- 25/06/2025
ODONTOLOGIA GERAL - Todas as Aulas Organizadas de forma Didática na Playlists.
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Categoria
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AprendizadoTranscrição
00:00Vamos lá, gente. Boa noite. Boa noite, pessoal do online.
00:11Hoje a gente vai dar aula de cariologia.
00:13Cariologia, eu costumo dar uma aula só, mas é uma aula super completa.
00:18Então, eu resumi todos os livros de cariologia, tá?
00:21Então, tem coisa do livro do Abopreve, tem coisa do livro do Feijó, que é de cariologia.
00:28E eu atualizei um pouco essa aula, coloquei as coisas do livro novo do Baratieri 2015.
00:34Por quê? Cariologia sempre cai.
00:37O Baratieri em 2001, no livro preto, não sei se vocês lembram, grossão, tinha um capítulo só de cariologia.
00:44Naquele dois volume de 2010, ele não fala nada de cariologia.
00:48No livro novo de 2015, ele volta com um capítulo inteiro de cariologia.
00:53Então, eu fiz um resumo desse capítulo também.
00:55Então, tá praticamente a matéria toda aí.
00:58Então, se vocês estudarem, vocês vão conseguir resolver as questões com tranquilidade, tá?
01:02E sempre caem forças armadas, prefeitura.
01:06E o bom de cariologia é que não muda.
01:08Cari é cari sempre.
01:09A bactéria que causa o streptococcus sempre.
01:11Então, não é uma coisa que muda muito, tá?
01:14Então, vamos lá.
01:15Vamos falar da cari dentária.
01:17A cari é usada para descrever os sinais e sintomas de uma dissolução química da estrutura dentária.
01:23Sublinha isso, gente.
01:24A cari é uma dissolução química.
01:27Ou seja, eu tenho um ácido.
01:28Esse ácido vai provocar a desmineralização de uma estrutura dura.
01:33Que estrutura dura é essa?
01:35A estrutura dentária.
01:36Causada pelos eventos que ocorrem no biofilme ou na placa bacteriana que cobre a área afetada.
01:42Primeira questão de concurso.
01:44Pode sublinhar.
01:45A cari pode ocorrer em esmalte, dentina e semento, tá?
01:49Isso foi questão de concurso já do Ministério da Saúde.
01:53Tem caráter transmissível e multifatorial.
01:57A gente vai ver o transmissível.
01:59Ou seja, a causa da cari é multifatorial.
02:04Tem vários fatores que a gente vai ver daqui a pouco também.
02:07O que a gente precisa saber é que basicamente você tem que ter um hospedeiro,
02:11você tem que ter o micro-organismo e você tem que ter a dieta.
02:14E o fator sine qua non para ter a doença, guarda aí, é a microbiota, é o micro-organismo, tá?
02:21Se não tiver o micro-organismo, não vai ter a doença.
02:25Isso já foi questão do Exército 2013.
02:29E aí, tempos depois, eles acrescentaram um outro fator, o fator tempo, né?
02:34Que a gente vai ver também.
02:36E a cara é considerada uma doença de saúde pública.
02:38Por quê?
02:39É considerada, é a doença crônica que afeta o maior número de pessoas ao redor do mundo, tá?
02:47Então, por isso que é considerada uma doença de saúde pública.
02:50Aí, olha lá, sublinha isso, eu já até falei pra vocês, que foi questão do Exército 2013.
02:55Para o desenvolvimento do processo carioso, é fundamental a presença de micro-organismos, tá?
03:01Quem são esses micro-organismos?
03:03Esses micro-organismos são, basicamente, estreptococcus do grupo mutans e lactobacillus.
03:10Esses micro-organismos, eles são acidogênicos e ácido úrico.
03:15O que que significa acidogênico?
03:17Já foi questão de concurso.
03:19Acidogênico é aquele que produz o ácido, tá?
03:23E ácido úrico é aquele que consegue sobreviver no meio ácido.
03:28Então, esses micro-organismos, eles são micro-organismos etiológicos da cárie, por quê?
03:34Eles produzem o ácido e eles conseguem viver naquele pH baixo, tá?
03:39Naquele pH ácido, ok?
03:43Quando a gente pensa, né?
03:45Quando a gente faz um levantamento epidemiológico das doenças de maior ocorrência na cavidade oral,
03:53a gente vai ver que a cárie é a doença de maior prevalência, tá?
03:58Qual a diferença entre prevalência e incidência?
04:02Prevalência é quando a gente colhe os dados num único momento, tá?
04:07Que momento é esse?
04:08Normalmente, ó, o CPOD é um índice de prevalência da cárie, né?
04:13Que a gente vai fazer a coleta aos 12 anos de idade.
04:15Então, é um dado momento.
04:18Incidência, por isso que a gente não fala incidência de cárie.
04:21Incidência é quando você tem a coleta de dados em dois momentos distintos.
04:26Então, por exemplo, aqui na sala eu quero ver como é que foi o comportamento de vocês ao longo do curso.
04:33Então, eu faço, por exemplo, uma prova no início do curso para saber como é que está o conhecimento de vocês
04:38e uma prova no final.
04:40Então, é uma incidência.
04:41Eu vou ver se a incidência de conhecimento de vocês, se ela aumentou, se ela permaneceu na mesma.
04:46Ou se ela diminuiu, né?
04:48Então, quando a gente fala em incidência, é a coleta de dados em dois momentos.
04:53Prevalência é a coleta de dados em um único momento.
04:56Isso é questão de concurso também.
04:58Quais são as doenças de maior prevalência?
05:00Cárie, doença periodontal.
05:02Em terceiro lugar, maloclusão, câncer, fluorose, fenda, palatina e lábioleporino.
05:07Professora, como é que isso cai em concurso?
05:09Exatamente assim.
05:10Ou eles perdem a ordem crescente ou a ordem decrescente de maior prevalência.
05:14Ok?
05:16Ocorre, então, a cárie ocorre devido à desmineralização do esmalte, da dentina.
05:22Tá?
05:22Sublinha essa aqui, ó.
05:23Eu acho que a qualquer momento pode cair essa via aqui, tá?
05:27E existe o fenômeno da polarização.
05:30O que é o fenômeno da polarização?
05:32É a concentração da maior parte da doença e da necessidade de tratamento numa pequena parcela da população.
05:39Ou seja, aquele indivíduo, ele tem falta de recursos.
05:42Se ele não tem dinheiro pra comer direito, o que ele vai comer?
05:46Alimentos, né, que dêem energia mais rapidamente.
05:49Normalmente, são os elementos mais açucarados.
05:52Ele vai na esquina, compra um joelho, mais um suco por dois reais, não tem dinheiro.
05:57Ou então compra aqueles biscoitos recheados, não é isso?
05:59Que é amido com sacarose.
06:01São alimentos rápidos, né?
06:03Falta de dinheiro.
06:04Aí ele vai como?
06:05Se ele não tem dinheiro pra comer direito, ele vai escovar o dente?
06:08Ele vai ter dinheiro pra comprar pasta, pra escovar o dente?
06:12Não.
06:12Aí ele tem a cárie.
06:14Só que aí ele não tem acesso direito aos serviços odontológicos.
06:18Estão cada vez mais precários na saúde pública.
06:21E aí fica assim o ciclo.
06:22Ele tem a cárie, ele não se alimenta direito, ele não escova direito.
06:26Aí ele tem a cárie, ele não tem acesso.
06:28Aquela cárie vai aumentando, ele tem cada vez mais cárie.
06:31E isso é o fenômeno da polarização.
06:33Isso já caiu em concurso também e como é que foi essa questão?
06:39Descrevia o fenômeno e pedia pra você falar o que que era, tá?
06:43O fenômeno da polarização.
06:45E o índice mais apropriado pra avaliar a experiência de cárie é o CPOD.
06:52Então o CPOD é o índice mais utilizado pra avaliar a cárie.
06:55Porém, toma cuidado com o seguinte.
06:58O CPOD é o índice mais utilizado, né?
07:01O que que é o CPOD?
07:02Dentes cariados, perdidos e obturados.
07:05Quando tá em letra maiúscula, é pra dentes permanentes.
07:08Em letra minúscula, dentes minúsculos.
07:11Só que o CPOD, ele avalia a experiência de cárie, mas não avalia a atividade de cárie.
07:18Então eu vou dar um exemplo pra vocês, ó.
07:21C-P-O-D.
07:23Então, no paciente 1, eu tenho 4 dentes cariados, 2 dentes perdidos por cárie e 0 obturado.
07:35No paciente 2, eu tenho 0 dentes cariados, 0 dentes perdidos e 6 obturados.
07:45Qual o CPOD do paciente 1?
07:48Deixa eu passar pra cá.
07:49Qual o CPOD do dente 1?
07:51Cariados, perdidos e obturados.
07:534 mais 2?
07:556.
07:56Qual o CPOD do paciente 2?
07:596.
08:00Eu pergunto pra vocês.
08:02Se eu for avaliar só quantitativamente o CPOD, eu consigo avaliar qual o paciente 1 ou 2 tem atividade de cárie?
08:13Não.
08:14Tá?
08:15Então, por isso que o CPOD não é um índice muito fidedigno.
08:18Porque ele iguala aquele paciente que tá com os dentes obturados, né?
08:23Do paciente que tá com atividade de cárie.
08:24Então ele avalia a experiência de cárie, tá?
08:27Se já teve, se já foi obturado.
08:29Mas não avalia a atividade de cárie.
08:32Num levantamento epidemiológico, eu tenho que priorizar qual paciente que eu vou priorizar pro atendimento.
08:38Paciente 1 ou paciente 2?
08:40Paciente 1, né?
08:42Que tá careado, tá?
08:43Tá com o dente careado.
08:45Tudo bem?
08:46Isso é questão de prova também.
08:47Eles falam, o índice CPOD é um índice que avalia a experiência de cárie, mas não avalia a atividade de cárie.
08:54Ok?
08:55Quando a gente pensa em prevalência de cárie, né?
08:58Que eu já falei pra vocês, que é a coleta de dados aos 12 anos.
09:02É um índice que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde.
09:06A gente vai ver lá.
09:07Isso tem que saber também, que é questão de concurso, tá?
09:11Muito baixa de 0,1,1.
09:14Baixa de 1,2 a 2,6.
09:17Moderada de 2,7 a 4,4.
09:20Alta de 4,5 a 6,5.
09:21E muito alta acima de 6,5.
09:23Como é que isso cai em concurso?
09:26Professores vão perguntar.
09:28O índice CPOD aqui está na faixa de 3.
09:33Tá?
09:33Em qual faixa etária?
09:34Alta, muito alta, baixa?
09:36Tá?
09:37Normalmente eles perguntam isso.
09:39Segundo a Organização Mundial de Saúde, isso estava no livro do ABOPREV.
09:43Tá?
09:43O Brasil está transitando da faixa de muito alta pra alta, estando bem próxima à moderada.
09:48Só faltou falar, com o pezinho na baixa, né?
09:51Quase todas, né?
09:56Prevalência de cárie.
09:58Então, olha lá.
10:01Isso é uma outra coisa que cai em concurso também.
10:03Então, eles estipularam metas, né?
10:07A meta pra redução de cárie.
10:09Então, qual a meta pra 2000?
10:13Que paciente de 5, 6 anos tivesse 50% igual a cárie.
10:17Em 2010, 90% de cárie igual a zero.
10:20Aos 12 anos, em 2000, CPOD menor do que 3.
10:25Em 2010, menor do que 1.
10:27Tá?
10:28Se vocês não quiserem decorar esse quadro todo, decorem pelo menos essas duas primeiras.
10:33O que mais cai disparado é o de 12 anos.
10:37Então, coloquem várias estrelinhas aí.
10:39O segundo que mais cai é de 5, 6 anos.
10:42E aí, vocês têm que saber isso aqui.
10:44O índice CPOD no ano 2000 foi alcançado.
10:49Desculpa, a meta em 2000 foi alcançada.
10:52Em 2010, vamos lá.
10:5418 anos, 100% com todos os dentes.
10:56Vocês acham que essa meta foi alcançada?
10:59Não, né?
10:59E a gente vai observar uma redução mundial dos índices de cáries.
11:05Por quê?
11:05Em função da água de abastecimento, dos dentifícios floretados, dos programas preventivos.
11:11E da mudança do paradigma de tratamento restaurador pra tratamento preventivo.
11:17O que que é isso?
11:18Antigamente, você ia no dentista e ele pegava, ah, tá com uma cárie restaurada e mandava
11:23você embora pra casa.
11:24Então, ele não te explicava o que que causava e como você poderia prevenir isso.
11:29Hoje, a gente tem obrigação de fazer isso.
11:31Por quê?
11:32O que que é mais em conta?
11:34Eu deixar aquela cárie, né?
11:36Evoluir, uma mancha branca.
11:38Evoluir pra um tratamento restaurador.
11:41Ou eu pegar e prevenir aquela cárie com floterapia.
11:45O que que é mais barato?
11:46Prevenir.
11:47Então, hoje em dia, a gente tem obrigação de fazer a prevenção, tá?
11:50E os programas de saúde no Brasil, eles estão, normalmente, quando você faz um programa
11:57preventivo, a gente tem que priorizar a faixa etária, não é?
12:01Quando tem vacinação, por exemplo, a gente prioriza, ah, tá tendo a campanha de vacinação
12:06da gripe.
12:07Não dá pra eu vacinar a população inteira.
12:09Eu vou vacinar aquela população de maior risco, né?
12:14Quem é a população de maior risco?
12:16Normalmente, as extremidades.
12:18São as crianças que são mais susceptíveis e os idosos.
12:22E aí, tem ali no meio profissionais de saúde, né?
12:26Gestantes, enfim.
12:27Normalmente, você pega as pessoas que têm maior suscetibilidade.
12:31Quando a gente pega programas preventivos de cárie, né?
12:34De prevenção à cárie.
12:35A gente pega na faixa etária de 7 a 14 anos.
12:39Por que nessa faixa etária?
12:41Porque, normalmente, a criança nessa faixa etária, ela tá no colégio.
12:44Então, é muito mais fácil eu fazer uma campanha no colégio e atingir o maior número
12:49de pessoas do que eu ir de casa em casa atender cada paciente, tá?
12:54Então, normalmente, essa faixa etária tá no colégio.
12:57E o outro motivo é o seguinte.
12:59Essa faixa etária, primeiro, outro motivo.
13:02Com 6, 7 anos, tem erupção de quem?
13:06Do primeiro molar permanente.
13:08Eu já até falei pra vocês, né?
13:09É durante a erupção do primeiro molar permanente, que ele vai erupcionar tangenciando
13:14o segundo molar descido.
13:15Você tem o maior com o multiplaco.
13:17Então, esse dente tá mais susceptível a ter a cárie dentária.
13:22E o outro motivo é o seguinte.
13:24Se eu fizer um programa preventivo com crianças menores do que 7, 4, 5 anos,
13:29vocês acham que eles vão entender?
13:30Se você vai lá fazer a instrução general, ele vai entender?
13:33Mais ou menos, né?
13:34Não vai entender tão bem quanto uma criança de 7, 8 anos, 10 anos.
13:39Então, essa faixa etária é uma faixa etária que entende melhor e que aceita melhor.
13:45Se você for fazer a instrução general, mudar um hábito de um adolescente de 16, 18 anos,
13:51às vezes você consegue.
13:53Mas, às vezes, é aquele adolescente rebelde que nem sempre recebe essa mudança de hábito muito boa.
13:59Então, a faixa etária de preferência, de maior enfoque é de 7 a 14 anos.
14:08Não quer dizer que você não possa atuar nas outras faixas etárias.
14:13Mas a prioridade é essa faixa etária.
14:16E aí, vamos falar de alguns conceitos que eu sempre gosto de colocar na aula,
14:20porque eu comecei a falar de cárie, cárie, cárie, e as pessoas confundiam muito.
14:24Isso eu tô vendo que tá caindo em prova também.
14:27O que é a cárie primária?
14:29Cárie primária é aquela cárie que ocorre numa superfície intacta.
14:33Ou seja, o dente tava hígido e aí teve o processo carioso.
14:36Ok? É a cárie primária.
14:38O que é a cárie secundária ou cárie recorrente?
14:42Recorrente, o próprio nome já diz.
14:43Eu tive uma cárie, eu limpei ela, eu obturei.
14:47E aí, depois da obturação, novamente teve a ocorrência de cárie.
14:51Então, isso é uma chamada de cárie secundária, secundária, obturação ou recorrente.
14:57O que é a cárie residual?
15:01As pessoas confundem cárie recorrente com cárie residual.
15:04Cárie residual, o próprio nome diz.
15:06Resíduo, ficou alguma coisa ali.
15:07Você não limpou direito, tá?
15:10E acabou obturando.
15:11O que é a cárie precoce, inicial ou incipiente?
15:17É a cárie no seu estágio inicial.
15:19É aquela desmineralização inicial.
15:22Que, clinicamente, a gente vai chamar de mancha branca.
15:26Ok?
15:28Questão da aeronáutica 2012.
15:30Pode ser monitorada sem necessidade de selante ou tratamento invasivo.
15:34A gente teve aula de selante, não foi? Semana passada.
15:37Então, o selante, a gente vai utilizar em esmalte ou dentina?
15:43Em esmalte, né?
15:44Então, quando eu tenho uma cárie restrita ao esmalte, eu posso utilizar o selante.
15:50E o que é a cárie rampante?
15:52E aí, essa é uma...
15:53Bota em várias estrelinhas, porque essa é uma cárie que todo mundo confunde.
15:58Cárie rampante é o nome dado a diversas lesões ativas que ocorrem no mesmo paciente.
16:04É aquela cárie que ela tem uma rápida progressão num curto espaço de tempo.
16:11E muita gente associa com a mamadeira.
16:14E aí chama a cárie de mamadeira.
16:17Mas não necessariamente ocorre só pela mamadeira.
16:20O que é a cárie de mamadeira?
16:22À noite, a gente tem uma redução do fluxo salivar.
16:26Então, aquela criança mama, né?
16:28Aquele leite que pode até ser o leite materno, um leite comum, mas que tem lactose, né?
16:34Ela vai higienizar, ela vai mamar.
16:37A mãe não higieniza.
16:39Associado a isso, a uma redução do fluxo salivar.
16:42Isso feito constantemente vai provocar o quê?
16:45O processo carioso.
16:47E o mais interessante, qual é a característica...
16:50Qual é a característica da cárie de mamadeira?
16:54Normalmente, né?
16:57Você tem uma destruição grande dos dentes superiores, císivos superiores.
17:02E você tem uma preservação dos dentes inferiores.
17:05Por quê?
17:06O que que sai aqui debaixo da língua?
17:09Uma glândula, né?
17:10Então, sai saliva.
17:12Então, naturalmente, essa saliva protege esses dentes inferiores.
17:16Então, a característica da cárie de mamadeira é pela grande destruição dos dentes superiores
17:21e preservação dos dentes inferiores.
17:23Ah, professora, mas eu já vi cárie de mamadeira cometer os dentes inferiores também.
17:28Ok, acontece.
17:29Mas quando ocorre a destruição dos dentes inferiores, é porque aquilo ali já está muito evoluído.
17:35Ok?
17:36Então, só para vocês entenderem.
17:38A cárie de mamadeira é um tipo de cárie rampante.
17:42Mas, se eu tenho uma criança que ela não mama mais,
17:46mas toda noite ela come um chocolate, um biscoito recheado,
17:49não escova o dente e vai dormir, ela vai ter cárie?
17:54Vai.
17:54Mas ela está sendo causada pela mamadeira?
17:56Não.
17:57Isso a gente vai chamar de cárie precoce infantil.
18:01Então, dependendo do fator causal, a gente vai chamar cárie de mamadeira,
18:06cárie precoce infantil, cárie por radiação ou cárie medicamentosa.
18:11Radiação que naturalmente reduz o fluxo salivar.
18:14Entenderam isso?
18:15Então, todos esses tipos aqui são exemplos de cárie rampante.
18:21Ok?
18:21Cárie rampante é aquela cárie que tem uma grande evolução num curto espaço de tempo.
18:26E a outra coisa que eles gostam de perguntar também é a cárie oculta.
18:31O que é a cárie oculta?
18:33É aquela cárie que você olha o dente, você tem uma cárie na dentina,
18:38uma cárie grande, mas o esmalte está preservado.
18:40Então, quando você olha clinicamente, você vê aquele esmalte intacto,
18:44mas você vê um sombreado, né?
18:47E aí você tira a radiografia, ela só é detectada no radii,
18:50você tira a radiografia e vê uma grande lesão radiolúcida.
18:52Aí você vai lá fazer o acesso.
18:54Quando você faz o acesso, o que acontece?
18:56Você cai num vácuo, né?
18:58Num vazio.
19:00Hã?
19:01É.
19:02Tipo o iceberg, né?
19:04Então, essa é a cárie oculta.
19:06Ok?
19:10Ó, anotem aí.
19:12Ou podem fotografar.
19:13A doença cárie raramente, isso foi questão do Ministério da Saúde.
19:19A doença cárie raramente ela é autolimitante.
19:22O que que é isso?
19:23Eu tenho a doença cárie.
19:24Se eu não fizer nada, raramente ela paralisa.
19:27Ela vai evoluir.
19:28Então, se eu tenho uma mancha branca e eu não fizer remineralização,
19:32ela vai evoluir pra uma cavidade em esmalte.
19:35Se eu não restaurar, vai evoluir pra uma cavidade em dentina.
19:38Se eu não restaurar, vai evoluir pra um acesso à polpa, né?
19:43E vai acabar destruindo o dente, né?
19:47Ok?
19:48Ok?
19:52Então, olha lá.
19:54Vamos fazer a questão, então.
19:55A cárie é uma doença multifatorial.
19:58Assinale os fatores associados à sua etiologia.
20:01Nutrição, escolaridade e cultura.
20:03Dieta, hospedeiro e clima.
20:06Microbiota, virulência e período prondrômico.
20:08Hospedeiro, microbiota e dieta.
20:10O que que vocês acham?
20:13Letra D de A.
20:15Na escala de gravidade utilizada pela Organização Mundial de Saúde,
20:20o índice EPOD igual a 6, apresentado por uma criança de 12 anos,
20:26corresponde a uma prevalência de A, baixa, moderada, alta ou muito alta?
20:33Alta, né?
20:34Acima de 6,6 que é muito alta.
20:37O CPOD máximo definido como meta pela Organização Mundial para Crianças de 12 anos em 2010 é?
20:512000 é 3, 2010 é 1, tá?
20:54Tomem cuidado que agora está caindo 2010.
21:00Tudo bem?
21:01Dúvidas até aqui?
21:02Vamos falar então da etiologia da CARE.
21:05Quando a gente fala em etiologia da CARE,
21:07a gente tem os fatores primários ou pré-requisitos,
21:10fatores secundários, moduladores ou determinantes,
21:14fatores gerais, confundidores ou condicionantes.
21:17Primeira questão de concurso, gente.
21:19Toma cuidado, ó.
21:20Porque eles podem falar primário ou pré-requisito,
21:23secundário, modulador ou determinante.
21:26A gente tem que saber que tudo isso é fator secundário.
21:28Ok?
21:30Principalmente esses dois.
21:32Quais são os fatores primários?
21:34A gente até falou.
21:36Microbiota, dieta e o hospedeiro.
21:39Ok?
21:40Quando a gente fala dieta, substrato, sacadosa.
21:43Isso já foi questão da Aeronáutica em 2013 e da Petrobras em 2011.
21:48Quais são os fatores secundários, moduladores e determinantes?
21:52São aqueles fatores que vão influenciar de alguma forma no processo carioso.
21:58Então, por exemplo, a saliva.
21:59De que forma a saliva pode influenciar no processo carioso?
22:04Através da secreção salivar e da capacidade tampão.
22:08O que que é isso?
22:10Lembra que eu falei que o micro-organismo, ele pega o substrato, produz o ácido e aí vai
22:16cair o pH.
22:17O que que a saliva tem?
22:18A saliva tem a capacidade tampão.
22:20Então, ela vai tentar neutralizar esse ácido.
22:23Ok?
22:24Então, isso já vai ajudar.
22:25E o que que é o fluxo salivar?
22:27Quando a gente lava o quintal de casa, né?
22:29Eu quero remover a sujeira.
22:31Eu não pego a mangueira e vou empurrando a sujeira com o fluxo da água.
22:34É uma forma de limpar sem ter que varrer, não é isso?
22:37Então, o fluxo salivar.
22:38Quanto maior o fluxo salivar, maior a limpeza natural da cavidade oral.
22:44Então, duas formas da saliva contribuir para a redução da cária.
22:49A outra coisa é o nível de higiene e espessura de placa.
22:52Óbvio, aquele indivíduo que ele tem uma boa higiene, uma higiene adequada, tem uma menor
22:57suscetibilidade de cária.
22:59E a disponibilidade de flúor também.
23:02Aquele indivíduo que tem o maior contato, maior acesso ao flúor, vai ter menor probabilidade
23:10de ter cária.
23:11A gente já vai ver daqui a pouco o porquê.
23:13Ok?
23:14E os fatores gerais, condicionantes ou confundidores são fatores sociais, econômicos e culturais.
23:21E aí vai econômico, nem todo mundo tem dinheiro ou acesso a escova ou pasta de dente.
23:27É cultural, né?
23:28A gente sabe que na França, por exemplo, eles não têm a cultura de tomar banho.
23:32Vocês sabem da história do porquê que o perfume francês é um dos melhores do mundo?
23:36Porque os franceses não gostam de tomar banho.
23:39Eu sei porque eu fui no Palácio de Versalhes e aí eles contaram a história.
23:44Os franceses não gostam de tomar banho, né?
23:47Então, tanto que você vai até hoje.
23:48Se você for em algumas lojas, você não consegue ficar.
23:53Não loja chique, assim.
23:54Mas você sabe essas lojas de rua?
23:56Porque às vezes tem gente com tanto CC que, assim, é insuportável.
24:00Muito frio, né?
24:01E aí o que que acontece?
24:03Então, eles criaram um perfume cada vez mais forte, com fragrâncias fortes,
24:07pra tapar, pra ofuscar aquele cheiro de CC.
24:13E por que que as mulheres do Palácio usavam aquele leque?
24:17Justamente, não era porque é chique ficar abanando, não.
24:20Porque tava com calor, não.
24:22É justamente pra tapar o cheiro.
24:24Então, era uma forma chique, educada de tapar o cheiro.
24:27Então, é cultural.
24:29Eles não tomam banho, ok?
24:30Então, assim, existem culturas que você não escova um dente como deveria, ok?
24:37Bom, vamos pensar lá nos principais micro-organismos.
24:40A gente falou que os fatores primários ou pré-requisitos são os micro-organismos, né?
24:44Um deles.
24:45Quais são os micro-organismos?
24:47Isso cai em concurso.
24:48Então, vamos lá.
24:50Quem são os colonizadores iniciais?
24:52São os treptococos.
24:53Quem são os treptococos?
24:54Os sangues, mites e orados, tá?
24:57São os primeiros a colonizar a estrutura dentária.
25:02Porém, somente com a chegada dos treptococos, mútans e sobrinos, é que ocorre o processo de desmineralização.
25:12Por quê?
25:12A gente viu lá no início da aula.
25:14Os treptococos do grupo mútans, ele é capaz de produzir o ácido e sobreviver no meio ácido, ok?
25:22Isso já foi questão da aeronáutica em 2013.
25:27Porque ele perguntava assim, quem são os treptococos responsáveis pelo estágio inicial da perda mineral?
25:33E muita gente errou porque pensou, ah, início, sangue, mites e orados, tá?
25:38Mas ele perguntava, o treptococos é responsável pelo início da desmineralização.
25:44Além disso, você tem estreptococos que são responsáveis pela evolução do processo carioso.
25:50Então, quando você pega, por exemplo, uma lesão cavitada, uma lesão indentina, aberta,
25:56provavelmente, claro que você tem uma série de micro-organismos.
26:00Mas se a gente for observar, o micro-organismo que está em maior quantidade numa lesão cavitada é o lactobacillus.
26:08E quando a gente pensa em cario radicular, o micro-organismo que está em maior quantidade é o lactobacillus.
26:15É isso que cai em concurso.
26:18Falou em cario radicular, tem que vir na cabeça.
26:21Actinomícius.
26:21Falou em lesão cavitada, lesão em progressão, lesão em desenvolvimento, tem que vir na cabeça lactobacillus.
26:29E falou em estágio inicial, sangue, mitos e orales, desmineralização inicial, estreptococos, múteis e sobrinhos.
26:40Os micro-organismos, eles são adquiridos logo após a erupção do dente.
26:44A gente conversou também isso em odontopediatria, na aula de odontopediatria.
26:48Porém, eles não são detectados antes do aparecimento dos dentes descidos.
26:57Por quê?
26:58Porque quando eles são adquiridos, a gente tem a mucosa e a mucosa descama.
27:04Os dentes descidos se comportam como reservatórios, estreptococos, múteis, para os primeiros molares permanentes.
27:12Então é um erro quando a mãe pensa assim.
27:14A mãe chega no consultório, ah, está careado, mas é dente de leite e vai cair mesmo.
27:20A gente tem que explicar.
27:21Não, olha só, isso aqui é um reservatório de cárie, de micro-organismo.
27:26Então se a gente não fizer nada, os molares já vão erupcionar em um ambiente contaminado.
27:32A principal fonte de transmissão do micro-organismo é da mãe para o filho.
27:36A gente falou também, lembra?
27:37Tem dois tipos de transmissão.
27:39Transmissão vertical, que é da mãe, dos pais para o filho.
27:43Ele tem a transmissão horizontal, ok?
27:46A transmissão do estreptococos múteo ocorre na primeira infância, em um curto período, denominado janela de infectividade.
27:55E isso é questão de concurso, tá?
27:57Quando é a primeira janela de infectividade?
28:00Quando é a segunda janela de infectividade?
28:03A primeira janela de infectividade é 19 a 31 meses, segundo o Baratieri, o livro da Bopreve, e 19 a 33, segundo o livro do McDonald's, ok?
28:16Gente, essa vocês têm que saber porque cai direto em concurso.
28:20Mas tem caído também a segunda janela de infectividade.
28:24Quando é que é a segunda janela de infectividade?
28:27Com erupção dos molares permanentes, ok?
28:30Mas existe uma forma da gente prevenir essa transmissão de mãe para filho, essa transmissão vertical, que pode ser prevenção primária, verdadeira ou primária, primária, transmissão, a prevenção primária ou a prevenção tradicional, tá?
28:51O que mais cai em concurso são essas duas primeiras.
28:53O que seria a prevenção primária, verdadeira ou primária, primária?
28:58Sublinha isso, é a palavra-chave.
29:01O bebê não está contaminado.
29:04Somente a mãe.
29:06Se o bebê não está contaminado e a mãe está, eu tenho que atuar em quem?
29:11No bebê ou na mãe?
29:13Na mãe.
29:14Então, eu vou fazer uma série de medidas, né?
29:17Uso de antimicrobianos, clorexidina, goma de xilitol, controle de contato celivar.
29:23Por que o xilitol?
29:24O xilitol é um adoçante que ele tem uma estrutura molecular muito próxima à sacarose.
29:31Então, o micro-organismo acha que é sacarose.
29:33Então, ele pega o xilitol, começa a metabolizar.
29:37Só que ele não tem as enzimas necessárias para metabolizar.
29:39Então, ele acaba morrendo, gasta toda a energia e não consegue metabolizar aquilo.
29:46Por isso que o xilitol, se não me engano, é 85% de redução de cárie.
29:51A gente, se bem que eu tenho um artigo...
29:54A gente, agora, a gente está conseguindo também fazer a...
30:03Você alimentar o xilitol, fazer a...
30:06Evolução da espécie, o metabolismo, né?
30:09Metabolismo.
30:09Evolução da espécie, gente.
30:11A gente vai se adaptando, né?
30:12Às situações.
30:13Deve ter, com certeza.
30:15Devem ter espécies mais resistentes.
30:16A gente não tem...
30:18A colega falou o seguinte, que já existem artigos mostrando...
30:23Graças a Deus, não vai cair em concursos isso pra gente.
30:26Mostrando que o micro-organismo consegue metabolizar o xilitol.
30:29Deve ter, gente.
30:30Porque, assim, a gente não tem bactérias cada vez mais resistentes.
30:33Então, assim, vai chegar um tempo em que a gente não vai ter mais antibiótico.
30:37Porque as bactérias, elas estão ficando cada vez mais resistentes.
30:40Então, deve ter micro-organismo que evoluiu, né?
30:44Pra poder metabolizar o xilitol.
30:46Né?
30:46Evolução da espécie.
30:50Bom, então assim.
30:51Ó, prevenção primária, primária...
30:53Primária verdadeira ou primária primária.
30:56A palavra-chave.
30:57O bebê não está contaminado.
30:59É atuação na mãe.
31:00Eu posso até atuar na mãe, né?
31:02É, fazendo...
31:03Desculpa, no bebê.
31:04Fazendo floterapia, em verniz.
31:07Mas a prioridade é a mãe.
31:09É diferente da prevenção primária.
31:11Na prevenção primária, o bebê está contaminado.
31:15Se o bebê está contaminado, eu tenho que atuar no bebê e na mãe que contaminou o bebê.
31:20Ok?
31:21Então, assim, palavra-chave, gente.
31:25Se o bebê está contaminado, vou atuar no bebê e na mãe.
31:28Bebê não está contaminado, vou atuar só na mãe.
31:31É isso.
31:32Como é que cai essa questão no concurso?
31:34Ele vai contar um caso clínico e ele vai falar se o bebê está contaminado ou não.
31:38Aí vai perguntar se a prevenção primária é primária ou primária é verdadeira.
31:43Ou primária é verdadeira ou primária.
31:46Tudo bem?
31:47A tradicional são os pilares da profilaxia.
31:50Floterapia, controle da dieta, higienização.
31:54Não tem caído muito, não.
31:55Ok?
31:56Vamos lá fazer as questões.
31:58Os dentes são colonizados por streptococcus do grupo múteis.
32:02A.
32:02Quando os pacientes têm gengivite.
32:04B.
32:05Logo após a serupção.
32:06C.
32:07Quando os pacientes têm periodontite.
32:09D.
32:09Quando a mulher se encontra no período gestacional.
32:12Coitada, né?
32:14Ou durante a dentição mista.
32:18Logo após a serupção.
32:19O micro-organismo responsável pela progressão de cárie é?
32:29Progressão.
32:33Lactobacilus.
32:33Cuidado.
32:34Progressão.
32:35Cavidade aberta.
32:36Bota aí.
32:37Progressão.
32:39Desenvolvimento.
32:39Cavidade aberta.
32:41São todas sinônimos.
32:42Tá?
32:42Em que período fecha-se a janela de infectividade.
32:47Diminuindo a chance de ocorrer a colonização pelos streptococcus múteis.
32:52A.
32:52Cerca dezoito.
32:53Doze meses.
32:55B.
32:55Trinta e seis meses.
32:57C.
32:57Vinte e cinco meses.
32:58D.
32:59Quarenta e oito meses.
33:00Trinta e seis meses.
33:02Essa questão, na verdade, é uma pegadinha.
33:04Por quê?
33:05A janela não é dezenove?
33:06É trinta e um?
33:07Trinta e três?
33:08Tão próximo.
33:09Quando é que fecha, né?
33:10Próximo a trinta e três.
33:12Certinho.
33:13Dos fatores etiológicos da CARE, a microbiota é considerada um fator?
33:18A.
33:19Pré-requisito.
33:19B.
33:20Modulador.
33:21C.
33:21Determinante.
33:22D.
33:23Condicionante.
33:24Ou E.
33:24Confundidor.
33:28Cuidado.
33:29Pré-requisito.
33:30Olha lá.
33:31Fatores primários ou pré-requisito.
33:34Determinante é fator secundário.
33:36É que a gente pensa em determinante, tipo, como principal, né?
33:40É sine qua non.
33:42Ok?
33:44Qual é a resposta?
33:45É a.
33:47Pré-requisito.
33:47Pré-requisito.
33:48Tá?
33:50O que que fala a hipótese ecológica da placa?
33:52Isso está lá no livro do Baratieri 2001.
33:55No livro do Baratieri 2015, ele resgata isso.
33:58Fala o seguinte.
33:59Tenta explicar como pode ocorrer a transição de uma microbiota que ostenta uma relação
34:05de equilíbrio com o hospedeiro para uma relação patogênica.
34:09O que que é isso?
34:10Preste atenção.
34:13Normalmente, no geral, eu tenho um consumo moderado de açúcar.
34:17Consumir o açúcar.
34:18A bactéria pega esse açúcar, metaboliza, produz o ácido.
34:24Ok?
34:25Aí o ácido começa a cair até chegar ao pH crítico, né?
34:29Que é o pH de 5,5.
34:30Ocorre o processo de desmineralização, né?
34:35Estreptococcus, sangue, mitos, oral e desmineralização.
34:38Só que aí a gente vai e escova o dente, certo?
34:43Quando a gente escova o dente, o que que eu estou retornando com o flúor para a cavidade
34:48oral?
34:49Então, é um ciclo, né?
34:50O pH caiu, mas eu escovei o dente, aí ocorre a remineralização, tá?
34:57Isso aqui está numa situação normal, ok?
35:01O que que acontece quando eu tenho um consumo exagerado de açúcar?
35:06Quando eu aumento, não a quantidade, mas a frequência de açúcar.
35:10O que que acontece?
35:12Eu como açúcar, a bactéria metaboliza, chega num pH menor do que 5, tá?
35:18Num pH ácido.
35:20Há uma mudança ecológica da placa.
35:22Aqui eu falei errado, gente.
35:23Desculpa.
35:24O pH continua, ele não chega a 5,5.
35:28Ele está próximo, mas ele não chega a 5,5.
35:30Então, eu continuo com as bactérias saudáveis, né?
35:34É, digamos assim.
35:37Porque na nossa boca existem as bactérias benéficas e existem as bactérias maléficas.
35:42Elas estão numa situação de equilíbrio.
35:44Então, tem estreptococos sangue, mitos, oralis.
35:47Tem múteis e lactobacilos.
35:48Mas elas são, tem uma relação ali de equilíbrio.
35:53Quando tem uma mudança no fator chave, é isso que explica essa hipótese ecológica da placa.
35:57O que que é isso?
35:58Eu tenho consumo muito frequente de açúcar, eu produzo ácido.
36:03Aí a minha saliva vai lá e tenta neutralizar.
36:06Ok, neutralizei.
36:07Só que aí eu como açúcar de novo.
36:09A bactéria produz ácido.
36:11Tem uma hora que a saliva não dá vazão.
36:13Nem com fluxo salivar, nem capacidade tampão.
36:16Então, o pH dessa estrutura oral, ela fica cada vez mais baixo.
36:21Só que lembra que eu falei no início da aula, quem é o micro-organismo que consegue produzir o ácido e viver no meio ácido?
36:32Múteis e lactobacilos.
36:34Quando esse pH fica o tempo todo ácido, aquelas bactérias que estavam em equilíbrio, sangue, mitos, oralis e estreptococos múteis e lactobacilos, elas estavam em equilíbrio.
36:44Comecei a produzir muito ácido.
36:46Sangue, mitos e oralis não conseguem viver no meio ácido.
36:49O que que acontece?
36:50Morre.
36:50E aí eu tenho uma sobreposição de quem?
36:54Múteis e lactobacilos.
36:55Então, ocorre um desequilíbrio dessa balança.
36:59E aí, um desequilíbrio dessa balança, uma mudança ecológica na microbiota dessa cavidade oral.
37:07E aí eu tenho um processo de desmineralização.
37:11Então, a hipótese ecológica da placa, ela explica isso.
37:14Quando eu tenho uma mudança no fator ambiente, uma mudança no fator chave, que mudança é essa?
37:20Um aumento na frequência, no consumo de açúcar.
37:25Eu vou selecionar bactérias cariogênicas.
37:29Quem são essas bactérias?
37:31Extractococcus do grupo múteis e lactobacilos.
37:34Ok?
37:35Alguém não entendeu?
37:36E aí a tríade de Paul Cache, a tríade que ocorreu em 1962, né?
37:45Representa um cariograma que tenta explicar a multifatoriedade da cara.
37:50Então, ele tenta sobrepor esses três fatores, né?
37:55Microbiota, dieta e a suscetibilidade do hospedeiro.
37:58Então, é isso aqui, ó.
38:02Eu tenho um quadradinho desse, a microbiota.
38:06No outro, é a dieta.
38:11No outro, a suscetibilidade do hospedeiro.
38:13Quando eu tenho os três juntos, significa que os três estão atuando entre si.
38:19Ou seja, existe um risco, né?
38:23Do desenvolvimento, pra gente desenvolver o processo carioso.
38:26Quando esse círculo tá aberto, é mais difícil de eu ter o processo carioso.
38:32Porque esses fatores, eles não estão interagindo.
38:36Ok?
38:37E quando eu tenho um fator se sobrepondo ao outro,
38:43como é que eu risco desenvolver a cara?
38:44É muito maior do que o círculo fechado ou é muito menor?
38:49O que vocês acham?
38:52Muito maior.
38:53Eu tenho um setor aqui que tá se sobrepondo ao outro.
38:57Ele tá tão grande.
38:58Por exemplo, eu tenho muito micro-organismo.
39:00Tá se sobrepondo ao outro.
39:02Ou eu tenho uma dieta rica em sacarose.
39:05Tá se sobrepondo ao outro.
39:07Ou eu tenho uma suscetibilidade aumentada daquele indivíduo desenvolver a cara.
39:11Então, nesse caso aqui, quando eu tenho um setor se sobrepondo ao outro,
39:16o risco de desenvolvimento da cara é muito maior.
39:19Ok?
39:20E aí, como é que eu posso fazer pra intervir nesses setores?
39:26Como é que eu posso intervir no setor bacteriano?
39:29O que vocês acham?
39:32Controle de placas, né?
39:34Higiene oral.
39:35Como é que eu posso intervir no fator dieta?
39:37Reduzindo, controlando o consumo de açúcar, né?
39:43Como é que eu posso intervir na suscetibilidade à doença?
39:50O que que ajuda na prevenção de cária?
39:53O flúor.
39:54Então, aquele indivíduo que tem um acesso maior ao flúor, ao programa de flúor terapia,
40:00você diminui a suscetibilidade daquele dente desenvolver a cária.
40:05Lembra?
40:06Eu já falei pra vocês, ó.
40:07Vamos fazer um quadrinho aqui pra vocês não esquecerem.
40:15Cária de esmalte.
40:19Cária de dentina.
40:20pH
40:31pH crítico
40:35pH crítico
40:40Sem flúor
40:45Com flúor
40:49Então, ó.
40:52O pH crítico do esmalte, qual é?
40:565,5.
40:57Mas se aquele dente for rico em flúor,
41:00o meu pH
41:01passa a ser 4,5.
41:03O que que significa isso, professora?
41:05Olha lá.
41:06Numa escala de pH
41:07Eu tenho aqui, ó.
41:105,5, né?
41:124,5.
41:13Não é isso?
41:15A bactéria, ela vai produzir ácido, vai produzir ácido, até chegar ao pH crítico.
41:22O que que é o pH crítico?
41:23pH 5,5 é aquele pH que a partir desse ponto, começa a ocorrer o processo de desmineralização.
41:32Ok?
41:33Isso é o pH crítico.
41:35Só que, se o meu dente é rico em flúor, o que que acontece?
41:41Esse esmalte dentário, ele fica mais resistente à desmineralização.
41:46Então, eu dou mais trabalho pra essa bactéria.
41:50Essa bactéria, ela tem que produzir mais ácido
41:53pro pH cair ainda mais
41:57pra chegar no 4,5
42:00pra aí sim ocorrer o processo de desmineralização.
42:05Entenderam isso?
42:07Então, quando o meu dente é rico em flúor,
42:09eu torno esse esmalte mais resistente.
42:12Eu dou mais trabalho pra bactéria.
42:13A bactéria tem que produzir cada vez mais ácido, tá?
42:17E da dentina?
42:18Qual o pH crítico da dentina?
42:206,5 sem flúor
42:22e com flúor 5,5.
42:25Guardem isso, porque isso que é questão de concurso.
42:27Eles gostam desses númerozinhos.
42:29Qual o pH crítico do esmalte com flúor?
42:32Qual o pH crítico do esmalte sem flúor?
42:35Ok?
42:35Se ele não falar nada se é com flúor ou sem flúor,
42:39é porque ele tá pedindo o quê?
42:40Sem flúor, tá?
42:42Porque quando ele pede com flúor, tem que vir anotado.
42:44Com flúor.
42:45Tudo bem?
42:46E a metáfora do iceberg.
42:51O que que diz a metáfora do iceberg?
42:52O que que é o iceberg?
42:53O iceberg, né, que teve até um navio, né, um navio italiano, lembra?
42:59Que bateu no iceberg.
43:00O iceberg você só vê a pontinha.
43:03Só que na verdade, por baixo, você tem o quê?
43:06Uma estrutura enorme.
43:08É exatamente isso que ocorre quando você tem um processo carioso.
43:13Então, vamos lá.
43:14Ó.
43:15A cárie, ela começa com lesões subclínicas, histológicas, que a gente nem consegue enxergar.
43:20Nesse estágio, qual vai ser o meu tratamento?
43:25Reequilíbrio, remineralização.
43:27Não tem o que fazer, não tá cavitado.
43:30Depois desse estágio, ela vai evoluir pra uma mancha que a gente consegue ver clinicamente.
43:36Que mancha é essa?
43:38Mancha branca.
43:39Qual é o tratamento pra minha mancha branca?
43:43Reequilíbrio da desreia, ou seja, floterapia, ok?
43:47Só que se eu não fizer nada, lembra que a cárie não é uma doença o quê?
43:52Autolimitante, ela vai evoluir.
43:54Não fiz nada.
43:55Tive uma mancha branca, não fiz nada.
43:57Aquela lesão vai cavitar, cavitar pra uma cárie em esmalte.
44:02Qual é o tratamento pra uma lesão de cárie limitada ao esmalte?
44:10Reequilíbrio, desreia, mais obturação com selante, ok?
44:14Ah, posso fazer resina?
44:15Posso, mas na metáfora do iceberg é selante, ok?
44:19Se eu não fizer nada nessa cárie de esmalte, ela vai evoluir pra quê?
44:24Cárie de dentina.
44:25Qual é o tratamento pra cárie de dentina?
44:30Aí sim, reequilíbrio e restauração.
44:32Não, não posso fazer selante, ok?
44:34Se eu não fizer nada, essa cárie de dentina vai evoluir pra?
44:38Endo.
44:39Lesões atingindo a polpa.
44:41Qual é o meu tratamento?
44:43Ai, desculpa.
44:44Tratamento endonôntico, né?
44:46Reequilíbrio, tratamento endonôntico, mais restauração.
44:49Então, isso é a metáfora do iceberg, tá?
44:51Que quando eu tenho uma lesão grande, na verdade, ela já passou por todos esses estágios, ok?
45:02E aí
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