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  • 25/06/2025
A psiquiatra Katia Mecler fala sobre os "psicopatas do cotidiano".

Assista à íntegra da conversa no CD Talks: https://youtu.be/sLKWzyA6kfc

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Transcrição
00:00Quando se discute, e aí se discute em diversos meios, na política, na sociedade e tal, na área médica também,
00:11a questão, por exemplo, da pedofilia.
00:14Há uma corrente que tenta colocar a pedofilia como, ah, isso é um transtorno, é uma doença,
00:21e a outra que não, isso aqui é crime, a pessoa tem que ser punida, ser presa, etc.
00:25Como é que você trataria esse tema, que é um tema tão sensível?
00:34Olha só, o pedófilo, você ter uma comparação especial por crianças, por menores, isso não é um crime.
00:43Isso, pelo contrário, é tratado como uma patologia, de impulso, tudo isso.
00:50Só que o crime é quando você passa da fantasia para o ato.
00:55Mas, assim, a maioria de pessoas pedófilos não cometem os crimes.
01:04Uma grande maioria não comete, ela fica ali com a fantasia dela, tá?
01:09O pedófilo não é a pessoa que está ali o tempo todo fazendo e acontecendo.
01:14Muitos só fantasiam isso tudo, mas efetivamente não cometem os crimes.
01:21Fantasiam, tem os que fantasiam já de uma forma mais concreta, compartilhando imagens, né?
01:30A gente vê isso a todo momento, e tem aqueles que vão lá e cometem realmente o crime, né?
01:36Isso, é complicado, né?
01:40É um limite tênue, né?
01:42Porque o próprio acesso, por exemplo, a uma pornografia infantil, isso já é uma coisa bem complicada, né?
01:51Mas compartilhar, então, assim, é um assunto difícil, mas a gente não pode ver toda pessoa que tem uma situação de pedofilia como um criminoso.
02:02Mas se a pessoa tem essa fantasia, mas, ao mesmo tempo, ela tem um caráter que diz para ela que ela não pode realizar essa fantasia,
02:14então ela vive, provavelmente, um conflito interno muito grande.
02:19Existe uma forma de tratar?
02:21A pessoa quer ser tratada, ela sabe que tem um problema, mas ela nem pensa na possibilidade de executar, mas ela vive o conflito.
02:29Existe, eu já tratei, acompanho pessoas assim, é um horror, é um conflito muito grande.
02:37E, às vezes, isso a gente entra até com medicação, medicação antidepressiva, ansiolítica,
02:45e, muitas vezes, a pessoa também se beneficia, não só da terapia, como da medicação.
02:52Então, é muito doloroso para quem tem essa consciência, sabe que não pode fazer,
02:57e quer se livrar dessa sensação, desse transtorno.
03:05Muito bem.
03:08Esse personagem do cotidiano, esse psicopata do cotidiano, qual é o mais comum?
03:17É, existem vários.
03:21Por incrível que pareça, um dos mais comuns é o tipo perfeccionista, obsessivo-compulsivo.
03:29É...
03:30Que vai ser reprovado na entrevista de emprego, né?
03:33Fala assim, qual é o seu...
03:34Ah, eu sou perfeccionista.
03:36Ixi, está fora.
03:37Pois é, mas esse tipo, por exemplo, meticuloso, perfeccionista, é super complicado.
03:45Porque você ter, por exemplo, um chefe.
03:46Imagina um chefe que você, o tempo inteiro, você faz uma coisa e ele diz que não, não está bom ainda.
03:53Não, faz de novo.
03:55Nunca vai estar bom.
03:56É, a pessoa...
03:58Então, é uma pessoa super insatisfeita e nada do que você faça satisfaz.
04:03Então, é muito difícil conviver com uma pessoa assim, né?
04:07É um terror, muitas vezes.
04:10Tem o tipo também evitativo, né?
04:13Que são pessoas que têm verdadeiro pavor de aparecer, de...
04:18Que é quase confundido com fobia social.
04:20Um pouquinho diferente, que é uma personalidade mesmo evitativa, né?
04:25Pessoas que estão sempre querendo ficar atrás da cortina, serem invisíveis.
04:30Também é um outro tipo que não são esses.
04:32Esses são as vítimas.
04:35São as pessoas que têm...
04:37Das psicopatias do cotidiano, eu digo que uns são super agressores, né?
04:42E outros são mais vítimas.
04:44Como, por exemplo, o dependente, que a gente falou aqui anteriormente.
04:47O evitativo.
04:50São pessoas mais...
04:53Enfim, que têm tendência a serem presas, serem vítimas.
04:56Já o antissocial, que é esse psicopata mais famoso dos seriados.
05:02Que é o...
05:04Que pode até ser um serial killer, tudo isso.
05:07Essas são pessoas mais agressoras.
05:10O narcisista também é uma pessoa super assediador, abusador também, né?
05:17O paranóide também pode ser uma pessoa que, pela desconfiança excessiva e por estar sempre dividindo o mundo em amigos e inimigos e estar sempre vivendo num clima de guerra, também pode ser uma pessoa muito bélica.
05:33Espera aí, que agora você estartou aqui na minha mente uma coisa.
05:39Sim!
05:40Você já deve saber.
05:42Mas deixa eu te perguntar.
05:43É possível uma personalidade combinar diferentes transtornos?
05:48O narcisista ser também o obsessivo compulsivo?
05:54Ser esse...
05:56Sei lá, o evitativo.
05:58É possível quais são esses transtornos que se combinam de forma mais presente?
06:07Porque, quando a gente fala disso, eu já estou aqui pensando nos populistas, nos ditadores,
06:13em artistas que são extremamente egocêntricos, em personalidades que se destacam, acabam se destacando na sociedade, nos seus meios,
06:23e que causam muito mal, acabam causando muito mal.
06:30Quais são essas...
06:31É possível essa mistura?
06:32Quais são as mais comuns de se aglutinarem numa mesma pessoa?
06:39É que eu vejo muito nessas pessoas ditadores e tal, é a combinação do antissocial,
06:49que é esse psicopata mais agressivo que a gente falou, que pode ser até homicida, etc., com um narcisista.
06:59Porque, quer dizer, a pessoa, além de... ainda é um predador, mas é aquela pessoa que precisa ser...
07:07Não dá para falar nomes, mas vem um monte de nomes na cabeça da gente, né?
07:11Mas é a pessoa que precisa também ficar para a história, sabe?
07:20Número um, ela se sente o máximo e quer ser reconhecida.
07:25Ela acha que é o próprio Deus encarnado.
07:31É, é.
07:33E como tem gente que morre, né?
07:35Por causa dessas mentes, né?
07:38Parece uma mente dessas que vai, convence outras de que isso é bacana.
07:43E aí são milhões de pessoas devastadas.
07:50Então, essa é uma combinação possível.
07:53Aí piora a combinação.
07:55Você imagina a combinação?
07:57Eu estou te ouvindo.
07:59Ah, perdão.
08:00É porque caiu, desculpa.
08:01Eu vou te pedir para voltar na tua resposta anterior,
08:03porque caiu para mim aqui o meu retorno.
08:05Que a gente teve um probleminha técnico.
08:07Mas você estava falando dessa...
08:09Eu estava falando justamente que tem esses personagens
08:12que sempre simbuem uma missão divina, né?
08:16Eles se colocam realmente como grandes salvadores da pátria,
08:20como pessoas que são especiais, que estão acima das outras,
08:24que são extremamente narcisistas.
08:28Agora, o narcisismo não é visto...
08:30Às vezes é visto como uma característica menor.
08:32Não, é um transtorno, é uma psicopatia.
08:35É, quando é nesse nível patológico que a pessoa realmente se sente
08:41muito melhor do que as outras, assim, muito superior,
08:45com uma missão completamente especial,
08:49e ela quer ficar para a história,
08:51mesmo que sejam às custas da, sabe,
08:55de todo o infortúnio de milhões de pessoas, né?
08:58Muitas vezes a morte até também de pessoas.
09:01Então, isso é extremamente patológico, né?
09:07Maldoso.
09:08Agora, imagina quando junta o antissocial,
09:11o narcisista e o paranoide.
09:13Quer dizer, o paranoide é aquele que tem aquela desconfiança
09:19e fica o mundo dividido e tem ali a força inimiga e a força aliada
09:24e tudo tem que ser feito para destruir os inimigos.
09:29Então, aí vai aumentando o perigo.
09:37Eu vejo disputa de psicopata.
09:41É terrível.
09:44É, e aí vai acrescentando.
09:46Então, isso que você perguntou,
09:47realmente podem ter junções dos traços patológicos de personalidade
09:52de um tipo com outro tipo, podem ter mesclas.
09:58É terrível.

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