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Desde criança, Melquizael Costa carrega na pele uma história que vai muito além do octógono. Conhecido no mundo das lutas como Melk, o paraense de Porto de Moz convive com o vitiligo — condição autoimune que altera a pigmentação da pele — e transformou o que muitos enxergam como limitação em bandeira de orgulho e superação.

Reportagem: Aila Beatriz Inete
Imagens: Karla Pinheiro (supervisão: Tarso Sarraf) / Streamyard

Categoria

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Esportes
Transcrição
00:00Gravando com o lutador do UFC, Melk Costa, que hoje vai estar aqui com a gente
00:06para falar sobre, não só sobre luta, mas sobre um assunto que também interessa muito a ele
00:12e que ele tem sido uma voz muito ativa dentro do MMA, que é sobre o vitíligo.
00:19Então, primeiramente, muito obrigado, Melk, por ter destapado falar com a gente.
00:23Pô, valeu, que isso. Eu fico até agradecido de vocês terem mandado mensagem,
00:30porque o vitíligo é um assunto muito cru ainda, principalmente na área da luta e tal,
00:36então é bem interessante mesmo o pessoal conhecer um pouco mais sobre isso.
00:40É legal. E para a gente começar, desde que tu entrou no UFC, tu ganhou essa visibilidade maior para a causa.
00:50Tu tens sido, desde a primeira luta, uma coisa ativa sobre o assunto.
00:56E aí, eu queria saber, assim, como foi no início para ti o diagnóstico?
01:02E como que as tuas filhas lidaram com isso?
01:06Na verdade, eu não lembro, porque eu era muito novo, eu tinha 4 anos de idade, 3 a 4 anos de idade.
01:12E no começo foi um susto, né? Na verdade, o médico não sabia o que era,
01:16porque não era normal uma criança ter vitíligo, então eu acho que foi nos meus 7 anos, por isso,
01:20em que minha mãe foi descobrir que era o vitíligo mesmo, e não tinha remédio para criança na época,
01:26e foi até tranquilo. Para mim, né? Como criança, foi tranquilo na época, né?
01:30Mas o problema foi na minha adolescência, que foi muito preconceito, sabe?
01:35Muita coisa pesada que eu preconciei, entendeu?
01:38Que afetou muito o meu psicológico, eu não queria sair na rua.
01:41Era uma situação bem complicada mesmo, principalmente aí no Pará, que é quente, que só...
01:45E eu só andava de camisa de mão comprida, de calça, sabe?
01:51Porque eu tinha muita vergonha de mim mesmo, sabe?
01:54E aí, como foi esse processo, assim, de tu ter mais acesso à informação sobre a doença
02:03e passar a te aceitar e entender um pouco mais sobre o que era?
02:06Na verdade, eu sempre pesquisei muito sobre o vitíligo e tal, mas o problema não era eu,
02:13o problema era que as pessoas estavam do meu lado, entendeu?
02:14Tipo assim, muitos pais, quando eu era criança, muitos pais, assim, eu estava brincando com a criança,
02:19o pai chegava e puxava a criança, porque falava sempre, ó, assim, o moleque está doente e tal,
02:23que as pessoas não tinham noção do que era o vitíligo, né?
02:26Muita gente confundiu com a rancenise.
02:29E eu sempre pesquisei, procurava a cura incansável, entendeu?
02:33E eu só escutava que não tinha cura, não tinha cura.
02:35E aí, foi quando eu comecei a treinar, né?
02:38Que eu queria aprender a bater nos outros, né?
02:41Pra, tipo, toda vez que me estressasse.
02:43E quando eu cheguei na luta, eu descobri que não podia brigar na rua, né?
02:46E só que, assim, aquilo me desestressou muito, foi bem legal treinar, curtir.
02:50Então, foi algo, foi um refúgio pra mim, entendeu?
02:54A luta foi um refúgio pra mim.
02:57Tu chegaste até a mencionar em outras entrevistas que o MMA te salvou, né?
03:02Sim, sim, Deus colocou MMA na minha vida e me salvou, né?
03:06Que ao nível de, tipo, eu não tirava a camisa por nada, tinha muita vergonha do corpo.
03:11E eu cheguei na academia, um cara de 90 quilos olhou pra mim e falou, tira a camisa agora.
03:14E eu tirei a camisa, medo de levar a roupa dele.
03:17E eu não tirava foto por nada também, eu odiava a foto.
03:22E a academia tem a tradição de tirar foto, né?
03:24Todo final de treino.
03:25Então, foi duas coisas, assim, que saíram do meu cu, da minha mente, assim, de boa.
03:30Foi isso, sabe?
03:31É muito louco mesmo.
03:33Sim, o acolhimento dentro da academia foi muito grande pra ti, né?
03:38Então, tu passou a se sentir parte daquilo?
03:42É porque a luta em si, eu não conheço os esportes porque eu não treino outros esportes, né?
03:47Eu sempre fui votar 100% na luta.
03:49Só que a luta em si, ela tem muita igualdade.
03:51Quando você entra, tipo assim, o cara pode ser o juiz da minha cidade, pode ser um delegado e tudo.
03:56Mas se ele entra na academia, se ele é um faixa branca, eu sou um faixa preta, ele tem que me respeitar, entendeu?
04:02Existe a hierarquia da academia.
04:04Do mesmo jeito que na academia não tem um negócio assim, ah, não vou rolar com esse cara porque eu não gosto dele.
04:08Não existe isso.
04:09Na academia existe muito isso de disciplina, entendeu?
04:11E foi algo que me aproximou muito, sabe?
04:15Podemos dizer assim que me aproximou do mundo, sabe?
04:19Ficou bacana.
04:20E aí, assim, no início da tua carreira, né?
04:23Tu começaste em eventos no interior.
04:27Teve algum impacto, assim, o fato de tu terem esbitligo em patrocínios, em conseguir patrocínio?
04:33Ou até de assinar lutas?
04:37Ou isso foi tranquilo, assim?
04:38Não foi uma questão?
04:40Ah, a parte boa aqui aí no Pará, né?
04:43A galera no interior, a galera não tem muita...
04:48Eles não têm muito preconceito com isso, né?
04:50Todo mundo se laje, não tem muita diferença, né?
04:55Principalmente com patrocínio.
04:56Os postos, infelizmente, eu acho que até hoje no Pará, os postos é muito precários, né?
05:00A questão de patrocínio e coisa do governo.
05:02Então, assim, eu não senti um impacto, assim, tão grande de...
05:06Porque não tinha mesmo, sabe?
05:07Tanto eu quanto meus amigos que não tinham vitligo também não tinham preconceito com patrocínio, sabe?
05:12Mas eu só achava muito engraçado.
05:14Às vezes eu ia lutar, toda vez que eu lutava eu me dava uns apelidos.
05:16Foi, tipo assim, a minha mente já estava muito blindada sobre isso, já estava muito de boa.
05:20Então, eu sempre me diverti muito.
05:22Então, talvez até se um dia uma pessoa fez algo meio racista pra mim, eu sempre ia dar brincadeira.
05:28Então, tipo assim, não me afetava, entendeu?
05:30E eu sempre me divertia, que toda vez que eu ia lutar tinha algum apelido.
05:34Então, eu ficava rindo pra caramba, entendeu?
05:37Foi uma ressuscitação, né?
05:39Isso.
05:39É, uma vez eu fui lutar no evento, a mulher olhou assim, aí o amigo meu escutou ele falando,
05:46ó, ele está cheio de ferida.
05:47Só bater nas feridas dele que ganhava, tá?
05:51Então, tipo assim, eu me divertia, entendeu?
05:53Era o que não me afetava mais, sabe?
05:54Virou o que pra mim um dia foi muito pesado, pra hoje em dia pra mim é brincadeira, entendeu?
06:03Ressignificou, né?
06:05Digamos, a dor passou a ser algo que não te afetava mais, né?
06:12É, eu fiquei blindado, né?
06:14Fiquei blindado com a luta, blindado com as coisas.
06:16E é por isso que hoje eu faço o inverso, né?
06:19Eu tento pegar, tipo assim, a minha pessoa, tem gente que acha que eu sou um personagem,
06:25mas pior que eu não sou, eu sou esse cara mesmo, sou o azuleiro, gosto de brincar com
06:28todo mundo.
06:30Mas eu tento pegar isso pra levar de inspiração pra muitas crianças.
06:33Tipo, todo dia eu recebo muitas mensagens de pais, de crianças, tanto do Brasil quanto
06:38de fora.
06:39Falo, nossa, o meu filho não saiu de casa, ele começou a ouvir você e, porra, hoje em dia
06:43ele tá mais esperto, ele tá se aceitando mais, entendeu?
06:46Então, é isso que me motiva a cada dia mais, entendeu?
06:50Falo, que bacana.
06:51E aí, como tu lidas com essas mensagens, assim, tipo, né?
06:55Já, é...
06:57Tem aquela coisa, assim, de, poxa, eu não esperava isso ou tu já esperava isso?
07:02Como é que tu lida com esse impacto que tu tá tendo na vida das pessoas?
07:07Eu falo que, na minha mente, eu continuo aquele mesmo moleque do interior, entendeu?
07:11Então, tipo, toda vez que chega uma mensagem assim, às vezes eu fico impressionado, eu
07:14não imagino nada, não imagino que tinha chegado tão longe, entendeu?
07:18Às vezes eu não entendo muito onde é, às vezes eu esqueço, tipo, eu já chego, já
07:23teve fase de eu chegar até e esquecer que eu tava no UFC, sabe?
07:26Às vezes eu sou muito viciado no UFC, eu assisto muito luto.
07:29Às vezes eu tô assim num evento que é um card do caramba, que nem o exemplo agora,
07:32vai ter o card do sábado, que é um dos cards incrível.
07:35E mostra uma luta sinistra e eu, do nada, fica, caraca, um dia eu vou lutar aí.
07:40Às vezes eu esqueço, sabe, que eu tô já no UFC e eu, pô, mas eu já tô aí, sabe?
07:44Então é a mesma coisa assim, quando as pessoas mandam mensagem e tal, eu fico muito emocionado,
07:49sabe?
07:49Eu falo, pô, mano, eu tô muito feliz de poder ter atingido esse público, sabe?
07:54Que é o meu foco, é atingir o público.
07:56Aí a pessoa fala, ah, por que ele entra com música de criança?
07:59Cara, o meu público é muito criança e adolescente, entendeu?
08:02Sim, eu tenho uma filha, eu tento também homenagear ela, mas não é por ela exatamente só.
08:08Tipo assim, é por todas as crianças do mundo que sofrem preconceito, sofrem bullying, entendeu?
08:12Coisas que eu passei e que não teve alguém de referência pra mim, entendeu?
08:16Alguém pra chegar e falar assim, pô, cara, tu é normal e tal.
08:19Eu nunca tive essa referência, entendeu?
08:21Então eu tento ser essa referência pra todo mundo.
08:23É, bacana.
08:25E aí, com tudo isso, assim, que tu passaste hoje, com a tua mentalidade atual, o que que
08:33tu aprendeste, assim, de ti mesmo, pessoalmente, e como atleta, né, com o vitíligo, como que
08:42foi isso pra ti?
08:43O que que tu sentes, assim, que mudou na tua mentalidade?
08:49Ah, eu aprendi que a vida é bela, a gente complica ela, a gente é bom pra complicar as
08:53coisas, sabe?
08:54Nós, ser humano, a gente coloca, às vezes, uma novela tão gigante na nossa mente e é
08:57algo que não é assim.
08:59É, o que que mudou?
09:00Eu me fechava pro mundo, sabe?
09:03Queria me fechar pro todo mundo e depois eu descobri que não era nada disso, era tudo
09:07na minha mente, entendeu?
09:08Tem gente racista, é o que mais tem no mundo, entendeu?
09:11Só que assim, o racismo tá no coração da pessoa, não em mim.
09:14Se o cara me fala alguma coisa e eu não sou, preciso, sabe, me ofender por causa disso,
09:18entendeu?
09:18Eu posso ser blindado por causa disso.
09:20Então eu aprendi a viver a vida de outra forma, entendeu?
09:24A me divertir com as coisas em vez de ficar preso em algo, tipo uma palavra.
09:28Porque assim, uma coisa que eu aprendi, uma pessoa amar, se ela te fala uma coisa e você
09:34passar, dormir pensando nessa pessoa, essa pessoa amar fez o trabalho dela, entendeu?
09:39A pessoa tá feliz, mas se a pessoa amar, falou alguma coisa pra ti e você pegou e, tipo,
09:45nem ligou pra isso, entendeu?
09:47A pessoa vai ficar bem chateada porque você não se importou, entendeu?
09:50O mundo tudo é importável, as pessoas querem que você se importe, entendeu?
09:54Tanto é que eu tenho fãs, pessoas que fãs que às vezes mandam mensagem me xingando
09:57só pra me olhar a mensagem dele, entendeu?
10:01Pra me dar moral pra ele, entendeu?
10:03Acontece com muito verdadeiro.
10:04Então só pra você ter uma noção como isso, entendeu?
10:05E muitas das pessoas querem a importância, querem ser importante, sabe?
10:11Querem se sentir viva, entendeu?
10:14Então é isso que eu tento passar pro mundo, sabe?
10:17Passar pra uma criança que tem vitíligo, uma criança que tem uma doença autoimune,
10:20uma pessoa que tem outro tipo de problema, que todo mundo é importante, sabe?
10:24Basta a gente, sabe, se aceitar, querer ser isso, sabe?
10:29Querer, se sentir feliz.
10:30Porque não adianta a pessoa ser feliz se você não se sente feliz,
10:34não adianta a pessoa falar pra ti.
10:37Você tem que se sentir isso.
10:39Sim, com certeza.
10:42E aí eu queria...
10:44Tu mudaste recentemente o teu apelido, né?
10:47Tu adotaste o Dalmatak, que era uma coisa que tu já entrava caracterizado, né?
10:54Justamente pra reforçar essa mensagem, eu imagino.
10:58É, na verdade, foi bem aleatório o Dalmatak, porque, assim, é...
11:04Eu sempre gostei de entrar de várias formas, assim, sabe?
11:07Tipo, pintar o cabelo e tal, porque hoje, infelizmente, eu também...
11:11Eu sempre gostei de ser bem pintado, sabe?
11:13E, infelizmente, a vacina do Covid fez eu ficar todo branco de uma vez, entendeu?
11:17Então, é...
11:19Eu queria ainda ser um cara de mostrar como eu sou diferente e tal,
11:23e então eu comecei a pintar o cabelo, entrar com uma música diferente,
11:26e tive a ideia na hora de...
11:29Falei, tu quer pintar alguma coisa?
11:31Falei, eu quero pintar.
11:32Falei, pode ser de um Dalmatak, porque o Dalmatak é uma figura muito representativa
11:38na comunidade vitíligo.
11:41Só que eu não sabia que ia causar um impacto muito grande, né?
11:44E foi lá em UFC Searo, lá, que eu pintei hoje o Dalmatak,
11:46e até o próprio UFC postou, né?
11:48E foi um negócio muito impactante.
11:50Só que o Dalmatak era um apelido que me machucava muito, sabe?
11:53Quando eu lutava, se alguém...
11:54Quando eu lutava, não, antes de eu lutar, quando eu era moleque,
11:56se alguém me chamasse de Dalmatak, eu queria sair na porrada,
11:58eu ficava muito estressado.
12:00E foi algo que...
12:02E eu não sentia mais isso, também nunca...
12:05E eu lutei e tal, foi luta boa,
12:07e quando eu cheguei aqui em Bauru, tava no shopping,
12:09um rapaz me parou, posso tirar uma foto contigo e tal?
12:12Falei, pô, tem aquele outro UFC, tem o Dalmatak, né?
12:15Aí eu peguei um susto, né?
12:17Tipo assim, eu não fiquei, tipo, me sentindo mal,
12:20mas assim, foi algo, um choque, né?
12:22Falei, caralho, o cara me chamou de Dalmatak, velho.
12:25E...
12:26Mano, por que não, né?
12:28É algo que me machucava tanto antigamente,
12:31por que não pode ser algo que me fortaleça,
12:34mostrar uma repensividade?
12:35Então foi isso, resolvi colocar o Dalmatak.
12:38Ai, que bacana.
12:39E aí, eu ia te perguntar justamente sobre como o UFC,
12:44enfim, abriu as portas pra tu falarem sobre o assunto,
12:50porque querendo ou não, o MMA,
12:52pra alguns assuntos ainda é muito fechado, né?
12:54Não só o UFC, mas eventos em gerais, assim.
12:57E como tem sido essa, digamos assim,
13:00essa abertura do UFC pra tu falarem sobre esse assunto?
13:06Eu sempre acompanho o UFC, desde sempre, né?
13:09E o Dalmatak sempre deixou claro que
13:11o UFC não é privativo, tipo assim, de fala.
13:15Você fala o que você quiser.
13:17As pessoas falam o que querem, entendeu?
13:18Então, é o maior mídia do mundo.
13:23Então, eu falei, por que não usar essa maior mídia do mundo
13:25a meu favor, entendeu?
13:26A tentar mostrar algo que eu sempre quis,
13:28que era motivar as crianças, motivar todo mundo.
13:31E eu tenho essa oportunidade disso no UFC, entendeu?
13:33Então, por isso que eu faço essas loucuras todas.
13:36E pra gente encerrar,
13:40queria saber, assim, se tu queres deixar alguma mensagem, né?
13:44Pros crianças, adolescentes e adultos em gerais,
13:49que têm vitíligo e que até têm dificuldade.
13:53E também pras pessoas que têm preconceito, né?
13:57Têm dificuldade em aceitar.
13:58Galera, pessoal do vitíligo,
14:01o pessoal que tem doença imune,
14:02o pessoal que tem alguma diferença física,
14:04galera, nós somos perfeitos,
14:06a vida é bela.
14:08E, ao mesmo tempo, ninguém é perfeito
14:10nos olhos do homem.
14:11Então, não adianta.
14:13Principalmente a pessoa que critica,
14:16essa pessoa não tem uma saúde boa,
14:18não tem uma mentalidade boa,
14:19porque uma pessoa que tem um coração bom
14:21não vai perder tempo falando mal de outra pessoa, entendeu?
14:24Então, assim, ó, se amem mais,
14:27a vida é bela,
14:27você pode ser o que vocês quiserem,
14:29você pode fazer o que vocês quiserem,
14:30basta vocês focarem, acreditarem,
14:32não é uma condição de pele,
14:33não é uma condição de saúde que pode te parar.
14:35É isso.
14:36Eu sou a prova disso.
14:38Perfeito.
14:40E aí, pra gente encerrar de verdade,
14:42quando é que tu volta a lutar?
14:44Já tem uma previsão aí?
14:45Ou tu só tá descansando mesmo,
14:47porque foi uma maratona de lutas, né?
14:49Então, estamos rendendo com o tempo,
14:52estamos em conversas,
14:54não tem nada certo,
14:56mas eu acho que até setembro,
14:59outubro, a gente tá lutando já.
15:01Legal.
15:03Muito obrigado, Mel,
15:04que de verdade.
15:06É um prazer falar contigo de novo, né?
15:09E sobre esse assunto,
15:12que precisa ter mais visibilidade,
15:15que aos poucos a gente ir combatendo o preconceito,
15:18e é isso, tá?
15:21Muito, muito, muito obrigada.
15:23Ok, isso eu que agradeço.
15:24É como eu falo,
15:25o meu foco,
15:26eu sei que eu vim pra uma missão nesse mundo,
15:28e a minha missão é ver um dia
15:31um atleta ou um médico,
15:33alguma pessoa chegar comigo e falar assim,
15:35cara, eu era um moleque depressivo,
15:37eu era um moleque que tinha beat in league,
15:38eu era um moleque que tinha algum problema,
15:40eu não sei de casa,
15:41mas no dia que eu vi um cara do UFC
15:42todo pintado, lutando,
15:44eu acreditei que isso era capaz, entendeu?
15:46E hoje eu tô aqui.
15:47Então, no dia que eu escutar isso,
15:49aí já era,
15:50zerei a vida.
15:54É isso, Mel,
15:55que brigadão, tá?

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