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  • 27/06/2025
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Transcrição
00:00E a gente começa o programa de hoje falando sobre os negócios do filho de Arthur Lira com a Caixa Econômica Federal.
00:05Ontem, como mostramos, Lula demitiu Rita Serrano da presidência do Banco Público para atender ao Centrão.
00:12Indicado pelo presidente da Câmara, Carlos Antônio Vieira Fernandes, assumiu o lugar dela no comando da Caixa.
00:19Arthur Lira, filho de 23 anos, é sócio da empresa Omnia 360, que representa veículos de mídia
00:27que participam de campanhas da Caixa e outros órgãos públicos.
00:32Segundo a Folha de São Paulo, a OPL Digital e a RZQ Digital, ambas clientes da Omnia,
00:39estão na lista de veículos que atuaram na publicidade do banco em 2022 e nesse ano.
00:45A reportagem cita ainda a Rocket Digital, que também é fornecedora da Caixa e tem como donos
00:50Maria Cavalcante, sócia da Omnia, e Rodolfo Maluf Darakdjan, proprietário da OPL.
00:57Maria Cavalcante é filha de Luciano Cavalcante, aquele ex-assessor de Lira,
01:02que foi alvo de uma operação da Polícia Federal sobre desvios na compra de kits de robótica.
01:08O inquérito foi suspenso em julho após decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes.
01:13Aquela decisão tomada pelo Gilmar dias após a participação do Arthur Lira como palestrante
01:20naquele fórum jurídico de Lisboa, fórum organizado pelo Gilmar, que recebeu o apelido de Gilmar Palusa.
01:27Então a gente está vendo como os interesses familiares se unem na máquina pública brasileira,
01:35Carlos Graieb, depois do Ronaldinho do Lula, como ficou conhecido o Lulinha, que faturou ali com negócios.
01:44Coincidentemente, quando o papai estava no poder, será que nós temos agora o Ronaldinho de Arthur Lira?
01:50É o Ronaldinho do Lira, com certeza. Você bem disse hoje, no começo do dia lá no Antagonista, no nosso grupo.
01:58É uma vergonha, né, Felipe? Porque o Rodrigo Rangel, que foi o nosso colega de Antagonista há tempos atrás,
02:10editou a Cruzoé e tal, excelente repórter, excelente jornalista,
02:15ele mostrou já, na época em que a Omnia 360 começou a fazer sucesso,
02:22essa conexão, família, sugando dinheiro de fontes públicas aí no governo.
02:34Ainda estávamos no governo Bolsonaro, nem o filho do Arthur Lira, nem a filha do Arthur Lira,
02:42deixa eu ver aqui, é, isso é mesmo.
02:44Não, a Maria Luísa, a filha do Luciano Cavalcante, perdão.
02:55Nenhum nem outro tinham qualquer experiência nesse setor de publicidade,
03:00fundaram a empresa meio que do nada,
03:06imediatamente começaram a ganhar contratos ou pudíssimos com a administração pública.
03:14E ele bem diz, né, imediatamente ficou claro, na festa de lançamento da empresa,
03:21quando o chefão da Câmara, Arthur Lira, estava lá dando boas-vindas para os amigos
03:29e apresentando a nova empreitada do Pimpolho, né,
03:33imediatamente ficou claro para quem era o dinheiro que seria direcionado
03:40para essa máquina de fazer publicidade, essa coisa sensacional, que era a Omnia,
03:48que nunca ninguém tinha ouvido falar até o dia anterior, né.
03:52Então é isso, Felipe.
03:55Passou o governo Bolsonaro,
03:58onde a Omnia já ganhou um montão de dinheiro,
04:01o Rangel falou em 34, mais de 34 milhões de reais em contratos,
04:07e agora no governo Lula,
04:10tá aí, abre-se uma boquinha, uma portinha,
04:13ou coisa que o valha,
04:15para que ele continue faturando, né.
04:18Exatamente, e no caso do inquérito sobre kits de robótica,
04:24que foi suspenso pelo Gilmar Mendes por,
04:27como é que era o nome,
04:28é foro por prerrogativa de imprensa,
04:31aquela expressão que foi usada pelo Deltan Dallagnol,
04:34porque o Gilmar alegou que, na verdade,
04:37o alvo desde o começo era o Arthur Lira,
04:40porque a reportagem da Folha de São Paulo
04:42tinha contextualizado que o Luciano Cavalcante
04:48era assessor do Arthur Lira.
04:49Então, o Arthur Lira apareceu na reportagem inicial,
04:52sendo que a investigação seguiu ali
04:54uma trilha, um caminho,
04:58e quando se esbarrou numa lista de pagamentos
05:02que tinha o nome de Arthur,
05:04remetendo, portanto, ao Arthur Lira,
05:09o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal,
05:11porque ele tem foro privilegiado.
05:12Mas aí o Gilmar disse, não,
05:14isso aqui nunca poderia ter corrido
05:16sem a supervisão do STP,
05:17porque desde o começo, na verdade,
05:20a reportagem já estava dizendo.
05:22Quer dizer, não fazia sentido nenhum.
05:25Agora existe essa proximidade
05:27entre o Arthur Lira e o Gilmar.
05:29O Arthur Lira organizou jantar comemorativo
05:32de tantos anos do Gilmar no Supremo.
05:35Ele foi palestrante lá do Gilmar Palusa.
05:38O Arthur Lira tem muito poder
05:40como presidente da Câmara dos Deputados,
05:42tem a caneta na mão.
05:43Quando a PF foi para cima
05:45de assessores dele, etc.,
05:48ele começou a mandar recadinhos para o governo,
05:51porque é o governo Lula
05:53que, por meio do seu ministro da Justiça e Segurança Pública,
05:57vai sempre com aval do presidente,
05:59nomeia o diretor-geral da PF,
06:01que, no caso, é o Andrei Rodrigues.
06:02Então, o Lira manda aqueles recadinhos
06:06de quem está achando que tem uma coisa por trás,
06:10pode ser uma perseguição,
06:11e fica sempre no ar aquela hipótese.
06:15Bom, se o Arthur Lira for investigado,
06:18se alguém apontar alguma coisa contra ele,
06:21ele, como presidente da Câmara,
06:23pode retaliar não aprovando um projeto do governo.
06:25Se o Arthur Lira for investigado,
06:30ou se algum assessor,
06:32ou, eventualmente, um familiar dele
06:34for alvo de uma investigação,
06:36os órgãos de fiscalização e controle,
06:38será que eles não pensam que,
06:42bom, essa pessoa já foi blindada,
06:44no caso do quadrilhão do PP,
06:47lá no Supremo Tribunal Federal,
06:49sempre com voto do Gilmar Mendes,
06:50no caso, foi na segunda turma.
06:52Já foi blindado, no caso, da CBTU.
06:55Já foi blindado, no caso, do kit robótica.
07:00Quando teve condenação por improbidade,
07:02articulou a mudança,
07:03o afrouxamento na lei de improbidade.
07:06Então, assim, tem aquele chilling effect,
07:08que é um efeito dissuasivo.
07:10Os membros de corporações,
07:12de órgãos de fiscalização,
07:13eles olham, bom, será que vale a pena?
07:17Então, assim, eu comentei algo nessa linha,
07:19na última vez, quando houve a suspensão do inquérito,
07:23e fiquei questionando,
07:26será que o Arthur Lira tem alguma espécie de salvoconduto
07:31diante desse efeito dissuasivo
07:34que as decisões que aliviam a barra dele
07:36possam causar nesses órgãos,
07:39nessas corporações?
07:40Eu pergunto isso agora,
07:43porque a gente vê
07:45esse conflito de interesses.
07:48Obviamente, se fosse aqui uma república verdadeira,
07:51não uma república do escambo.
07:53O presidente da Câmara está exigindo
07:55do presidente da República
07:56que, para aprovar projetos do governo,
07:59o presidente tem que botar um indicado dele
08:01no comando da Caixa Econômica Federal.
08:03E o filho dele,
08:05coincidência,
08:06tem negócios com a Caixa Econômica Federal.
08:09Quer dizer, negocia publicidade
08:12com a Caixa Econômica Federal.
08:14Tem ali a sua empresa
08:15participando de reuniões.
08:18Evidentemente, ele como representante
08:20em vários casos citados pela matéria.
08:23E aí,
08:24quem é que vai apurar
08:25se tem alguma coisa errada?
08:29Ninguém vai fazer nada?
08:31Quer dizer, essas coisas
08:32podem acontecer tranquilamente?
08:35Essa, Graeb,
08:36é a questão que fica.
08:38tudo se naturalizou no Brasil?
08:42Então, Felipe,
08:44se parar de falar
08:47sobre os negócios,
08:51vamos dizer assim,
08:52vamos ser elegantes,
08:53se parar de falar
08:54sobre os negócios
08:55dos assessores do Arthur Lira,
08:57dos familiares do Arthur Lira,
08:59dos capangas,
09:00opa, capanga não pode também,
09:01enfim,
09:02de todo mundo que cerca
09:04o Arthur Lira,
09:06ajudasse de alguma forma
09:08o Ministério Público
09:11a realmente
09:12fazer que a lei valesse
09:16para o Arthur Lira,
09:18eu pararia de falar
09:19com a maior alegria.
09:22Mas daí,
09:23o que vai acontecer?
09:24não vai estar nada
09:26na justiça
09:27e, além do mais,
09:29nem sequer o efeito
09:30político
09:31que pode haver
09:33com a revelação
09:35dessa
09:36cultura
09:38de escambo,
09:39para usar a palavra
09:40que você sempre usa,
09:42nem os efeitos políticos
09:45disso seriam visíveis.
09:47Então,
09:48o que a gente pode fazer,
09:49Felipe?
09:50Continuar esperneando
09:51e apontar,
09:56apontar,
09:57é um ambiente,
09:59essa frase do Rangel,
10:01essa descrição
10:01que ele fez
10:02do lançamento
10:03da empresa
10:03é muito interessante.
10:05Ele falou,
10:05no momento em que
10:06as pessoas chegavam lá,
10:07já sabiam
10:08a quem é
10:09que elas agradariam
10:11se fizessem negócios
10:13com a tal
10:14da,
10:14não sei o que lá,
10:15360.
10:17Então,
10:18é assim que funciona
10:19a Brasília.
10:19você vai no escritório
10:22de advocacia
10:23de Cicrana
10:24e você já sabe
10:26que ao contratar Cicrana
10:28você estará
10:30se aproximando
10:31também
10:32do ministro
10:32Beltrano
10:33lá no STF
10:34ou no STJ.
10:35Você vai na festa
10:36de lançamento
10:37do menino
10:39Ronaldinho,
10:41entre aspas,
10:42e você sabe
10:43que vai estar
10:44agradando
10:45ao pai
10:46do Ronaldinho,
10:47entre aspas,
10:48que é o presidente
10:50do órgão X,
10:51talvez da Câmara,
10:52do Senado,
10:53de uma estatal,
10:54whatever.
10:56É assim,
10:57é tudo
10:57uma grande
10:59teia.
11:00É uma grande
11:02teia,
11:03incestuosa.
11:06E a gente
11:08tem que ficar
11:09xingando.
11:11Xingando sem xingar,
11:12xingando com elegância.
11:14promiscuidade
11:16entre os poderes,
11:18a falta
11:19de arestas
11:21institucionais,
11:22morais,
11:23o distanciamento,
11:25a preocupação
11:27com o conflito
11:28de interesses,
11:29nada disso
11:30existe
11:31de fato.
11:32E o pior exemplo
11:33veio de cima
11:34quando o Supremo Tribunal
11:34Federal
11:35permitiu
11:36que juízes
11:38pudessem julgar
11:38os casos
11:39de clientes
11:40de escritórios
11:41comandados
11:43pelos seus cônjuges
11:44ou
11:45por familiares.
11:46Quer dizer,
11:47tem ministros
11:48do STF
11:48que tem esposas
11:49advogadas
11:50que comandam
11:51escritórios
11:51e, portanto,
11:52os clientes
11:53delas
11:53podem ter casos
11:54julgados
11:55pelos ministros.
11:57Quer dizer,
11:58o empresário
12:00que foi flagrado
12:02cometendo algum
12:02crime,
12:03etc.,
12:04ele acredita,
12:06muitos deles
12:07acreditam,
12:08que contratando
12:09uma esposa
12:12de um juiz
12:13muito poderoso,
12:15ele pode ter
12:15mais chances
12:16de se ver livre.
12:18Então,
12:18a falta
12:18dessas arestas
12:19que aos poucos
12:20vão sendo retiradas
12:22até
12:22com canetadas,
12:24elas vão sendo
12:25retiradas
12:25institucionalmente,
12:28ela gera
12:29todo esse
12:31escambo
12:32em que
12:34parece que
12:35muita gente
12:35acaba ganhando.
12:36E foi isso
12:37que denunciou
12:38aqui
12:38a Eliana Calmon
12:39quando participou
12:40do Papo Antagonista
12:41que ela chamou
12:42de o acasalamento
12:44perfeito,
12:45ex-ministra
12:46do STJ,
12:48que denunciou
12:48sempre o filhotismo
12:49no poder judiciário.
12:51Então,
12:51a mulher
12:52fica com o
12:53poder econômico
12:54e o marido
12:55tem o poder político
12:56dentro do poder
12:57judiciário,
12:58portanto,
12:58exerce
12:59muita influência.
13:01É lamentável
13:01que a República
13:02do Escambo
13:03tenha esse tipo
13:04de engrenagem.
13:05Legenda por Sônia Ruberti
13:07de Sônia Ruberti
13:11de Sônia Ruberti
13:12de Sônia Ruberti
13:13de Sônia Ruberti
13:15de Sônia Ruberti
13:16de Sônia Ruberti
13:17de Sônia Ruberti
13:18de Sônia Ruberti
13:19de Sônia Ruberti

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