Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
A família de Sheila Barros Belúcio, de 50 anos - colaboradora do Grupo Liberal, que faleceu no último dia 15 de junho, após complicações decorrentes de uma cirurgia de vesícula - protocolou uma denúncia no Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) denunciando suposta negligência e erro médico no atendimento prestado à paciente no Hospital Rio Mar, em Belém. Sheila morreu no dia 15 de junho, após complicações no pós-operatório de uma cirurgia de vesícula.

REPORTAGEM: GABRIEL PIRES

IMAGENS: CRISTINO MARTINS

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00É, nós relatamos realmente tudo o que aconteceu, né?
00:04Porque como o caso da mãe foi um caso muito sério e com muitos fatos,
00:08não precisa a gente ficar inventando, né?
00:10A gente contou realmente o que aconteceu no hospital
00:12e foi repassado junto com o nosso advogado para o CRM.
00:16A minha esposa, ela entrou para fazer um procedimento de vesícula.
00:20E antes disso, dela fazer o procedimento de vesícula,
00:22ela fez vários exames para isso.
00:25E dia 12 já estava marcada a cirurgia dela.
00:28Então, a gente saiu daqui cedo da manhã.
00:32A gente saiu pela mais ou menos 5h30 da manhã para a gente chegar lá.
00:36Era muito cedo, porque a pívida pediu para chegar 2 horas antes,
00:41para a gente se preparar, tudo.
00:42Então, a gente chegou nesse horário.
00:44A gente chegou nessa faixa de 5h30, 6 horas mais ou menos.
00:47E ela se preparou para fazer a cirurgia.
00:51E nisso, ela foi para lá para fazer a cirurgia, certo?
00:54Eu estava com ela acompanhando tudo.
00:56Acho que quando ela voltou da cirurgia,
00:59ela já chegou, acho que era uma hora mais ou menos.
01:02E o cirurgião entrou-se ela e falou,
01:04olha, a cirurgia dela foi um pouco delicada.
01:07Ele me relatou que a cirurgia dela foi um pouco delicada.
01:11E levou ela para o quarto.
01:12Ele disse que ela ia passar a noite lá
01:14e no outro dia ela já ia sair, certo?
01:17Isso, de quinta para sexta, né?
01:18Isso, de quinta para sexta.
01:20E aí eu permaneci com ela ainda na quinta-feira,
01:23ainda dormi com ela.
01:24E nisso, ela não estava com dor.
01:27Ela não estava com dor.
01:29Até então, ela estava bem,
01:30tanto que ela queria até se alimentar.
01:32Ela se alimentou ainda, né?
01:34Tomou bastante água, né?
01:36Que é isso, para quinta-feira.
01:38Tudo isso foi na quinta-feira, tá?
01:40E aí a cirurgião que chegou lá com a gente
01:43falou, olha, ela precisa caminhar no mesmo dia.
01:46Ela precisa caminhar,
01:48ela precisa soltar os gases, né?
01:51Para ela ficar bem,
01:53para ela ser liberada no outro dia.
01:55E nisso foi para sexta-feira.
01:57Sexta-feira eu fui substituído
01:59pela Tainá, colega de trabalho dela.
02:02Acho que lá para volta de 10 horas, mais ou menos,
02:05acho que foi nessa faixa,
02:06ela me substituiu, certo?
02:09E aí o que acontece?
02:11Ela me relatou que a Sheila começou a apresentar
02:14crises, né?
02:15Começou a vomitar,
02:17começou a botar para fora e não.
02:19E aí tudo que ela comia, botava para fora.
02:22E aí começou a vomitar e não queria mais.
02:24E nisso a Tainá me relatou que ela foi
02:26lá na área dos enfermeiros
02:29solicitar um médico de plantão.
02:32E nisso os enfermeiros chegavam no quarto
02:33e aplicavam só remédio.
02:35Só remédio, remédio, remédio.
02:37E nisso acho que em torno de três vezes mais ou menos,
02:40ela solicitou o médico
02:41de plantão e não vinha.
02:44Certo?
02:44E ela continuou sentindo?
02:46Continuando.
02:47Continuava com dores.
02:48E nisso foi, trocou de novo outra pessoa com ela.
02:51Foi a prima dela que está aqui.
02:53A prima dela também me relata a mesma coisa.
02:55que quando ela chegou,
02:58a Sheila já estava vomitando,
03:00estava com muita dor,
03:02não estava mais se alimentando em nada.
03:05E nisso ela ia lá também
03:06com o pessoal da enfermaria,
03:09da área da enfermaria, né?
03:12E também pediu, solicitou o médico de plantão.
03:16E nisso não veio.
03:17Só vinha também os enfermeiros
03:18e aplicava remédio nela.
03:20Só remédio, só remédio.
03:22Ninguém tentou ir lá para averiguar
03:24o que estava acontecendo.
03:25Exatamente.
03:25Não veio o especialista,
03:27que é o médico de plantão
03:27para averiguar essas coisas tudinho, né?
03:30E nisso, tá, ela me ligou.
03:32Me ligou lá para o faixa de cinco horas,
03:34cinco e meia mais ou menos.
03:35Me ligou, relatando que a minha esposa
03:37estava super mal.
03:38Cinco e meia da manhã, no sábado.
03:40No sábado já, no sábado.
03:41Isso, no sábado.
03:42E ela me relatou isso.
03:44Que ela já estava mal,
03:45ela estava com muita dor,
03:47ela estava vomitando,
03:48uma gosma amarela, né?
03:50Ela me relatou tudo isso e cheguei lá.
03:52E nisso, eu saí daqui,
03:53acho que era umas seis horas,
03:55seis e pouco, mais ou menos,
03:55que eu cheguei lá.
03:57Eu saí muito cedo daqui de casa.
03:59E aí, ela...
04:00Cheguei lá, minha esposa já estava passando mal.
04:03Ela estava suando super frio,
04:05batimento muito forte, né?
04:07E perguntei para a prima dela,
04:09falei se já tinha solicitado
04:10o médico de plantão.
04:11E ela me falou que tinha solicitado,
04:13não tinha chegado nada, nada.
04:15Não tinha vindo nada, nada.
04:16De lá,
04:19da colega dela de trabalho,
04:21até com a prima dela,
04:22não tinha chegado nenhum médico lá com ela.
04:25Especialista para examinar.
04:26Mesmo após uma cirurgia que,
04:28segundo eles, foi muito delicada.
04:29Foi delicada.
04:30Então, aí,
04:31é por isso mesmo que tinha que ter
04:33um médico ali de plantão,
04:34por causa dela.
04:35Especificamente para ela, entendeu?
04:37Porque como foi uma cirurgia delicada,
04:38tinha que ter uma pessoa de plantão para ela.
04:40E era uma cirurgia que é considerada simples, né?
04:44Simples.
04:44Eles mesmos falaram para a gente.
04:46Era simples, entendeu?
04:48E aí, no sábado,
04:49que eu fui lá,
04:51aí eu fui para o pessoal lá,
04:53o pessoal lá dos enfermeiros,
04:56e eu briguei lá com o pessoal,
04:58ela falou,
04:58olha, a minha esposa está passando super mal,
05:01ela está com muita dor.
05:03Isso, ela mesma me relatou,
05:05que ela estava com muita dor no pulmão.
05:07Muita dor no pulmão.
05:08Ela estava com um batimento muito forte, né?
05:12E ela estava suando frio.
05:15Ela estava suando.
05:16Eu toquei na testa dela,
05:17ela estava suando.
05:18Entendeu?
05:19Ela estava muito debilitada já.
05:22E nisso, eu fui lá e briguei com o pessoal.
05:24Eu falei.
05:25E a enfermeira me vira e fala assim,
05:27olha, o médico de plantão só vai chegar a oito horas.
05:30Eu falei, negativo.
05:33Isso não pode acontecer.
05:34Minha esposa está passando mal,
05:35quer dizer que o médico de plantão vai chegar a oito horas.
05:37Não pode isso.
05:38E nisso, mudou o quadro dos enfermeiros do plantão da noite,
05:43pegou pelo da manhã, né?
05:45E nisso tinha uma moça,
05:46que estava cuidando dela desde quinta-feira.
05:50Para ela que eu pedi o socorro.
05:52Eu falei, olha,
05:53eu preciso urgentemente de médico de plantão,
05:56e eu preciso que vocês vão lá no quarto,
05:57porque a minha esposa está passando muito mal.
06:00Eu falei para ela justamente,
06:02pegar todos os enfermeiros que levaram lá para o quarto, né?
06:05E a minha esposa, ela passando mal.
06:07E um dos enfermeiros olhado para o outro e falou,
06:09quanto tempo ela está passando mal?
06:13Então, nem isso, sabia.
06:14Exatamente, porque eles trocaram.
06:16Eles fizeram a troca de plantão, né?
06:19Então, assim, aí eu falei, olha...
06:21Mais uma falha, né?
06:22Mais uma falha.
06:23E aí, o que acontece?
06:25Eu falei, olha, ela está desde ontem,
06:27já na sexta-feira, doente.
06:30Aí a enfermeira, meu Deus,
06:32não era para ela estar assim, entendeu?
06:34Os próprios enfermeiros que já trocaram.
06:36Comunicação de infecção.
06:38Exatamente.
06:38Então, isso, para mim, foi um erro gravíssimo.
06:43Um erro grave, porque se tivesse feito isso,
06:46solicitado o médico de plantão na sexta-feira,
06:49ela estava viva hoje.
06:51Não ia ser um erro.
06:52Mas houve esse erro, entendeu?
06:54E minha esposa hoje está morta por causa disso.
06:57E por causa dessa negligência médica,
06:59durante esse período longo, né?
07:01Porque a gente sabe que na medicina,
07:02um minuto antes e um minuto depois,
07:03ele faz muita diferença, né?
07:06E durante esse período de negligência,
07:10ela cada vez mais foi se agravando.
07:12Já no sábado de manhã,
07:13quando ela subiu para a UTI,
07:15na UTI eles já receberam ela
07:17em estado extremamente grave,
07:18segundo eles.
07:19Ou seja, se tivesse o médico aparecido
07:22quando foi solicitado,
07:23na primeira, segunda vez,
07:25da sexta-feira,
07:26eu acho que a gente acredita, né,
07:28que o resultado teria sido muito diferente.
07:30Exatamente.
07:32E a causa de tudo foi um vazamento no intestino, né?
07:37Segundo eles...
07:38Durante a cirurgia da...
07:39Durante a cirurgia.
07:40A vesícula não teve nada a ver com a vesícula.
07:43Foi um vazamento no intestino
07:45que culminou com a morte dela, né?
07:48Para ser mais claro.
07:49Então, isso também a gente não entende.
07:53Por que que ela foi e entrou
07:54para fazer uma cirurgia de vesícula
07:56e sair com um vazamento no intestino, né?
07:59Que foi isso que causou a morte dela.
08:01Porque com o vazamento,
08:03ele infeccionou, né?
08:04Deu a infecção à sépia,
08:06a sépia é a infecção generalizada
08:08e parou o coração.
08:11Que aí teve a parada cardíaca.
08:12Já no domingo, né?
08:15E foi isso que causou a morte dela.
08:16Essas etapas, né?
08:21Toda essa história que vocês relataram
08:23dentro do documento da denúncia do CRM, né?
08:26Sim, com certeza.
08:28Foi tudo repassado para eles?
08:29Tudo repassado.
08:30E teve a segunda cirurgia também.
08:33Que eles tentaram consertar, né?
08:35Que não foram vazamentos e tal.
08:37Isso é no sábado.
08:38Já no sábado.
08:39Isso, no sábado.
08:40O cirurgião chegou comigo e falou
08:42que ela ia operar.
08:43Só que o parada dela
08:45estava sendo muito delicado.
08:47Muito delicado.
08:48Então, ele avisou a gente, né?
08:49Que até para se mover de lá
08:52até chegar na hora de cirurgia,
08:54ela podia ir a óbito, né?
08:56Via a óbito.
08:57E até na cirurgia também.
08:59Ela podia também vir a óbito.
09:01Entendeu?
09:02E aí, aconteceu a cirurgia.
09:04Ela conseguiu.
09:06Dizendo ao cirurgião que foi um sucesso, né?
09:08Que a cirurgia dela foi um sucesso.
09:11Que até disso a gente duvida.
09:13Exatamente.
09:14Se realmente aconteceu essa segunda cirurgia.
09:15Porque quando o corpo dela foi recebido
09:18na funerária,
09:19ainda estava tendo vazamento
09:20pela perfuração da cirurgia.
09:23Estava tendo vazamento
09:24segundo o rapaz da funerária de fezes.
09:26Exatamente.
09:27Entendeu?
09:27Então, realmente aconteceu a cirurgia?
09:30Ou que continuou vazamento?
09:33Entendeu?
09:33Então, são várias questões assim
09:35que a gente tenta acreditar,
09:38mas não tem como acreditar.
09:39É verdade.
09:42E é isso.
09:43O nosso advogado, ele protocolou, né?
09:45A denúncia.
09:47Foi recente agora, então.
09:48Eu acredito que eles ainda vão entrar em contato, né?
09:51Sobre isso.
09:52A gente está esperando uma atualização
09:53do nosso advogado também.
09:55E sobre ainda, né?
09:57Sobre o caso do dia da morte dela.
10:00Até para dar notificação para a gente
10:02sobre o óbito e demorar.
10:04Exatamente.
10:05Porque a mamãe, ela teve uma parada,
10:07se eu não me engano,
10:07mas por volta de três e meia da tarde,
10:10tentaram reanimar ela.
10:12E ela foi, via óbito mesmo,
10:14quatro e dezessete.
10:15Isso.
10:15E a gente aqui,
10:17nós estávamos aqui em casa ainda.
10:20Exatamente.
10:20Esperando para fazer a visita
10:21às sete horas.
10:22Do domingo, no caso, né?
10:24Sim.
10:25É.
10:25Isso.
10:26Cinco da tarde.
10:27Dezessete horas.
10:27E nós chegamos no hospital,
10:30ficamos esperando,
10:31esperamos bastante.
10:33Passou o período de visita, né?
10:35Que até seis horas da tarde
10:37foi que eles chamaram a gente lá em cima.
10:40Isso.
10:41Ou seja,
10:41mais de duas horas depois do óbito dela.
10:44Exatamente.
10:45Então, aí foi mais uma falha do hospital com a gente.
10:47Isso.
10:48Certo?
10:49O hospital, ele...
10:52A diretora de recolhimento,
10:54ela entrou em contato comigo, né?
10:56Depois da denúncia?
10:57Isso.
10:58Falou que via a reportagem.
11:01E...
11:01Só que ela queria me ligar, né?
11:04Ela queria me ligar e eu fui...
11:05Eu fui...
11:06Orientado a não atender nenhuma ligação, né?
11:09Pelo nosso advogado.
11:11Se ela quiser falar alguma coisa,
11:12ela pode falar por áudio e por mensagem.
11:15E até agora, ela não me falou mais nada.
11:17Acho que mais que tudo justiça, né?
11:19Porque minha esposa,
11:20ela foi tida como um animal ali.
11:23Né?
11:24Porque...
11:25Ela foi...
11:26Tava lá, passando mal,
11:28e ninguém deu...
11:31Tipo assim, ajudou ela ali naquele momento.
11:32Deu suporte.
11:33Deu suporte.
11:34Entendeu?
11:35Então a gente espera a justiça,
11:36porque...
11:37Isso também até pras outras pessoas
11:39que vão fazer alguma cirurgia,
11:42que não aconteça isso, entendeu?
11:44Não venha acontecer.
11:46Então a gente quer muito justiça com isso.
11:48Porque a minha esposa,
11:49ela entrou bem no hospital.
11:51Minha esposa, ela entrou andando.
11:53Daquele jeito que vocês conheceram.
11:55Exatamente.
11:57Super feliz,
11:58porque ela ia fazer um procedimento assim.
12:00assim, simples, né?
12:02Porque ela é só tirar a visita,
12:05né?
12:06E me entregar a minha esposa totalmente diferente.
12:08Então, a gente vai fazer um procedimento assim.
12:09Que isso é possível.
12:10Eu não sei.
12:11A gente vai fazer um procedimento assim.
12:12Legenda por Sônia Ruberti

Recomendado