41:39que já passou aí pra vocês,
41:41o É Lá Que Eu Vou de hoje.
41:42Dudu,
41:43Ó, É Lá Que Eu Vou é o meu, gente.
41:44É.
41:45É por aí o Dudu.
41:46Já tô confundindo tudo.
41:48E hoje a gente tá aqui.
41:49Hoje é o dia do orgulho
41:51LGBTQIAPN+.
41:57Mas assim,
41:58desde que você fale
42:00de uma forma respeitosa,
42:02você pode parar na letra
42:03que você quiser.
42:04Tá bom.
42:05Eu ia pedir licença também
42:06até o LGBT.
42:07É porque tem gente que fala assim,
42:08Ah, que não sei o que lá,
42:09que não sei o que lá.
42:10Ah, eu não decoro isso aqui.
42:11Minha filha, você decorou o pix
42:13que acabou de surgir.
42:13É porque mudou, né?
42:14Mudou.
42:14Não tem muito tempo que mudou.
42:16Vai mudando.
42:16O AEN, eu já não sabia.
42:18Estamos recebendo hoje
42:19Yasmin Juliana
42:22e Simval Espírito Santo,
42:24que são todo mundo aqui cozinheiro.
42:27Hoje a gente tá falando disso,
42:28desses desafios da comunidade, né?
42:30De ocupar esses lugares
42:32que ainda hoje
42:34são extremamente machistas, né?
42:37Mas que já mudou muito
42:39e que hoje a gente tem cozinhas aí, né?
42:42Que tem bastante,
42:44muito inclusiva,
42:45bastante mulher,
42:46bastante pessoas da comunidade.
42:50Dentro desse contexto,
42:51inclusive,
42:51já que eu falei, né,
42:52que a gente ia voltar
42:53com esses avanços,
42:55o que vocês sentem hoje,
42:57assim,
42:57que mais avançou nesse sentido?
42:59A gente já falou um pouquinho disso, né,
43:01durante o nosso papo,
43:02mas eu acredito
43:03que tem algumas coisas pontuais,
43:04assim,
43:05que a gente consegue ver.
43:06Até quem não é muito
43:07da comunidade,
43:09mas que acompanha de perto,
43:10a gente consegue ver, né?
43:11Mas eu acredito
43:12que vocês vão falar
43:13uma coisa mais profunda
43:15sobre isso aí.
43:16É,
43:16eu acho que agora, né,
43:17com os movimentos
43:18que estão tendo,
43:20o dia mesmo do orgulho,
43:21ajuda muito a conscientizar.
43:23Nas entrevistas de emprego,
43:24também,
43:25nas maiorias das casas,
43:26dos restaurantes,
43:27as pessoas,
43:27os próprios donos, né,
43:28já falam que não aceitam
43:30certo tipo de preconceito,
43:32que aí já ajuda a pessoa
43:33a conscientizar
43:34e se ela entrar naquela equipe,
43:35ela já sabe
43:36o que ela não pode fazer.
43:37E acho que isso ajuda também
43:39a pessoa já entender
43:40no ambiente que ela está entrando.
43:43O que eu percebo
43:44é que, por exemplo,
43:45quando eu comecei a dar aula
43:46em graduação de gastronomia,
43:49né, em 2015,
43:49tem 10 anos,
43:51normalmente,
43:52no final de semestre,
43:54tinha sempre aquele aluno
43:55ou aquela aluna
43:56que mandava um bilhete
43:57ou chegava, às vezes,
43:58pessoalmente e falava,
43:59nossa, professor,
44:01me dá muito orgulho,
44:02me dá muita esperança, né,
44:04ver que você é uma pessoa
44:05que trabalha,
44:06uma pessoa de sucesso.
44:07Uma pessoa que tem aí
44:08uma atuação no mercado
44:09mesmo sendo gay.
44:12E hoje não tem muito isso mais, né?
44:15Os meninos já chegam,
44:16chegando,
44:17eles não precisam
44:17nem anunciar nada.
44:19É até engraçado
44:19que tem essa discussão
44:20de pronome, né?
44:22Que eu acho que tem
44:23uma geração aí
44:24no meio do caminho,
44:25que é os millennials
44:26que estão com 30,
44:27uma coisa assim, não é?
44:28Os millennials somos nós, não?
44:30Eu não.
44:32Enfim,
44:33é porque tem a Gen Z,
44:34essa Gen...
44:35Estou falando da Gen Z,
44:36que são os muito novinhos.
44:37Eles não estão nem sabendo
44:38o negócio de pronome,
44:39eles não estão nem preocupados.
44:40Não é uma questão, né?
44:42É, eles já...
44:42As piadas que fizeram a gente chorar
44:45nem chegam neles.
44:46É, eles já não estão
44:48muito preocupados
44:49com essa questão aí,
44:50porque pra eles já é
44:51uma coisa muito mais natural.
44:53Então, eu acho que isso é...
44:54Isso acaba que pode ser lido
44:56como um grande avanço, assim, né?
44:58Embora a gente esteja...
44:59Toda vez que avança,
45:00a gente também vê retrocesso, né?
45:02Sim, sim, sim, muito.
45:03Porque é aquele mesmo movimento.
45:06Você deu ali,
45:07tentou tirar o protagonismo ali,
45:08não, eu preciso recuperar meu lugar,
45:10porque eu mando aqui.
45:11É, tem uma onda conservadora
45:13muito grande.
45:14E é uma celebração,
45:16uma data pra...
45:17É importante ressaltar essas coisas
45:20que é uma data
45:21que ela existe,
45:23igual o Silval falou,
45:24pra que a gente reflita
45:25sobre o assunto.
45:26Então, a gente vai falando
45:29sobre o assunto
45:29e vai ficando...
45:31Como é que fala?
45:33Do dia a dia.
45:34É, já é mais corriqueiro.
45:36Naturalizado, como deve ser.
45:37Porque um dia já foi crime, né?
45:38É.
45:39Em lugares do mundo
45:40que ainda é crime.
45:41Que ainda é crime.
45:42Mas é importante falar,
45:43eu li ali na latinha...
45:46Homofobia, homofobia.
45:48Que no nosso país,
45:50ainda, infelizmente,
45:52o Brasil está no topo
45:54da pirâmide,
45:54do país que mais mata pessoas
45:56LGBT, que é mais no mundo.
45:59Ainda em 2025,
46:01mesmo com todos os avanços,
46:03a cada 30 horas,
46:03se eu não me engano,
46:04uma pessoa da comunidade morre,
46:07provavelmente uma pessoa trans,
46:09ou que saia dos estereótipos, né?
46:12Ou que saia, não,
46:12que estejam nesses estereótipos.
46:13Saia da masculinidade, né?
46:15É.
46:16Então, é crime desde 2018,
46:18tá lá no crime de racismo.
46:20Então, não pode passar.
46:23Não existe piada.
46:24Com conteúdo homofóbico,
46:26racista,
46:27isso é crime.
46:28Ah, mas não é piada.
46:29É nome, crime,
46:30e tem consequência
46:31para tudo que a gente faz.
46:32E é curioso que na contramão
46:34do país que mais mata,
46:37é o país que mais consome
46:38pornografia.
46:40Exatamente.
46:41Essa conta não fecha.
46:43Eu acho até que fecha.
46:44Né?
46:45Eu ia falar isso,
46:46porque você,
46:47heterossexual,
46:49que nos ouve,
46:50nos assiste,
46:51por que que você
46:52vai lá,
46:54ser preconceituoso,
46:55vai querer bater,
46:56vai querer...
46:57Por quê?
46:57Você já parou para pensar nisso?
47:00A gente ouve muito isso,
47:01né?
47:01Que os homens,
47:03eles são homoafetivos,
47:04os heterossexuais,
47:05eles são heterossexuais
47:06para se relacionar com mulher,
47:07mas eles são homoafetivos
47:09por causa dessa coisa
47:10de se blindar ali, né?
47:12Porque não gosta de mulher.
47:14Não gosta de mulher,
47:15é, exatamente.
47:16Tem essa raiva.
47:18Gente,
47:18não estou generalizando,
47:19tá?
47:20Meus ouvintes queridos,
47:21eu tenho aí uma comunidade...
47:22É, não,
47:22é porque às vezes também
47:23o pessoal pega e acha que generaliza.
47:25Até tem amigos que são héteros,
47:27tá tudo certo,
47:28entendeu?
47:28Até tem amigos que são.
47:30Até tenho, né?
47:30Até tenho alguns que são,
47:32sabe?
47:33Alguns são...
47:33Meu avô, meu pai.
47:34Não, são escandalosos,
47:36meu pai é.
47:38É, mas é importante falar
47:40que a gente não conhece mais.
47:40Dá uma moto barulhenta
47:41na mão deles,
47:42porque a gente sabe...
47:43Porque eu aceito tranquilo.
47:44Não, e a gente sabe
47:45que tem muito homem bacana,
47:47heterossexual,
47:48que...
47:48Pessoas, né, Carol?
47:49Pessoas,
47:50mas é por isso,
47:51às vezes, gente,
47:52é a vida do outro.
47:53Se a gente se preocupar,
47:54assim,
47:55olhar pra nossa própria vida,
47:56desenvolver a gente pessoalmente,
47:58viver os nossos amores,
48:00as nossas verdades,
48:01sabe?
48:02Sem ter que se preocupar
48:03se o Simval tá casado
48:05com outro homem, sabe?
48:07Se a Yasmin tá namorando
48:08outra mulher,
48:09ou um trans,
48:10qualquer coisa assim, sabe?
48:11Eu adoro aquela esquete
48:12do Paulo Gustavo,
48:13que ele fala,
48:14gente,
48:15mas a pessoa tem necessidade
48:16de falar que eu sou bicha.
48:17É igual você chegar pra girafa,
48:18falar,
48:19você é girafa.
48:20Você chegar pra jacaré,
48:20falar,
48:20você é jacaré.
48:21Não precisa me falar,
48:23você é bicha,
48:23eu sei,
48:23eu sou bicha,
48:24eu terei bicha pra sempre.
48:25Eu já sei.
48:27É isso mesmo.
48:28Não,
48:28eu não consigo,
48:29às vezes eu paro pra ver,
48:30principalmente quando a gente lê
48:31alguma coisa sobre crime mesmo,
48:33né?
48:34Eu paro e penso,
48:34gente,
48:35mas por quê?
48:35A pessoa tá amando outra lá.
48:38Ela tá lá,
48:39a gente não pode falar o palavrão,
48:40né?
48:40Assim,
48:41ou coisas muito baixas.
48:42Só lá no Baixaria.
48:43Não dá vontade, né?
48:43Não dá vontade.
48:45Mas é porque eu não consigo entender,
48:47não entra na minha cabeça, né?
48:48Mas aí a minha cabeça,
48:49a gente sabe que tem várias outras coisas
48:51por detrás, né?
48:52De tudo isso,
48:53desses movimentos.
48:55A gente tava falando também
48:56dessa cozinha segura,
48:58né?
48:58Dessa coisa.
48:59E o Simvaldo,
49:00acho que já até meio que respondeu,
49:02mas uma cozinha 100% segura,
49:04você acha que passa por essa coisa
49:06de você formar a equipe toda,
49:09por exemplo,
49:09feminina ou pessoas da comunidade?
49:12Ou mais igual a Yasmin tava falando
49:14que algumas entrevistas de emprego
49:15as pessoas já deixam ali o recado, né?
49:19Que, ó,
49:19aqui não pode ter esse tipo de preconceito.
49:22Eu vou falar.
49:23Ah,
49:23simvalo, simvalo.
49:24Não,
49:24é porque...
49:25É,
49:25sou geminiano e tal.
49:26Eu tô lembrando,
49:27se vocês puxarem aí nos vídeos,
49:30no debate,
49:32a candidata ou a prefeito
49:33da última eleição.
49:35Teve um dos candidatos
49:36que teve uma pergunta
49:37que foi sobre
49:39inclusão
49:42e parte desse assunto
49:44que a gente tá falando aqui hoje.
49:45E aí,
49:46esse candidato específico,
49:47ele falou,
49:48não,
49:48mas eu vou muito
49:49nas cozinhas
49:50homossexuais,
49:53lá do Mercado Novo.
49:54Nossa!
49:56Eu ri de um tanto
49:57que eu fiquei pensando,
49:58o que é uma cozinha homossexual
50:01no Mercado Novo.
50:02O cozinheiro bate
50:04com o ano de prato.
50:04É,
50:05não mexe,
50:07pega o leque assim,
50:08fica batendo o leque na panela.
50:09É uma tara,
50:10fantástica.
50:11É uma coisa assim,
50:13sabe?
50:14A gente consegue ser tão criativa assim,
50:16né?
50:16Exatamente.
50:16Baixa as panelas.
50:17E aí,
50:18junta o negócio.
50:19E ele tava tentando acertar,
50:21tava achando que tava indo
50:22super bem na resposta,
50:24sabe?
50:25Então,
50:25eu não sei nem se cabe
50:27a gente pensar
50:28no que é uma cozinha segura
50:30como um todo,
50:31sabe?
50:32Assim,
50:32eu acho que o...
50:33Se os nossos representantes
50:34têm esse tipo de comportamento.
50:35Eu acho que o mundo
50:36tem que ser um lugar seguro
50:37pra você simplesmente...
50:39Eu não ter que me preocupar.
50:41Eu não tenho que dar conta
50:42da sua vida.
50:43Tá.
50:43Sabe?
50:44Se você me respeita,
50:45eu te respeito.
50:45É isso.
50:46Se você é meu vizinho
50:47e você não faz barulho
50:49depois das 10 horas,
50:51tá tudo bem.
50:52Se você fizer,
50:52eu não tenho que ir lá
50:53e dar um tiro em você.
50:55Eu vou chamar a polícia
50:56e falar,
50:56olha,
50:56você tá fazendo um barulho.
50:57Se você for preocupação religiosa,
50:58gente,
50:59quem vai pro inferno
50:59não é você.
51:01Se você tá indo na igreja,
51:02tá fazendo suas coisas direitinho,
51:04tá praticando a fé
51:05que você acredita,
51:06você tá fazendo por onde?
51:08Pro céu.
51:08Não,
51:08e Jesus...
51:09Não,
51:10e Jesus é um cara massa,
51:12né?
51:12O problema é o fã-clube.
51:15É isso.
51:15Se a gente for falar de...
51:16Aí a gente tem que falar de amor.
51:18É.
51:19E amor sempre traz a resposta.
51:20Amor, tolerância, compreensão.
51:21Amor, ele te responde.
51:22Você trouxe aí a...
51:24A latinha do amor.
51:24A latinha do amor,
51:26que é lá do...
51:27Dona Torta tem, tá, gente?
51:28Latinhas temáticas.
51:29E nela tem alguns dados
51:30que eu acho importante ter
51:32pra informar,
51:33reforçar que é crime.
51:35Essas estatísticas super tristes.
51:35Todo ano você faz isso em junho, né?
51:37Exatamente.
51:38Aí a latinha toda do arco-íris,
51:40coisa mais linda.
51:41Mas isso aí é só um...
51:44É um...
51:45É uma bandeira mesmo,
51:46é um lembrete.
51:47Pra lembrar,
51:48porque tem que ser no dia a dia,
51:49né?
51:50Tem que ser na hora de contratar,
51:52tem que ser na hora de defender.
51:53É.
51:54Tem que tudo.
51:54E aqui, o que que vocês...
51:55Eu vou pedir.
51:56Agora a gente tá caminhando.
51:57Ainda tem tempo,
51:58mas tá caminhando pro final.
51:59Eu queria que vocês deixassem aqui
52:01um recado pro pessoal da comunidade
52:03que tá ouvindo,
52:05que tá começando principalmente
52:06na gastronomia hoje.
52:07Porque eu acho que a gente tem aqui
52:08três exemplos a se inspirar.
52:10Né?
52:11Gerações diferentes,
52:12caminhos,
52:13caminhadas na gastronomia diferente.
52:17É...
52:17Um com seu negócio,
52:18outro trabalhando,
52:19chefiando uma cozinha,
52:20outro professor que hoje, né,
52:22tá aí ensinando e sendo exemplo.
52:24muitas, muitas gerações de cozinheiros
52:27que estão sendo formados
52:27aqui em Belo Horizonte.
52:28Então, eu queria que vocês
52:29dessem um recadinho
52:30pra quem tá começando hoje,
52:31que é da comunidade,
52:33e que vocês acham que possa, assim,
52:36ajudar essa pessoa a inspirar realmente
52:38a trilhar esse caminho.
52:40Vai lá, professor.
52:41Eu?
52:42Olha, eu acho que é...
52:45Primeiro, buscar as suas aptidões,
52:46porque a gente já vem de um lugar,
52:48igual você falou mais cedo,
52:49de muita insegurança, né?
52:51Então, se você se prepara,
52:53se capacita,
52:54estuda,
52:55pra você ter segurança
52:56naquilo que você tá fazendo,
52:58porque já vai ser difícil.
52:59Você já vai ter que quebrar
53:00um tanto de coisa.
53:01Então,
53:03seja muito capaz,
53:04muito talentoso,
53:05muito estudioso,
53:07e...
53:07Tem que se destacar, né?
53:08Tem que se destacar,
53:09porque a gente realmente
53:10vai ter que fazer
53:11mais do que o outro
53:12pra que nos enxerguem.
53:14Depois que quebrar essa barreira,
53:16vai mais fácil, assim.
53:18Eu acho que esse é o grande conselho.
53:20Se prepare,
53:21porque não é fácil,
53:22mas mantenha a sua linha
53:24que vai dar certo.
53:25acho que a gente tem que comemorar mesmo esse dia
53:29e dar um tapa na cara da ciência
53:31e de muita gente preconceituosa,
53:33porque isso antes era visto como uma doença
53:35e hoje em dia já não é tão visto mais,
53:38ainda tem gente que acha isso,
53:40mas a gente tem que comemorar,
53:43tem que sair pras ruas
53:44e ser muito feliz
53:45e cozinhar bastante também,
53:46que a cozinha também é um lugar muito inclusivo
53:49e brigar,
53:50porque a gente tem que ser feliz,
53:51tem que ser livre,
53:52tem que amar.
53:53É isso aí.
53:54Concordo.
53:55Ué, o que que eu vou falar?
53:56Nada, vou chorar.
53:58Ai, meu Deus.
53:58Não, brincadeira.
54:00Eu acho que é bem isso mesmo,
54:01de celebrar essa potência,
54:03se entender
54:03e buscar...
54:06Aí eu pego também,
54:07eu vou puxar sardinha, gente,
54:08sempre,
54:08e isso é divisor de águas na minha vida.
54:11Vá procurar algum tipo de terapia.
54:14Eu puxo sardinha para análise,
54:16mas cada um no seu quadrado,
54:18porque você vai entender a sua potência,
54:20você vai saber lidar com as suas inseguranças
54:23e você vai se festejar e se celebrar
54:25nas suas potências,
54:27com as suas misturas,
54:28quando você...
54:30Inclusive se você for hétero
54:31e quiser fazer uma sobremesa toda floreada,
54:34você vai peitar aquilo ali
54:35e não vai deixar a sua criatividade
54:37barrada para te entregar um prato maravilhoso,
54:41no contexto da gastronomia.
54:43Então, é deixar florescer mesmo
54:45e brilhar mesmo.
54:46É isso.
54:46E eu aqui, né,
54:48que não sou da comunidade,
54:50sou hétero,
54:51eu tenho esse desvio de caráter aí.
54:53Mas eu também quero deixar o meu recado.
54:57Como pessoa é heterossexual,
54:59que acompanha muito essa dor de perto
55:02de muitas pessoas,
55:04gente, a gente não tem o direito
55:07de intrometer na vida de ninguém,
55:11sobretudo porque a pessoa escolheu,
55:14escolheu não,
55:14a pessoa nasce,
55:15como a Asmin já disse,
55:17não é uma doença,
55:18não é uma escolha.
55:19A gente nasce assim.
55:21E a gente tem que respeitar o próximo,
55:23isso é um dos mandamentos que a gente tem, né?
55:25Respeitar o próximo,
55:26a gente tem que respeitar as escolhas do próximo
55:29e a gente, sim,
55:31tem que se posicionar.
55:32Eu acho que uma forma até
55:33de posicionamento
55:35que eu encontrei aqui hoje,
55:37e a Maria Clara,
55:38que não está aqui,
55:38foi trazer vocês aqui
55:39e dar voz para vocês.
55:40A gente tem que dar voz para as pessoas.
55:42e mostrar
55:43isso é uma forma de apoio.
55:45E toda vez que alguém vier
55:47ofender pejorativamente,
55:49você tem que defender as pessoas,
55:51sabe, assim,
55:52porque eles são vítimas todos os dias.
55:54Como o Dudu disse,
55:55é um dos países que mais mata
55:56pessoas da comunidade LGBT,
55:58com todo o respeito das outras siglas,
56:00tá, gente?
56:01Mas é isso,
56:01a gente tem que ter um olhar de empatia
56:04para as pessoas,
56:04porque elas estão aqui
56:06com o direito delas de viver
56:08e de ser,
56:09assim como nós,
56:10com todo mundo que está aí do outro lado.
56:12Hoje em dia,
56:13é interessante falar
56:13que não basta a gente
56:14se classificar como,
56:16é,
56:17aí eu não sou homofóbico
56:19ou racista,
56:20você tem que ser anti-homofobia.
56:22Exatamente.
56:23Isso é,
56:23aí um amigo fez uma piadinha,
56:25você conhece,
56:26você sabe que ele é uma pessoa massa,
56:27mas você chega para ele e fala,
56:29olha,
56:29isso não cabe mais.
56:30É isso aí, gente,
56:31nosso tempo acabou,
56:32infelizmente,
56:32vou me despedir,
56:33vou falar para vocês deixarem
56:34as redes sociais,
56:35enquanto eu dou o pano de prato
56:36para os convidados,
56:37o Dudu também trouxe uma latinha
56:38para cada um,
56:39uma é minha, né?
56:40É.
56:41E a Matula está no fim,
56:42freezer eu vou tirar,
56:43viu, gente?
56:43Eu trouxe uma tulinha de inverno
56:45para eles também,
56:45a canjequinha.
56:46Que chique, hein?
56:47É.
56:48Pode deixar seu Instagram
56:49naquela ali.
56:49O meu é
56:50arroba yesval,
56:52y-e-s-v-a-l
56:53e arroba tibocutina,
56:56c-u-c-i-n-a.
56:58É,
56:58e o seu Yasmin?
56:59É,
56:59o meu Instagram é
57:00underline Yasmin Juliana.
57:02E o Baixaria?
57:04E o do Baixaria é
57:04Baixaria BH,
57:06fica o convite para todo mundo lá
57:07experimentar um pouco
57:08do meu trabalho,
57:09do que eu faço lá,
57:10que é bem legal.
57:10Depois da Parada,
57:11vai lá e...
57:11É,
57:12já passa lá.
57:13Isso.
57:13É.
57:14E o meu é
57:15arroba do Duponzio,
57:17onde vocês vão encontrar
57:17a coluna,
57:19e o da Dona Torta,
57:20arroba Dona Torta BH.
57:22O meu,
57:22Carolina Fadel,
57:23sábado que vem,
57:24tem mais Matula 98.
57:25Muito obrigada.
57:26E respeito, gente,
57:27vamos respeitar,
57:29porque está todo mundo aí
57:30para ser feliz nessa vida.
57:32Até sábado que vem,
57:33agora vocês ficam com o Boteco.
57:34Termina aqui,
57:36na Rede 98,
57:39Matula 98.
57:40e até sábado que vem.