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  • 25/06/2025
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Notícias
Transcrição
00:00:00Muito bem, então voltamos para a crise humanitária lá dos Yanomamis
00:00:04e eu vou daqui, boa noite, para o Jailson.
00:00:10Põe o Jailson, por favor, na tela.
00:00:14Tudo bem? Boa noite a todos.
00:00:16Muito bem, Jailson Mesquita, um dos fundadores do movimento Garimpo é Legal.
00:00:21Jailson, eu gostaria de entender o que está acontecendo aí em Roraima.
00:00:28Nós temos visto toda a mídia, na verdade, fazendo a cobertura dessa crise humanitária.
00:00:35A gente percebe realmente pelas imagens que os índios estão sofrendo.
00:00:41E você que conhece bem a região, você poderia nos dar aí uma visão mais geral
00:00:47do quão complexa é essa situação, visto que ela não é nova,
00:00:52visto que ela já vem de um problema histórico na região.
00:00:55Muitas vezes a gente que está aqui em Brasília, está no Rio, está em São Paulo,
00:00:59a gente olha para a Amazônia e não tem a menor ideia do que esteja acontecendo.
00:01:02A gente acha que os índios estão lá, no meio da floresta,
00:01:05e que, de repente, os garimpeiros estão entrando pela floresta,
00:01:08estão matando índios.
00:01:09E eu queria entender, pela voz de um garimpeiro, exatamente o que está acontecendo.
00:01:13Primeiro lugar, boa noite.
00:01:17Agradeço a oportunidade da gente poder fazer um debate com relação a isso.
00:01:23Primeiro lugar, esclarecer que eu não sou garimpeiro.
00:01:27Eu sou o intermediador dessa questão entre os garimpeiros,
00:01:31que estão sendo tratados como bandidos,
00:01:33e o poder público, que não cumpriu a sua obrigação,
00:01:38a partir do governo Sarney,
00:01:40quando se passou a fazer demarcações indígenas
00:01:43e, de forma nenhuma, se fez demarcações de áreas garimpeiras,
00:01:47como manda a Constituição Federal no seu artigo 174.
00:01:51Inclusive, nós cobramos isso até do Ministério Público Federal,
00:01:54que eu vou mostrar aqui.
00:01:56Fizemos uma manifestação no Ministério Público Federal,
00:01:59cobrando exatamente essa questão,
00:02:02denunciando que o garimpo ilegal,
00:02:06que a mídia tanto bate, tanto fala,
00:02:09ele existe, mas por omissão do governo federal,
00:02:13e quando eu cito governo federal, não é o governo Bolsonaro,
00:02:16é do Sarney para cá, é a União,
00:02:19que se nega a reconhecer trabalhadores
00:02:21que têm um estatuto na Constituição Federal,
00:02:25tem o artigo 174,
00:02:27que diz a forma como tem que se fazer o garimpo
00:02:30e promover de responsabilidade única e exclusiva do governo federal,
00:02:33e eles têm até o Dia Nacional do Garimpeiro.
00:02:36Então, tratar essa população,
00:02:38esses trabalhadores como bandido, é um crime.
00:02:40E isso, sim, é um crime cometido pela grande mídia brasileira.
00:02:44A questão de Roraima,
00:02:46há um histórico da questão da reserva anomânea,
00:02:49que é importante dizer que,
00:02:50antes de se falar que lá era um território indígena,
00:02:53lá era um território de garimpeiros,
00:02:54que, inclusive, foi demarcado pelo presidente Sarney,
00:02:58e que o Sarney, quando demarcou a terra indígena Yanomami,
00:03:01também demarcou uma área garimpeira.
00:03:04Depois veio o presidente Collor,
00:03:05depois de fazer uma visita na Inglaterra,
00:03:07voltou de lá para cá,
00:03:08trazendo ideias ambientalistas,
00:03:11que afrontam a soberania nacional,
00:03:13e ninguém levou isso muito a sério,
00:03:14e simplesmente anexou o que seria a reserva garimpeira
00:03:20à terra indígena,
00:03:21colocando, naquela época, nos anos 90,
00:03:24mais de 20 mil garimpeiros para fora,
00:03:28simplesmente sem dar nenhuma compensação.
00:03:31E nós estamos falando de pessoas que,
00:03:33dois anos antes, na Constituição de 1988,
00:03:36tinham ganho o direito constitucional de seu trabalho,
00:03:40foram expulsos de uma área de trabalho,
00:03:42inclusive reconhecida pelo governo federal
00:03:45quando este demarcou uma área específica para esse trabalho,
00:03:49e simplesmente foram jogados para fora.
00:03:52E aí, praticamente, o garimpe deixou de existir daquela forma,
00:03:56mas, naturalmente, que focos,
00:03:58pequenos focos de atuação de garimpeiros
00:04:00sempre existiram na Amazônia.
00:04:02Nós tivemos em Roraima,
00:04:03e é importante colocar aqui,
00:04:06inclusive, até a narrativa da Rede Globo Televisão
00:04:08e outras emissoras que querem abordar esse assunto
00:04:11com propriedade, apenas repetindo,
00:04:13falassem de ONGs internacionais,
00:04:15nós vamos falar sobre isso,
00:04:16é que, a partir de 2016,
00:04:18quando se falar, o garimpo explodiu
00:04:20no estado de Roraima.
00:04:22Se esquece que, em 2016,
00:04:24se explodiu a migração venezuelana no estado de Roraima.
00:04:27Nós recebemos aqui
00:04:28mais de 300 mil pessoas
00:04:31vindas de um país
00:04:33apoiado pelo governo do PT,
00:04:35tido como liberdade e democracia
00:04:37exemplo para o mundo,
00:04:39que trouxe os seus cidadãos para Roraima
00:04:41para não sofrerem um novo
00:04:43alodomor ucraniano de morrer de fome.
00:04:45Vieram para Roraima.
00:04:46E a população roraimense,
00:04:48taxada como xenófoba,
00:04:50como agressores de minorias,
00:04:53foi exatamente quem acolheu
00:04:55essas pessoas sem nenhum recurso.
00:04:57Nós tivemos um colapso no estado de Roraima,
00:05:00colapso na saúde, na segurança,
00:05:02na educação,
00:05:02porque nós não tínhamos nos preparado
00:05:04para receber praticamente o dobro da nossa população.
00:05:07Então, esse arranjo social
00:05:09que se arranjou com o garimpo
00:05:11foi porque,
00:05:13quando a migração venezuelana chegou aqui,
00:05:15o garoto que trabalhava no supermercado
00:05:17por um salário mínimo,
00:05:19ele ia às sete horas da manhã
00:05:20e saía às seis da tarde,
00:05:22ele passou a competir com um venezuelano
00:05:24que chegou esfomeado,
00:05:26sem rumo na vida,
00:05:28vítima da ditadura do seu Maduro
00:05:31apoiado pelo PT do Lula,
00:05:32e ele foi competir com esse cidadão
00:05:35que se ofereceu a trabalhar no lugar dele
00:05:37das sete às onze da noite.
00:05:40E ele foi substituído.
00:05:41E aí ele foi parar no garimpo.
00:05:45Você falou duas coisas importantes aqui.
00:05:49Uma é que havia uma demarcação
00:05:53da área garimpeira lá.
00:05:54Essa demarcação era respeitada?
00:05:56Esses garimpeiros eram registrados?
00:05:58Como é que funcionava esse processo?
00:06:00Porque eu me lembro de Serra Pelada.
00:06:02Eu, inclusive, conheci vários garimpeiros,
00:06:04ex-garimpeiros de Serra Pelada,
00:06:06que por muitos anos,
00:06:07inclusive, tentaram retomar o garimpo em Serra Pelada.
00:06:11E aí a gente teve uma batalha ali,
00:06:14eu vi uma batalha acontecendo,
00:06:15jurídica até,
00:06:17porque muitas empresas internacionais
00:06:19começaram a querer atuar ali.
00:06:22Aí faz levantamento daqui,
00:06:24faz levantamento dali,
00:06:25e o garimpeiro acabava sendo excluído do debate ali.
00:06:30Eles sempre reclamavam muito.
00:06:32E aí, por favor, explica para a gente.
00:06:35Essa área foi demarcada quando exatamente?
00:06:38Por quanto tempo ela funcionou?
00:06:39Porque a gente vê nos relatos históricos
00:06:43que o garimpo lá começou na década de 70.
00:06:46Na ocasião era ilegal?
00:06:48Já era legal?
00:06:49Ou era informal?
00:06:51Não tinha ainda, vamos dizer assim,
00:06:53nenhuma legalização da área,
00:06:55nenhuma atuação do Estado
00:06:58em relação a esse garimpo?
00:07:00E é a mesma região?
00:07:02Quer dizer, como é que isso funcionava?
00:07:05Esse pessoal era registrado?
00:07:07Era cooperativa?
00:07:08Como é que funcionava isso?
00:07:10Olha, os garimpeiros,
00:07:11eles se organizavam em associações e em sindicatos.
00:07:15Então, era a forma como se sabia.
00:07:17como os garimpeiros se administravam.
00:07:22A questão dos territórios que eles ocupavam,
00:07:25simplesmente por serem brasileiros,
00:07:27não havia legislação específica
00:07:29com relação a áreas indígenas,
00:07:33a proteção ambiental,
00:07:34como as ONGs internacionais nos impuseram.
00:07:38Sabe lá Deus os interesse.
00:07:40E eles andavam livremente ocupando a Amazônia.
00:07:44Então, eles eram regidos pelos sindicatos.
00:07:49Era a forma que se sabia era o sindicato.
00:07:52Quando o presidente Sarney demarcou
00:07:54a terra indígena e a Nomami,
00:07:56que fez também a terra garimpeira,
00:07:59inclusive a pedido dos sindicatos,
00:08:01na época o Zé Altino Machado
00:08:04era um dos líderes garimpeiros,
00:08:08e ele trabalhou muito nessa questão,
00:08:10não só dentro de Roraima,
00:08:13como depois em outros estados.
00:08:15Quando começou a se ter o conflito
00:08:16com a legislação que passou a ser criada
00:08:19a partir dessa aproximação
00:08:23do presidente Fernando Collor de Mello
00:08:25com as ONGs internacionais.
00:08:27Porque o que pouca gente sabe
00:08:28é que o interesse pela Amazônia brasileira,
00:08:31ninguém está preocupado com índio.
00:08:32Essa falácia que estão falando hoje
00:08:36do indígena de Roraima,
00:08:37e você colocou bem no começo da fala aqui,
00:08:40ela não é uma preocupação indígena.
00:08:43Porque se fosse,
00:08:44todos os governos teriam que ser penalizados
00:08:47pelo crime de genocídio.
00:08:49Porque todos agiram da mesma forma.
00:08:51Todos agiram da mesma forma.
00:08:54Porque o modelo de indigenismo
00:08:56que se pratica no Brasil está errado.
00:08:57É um modelo criado
00:09:00a partir das ONGs internacionais.
00:09:02Eu quero que alguém me explique, por exemplo,
00:09:04a mesma ONG que está pedindo doação para você,
00:09:07para dar comida para os povos indígenas,
00:09:09é a mesma ONG que diz
00:09:10que o índio não pode comer a comida
00:09:12que você vai doar.
00:09:15E aí, como é que fica isso?
00:09:18Então, é um tema muito complexo nisso aí.
00:09:21E a questão, só para finalizar a pergunta
00:09:23que você fez,
00:09:25os garimpeiros, eles não tinham,
00:09:28o governo não tinha oficialmente
00:09:30uma forma de controle.
00:09:33Ele tinha uma carteira que o governo
00:09:35dava através do Ministério da Fazenda,
00:09:37na época,
00:09:38o governo emitia uma carteira de garimpeiro,
00:09:40já que eles eram constitucionalmente reconhecidos,
00:09:44e o governo sabia mais ou menos
00:09:45controlar o número de garimpeiro
00:09:47por essa carteira.
00:09:48Mas a questão ainda era muito vaga,
00:09:50a questão da forma de trabalho,
00:09:53de fiscalização,
00:09:54essa coisa era muito vaga,
00:09:55porque nós estamos falando
00:09:56lá dos anos 80,
00:09:58principalmente até os anos 90.
00:10:01Tem um estatuto também, né?
00:10:03Perfeito, tem um estatuto do garimpeiro.
00:10:05Que regula ali
00:10:07como que deve ser feita a atividade,
00:10:10etc e tal,
00:10:11como o impacto ambiental
00:10:15precisa ser minimizado.
00:10:17como é que você responde
00:10:18a todas essas denúncias
00:10:19de uso de mercúrio,
00:10:20etc e tal,
00:10:21nesses garimpos,
00:10:23o que naturalmente
00:10:24tem um impacto ambiental,
00:10:25prejudica rios,
00:10:26mata peixe,
00:10:27mata flora,
00:10:27mata fauna,
00:10:28como é que é?
00:10:31Primeiro,
00:10:31que se a história
00:10:32fosse tão verdadeira,
00:10:34a população de Boa Vista
00:10:35estava toda com câncer,
00:10:37estava morrendo,
00:10:38estava caindo o cabelo,
00:10:39todo mundo,
00:10:40porque a mesma água
00:10:41que os índios e a Anomami bebem
00:10:43é o que nós bebemos
00:10:44aqui em Boa Vista.
00:10:45Nós não temos duas fontes
00:10:46de água diferentes.
00:10:48Então, como é que
00:10:49o mercúrio contamina
00:10:51os povos indígenas lá,
00:10:53não contamina o garimpeiro
00:10:54que está na mesma região
00:10:55que ele,
00:10:56bebe da mesma água,
00:10:58então é preciso estudar
00:10:59que tipo de mercúrio é esse,
00:11:01tão inteligente
00:11:01que ele escolhe
00:11:02em quem ele vai atacar.
00:11:04E nós bebemos
00:11:05da mesma água
00:11:05aqui em Boa Vista.
00:11:07Inclusive,
00:11:08eu questionei
00:11:09a própria companhia
00:11:10de água e esgoto
00:11:11do estado de Roraima,
00:11:12que é a nossa
00:11:14CAE,
00:11:14que fornece
00:11:15e faz tratamento
00:11:16de água,
00:11:17sobre esse tal
00:11:18alto índice de mercúrio.
00:11:20E ninguém conseguiu
00:11:20encontrar da forma
00:11:21alarmante como eles
00:11:22dizem aí.
00:11:23O mercúrio que se encontra
00:11:24na água é mercúrio natural,
00:11:26o mercúrio que é feito,
00:11:28produzido pela própria
00:11:28natureza,
00:11:29que contém na natureza.
00:11:30Esse foi encontrado.
00:11:31Então, existe uma narrativa
00:11:32muito grande
00:11:33com relação a isso.
00:11:35E é um debate
00:11:36que precisa ser feito
00:11:37não apenas
00:11:38pela imprensa,
00:11:40pelos órgãos
00:11:41da sociedade,
00:11:42mas principalmente
00:11:43pelo poder
00:11:45legislativo.
00:11:45Inclusive,
00:11:46nós estamos propondo,
00:11:47eu vou até antecipar
00:11:48essa parte,
00:11:49para o Senado Federal,
00:11:51nós estamos propondo
00:11:51para os senadores
00:11:52de Roraima
00:11:52que peçam
00:11:53a CPI
00:11:55do genocídio.
00:11:56Nós estamos pedindo
00:11:57a CPI
00:11:58do genocídio.
00:11:59Por que
00:12:00nós queremos
00:12:00a CPI
00:12:01do genocídio?
00:12:02Porque se os
00:12:02570 índios
00:12:04que estão dizendo
00:12:04que morreram
00:12:05no governo Bolsonaro
00:12:06é um crime
00:12:06de violação,
00:12:08é de direitos humanos,
00:12:09é um crime
00:12:10que tem que ser julgado
00:12:11em Haia,
00:12:12os 439 indígenas
00:12:14que morreram
00:12:15na gestão Lula
00:12:16também tem que ser
00:12:17julgado em Haia.
00:12:18Ou a vida deles
00:12:19não importa.
00:12:20Ou nós vamos
00:12:21separar os indígenas.
00:12:23Lá, os índios do Lula
00:12:24podiam morrer de fome
00:12:25que é por amor.
00:12:26Os índios do Bolsonaro
00:12:27que morreram
00:12:28é de ódio.
00:12:29Então, é preciso
00:12:30que haja uma clareza
00:12:32com relação
00:12:32a esse debate aqui.
00:12:34Eu, particularmente,
00:12:35tenho uma opinião
00:12:36formada com relação
00:12:37a isso, que esse espetáculo
00:12:39aqui, que está acontecendo,
00:12:41um triste espetáculo,
00:12:43tem um único objetivo.
00:12:45Tem um único objetivo.
00:12:47Colocar no presidente
00:12:48Bolsonaro
00:12:48um crime internacional
00:12:50de violação
00:12:51de direitos humanos
00:12:52e prendê-lo.
00:12:53Não tem outro sentido
00:12:54isso aqui.
00:12:55Deixa eu te perguntar
00:12:56mais uma coisa aqui.
00:12:57A gente...
00:12:58Eu vou pedir até
00:12:59para o ex-ministro
00:13:00Aldo Rebelo,
00:13:01que já está conectado
00:13:02conosco,
00:13:03se ele já puder
00:13:03entrar aí na tela,
00:13:05a gente já faz uma...
00:13:07Ministro Aldo,
00:13:08tudo bem?
00:13:09Bem-vindo ao Papo Antagonista.
00:13:10Muito obrigado
00:13:11pela presença.
00:13:14Obrigado.
00:13:16Ministro,
00:13:17eu já vou lhe passar
00:13:17a palavra,
00:13:18inclusive,
00:13:19o senhor fique à vontade
00:13:20também de perguntar
00:13:21qualquer coisa aqui
00:13:22para o nosso convidado
00:13:24aqui,
00:13:24para o Jailson Mesquita,
00:13:25que é um dos fundadores
00:13:26do movimento
00:13:27Garimpo É Legal.
00:13:28Eu queria só fazer
00:13:30mais uma pergunta
00:13:30em relação ao que você
00:13:31está dizendo,
00:13:31Jailson,
00:13:32que é o seguinte,
00:13:33você citou ONGs
00:13:34que estão defendendo
00:13:35doação de alimentos
00:13:36para os indígenas,
00:13:37mas essas mesmas ONGs
00:13:38dizem que o índio
00:13:39não pode se alimentar disso.
00:13:40Eu queria entender,
00:13:41primeiro,
00:13:41que você nomeasse
00:13:42que ONGs são,
00:13:43e outra é o seguinte,
00:13:45como é que é essa relação?
00:13:46Porque a gente também
00:13:47tem denúncia,
00:13:48a gente falou de Mercúrio,
00:13:49mas a gente também tem denúncia
00:13:49de violação,
00:13:51de estupro,
00:13:52de uso dos próprios indígenas
00:13:55no garimpo,
00:13:56de estupro de crianças,
00:13:57de estupro de crianças,
00:13:58de violação,
00:13:59enfim,
00:14:00é uma...
00:14:00quando a gente olha
00:14:01de fora aqui
00:14:02o que vem de notícia,
00:14:03parece que é
00:14:05um verdadeiro caos
00:14:08humanitário
00:14:09essa situação aí
00:14:12em Roraima.
00:14:13O que tem de realidade,
00:14:15de verdade,
00:14:16o que tem de narrativa?
00:14:17Como é que você responde
00:14:18a essas acusações também?
00:14:20Primeiro que há uma narrativa
00:14:21montada com relação
00:14:23à forma como dizem
00:14:25haver a violência,
00:14:26e nós comprovamos isso.
00:14:28Isso que foi uma denúncia
00:14:29que eu fiz no Ministério Público Federal
00:14:31quando se colocou
00:14:33aquela história
00:14:34do seu Júnior Yanomami
00:14:35de que uma criança
00:14:38de 12 anos
00:14:38tinha sido estuprada
00:14:40e morta por garimpeiro
00:14:41e que uma aldeia inteira
00:14:42tinha sido dizimada
00:14:43e que virou
00:14:45a grande campanha nacional.
00:14:47Era Anitta perguntando
00:14:48cadê os Yanomami,
00:14:49era Leonardo DiCaprio,
00:14:50era todo mundo,
00:14:51e nós fomos atrás
00:14:52e achamos o Yanomami
00:14:53que é o seu morô,
00:14:54que é o Tuxaua
00:14:55da suposta aldeia,
00:14:57e que nem brasileiro era,
00:14:58ele era venezuelano.
00:15:00E nós trouxemos
00:15:00que o seu morô
00:15:01mostrou que ele nem sabia
00:15:03dessa história,
00:15:04desse tal estupro.
00:15:06E a Polícia Federal
00:15:07depois fez
00:15:08uma entrevista coletiva
00:15:09dizendo que não havia indício
00:15:11dessa história
00:15:12do estupro dessa indígena
00:15:13e nem da morte
00:15:14dos indígenas.
00:15:15O próprio MPF
00:15:16que fomenta
00:15:17de certa parte
00:15:18essa questão
00:15:19das ONGs aí,
00:15:21é o cartório,
00:15:22as ONGs pede
00:15:23e ele carimba,
00:15:24simplesmente teve que recuar
00:15:27também na história.
00:15:29E depois aconteceu
00:15:30o outro caso,
00:15:31que foi o famoso caso
00:15:32das duas crianças
00:15:33sugadas por uma draga
00:15:34de garimpeiro.
00:15:35Nós fizemos o mesmo caminho,
00:15:36fomos de novo
00:15:37no Ministério Público,
00:15:38que fez a denúncia,
00:15:39fomos nós,
00:15:39foi eu que coloquei
00:15:40meu CPF lá na denúncia.
00:15:42E aí a Polícia Federal
00:15:43foi lá de novo,
00:15:44foi para o Ministério Público,
00:15:45mentira de novo.
00:15:47Para contar essa história,
00:15:48a mídia gasta
00:15:4916 minutos.
00:15:50para dizer
00:15:51que não houve
00:15:52a questão,
00:15:53eles gastam
00:15:548 segundos,
00:15:55eles gastam
00:15:568 segundos
00:15:56para dizer,
00:15:57olha,
00:15:57a Polícia Federal
00:15:57disse que não
00:15:58houve indício,
00:15:58mas a investigação
00:15:59segue.
00:16:01Essa forma
00:16:01que se trata
00:16:02isso,
00:16:04lamentavelmente.
00:16:05Então,
00:16:05inclusive,
00:16:06eu estou processando
00:16:07a Rede Globo
00:16:07de televisão
00:16:08porque eles voltaram
00:16:09a repetir
00:16:09no Fantástico ontem
00:16:10a história
00:16:12de que
00:16:12duas crianças
00:16:13foram sugadas
00:16:14pela draga.
00:16:16E eles vão ter
00:16:16que ter um enfrentamento
00:16:18com a Polícia Federal
00:16:19e com o Ministério Público.
00:16:20porque eles disseram
00:16:20que não houve.
00:16:22É uma fake news
00:16:23oficial
00:16:23da Rede Globo
00:16:24de um Fantástico.
00:16:25Então,
00:16:25eles vão ter
00:16:25que mostrar
00:16:26que a Polícia Federal
00:16:27e o MPF
00:16:28estão mentindo.
00:16:30Deixa eu perguntar
00:16:31aqui para o ministro.
00:16:32Ministro,
00:16:32o senhor conhece
00:16:34bem
00:16:34toda essa temática
00:16:37e queria
00:16:37aqui utilizar
00:16:39um pouquinho
00:16:40da sua,
00:16:40trazer um pouquinho
00:16:41para o nosso espectador
00:16:41a sua experiência.
00:16:44O que o senhor acha?
00:16:45O senhor acha
00:16:45que o debate,
00:16:46esse debate
00:16:47sobre os Yanomamis,
00:16:48ele está dirigido
00:16:50a criminalizar
00:16:51o garimpeiro?
00:16:53Como é que o senhor,
00:16:53que tipo de sugestão
00:16:54o senhor traz
00:16:56para a gente
00:16:57buscar um equilíbrio
00:17:00nesse,
00:17:01criar um diálogo
00:17:02efetivamente qualificado
00:17:04para a gente entender
00:17:06realmente
00:17:06essa situação
00:17:07que não me parece
00:17:09uma situação
00:17:09simplória.
00:17:11As simplificações
00:17:12que a gente está vivendo,
00:17:13quase até do debate
00:17:14da internet,
00:17:14rede social,
00:17:15todo mundo simplifica
00:17:16tudo,
00:17:17parece que a imprensa
00:17:18reproduz
00:17:18essa simplificação,
00:17:20mas eu sou
00:17:21daquela velha história
00:17:22que eu acho
00:17:22que não há solução
00:17:23simples para problemas
00:17:24complexos
00:17:25e esse parece
00:17:25um problema
00:17:26bastante complexo.
00:17:28Geralmente,
00:17:29há solução
00:17:30simples
00:17:30para problemas
00:17:31complexos,
00:17:32Cláudio,
00:17:33mas geralmente
00:17:34elas são falsas,
00:17:36são soluções
00:17:36erradas,
00:17:38porque soluções
00:17:39as pessoas
00:17:39podem apresentar
00:17:40e geralmente
00:17:41as pessoas
00:17:42têm a tendência
00:17:43de apresentar
00:17:44soluções simples
00:17:45para problemas
00:17:46complexos,
00:17:47o problema
00:17:47é que a solução
00:17:48é sempre errada.
00:17:50Então,
00:17:51o que há,
00:17:52na verdade,
00:17:54é que
00:17:54a Amazônia,
00:17:56os seus dramas
00:17:57e as suas tragédias
00:17:58não são
00:18:00compreendidas
00:18:01nem no sul,
00:18:02nem no sudeste
00:18:03do Brasil
00:18:03e muito menos
00:18:04do mundo.
00:18:05O que há
00:18:06são narrativas.
00:18:08Eu vejo
00:18:09gente falando
00:18:09sobre a Amazônia,
00:18:11escrevendo um dia
00:18:12desse,
00:18:12escreveu
00:18:13numa cidade
00:18:13da Eslovênia,
00:18:15lá na fronteira
00:18:16da Itália
00:18:17com a Croácia,
00:18:18falando com
00:18:19autoridade
00:18:20sobre a
00:18:21autoria,
00:18:22acho que é
00:18:23a 364,
00:18:24essa que liga
00:18:24Porto Velho
00:18:25a Manaus.
00:18:27Outra jornalista
00:18:28recebe uma bolsa
00:18:29de uma ONG
00:18:30para ir por ali
00:18:31a conferência
00:18:32do clima
00:18:33no Egito,
00:18:33a conferência
00:18:35da biodiversidade
00:18:36no Canadá
00:18:37e fala como
00:18:38se estivesse aqui.
00:18:39Eu estou em Altamira
00:18:40no presente momento,
00:18:41mas viajei muito
00:18:42a Roraida,
00:18:43conheço tudo
00:18:43aquilo ali,
00:18:44a fronteira,
00:18:45tá certo?
00:18:46O Surucupu,
00:18:47o Surumu,
00:18:48o Iramutã,
00:18:49andei por aquilo
00:18:50tudo,
00:18:51conversei com
00:18:52índios,
00:18:53com índias
00:18:54de Anomambi,
00:18:55acompanhei a demarcação
00:18:56da Raposa
00:18:56Serra do Sol,
00:18:58vi os erros
00:18:59cometidos pelo Supremo
00:19:00Tribunal Federal
00:19:01em relação
00:19:02àquela situação,
00:19:04tá certo?
00:19:04e as informações
00:19:08e os erros.
00:19:09Por quê?
00:19:10Porque você imagina
00:19:12que nós temos
00:19:14dois artigos
00:19:14da Constituição,
00:19:16o 176
00:19:19e o 231,
00:19:22que autorizam
00:19:23a mineração
00:19:24em área indígena
00:19:26e área de fronteira,
00:19:28terra indígena
00:19:28e área de fronteira.
00:19:30Em terra indígena,
00:19:31a Constituição
00:19:31estabelece critérios.
00:19:33Quais são os critérios?
00:19:34O primeiro
00:19:34é que a mineração
00:19:37só pode ocorrer
00:19:37autorizada pelo Congresso Nacional,
00:19:39portanto,
00:19:40precisaria de uma lei
00:19:40regulamentando.
00:19:42O presidente Sarney
00:19:43tentou uma lei dessa,
00:19:44o senador Severo Gomes
00:19:45não conseguiu regulamentar,
00:19:47o deputado Mercadante
00:19:48tentou com o presidente Sarney
00:19:49e não conseguiu,
00:19:51o presidente Lula
00:19:51mandou dois projetos,
00:19:53eu era líder do governo,
00:19:54presidente da Câmara,
00:19:55foram dois projetos,
00:19:56um da Casa Civil,
00:19:57outro do Ministério
00:19:58da Justiça,
00:19:59para regulamentar
00:20:00a mineração
00:20:01em área indígena
00:20:01e área de fronteira
00:20:03e nada disso prosperou,
00:20:05há forças misteriosas
00:20:06que não permitem
00:20:08que isso aconteça.
00:20:10A tragédia
00:20:11do Zianomami,
00:20:12a fome,
00:20:12o abandono,
00:20:13eu conheço,
00:20:14isso é verdadeiro,
00:20:15isso não começou ontem,
00:20:17aliás,
00:20:17se formos rigorosos,
00:20:19isso tem séculos,
00:20:21séculos,
00:20:21que os irmãos indígenas
00:20:23são abandonados
00:20:24pela sociedade,
00:20:25pelo Estado
00:20:26e pelos governos,
00:20:27e todos os governos,
00:20:29porque o Estado
00:20:30é o que é permanente,
00:20:31porque é que
00:20:32nas populações indígenas
00:20:34estão os maiores índices
00:20:36de mortalidade infantil,
00:20:38estão os maiores índices
00:20:39de analfabetismo,
00:20:41estão os maiores índices
00:20:42de doenças infecciosas,
00:20:44está a menor taxa
00:20:48de perspectiva de vida,
00:20:51está entre os índios,
00:20:52porque entre os índios
00:20:53é onde tem
00:20:54o menor fornecimento
00:20:56de serviços básicos,
00:20:58como educação,
00:20:59saúde,
00:21:00energia elétrica,
00:21:01quantas aldeias
00:21:02tem energia elétrica,
00:21:03quantas aldeias
00:21:04tem água encanada,
00:21:05então,
00:21:06prosperam naturalmente,
00:21:07o abandono,
00:21:08o sofrimento,
00:21:08a fome,
00:21:09eu vi,
00:21:10era o governo
00:21:11do presidente
00:21:11Fernando Henrique,
00:21:12Cardoso,
00:21:13quando eu fui
00:21:14em uma dessas áreas,
00:21:14acho que naquele
00:21:15pelotão de surucupus,
00:21:17com o comandante
00:21:18da Brigada
00:21:18de Infantaria de Selva
00:21:20de Roraima,
00:21:22e o chefe
00:21:23da assessoria
00:21:24do exército,
00:21:24que era o coronel
00:21:25Vilas Boas,
00:21:26que depois
00:21:26veio a ser
00:21:27general,
00:21:28comandante
00:21:29militado da Amazônia
00:21:30e comandante
00:21:31do exército,
00:21:32fomos aí,
00:21:33chegamos lá,
00:21:34o que é que acontece?
00:21:35Uma,
00:21:35uma funcionária
00:21:37de uma ONG
00:21:38estava lá na porta
00:21:39da OCA
00:21:41do Zianomami
00:21:43e disse,
00:21:43não,
00:21:44aqui o senhor entra
00:21:44porque o senhor é deputado,
00:21:45mas o coronel
00:21:46general não pode entrar,
00:21:48ela nem era servidora
00:21:49pública,
00:21:50nem era funcionária
00:21:51pública,
00:21:52e para não criar
00:21:52confusão,
00:21:53o coronel
00:21:53general tiraram por menos,
00:21:55não iam criar um incidente
00:21:56porque era presidente
00:21:57da Comissão de Relação
00:21:58Exteriores de Defesa
00:21:59Nacional,
00:22:00fui lá,
00:22:00entrei,
00:22:01vi a situação,
00:22:03fuligem,
00:22:04fumaça,
00:22:05os índios e as índias
00:22:07subnutridas,
00:22:08as costelas de fora,
00:22:09assando uma banana verde,
00:22:10uma mandioca,
00:22:11ali,
00:22:11cada um tem o seu fogo,
00:22:12cada família
00:22:13acende o seu fogo,
00:22:14eu saía disso,
00:22:15a situação aqui é muito grave,
00:22:16a moça da ONG
00:22:18disse,
00:22:19não,
00:22:19de fato é muito grave,
00:22:20muitas doenças
00:22:21infecciosas,
00:22:22tá certo,
00:22:23eu não vou nem dizer
00:22:24publicamente como é que
00:22:25essas doenças são,
00:22:26são,
00:22:26são adquiridas pelos índios,
00:22:28né,
00:22:29quando eu saí,
00:22:30que um menino,
00:22:30minha nomame,
00:22:31umas crianças jogando
00:22:32futebol,
00:22:33eu chutei lá uma bola,
00:22:34e disse,
00:22:35ah,
00:22:35pelo menos,
00:22:36torcemos para a mesma
00:22:37seleção,
00:22:38a moça da ONG disse,
00:22:39não,
00:22:39se eu torço para a sua
00:22:40seleção,
00:22:40eles torcem para a
00:22:41seleção deles,
00:22:42depois eu vim a saber,
00:22:43essa ONG era uma ONG
00:22:44chamada Urihi,
00:22:45U-R-I-H-Y,
00:22:48essa ONG foi acusada
00:22:49de desviar 12 milhões
00:22:51de reais do Ministério
00:22:52da Saúde,
00:22:53os seus administradores
00:22:54encerraram as atividades
00:22:56e gastaram contas disso,
00:22:57meus senhores,
00:22:58essa que é a situação,
00:23:00tá certo,
00:23:01é essa mesmo,
00:23:02pode pesquisar que vai ter
00:23:03os processos dessa ONG,
00:23:05isso era,
00:23:06aliás,
00:23:06que era o Ministério
00:23:07da Saúde do Serra,
00:23:09nessa época,
00:23:10então,
00:23:11o que há aí,
00:23:12são muitos interesses
00:23:14envolvidos nessa questão
00:23:15dos índios,
00:23:16tá certo,
00:23:17alguns aproveitam
00:23:18do sofrimento deles,
00:23:20tem essa questão
00:23:20do garimpo,
00:23:21por que tem a questão
00:23:22do garimpo?
00:23:23Porque tem um outro
00:23:24artigo da Constituição,
00:23:25vejam só,
00:23:26estão aí demonizando
00:23:27esses garimpeiros,
00:23:28tem um artigo da Constituição,
00:23:29o 174,
00:23:32que diz que o governo federal
00:23:34deve estimular e facilitar
00:23:37a organização
00:23:39e a prioridade
00:23:41das sociedades,
00:23:43das cooperativas
00:23:44de garimpeiros
00:23:45para a mineração,
00:23:47o Estado deve
00:23:48priorizar os garimpeiros
00:23:50na mineração.
00:23:52Em 2006,
00:23:53o governo do presidente Lula,
00:23:55o governo envia um projeto
00:23:56criando o Estatuto do Garimpeiro,
00:24:00esse projeto foi aprovado
00:24:02em 2008,
00:24:03o que é que diz o Estatuto do Garimpeiro?
00:24:05O Estatuto do Garimpeiro
00:24:06diz que o garimpo
00:24:07deve ser incentivado
00:24:09pelo governo,
00:24:10porque com as operativas
00:24:12você evita
00:24:14a evasão fiscal,
00:24:15que é grande
00:24:16no garimpo ilegal,
00:24:17você evita
00:24:18o crime ambiental
00:24:20do uso
00:24:21de substâncias
00:24:22impróprias
00:24:22como o mercúrio
00:24:23e você protege
00:24:25o trabalho
00:24:26do garimpeiro,
00:24:27do trabalhador,
00:24:28do operário,
00:24:28do garimpo.
00:24:29Isso tudo está no Estatuto
00:24:31aprovado no governo
00:24:32do presidente Lula.
00:24:34E agora você,
00:24:35e no caso dos índios,
00:24:37você tem o caso ali
00:24:38da Reserva Rúsega.
00:24:39A Reserva Rúsega
00:24:40é uma reserva
00:24:41de diamante,
00:24:42é uma reserva
00:24:42onde tem
00:24:43uma mina grande
00:24:44de diamante
00:24:45que fica no município
00:24:46de Espigão do Oeste
00:24:47em Rondônia.
00:24:50Ali estão os índios
00:24:51Cinta Larga.
00:24:52Eles garimpam
00:24:53dentro da reserva deles.
00:24:54Eles tiram
00:24:55o diamante
00:24:56dentro da reserva.
00:24:57Já foi preso
00:24:58contrabandista ali
00:24:59comprando diamante.
00:25:00Isso tudo é conhecido.
00:25:01E os Cinta Larga
00:25:02nunca negaram
00:25:03que fazem garimpo,
00:25:04pelo contrário.
00:25:05Eles executaram
00:25:06dezenas,
00:25:0720 ou 30 garimpeiros
00:25:09que não eram índios
00:25:10dentro da reserva.
00:25:11Foram mortos
00:25:11por eles.
00:25:13Isso tem processo
00:25:14na Polícia Federal.
00:25:15Eu vi a investigação,
00:25:17eu li o inquérito
00:25:19dessas mortes.
00:25:20E são eles
00:25:21que fazem
00:25:22o garimpo.
00:25:23Por que fazem
00:25:24ilegalmente?
00:25:26Porque não tem
00:25:27a regulamentação
00:25:28do artigo 174.
00:25:31Tem o caso
00:25:31dos mundurucus
00:25:32aqui no Tapajós.
00:25:34O que acontece
00:25:34com os mundurucus?
00:25:35Ou eles próprios
00:25:36garimpam o ouro
00:25:37ou eles se associam
00:25:38com outros garimpeiros.
00:25:40Se dividem
00:25:40porque uma parte
00:25:41é contra
00:25:42e se cria
00:25:43essa situação
00:25:43de tumulto
00:25:44no país.
00:25:45Por quê?
00:25:46Porque muita gente
00:25:47conversa sobre isso,
00:25:48discute,
00:25:49debate,
00:25:50sem ter
00:25:51a base
00:25:51da informação,
00:25:52sem conhecer
00:25:53sequer
00:25:54as coisas básicas
00:25:56envolvendo
00:25:57essa polêmica.
00:25:58deixa eu aproveitar
00:26:02aqui esse gancho
00:26:03porque pelo visto
00:26:04a gente está
00:26:05todo mundo
00:26:06muito desinformado.
00:26:09Eu vi uma matéria
00:26:12até que me chamou
00:26:13atenção,
00:26:13queria a sua opinião,
00:26:14matéria que saiu
00:26:15no G1
00:26:15sobre um livro,
00:26:16põe lá por favor
00:26:17Freitas,
00:26:18põe no ar aí,
00:26:20matéria
00:26:20era um livro
00:26:22de um coronel,
00:26:23pode baixar um pouquinho
00:26:27aí,
00:26:27que negava
00:26:29até a existência,
00:26:30aí está aí,
00:26:30Carlos Alberto
00:26:31Lima Mena Barreto,
00:26:32a farsa e a nomana.
00:26:33Aí qual é
00:26:34a síntese
00:26:35desse livro?
00:26:36Escrito pelo coronel
00:26:37ali,
00:26:38Carlos Alberto
00:26:38Lima Mena Barreto,
00:26:38pode baixar um pouquinho
00:26:39mais Freitas?
00:26:41Aí,
00:26:42e publicado
00:26:43pela Biblioteca
00:26:44do Exército
00:26:44em 1995,
00:26:45dizia,
00:26:46sem evidência,
00:26:47que a existência
00:26:47dos anos
00:26:47mesmo era uma farsa.
00:26:49Aí estava lá
00:26:49escrito lá,
00:26:50o próprio,
00:26:51aí eles ouvem
00:26:51até um pesquisador
00:26:53aqui,
00:26:54que é o Roberto
00:26:54Martins Filho,
00:26:55que diz,
00:26:56a face e a nomame
00:26:57vocalizou uma preocupação
00:26:58comum do Exército,
00:27:00o medo de perder
00:27:00a soberania
00:27:01em áreas
00:27:01da Amazônia brasileira.
00:27:04E aí diz
00:27:05que uma fotógrafa
00:27:08inventou esse negócio
00:27:09de anomame,
00:27:10pegou várias
00:27:11tribos diferentes,
00:27:12botaram até gente rival
00:27:13dentro desse,
00:27:15dessa,
00:27:15dessa coisa
00:27:16de anomame
00:27:17e tal,
00:27:17e aí a matéria
00:27:20questiona
00:27:21até o uso disso,
00:27:22porque esse
00:27:23é um discurso
00:27:23muito presente
00:27:24no Exército.
00:27:25O senhor que foi
00:27:26ministro da Defesa,
00:27:27o que o senhor me diz
00:27:28dessa narrativa
00:27:30em relação
00:27:31à criação,
00:27:32à fabricação
00:27:33de uma,
00:27:35de uma,
00:27:36de um povo,
00:27:37de um povo indígena?
00:27:39Há uma preocupação
00:27:41antiga,
00:27:42tem uma,
00:27:43um depoimento
00:27:44do sertanista
00:27:45Orlando
00:27:45Vilas Boas,
00:27:46que é um homem
00:27:47que dedicou a vida
00:27:48praticamente aos índios,
00:27:50sobre a possibilidade
00:27:51de manipulação
00:27:53dessas,
00:27:54dessas causas
00:27:55humanitárias
00:27:57das minorias
00:28:00nacionais
00:28:01em relação
00:28:03a interesses
00:28:05internacionais.
00:28:07Eu sei que há
00:28:08um livro
00:28:08de dois jornalistas
00:28:10americanos,
00:28:12chamado
00:28:12Seja Feita
00:28:13à Vossa Vontade,
00:28:15sobre a ação
00:28:17dos Rockefeller
00:28:19na América
00:28:20do Sul
00:28:21e a manipulação
00:28:23da causa indígena
00:28:24por esses interesses
00:28:25internacionais.
00:28:27Nesse livro,
00:28:28tem lá uma passagem
00:28:29que diz
00:28:30que durante
00:28:30a Segunda Guerra
00:28:31os,
00:28:33os,
00:28:33os nazistas
00:28:35estimularam
00:28:38em todo canto
00:28:40essa coisa
00:28:41das minorias.
00:28:42inclusive lá
00:28:43na Polônia
00:28:46e na Tchecolováquia
00:28:48o pretexto
00:28:49foi a opressão
00:28:50sobre as minorias
00:28:52alemães
00:28:53para o início
00:28:53da guerra.
00:28:54E o diplomata
00:28:55brasileiro,
00:28:56Afrânio de Melo Franco,
00:28:58foi até o relator
00:28:59na Liga das Nações
00:29:00de um debate
00:29:01sobre esse tema.
00:29:02E aqui no Brasil,
00:29:03segundo esse livro,
00:29:04está lá,
00:29:04eu tenho o livro,
00:29:05os nazistas
00:29:07chegaram
00:29:08a reconhecer
00:29:09as populações
00:29:11indígenas
00:29:11como arianas
00:29:12para poder ter
00:29:13algum tipo
00:29:14de influência
00:29:15sobre eles.
00:29:16Isso,
00:29:17evidentemente,
00:29:19já aconteceu
00:29:20muito,
00:29:21acontecia
00:29:22contra os Estados Unidos
00:29:24por parte
00:29:25dos alemães,
00:29:26dizendo que eles
00:29:26maltratavam
00:29:27as suas populações
00:29:28indígenas,
00:29:29e isso diziam
00:29:30até com uma parte
00:29:31de razão,
00:29:32e no caso do Brasil,
00:29:33isso acontece
00:29:35até hoje.
00:29:36O que nós devemos
00:29:37partir
00:29:37é da seguinte
00:29:38realidade.
00:29:39qual é a realidade?
00:29:41É a negligência,
00:29:42é o abandono,
00:29:43não é só por parte
00:29:44dos governos,
00:29:46é por parte
00:29:47do Estado brasileiro,
00:29:49é por parte
00:29:49da sociedade brasileira.
00:29:51Não se explica
00:29:52que na região
00:29:54mais rica,
00:29:55talvez do mundo,
00:29:57mas certamente
00:29:58do Brasil,
00:29:59onde está
00:30:00a maior fronteira
00:30:01mineral do mundo,
00:30:02na Amazônia,
00:30:03onde está
00:30:04a maior reserva
00:30:04de biodiversidade
00:30:05do mundo,
00:30:06na Amazônia,
00:30:07onde está
00:30:08a maior floresta
00:30:09tropical do mundo,
00:30:11na Amazônia,
00:30:12onde está
00:30:12a maior reserva
00:30:13de água doce
00:30:14do mundo,
00:30:15na Amazônia.
00:30:15A vice-presidente
00:30:16dos Estados Unidos
00:30:17deu uma entrevista
00:30:18numa universidade
00:30:19dizendo isso,
00:30:21esqueçam a guerra
00:30:22do petróleo,
00:30:23essa guerra é do passado,
00:30:24a guerra do futuro
00:30:25é a guerra pela água.
00:30:28E a guerra do petróleo
00:30:29era a guerra
00:30:29de quem precisava
00:30:31de petróleo
00:30:31contra quem tinha petróleo.
00:30:33A guerra da água
00:30:34vai ser o quê?
00:30:35Vai ser a guerra
00:30:36de quem tem água
00:30:37contra quem precisa
00:30:38de água.
00:30:39E você tem aqui,
00:30:41nessa região
00:30:41da Amazônia,
00:30:43nas estações
00:30:43chuvosas,
00:30:44340 mil
00:30:46quilômetros
00:30:47quadrados
00:30:48de água doce
00:30:49de superfície,
00:30:50meus amigos.
00:30:51Você tem
00:30:52uma área
00:30:53maior do que a Itália,
00:30:54maior do que o estado
00:30:55de São Paulo,
00:30:56de água doce
00:30:57de superfície.
00:30:58Se você for contar
00:30:59as águas subterrâneas,
00:31:01o aquifero
00:31:02ao pé do chão,
00:31:03o rio que corre
00:31:04paralelo ao Amazonas,
00:31:06os 600 mil
00:31:07metros cúbicos
00:31:08de água
00:31:09que o Amazonas
00:31:10despeja no oceano
00:31:11por segundo,
00:31:12600 mil
00:31:13metros cúbicos
00:31:14na estação
00:31:14chuvosa,
00:31:15isso é água
00:31:16que espanta o mundo.
00:31:18Você acha
00:31:18que nessa região
00:31:19você vai ter
00:31:20a população
00:31:21mais pobre,
00:31:22os índios
00:31:22mais abandonados,
00:31:23os ribeirinhos
00:31:24mais abandonados?
00:31:25Não,
00:31:26isso tem uma coisa
00:31:27gravemente errada
00:31:28para acontecer,
00:31:29por favor.
00:31:31Ministro,
00:31:32segura aí,
00:31:32eu vou perguntar
00:31:33para o Jailson,
00:31:34que a conexão
00:31:35dele está fraca,
00:31:35eu tenho medo
00:31:36dele cair aqui.
00:31:38Ô Jailson,
00:31:38é o seguinte,
00:31:39aí também se o senhor
00:31:40quiser se manifestar
00:31:40depois sobre isso,
00:31:41eu agradeço.
00:31:43A gente sabe
00:31:43que essa mineração,
00:31:45ela movimenta
00:31:48muitos interesses,
00:31:50tem muita gente
00:31:50envolvida,
00:31:51tem políticos,
00:31:52tem grandes empresários,
00:31:53a Lava Jato,
00:31:54aliás,
00:31:55quando ela investigou,
00:31:57ela descobriu ali
00:31:58um,
00:31:59tinha todo um roteiro
00:32:00dos diamantes
00:32:01de sangue,
00:32:02os nossos diamantes
00:32:04de sangue,
00:32:05que eram a exploração
00:32:07e toda uma rota
00:32:08de tráfego
00:32:09utilizado até
00:32:10por grifes
00:32:11de luxo
00:32:12para interessadas
00:32:14na extração
00:32:15ilegal
00:32:15desses minérios,
00:32:17inclusive nessa reserva
00:32:18mencionada pelo
00:32:19ministro
00:32:20de diamantes.
00:32:21O que você tem
00:32:24de informação
00:32:25sobre esses interesses,
00:32:28esses lobbies?
00:32:30O ministro também
00:32:31falou de ONGs e tal,
00:32:33quer dizer,
00:32:33quem é que está aí?
00:32:34Quem é que a gente
00:32:34pode identificar?
00:32:36Você tem missionário,
00:32:39travestido,
00:32:40sei lá,
00:32:41empresário,
00:32:41travestido e missionário?
00:32:43Tem missionário de verdade?
00:32:45Qual é o interesse
00:32:46desse pessoal aí?
00:32:46que tem intermediário
00:32:52desse tipo
00:32:55de extração ilegal
00:32:56com conexão
00:32:58com a política,
00:32:59com essas grandes redes
00:33:02de comércio de luxo?
00:33:06Olha,
00:33:08lugarinho,
00:33:10porque as pessoas
00:33:11fazem negócio
00:33:12entre eles,
00:33:13não há um lobby,
00:33:14nós não temos conhecimento
00:33:17se existe um lobby
00:33:17com relação
00:33:18ao interesse
00:33:20na exploração
00:33:21na forma irregular,
00:33:23isso que foi um meio
00:33:24de sobrevivência
00:33:25de uma população
00:33:26abandonada
00:33:27pelo governo brasileiro,
00:33:28Roraima é abandonado,
00:33:29nós somos o único estado
00:33:30da federação,
00:33:31como falou o ministro
00:33:32no meio da Amazônia,
00:33:35que ainda usamos
00:33:36um milhão de litros
00:33:37de diesel por dia
00:33:38para manter
00:33:39a nossa energia,
00:33:40porque tem um tratado
00:33:41internacional
00:33:42da Convenção 69
00:33:43da OIT
00:33:43que nos impede
00:33:44que a gente passe
00:33:45o linhão de Guri
00:33:47para interligar
00:33:48no sistema nacional
00:33:49na área da BR-174,
00:33:52que é a área do DENIT,
00:33:53isso definido
00:33:53pelo Supremo Tribunal Federal
00:33:55e que não é respeitado.
00:33:57E quando você vai
00:33:58tratar desse assunto,
00:33:59quando você vai
00:34:00tratar do assunto,
00:34:01você não fala
00:34:02com índio brasileiro,
00:34:03você vai falar
00:34:03com um cara lá
00:34:05do Canadá
00:34:06que representa
00:34:07os índios
00:34:08Amiria Troarica
00:34:08e que mora em Manaus.
00:34:10Então você vê a dificuldade
00:34:11como é de tratar
00:34:12essa questão.
00:34:12Então, assim,
00:34:13como você colocou aqui,
00:34:16se alguém é interessado
00:34:17na mineração
00:34:19para que ela seja feita
00:34:21de fora, não.
00:34:23Isso aqui é uma coisa local.
00:34:24Agora,
00:34:25contrário à mineração,
00:34:26aí nós temos.
00:34:27Nós temos
00:34:28diversos missionários,
00:34:31né?
00:34:31Nós tivemos aqui,
00:34:33o ministro
00:34:33deve lembrar disso,
00:34:35em 2016,
00:34:36é a presença
00:34:37do rei da Noruega.
00:34:39O rei da Noruega
00:34:40vai lá com Davi Copenau
00:34:41a fazer um festival
00:34:43lá no meio
00:34:44da reserva Anomami
00:34:45e sai de lá
00:34:45com o povo morrendo
00:34:46de fome.
00:34:47E ele é um dos maiores
00:34:48contribuintes
00:34:49do fundo da Amazônia.
00:34:50E ele não tem interesse
00:34:51em fiscalizar
00:34:52porque que esse fundo
00:34:53da Amazônia
00:34:54para preservação ambiental
00:34:55e cuidar de índio
00:34:56não combateu
00:34:57a desnutrição
00:34:58do indígena
00:34:58que ele foi lá visitar
00:34:59e tirar fotografia.
00:35:00Então,
00:35:02existe aqui
00:35:03muitos interesses.
00:35:04Nós temos um sentimento
00:35:06em Roraima,
00:35:06exatamente o que falou
00:35:07o ministro Aldo Rabelo.
00:35:09O nosso sentimento
00:35:10em Roraima,
00:35:10se o senhor falar
00:35:11com o governador
00:35:12do estado
00:35:12com o picolézeiro
00:35:13no meio da rua,
00:35:14ele vai dizer
00:35:15que se planeja
00:35:16criar nas reservas
00:35:18indígenas do estado
00:35:19de Roraima
00:35:19um estado independente.
00:35:21E o picolézeiro
00:35:22é capaz de lhe dar
00:35:23uma aula sobre isso,
00:35:24dizendo que o primeiro
00:35:25passo que fizeram
00:35:26para que isso acontecesse
00:35:27foi a Convenção
00:35:2869 da OIT,
00:35:29que dá autodeterminação
00:35:31aos povos indígenas,
00:35:32consulta prévia,
00:35:34autodeterminação
00:35:35de modelo de governo,
00:35:36o que é isso?
00:35:38Eu acompanhei
00:35:39o deputado
00:35:39Paulo César Quartieiro,
00:35:41que para mim
00:35:42é um herói nacional,
00:35:44assim como era
00:35:44o doutor Enéas,
00:35:45o ministro Aldo Rabelo,
00:35:47meu amigo Márcio Junqueira,
00:35:48e nós passamos a vida
00:35:50travando esse debate aqui.
00:35:52O mandato
00:35:53do Márcio Junqueira
00:35:54foi inteiro
00:35:55denunciando isso.
00:35:57Abandono de Yanomami,
00:35:59ONGs,
00:35:59internacionais
00:36:00querendo interferir,
00:36:01forma criminosa,
00:36:02como se demarcou
00:36:03a posição de só
00:36:04como botou o ministro,
00:36:05aí entrou
00:36:06o Paulo César Quartieiro,
00:36:07que eu tive a honra
00:36:08de trabalhar com ele
00:36:09durante quatro anos,
00:36:10a mesma coisa,
00:36:11a mesma coisa,
00:36:12nós passamos quatro anos
00:36:13perseguidos aqui
00:36:14pelo governo federal
00:36:15e não importa quem seja,
00:36:17não importa quem seja
00:36:18o presidente da república,
00:36:20há um modelo,
00:36:22como colocou bem o ministro,
00:36:23invisível,
00:36:24que ninguém sabe exatamente
00:36:25quem é que nos impede
00:36:26de crescer,
00:36:27de se desenvolver.
00:36:29Então,
00:36:29essa questão do garimpo,
00:36:31isso aqui foi um arranjo social
00:36:33criado por omissão
00:36:35do governo federal
00:36:36que não cumpriu
00:36:37o seu dever
00:36:37de zelar
00:36:39pelos garimpeiros
00:36:39brasileiros
00:36:40na Amazônia.
00:36:42Ele não cumpriu
00:36:43o seu dever
00:36:43de cuidar
00:36:45do cidadão
00:36:46que na grande maioria,
00:36:47e aí eu queria
00:36:48até falar
00:36:48para o presidente Lula,
00:36:49o senhor disse
00:36:50que é o presidente
00:36:51dos trabalhadores
00:36:52do nordestino,
00:36:53Roraima é composto
00:36:54na grande maioria,
00:36:55sua esmergadora maioria
00:36:56de população
00:36:57do nordestino
00:36:58lá do Maranhão,
00:37:00onde o seu ministro
00:37:01Flávio Dino
00:37:01está vindo acusar
00:37:02de cometer crime
00:37:03contra a humanidade.
00:37:05São os maranhenses
00:37:06que foram abandonados
00:37:07pela miséria,
00:37:08fome,
00:37:08que atacou o nordeste
00:37:10e fugiram para cá
00:37:11através de buscar
00:37:12no sonho
00:37:14a esperança
00:37:14de se desenvolver,
00:37:15que são hoje
00:37:16os acusados
00:37:17de cometer crimes
00:37:18contra a humanidade.
00:37:20E isso aplaudido
00:37:21pelo Vaticano,
00:37:22aplaudido
00:37:23pelas ONGs internacionais,
00:37:25eu inclusive
00:37:25fui na Polícia Federal,
00:37:27está aqui a denúncia,
00:37:27vou mandar para ti,
00:37:29existe uma comunidade
00:37:30chamada Palimiu,
00:37:32e essa não sai na Globo.
00:37:33Palimiu é uma comunidade
00:37:35chamada de os americanos,
00:37:37porque os índios,
00:37:37ao contrário dos índios
00:37:38Anomami,
00:37:39eles são bem nutridos,
00:37:40tudo bonitinho,
00:37:41loirinho,
00:37:42e eu achei
00:37:42que aquela relação
00:37:43entre os índios
00:37:45e os missionários lá
00:37:47não está muito correta,
00:37:49não há uma fiscalização
00:37:50para saber
00:37:50como de repente
00:37:51não é
00:37:52genético
00:37:53do índio Anomami,
00:37:54de repente
00:37:55nasceram os índios
00:37:55branquinhos,
00:37:56lourinhos,
00:37:57está totalmente fora
00:37:58do padrão dos outros.
00:38:00Então isso cabe
00:38:00à investigação,
00:38:01pedir à Polícia Federal
00:38:02que apurasse isso.
00:38:04Então a gente
00:38:05tem que
00:38:06botar as coisas claras,
00:38:08eu sigo bastante
00:38:09aqui o nosso ministro,
00:38:11é um baluarte
00:38:12nessa questão,
00:38:13é um defensor
00:38:14do que sobrou
00:38:14de nacionalismo
00:38:15desse país,
00:38:17e a gente está aqui
00:38:18em Roraima
00:38:18lutando
00:38:18para sobreviver.
00:38:21Tem uma imagem
00:38:23forte
00:38:24que também rodou
00:38:26aí o Brasil inteiro,
00:38:27o mundo,
00:38:29imagem aqui
00:38:30de 2021,
00:38:33que foi
00:38:33de uma espécie
00:38:34de protesto,
00:38:35que os garimpeiros
00:38:36fizeram lá
00:38:38no Rio Madeira.
00:38:40Põe na tela,
00:38:40por favor,
00:38:41Freitas.
00:38:45E o que foi isso aí?
00:38:46Você tem conhecimento
00:38:47disso, Jair?
00:38:49São garimpeiros,
00:38:51e outra coisa,
00:38:52aí eu também abro
00:38:52para o ministro,
00:38:54a gente tem muita
00:38:54denúncia nova
00:38:55do uso
00:38:56dos garimpeiros
00:38:57aí também
00:38:58pelo crime organizado,
00:38:59até o PCC
00:39:00agora já botou
00:39:01o pé aí
00:39:02no garimpo.
00:39:04O que vocês sabem
00:39:04disso?
00:39:07Eu não sei nada.
00:39:10Eu sei que...
00:39:11Eu sei que...
00:39:12Se o senhor...
00:39:14Eu sei que o garimpo...
00:39:15Peraí,
00:39:16peraí,
00:39:16peraí,
00:39:16deixa eu ajudar aqui,
00:39:17deixa o ministro falar,
00:39:18aí a gente...
00:39:19Aí você fala, Jair.
00:39:21Ok.
00:39:23Olha,
00:39:23o garimpo
00:39:24é uma atividade
00:39:24antiga no Brasil,
00:39:26o garimpo
00:39:29foi quem deu
00:39:29a Califórnia
00:39:30para os Estados Unidos.
00:39:32Foi a corrida ao ouro
00:39:33na Califórnia
00:39:34e a Califórnia.
00:39:36Aqui foram os garimpeiros
00:39:37que fundaram Cuiabá,
00:39:38que fundaram Goiás.
00:39:39A expansão
00:39:40da fronteira
00:39:42do Brasil
00:39:43no sentido
00:39:44do Oeste,
00:39:45do Ocidente,
00:39:47foi esse povo
00:39:48antigo,
00:39:49bandeirante
00:39:50e outros,
00:39:51atrás de
00:39:52pedra preciosa
00:39:53e de ouro
00:39:54pelo meio do mundo.
00:39:55Então,
00:39:56essa história,
00:39:58ela é antiga.
00:40:00E aqui,
00:40:02na Amazônia,
00:40:04em várias áreas
00:40:05da Amazônia,
00:40:06foram esses nordestinos,
00:40:07tangidos pela dificuldade
00:40:09e pela seca,
00:40:09que vieram para aqui.
00:40:11Primeiro,
00:40:11veio uma leva
00:40:12ainda no século XIX,
00:40:14de Cearense,
00:40:16Paraibão,
00:40:17Alagoano,
00:40:18que vieram aqui
00:40:18no século XIX
00:40:21por causa da porracha.
00:40:22Depois,
00:40:23na Segunda Guerra,
00:40:23o governo organizou
00:40:24um exército
00:40:25de 50 mil
00:40:26nordestinos
00:40:27sertanejos.
00:40:28Eram os soldados
00:40:29da porracha.
00:40:30Meu pai foi um deles
00:40:31e sobreviveu.
00:40:33Dos 50 mil,
00:40:3425 mil
00:40:35foram devorados
00:40:36pela malária,
00:40:37pelos insetos,
00:40:38pelas cobras,
00:40:40por tudo
00:40:40desse mundo
00:40:43hostil
00:40:44e selvagem.
00:40:4525 mil morreram.
00:40:46Nunca foram reconhecidos
00:40:47como combatentes,
00:40:48como deveriam ter sido
00:40:49reconhecidos
00:40:50como combatentes,
00:40:51porque não havia
00:40:52guerra sem borracha.
00:40:53Sem borracha
00:40:54não tem tanque de guerra,
00:40:55não tem navio de guerra,
00:40:56não tem avião de guerra,
00:40:57não tem nada,
00:40:58se não tiver borracha.
00:40:59E foram esses
00:41:00nordestinos
00:41:01que garantiram isso agora.
00:41:03Quando terminou a guerra,
00:41:04os seus remanescentes
00:41:05viraram ribeirinhos.
00:41:06Estão todos eles
00:41:07aqui na beira
00:41:08desses rios.
00:41:09E esses rios,
00:41:10que acolhiam
00:41:11esses ribeirinhos,
00:41:12ou foram transformados
00:41:13em reserva indígena,
00:41:15ou foram transformados
00:41:16em flona,
00:41:16ou foram transformados
00:41:17em área de preservação,
00:41:19e eles expulsos,
00:41:21exilados no seu próprio país,
00:41:24exilados na sua própria terra.
00:41:26Isso está presente
00:41:27aqui em tudo quanto é canto,
00:41:29está certo?
00:41:30Eu vejo isso,
00:41:31toda vez que venham
00:41:32na Amazônia,
00:41:32eu vejo essa realidade
00:41:33desses ribeirinhos
00:41:35abandonados,
00:41:36sem poder pescar,
00:41:37sem poder caçar.
00:41:38Vão fazer o que aqui?
00:41:39Eles vão ser metalúrgicos?
00:41:41Eles vão ser
00:41:42programador de computador?
00:41:45Eles vão ser
00:41:46porteiro de prédio?
00:41:47Eles vão ser o que?
00:41:48Ou eles pescam,
00:41:49caçam,
00:41:51ou eles
00:41:51fazem uma agricultura
00:41:53de sobrevivência
00:41:54ou morrem de fome.
00:41:55Essa é que é
00:41:56a situação por aqui,
00:41:58meus amigos.
00:41:59É uma situação
00:42:00muito difícil.
00:42:01E o governo
00:42:02o que é que faz?
00:42:03Toma conhecimento,
00:42:04porque é uma região
00:42:05muito distante,
00:42:07o Sudeste não sabe
00:42:08o que acontece por aqui,
00:42:10não tem informação correta,
00:42:12o mundo muito menos,
00:42:14e quando você vê,
00:42:15é isso que aconteceu.
00:42:16Tem o rei da Noruega
00:42:17acampado numa terra
00:42:18sem que o Estado brasileiro
00:42:20tome conhecimento disso.
00:42:22Se tivesse um governo
00:42:23com autoridade,
00:42:24expulsava do país.
00:42:26Você imagina o presidente
00:42:27da República
00:42:28entrar numa reserva
00:42:29indígena dos Estados Unidos,
00:42:31da Índia,
00:42:32sem comunicar
00:42:32o governo americano.
00:42:34Existe isso
00:42:35em qualquer lugar do mundo.
00:42:37Existe aqui,
00:42:38onde o
00:42:40grau de soberania
00:42:41ficou muito
00:42:42a desejar,
00:42:43mas aqui
00:42:44que viram
00:42:45protetorado
00:42:46ou de ONGs,
00:42:47está certo?
00:42:47Querem governar
00:42:48a Amazônia
00:42:49no lugar do Estado brasileiro,
00:42:51ou o
00:42:52narcotráfico
00:42:53que está entrando
00:42:54por aqui,
00:42:55e a presença do Estado
00:42:56é uma presença
00:42:57minguada,
00:42:58tirando as Forças Armadas,
00:42:59que tem um pilotão
00:43:00de fronteira aqui,
00:43:01outro acolá,
00:43:01um batalhão
00:43:02de infantaria de selva,
00:43:04uma brigada.
00:43:05O resto
00:43:06não tem presença,
00:43:07entendeu?
00:43:08Então,
00:43:08nós vamos ter muita dificuldade
00:43:10aqui,
00:43:10porque você tem a região
00:43:12mais rica,
00:43:13mais cobiçada.
00:43:14Agora,
00:43:14teve o Congresso Mundial
00:43:15da Biodiversidade,
00:43:16Congresso da ONU,
00:43:1830% da biodiversidade
00:43:22do mundo está aqui,
00:43:23o futuro da indústria
00:43:24química,
00:43:25farmacêutica,
00:43:25de cosméticos,
00:43:26está aqui nessa biodiversidade.
00:43:28O que é que as multinacionais
00:43:29estão fazendo,
00:43:30meus senhores?
00:43:31Registra o DNA
00:43:32dessa biodiversidade,
00:43:34das plantas,
00:43:35dos insetos,
00:43:35dos animais,
00:43:37registra lá fora,
00:43:38sem identificar a origem.
00:43:40Nós não podemos nem cobrar
00:43:41royalties,
00:43:42direitos,
00:43:43que estão sendo registrados
00:43:45no sequenciamento genético
00:43:47dessas plantas
00:43:49e desses animais,
00:43:50sem identificar a origem.
00:43:52E quando?
00:43:53Foram discutir.
00:43:54Só para terminar.
00:43:55Foram discutir o seguinte,
00:43:56que a meta dessa
00:43:57Conferência Mundial
00:43:59de Biodiversidade da ONU,
00:44:01a meta é que
00:44:02o mundo tem que preservar
00:44:0430% da biodiversidade.
00:44:06O Brasil levantou
00:44:07a seguinte coisa,
00:44:08tudo bem,
00:44:09agora,
00:44:10esse cálculo
00:44:11vai ser uma média global
00:44:13ou cada país
00:44:14vai ter que ter
00:44:1530% da biodiversidade?
00:44:18Não,
00:44:18cada país não,
00:44:19é a média global.
00:44:20Porque se você
00:44:21preservou 60%
00:44:22e o seu vizinho
00:44:23não preservou nada,
00:44:25a média dá 30%.
00:44:27Então,
00:44:27o seguinte,
00:44:28o Brasil,
00:44:29a África
00:44:30e a Indonésia
00:44:31preservaram muito,
00:44:32a Europa
00:44:33não tem mais nada
00:44:34nem os Estados Unidos,
00:44:35mas na média do mundo,
00:44:37como não é por país,
00:44:39está certo?
00:44:40A obrigação nossa
00:44:41vai ser maior
00:44:41do que a dos outros.
00:44:42Não,
00:44:43isso não é um mundo
00:44:44que tenha algum nível
00:44:46de equidade
00:44:47e o Brasil
00:44:48não pode aceitar
00:44:50essa situação.
00:44:53O Jailson,
00:44:55pode falar agora.
00:44:58Sobre a questão
00:44:59das denúncias
00:45:02das organizações
00:45:03criminosas,
00:45:05é natural
00:45:06que alguns jovens
00:45:08que frequentaram
00:45:09organizações criminosas,
00:45:11que foram presos,
00:45:11que terminaram
00:45:12seus regimes,
00:45:13tentaram reiniciar
00:45:14a vida,
00:45:16fossem procurar
00:45:18trabalho dentro
00:45:19de garimpo.
00:45:20E hora ou outra,
00:45:21em uma operação
00:45:22do IBAMA,
00:45:23da polícia,
00:45:24se encontra,
00:45:25esse cidadão
00:45:26se identifica,
00:45:27vê a passagem dele
00:45:28pela polícia
00:45:28e descobre
00:45:29que ele teve
00:45:30algum vínculo
00:45:31com essa questão.
00:45:33Mas não há,
00:45:34não há,
00:45:35nenhum movimento
00:45:37de organização
00:45:38do PCC
00:45:39dominando o garimpo
00:45:40como faz
00:45:41a mídia
00:45:42nacional aí
00:45:44falando.
00:45:45Não existe
00:45:46esse domínio.
00:45:47Existe um indivíduo
00:45:48como existe
00:45:49aqui no menor município
00:45:50de Boa Vista,
00:45:51que é o município
00:45:52ali do Iramutã,
00:45:53do Cantar,
00:45:54se você lá,
00:45:54você vai encontrar
00:45:55alguém que era vinculado
00:45:57a algum tipo
00:45:57de organização criminosa.
00:45:58se você tem
00:45:5930 mil pessoas
00:46:01dentro de um espaço,
00:46:02é natural
00:46:02que você vai achar
00:46:03algum membro
00:46:04disso aí.
00:46:04Agora,
00:46:05acusar que essa organização
00:46:07está dominando
00:46:08a situação dela,
00:46:10o poder
00:46:10de tomar as decisões,
00:46:12aí já é uma narrativa
00:46:14para que se coloque
00:46:16todas as outras pessoas
00:46:17incluídas
00:46:18como se fosse
00:46:19parte de uma organização
00:46:21criminosa,
00:46:22né,
00:46:22e isso não procede,
00:46:23é mais uma narrativa
00:46:25para tentar criminalizar
00:46:26todos os garimpeiros
00:46:27de Roraima.
00:46:28Deixa eu te perguntar
00:46:29mais uma coisa,
00:46:30você falou no início
00:46:31da nossa conversa
00:46:32que essa nova explosão
00:46:34do garimpo
00:46:35coincide com a explosão
00:46:36também da imigração
00:46:37venezuelana,
00:46:38e que postos de trabalho
00:46:41dos cidadãos
00:46:43de Roraima
00:46:43foram ocupados,
00:46:46passaram a ser ocupados
00:46:47por venezuelanos
00:46:47que trabalhariam
00:46:49mais ou menos,
00:46:51e aí que esses
00:46:52novos desempregados,
00:46:54cidadãos de Roraima,
00:46:56vários deles
00:46:57foram cooptados
00:47:00ou foram buscar
00:47:01trabalho no garimpo.
00:47:04Como é que é o garimpo
00:47:05hoje?
00:47:05Se você pudesse
00:47:06fazer um raio-x,
00:47:08quem é,
00:47:08quem trabalha no garimpo?
00:47:10Índio trabalha no garimpo?
00:47:12Cidadão comum
00:47:12trabalha no garimpo?
00:47:14Que garimpeiro é esse?
00:47:15É o tradicional,
00:47:16é o antigo,
00:47:17tem novos garimpeiros?
00:47:19Que pessoas são essas?
00:47:21São pessoas só humildes
00:47:23que sempre viveram disso?
00:47:24São pessoas que largam
00:47:26seus empregos
00:47:27nas suas cidades natais
00:47:29e vão para o garimpo
00:47:31naquela famosa
00:47:33corrida do ouro?
00:47:34Se você pudesse,
00:47:35se você conhece
00:47:35por dentro aí,
00:47:37como é que você
00:47:37descreveria
00:47:3810%,
00:47:3930%,
00:47:40como é que é formado
00:47:41o contingente
00:47:43do garimpo
00:47:44hoje em Roraima,
00:47:45considerando esse contingente
00:47:46de 20 mil garimpeiros?
00:47:48Olha,
00:47:49existe uma pequena parte
00:47:52desses garimpeiros
00:47:53que vieram na,
00:47:54como você colocou,
00:47:55na chamada
00:47:56corrida do ouro
00:47:57que vieram de fora,
00:47:58mas é um número
00:47:59muito pequeno disso.
00:48:01A maioria
00:48:01foi exatamente
00:48:02como eu te coloquei
00:48:04aqui no começo
00:48:04da nossa conversa,
00:48:05a migração
00:48:06venezuelana
00:48:07veio para Roraima,
00:48:09nós tivemos
00:48:10sem ajuda
00:48:11de governo,
00:48:12né,
00:48:12que resolveu
00:48:15um problema social,
00:48:16o estado de Roraima
00:48:17entrou em colapso,
00:48:18praticamente o estado
00:48:19faliu,
00:48:20quebrou,
00:48:21e aí,
00:48:23como o venezuelano
00:48:24passou a oferecer
00:48:25uma mão de obra
00:48:26mais barata,
00:48:28quase que
00:48:28de escravidão,
00:48:29porque tinha gente
00:48:30que trabalhava quase
00:48:31que pelo prato de comida,
00:48:32o pedreiro
00:48:33foi para o garimpo,
00:48:35o carpinteiro
00:48:36foi para o garimpo,
00:48:37o soldador
00:48:38foi para o garimpo,
00:48:38porque todas essas
00:48:39mãos de obras
00:48:40foram ocupadas
00:48:40por venezuelano.
00:48:41Os jovens
00:48:43que trabalhavam
00:48:43na esmagadora maioria
00:48:44em lojas e supermercados
00:48:46foram substituídos
00:48:47por venezuelanos
00:48:48que trabalhariam
00:48:49mais tempo
00:48:49pelo mesmo valor
00:48:50do salário,
00:48:52e aí,
00:48:53esse pessoal
00:48:53foram se arrumando
00:48:55no garimpo,
00:48:56né,
00:48:56essa foi a questão.
00:48:58E isso ocorreu
00:48:59justamente
00:49:00com a explosão
00:49:01da migração
00:49:03venezuelana,
00:49:04porque quando nós
00:49:05recebemos aqui
00:49:0616,
00:49:06em 2016,
00:49:08a explosão
00:49:09de venezuelanos,
00:49:10nenhum governo
00:49:11brasileiro,
00:49:12na época
00:49:12do presidente
00:49:13Michel Temer,
00:49:14sabia o que fazer.
00:49:16E o senador
00:49:16Romero Juca,
00:49:17líder de todos
00:49:18os governos,
00:49:20em uma oposição
00:49:21ferrenha
00:49:22ao governo
00:49:23do estado
00:49:23à época,
00:49:24que era da governadora
00:49:25Sueli e do
00:49:25Paulo César Quartieiro,
00:49:27que era o vice,
00:49:28simplesmente fechou
00:49:29a torneira
00:49:30do governo federal.
00:49:32E aí,
00:49:32a ex-prefeita
00:49:34Tereza,
00:49:35que foi esposa
00:49:36do senador Juca,
00:49:37na época
00:49:38que era prefeito,
00:49:39inventou de dizer
00:49:40que o Brasil
00:49:41ia dar
00:49:42R$ 1.700
00:49:42para cada
00:49:43venezuelano
00:49:45para pagar
00:49:45aluguel
00:49:46e comprar
00:49:46comida.
00:49:47E aí,
00:49:48dobrou o número
00:49:48de venezuelanos,
00:49:50porque os que
00:49:50estavam aqui
00:49:51avisou os que
00:49:52estavam na
00:49:52Venezuela
00:49:52que cada
00:49:53venezuelano
00:49:54aqui ia receber
00:49:54R$ 1.700.
00:49:56Foi outra
00:49:57gigantesca
00:49:58massa de
00:49:59imigrantes
00:49:59vindo para cá.
00:50:00E no estado
00:50:01de miséria,
00:50:02a gente viu
00:50:02aqui como
00:50:03nosso estado
00:50:05convido
00:50:07qualquer cidadão
00:50:08a fazer
00:50:08uma pesquisa
00:50:09para você ver
00:50:10os índices
00:50:10de violência
00:50:11do estado
00:50:11de Roraima
00:50:12nesse período.
00:50:14E aí,
00:50:15quando as pessoas
00:50:16começaram a ir
00:50:17para o garimpo,
00:50:18começou a desafogar
00:50:19a questão
00:50:19dessa explosão
00:50:21social que teve
00:50:21aqui.
00:50:22Então,
00:50:22foi um arranjo
00:50:23social que a
00:50:24população
00:50:25terminou
00:50:26conseguindo
00:50:27pela ausência,
00:50:29omissão
00:50:29de um governo.
00:50:31Tanto
00:50:31para resolver
00:50:32a questão
00:50:33da migração
00:50:33venezuelana,
00:50:34porque a operação
00:50:35acolhida
00:50:35não atendia
00:50:37o número
00:50:37de venezuelanos,
00:50:38tanto que o empresário
00:50:39Carlos Vítio
00:50:39veio para cá,
00:50:40se mudou
00:50:41praticamente
00:50:41para Boa Vista,
00:50:42foi quem mais
00:50:43fez a transferência
00:50:45de imigrantes
00:50:45venezuelanos,
00:50:46até mais que o governo
00:50:47federal,
00:50:48se você comparar
00:50:49com recursos próprios,
00:50:50eles se virando
00:50:51para arrumar
00:50:51essa questão.
00:50:53E nós tivemos
00:50:54aqui praticamente
00:50:54um colapso
00:50:55e as pessoas
00:50:56arrumaram o garimpo
00:50:57como uma forma
00:50:57de sobreviver.
00:50:59Essa é
00:50:59a questão
00:51:00do garimpo
00:51:02de Roraima.
00:51:04Tá bom.
00:51:06Obrigado
00:51:06pela tua participação
00:51:09aqui,
00:51:10Jailson,
00:51:12e o programa,
00:51:13a gente vai permanecer
00:51:14cobrindo esse tema,
00:51:15me parece que o tema
00:51:16terá desdobramentos,
00:51:17você mencionou no início
00:51:18aí de um pedido
00:51:19de CPI
00:51:20do genocídio indígena,
00:51:21vamos acompanhar.
00:51:22Muito obrigado aí,
00:51:24aí a gente
00:51:25se fala.
00:51:25vou ainda fazer
00:51:26uma última pergunta
00:51:28aqui para o
00:51:29ministro Aldo Rebelo.
00:51:30Ministro,
00:51:31o senhor colocou
00:51:32a coisa de uma forma
00:51:33muito interessante
00:51:34quando o senhor
00:51:34falou aí dos nordestinos,
00:51:36considerando o que a gente
00:51:37tem hoje
00:51:38o presidente Lula
00:51:39aí governando,
00:51:41que fala muito
00:51:42em defender
00:51:42os trabalhadores
00:51:43e nessa situação
00:51:45parece claro
00:51:46a criminalização
00:51:47do trabalhador,
00:51:48o garimpeiro,
00:51:49e essa romantização
00:51:51do indígena,
00:51:52de um indígena,
00:51:53de um índio selvagem
00:51:55que me parece
00:51:56que já não existe,
00:51:58pelo menos não
00:51:59nessa quantidade
00:51:59nessa região.
00:52:03É um contrassenso,
00:52:04e aí quando
00:52:06a gente vê
00:52:07toda essa,
00:52:08hoje inclusive
00:52:09o Lula
00:52:10está recebendo
00:52:11aqui
00:52:12o chanceler alemão
00:52:14para tratar
00:52:15disso também,
00:52:15doação,
00:52:17a gente vê
00:52:17por anos e anos
00:52:18doações,
00:52:19doações,
00:52:19doações
00:52:20para fundo Amazônia,
00:52:21para várias
00:52:23outras entidades,
00:52:25enfim,
00:52:26e quando o senhor
00:52:27coloca essa questão
00:52:28da presença
00:52:29de lideranças
00:52:31estrangeiras,
00:52:32de ONGs
00:52:33estrangeiras,
00:52:34travestidas
00:52:35de fazer um trabalho
00:52:38aí que na verdade
00:52:38tem biopirataria
00:52:40envolvida,
00:52:43o governo Lula
00:52:44é um governo
00:52:45entreguista
00:52:45nesse sentido,
00:52:47quando tem
00:52:48essa postura,
00:52:50como é que o senhor
00:52:50enxerga,
00:52:51como é que o senhor
00:52:51analisa a postura
00:52:53do governo Lula
00:52:54em relação
00:52:54a essa questão?
00:52:56Eu fui
00:52:57membro do
00:53:01Conselho de
00:53:01Administração
00:53:02do BNDES,
00:53:04como ministro
00:53:04da Ciência e
00:53:05Tecnologia,
00:53:06eu tinha
00:53:07assento
00:53:08no Conselho
00:53:08de Administração
00:53:09do BNDES,
00:53:11e me interessei
00:53:12naturalmente
00:53:13em,
00:53:15e depois
00:53:15como ministro
00:53:16da Defesa,
00:53:17eu continuei
00:53:18tendo assento
00:53:19no Conselho
00:53:19de Administração
00:53:20do BNDES,
00:53:21e tinha interesse
00:53:22em ver
00:53:24como esses recursos
00:53:25do chamado
00:53:26Fundo Amazônia,
00:53:27que estavam
00:53:28depositados
00:53:29no BNDES,
00:53:30poderiam ser
00:53:31utilizados
00:53:32para projetos
00:53:33de desenvolvimento
00:53:33científico,
00:53:35tecnológico,
00:53:36de vivificação
00:53:37das fronteiras,
00:53:39no projeto
00:53:39Cair a Norte
00:53:40do Ministério
00:53:40da Defesa,
00:53:41e fui lá
00:53:42no Ministério,
00:53:42eu era no Conselho
00:53:43de Administração,
00:53:44e falei com o diretor
00:53:45que era responsável
00:53:46por cuidar
00:53:47desses recursos,
00:53:48ele disse,
00:53:49não,
00:53:49o BNDES
00:53:50não tem interferência
00:53:50nenhuma
00:53:51nesses recursos,
00:53:52existe um diplomata
00:53:54da Embaixada
00:53:54da Noruega
00:53:55que junto
00:53:56com as ONGs
00:53:56decide o que fazer
00:53:57desse recurso,
00:53:59essa que é a situação,
00:54:01esses recursos
00:54:02não se destinam
00:54:03a desenvolver
00:54:04a Amazônia,
00:54:05esses recursos
00:54:06se destinam
00:54:07a congelar
00:54:09uma situação
00:54:11de poder mundial,
00:54:13que destina
00:54:14os recursos
00:54:15naturais
00:54:17ainda disponíveis
00:54:18do mundo
00:54:19para quem é
00:54:19desenvolvido
00:54:20e congela
00:54:22aquele que ainda
00:54:23não se desenvolveu
00:54:25e que não terá
00:54:26acesso a esses
00:54:26recursos naturais,
00:54:28é isso,
00:54:29por que é que tem
00:54:30tanta ONG
00:54:30na Amazônia?
00:54:32Por quê?
00:54:33Porque elas não estão
00:54:34em São Paulo
00:54:34defendendo
00:54:35o fim da poluição
00:54:37do Tietê,
00:54:38onde tem milhões
00:54:39de pessoas
00:54:39que despejam
00:54:40o seu esgoto
00:54:41no Tietê,
00:54:41porque não tem
00:54:42uma ONG por lá,
00:54:43porque não tem
00:54:43uma cuidando
00:54:44do semiárido
00:54:45do Nordeste,
00:54:46onde frequentemente
00:54:47a seca dizima
00:54:49os animais
00:54:49e atinge
00:54:51profundamente
00:54:52os sertanejos
00:54:53do Nordeste.
00:54:54Por que estão
00:54:55todas concentradas
00:54:56aqui?
00:54:56Por que estão
00:54:57espalhadas
00:54:58pela Amazônia?
00:54:59Como se fosse
00:55:00um governo
00:55:01paralelo
00:55:01da Amazônia.
00:55:02Por que o seguinte?
00:55:04Porque o estilo
00:55:05de vida
00:55:06dos índios
00:55:08e das populações
00:55:10ribeirinhas
00:55:10de baixa
00:55:12emissão
00:55:12de carbono,
00:55:14de baixo
00:55:14padrão
00:55:15de vida,
00:55:16corresponde
00:55:17ao ideal
00:55:18da Europa
00:55:19e dos Estados Unidos
00:55:20para o resto
00:55:21do mundo.
00:55:22Então,
00:55:23o seguinte,
00:55:23eles emitem,
00:55:25eles consomem,
00:55:26eles têm
00:55:27um padrão
00:55:27de vida
00:55:28com os picos
00:55:29de desperdício,
00:55:31de exagero,
00:55:32de cinco carros
00:55:33na garagem
00:55:34de cada americano,
00:55:35e aqui
00:55:35você não tem
00:55:36direito nem
00:55:37de botar
00:55:37querosene
00:55:38numa canoa
00:55:39para andar
00:55:40para cima
00:55:41e para baixo.
00:55:43O tipo
00:55:45de vida
00:55:45idealizado
00:55:46aqui,
00:55:47a santuarização
00:55:48da Amazônia,
00:55:50corresponde
00:55:51a um ideal
00:55:51do mundo
00:55:52desenvolvido.
00:55:54Eles emitem
00:55:55carbono
00:55:56nos Estados Unidos
00:55:57e na Europa
00:55:57Ocidental
00:55:58e nós
00:55:59sequestramos
00:56:00carbono
00:56:00com as nossas
00:56:01florestas.
00:56:02Essa é a divisão
00:56:03internacional
00:56:04do trabalho.
00:56:05Vem agora
00:56:05o presidente
00:56:06da Alemanha,
00:56:07Cláudio,
00:56:07a Alemanha decidiu
00:56:09aumentar o consumo
00:56:10do pior combustível
00:56:11fóssil do mundo,
00:56:12que é o carvão.
00:56:14Prenderam lá
00:56:15aquela moça sueca
00:56:16que foi lá protestar
00:56:17contra o uso do carvão,
00:56:18meteram ela no xadrez,
00:56:20não tem conversa.
00:56:21Aqui,
00:56:22não.
00:56:23Ou seja,
00:56:24o embaixador Araújo Castro,
00:56:26que foi o nosso
00:56:27chefe
00:56:28de missão
00:56:29na primeira
00:56:30Conferência Mundial
00:56:31do Clima,
00:56:32que foi em Estocolmo,
00:56:33em 1972,
00:56:36ele cunhou
00:56:37essa expressão,
00:56:38congelamento
00:56:39do poder mundial.
00:56:41E como é que
00:56:41na visão dele
00:56:42se congelava
00:56:43o poder mundial?
00:56:45Quem se desenvolveu,
00:56:46se desenvolveu
00:56:47e vai ter os recursos
00:56:48naturais
00:56:49à sua disposição
00:56:50e quem não se desenvolveu
00:56:52vai ter uma vida
00:56:54de coletor
00:56:55e caça,
00:56:55e não é nem caçador,
00:56:57só coletor.
00:56:58então você vai ter
00:56:59que coletar
00:57:00castanha,
00:57:01você vai ter que
00:57:02coletar seringa
00:57:03para sobreviver
00:57:04porque você
00:57:05não tem acesso
00:57:06ao padrão de vida.
00:57:07Agora eu pergunto,
00:57:08como é que você
00:57:09abre um curso
00:57:10de engenharia
00:57:12de petróleo
00:57:13na Universidade Federal
00:57:14do Pará
00:57:15e proíbe
00:57:16prosseguição
00:57:17de petróleo
00:57:18na bacia do Amazonas?
00:57:19Como é que você
00:57:22cria um curso
00:57:23de veterinária
00:57:24na Universidade Federal
00:57:25do Pará
00:57:25em Marabá
00:57:26em Altamira
00:57:27em Santarém
00:57:28e quer proibir
00:57:30a pecuária
00:57:31na Amazônia?
00:57:32Como é que você
00:57:33cria um curso
00:57:33de engenharia florestal
00:57:35e quer proibir
00:57:36a indústria de madeira?
00:57:37Como é que você
00:57:38cria um curso
00:57:39de agronomia
00:57:41e quer proibir
00:57:42a atividade agrícola?
00:57:44Isso é uma coisa
00:57:44de esquizofrenia
00:57:47do Estado.
00:57:48Um Estado
00:57:49cria a universidade
00:57:50e o outro Estado
00:57:51não dá perspectiva
00:57:52pro aluno
00:57:53que estuda nela.
00:57:54É uma situação
00:57:55muito difícil
00:57:56a que nós vivemos
00:57:57aqui na nossa
00:57:59querida Amazônia,
00:58:01que ao mesmo tempo
00:58:02a grande promessa
00:58:03do Brasil
00:58:04de solução
00:58:05para os nossos problemas
00:58:06e também pode ser
00:58:07um grande problema
00:58:08diplomático
00:58:09e de segurança nacional
00:58:10se nós não tivermos cuidado.
00:58:13Eu ia te perguntar
00:58:14por fim
00:58:14se a Amazônia é nossa,
00:58:15mas o senhor já respondeu.
00:58:17O senhor tem medo
00:58:18de ser cancelado
00:58:19pela esquerda?
00:58:21O senhor,
00:58:22que é um homem
00:58:22que vem da esquerda,
00:58:23sua origem política,
00:58:25e de repente
00:58:25fazendo esse confronto
00:58:26direto
00:58:27com uma postura,
00:58:29uma narrativa
00:58:30que está sendo posta
00:58:32e alimentada
00:58:33por um governo
00:58:34de esquerda?
00:58:36Não,
00:58:36porque a minha posição
00:58:37sempre foi essa.
00:58:39Eu sempre fui nacionalista,
00:58:40eu era ministro
00:58:41do governo
00:58:42do presidente Lula
00:58:43quando disse a ele,
00:58:44aliás,
00:58:45não só eu,
00:58:46na época o ministro
00:58:47Zé Dirceu
00:58:47defendeu a mesma posição,
00:58:49que era um erro,
00:58:50um erro,
00:58:51a demarcação
00:58:52em área contínua
00:58:54dessa reserva
00:58:56de Roraima,
00:58:57da reserva
00:58:57Yanomami de Roraima,
00:58:59da Yanomami não,
00:59:00era outra reserva,
00:59:02a Raposa Serra do Sol.
00:59:03Eu disse a ele,
00:59:04na época,
00:59:05em reunião de ministros,
00:59:06escrevi contra isso
00:59:08no jornal
00:59:08Estado de São Paulo,
00:59:10em outros jornais,
00:59:11falei publicamente
00:59:12contra isso,
00:59:13dizendo que era um erro,
00:59:14que era um equívoco
00:59:15quando era ministro
00:59:17do governo dele.
00:59:18Depois,
00:59:19ainda como líder
00:59:20do governo,
00:59:21eu fui o relator
00:59:22da lei de biossegurança
00:59:24dos transgênicos,
00:59:26disputando com a ministra
00:59:27Marina,
00:59:27que era do meio ambiente,
00:59:28que não queria lei,
00:59:30e nós conseguimos
00:59:31derrotá-la
00:59:31dentro da Câmara
00:59:33dos Deputados,
00:59:34eu líder do governo,
00:59:35do governo do presidente Lula.
00:59:37Depois eu fui relator
00:59:38do Código Florestal,
00:59:39na base do governo
00:59:40da presidente Dilma.
00:59:42e depois que eu fui
00:59:43relator do Código Florestal,
00:59:45isso não impediu
00:59:46que eu virasse ministro
00:59:47do esporte,
00:59:49onde fiquei quatro anos,
00:59:50depois fiquei ministro
00:59:51da Ciência e Tecnologia,
00:59:52ministro da Defesa,
00:59:53mas defendendo
00:59:54as minhas posições,
00:59:55sempre com convicção,
00:59:57com respeito,
00:59:57mas com segurança.
00:59:59Nunca me omiti
01:00:01quando a questão
01:00:03da soberania nacional
01:00:04esteve em jogo,
01:00:07não.
01:00:07Então,
01:00:08por essa razão,
01:00:09eu enfrento o debate,
01:00:10está certo?
01:00:11respeitosamente,
01:00:12porque defendo
01:00:12os interesses do nosso país,
01:00:14defendo os interesses
01:00:15dos índios,
01:00:16defendo os interesses
01:00:17dos ribeirinhos,
01:00:18defendo os interesses
01:00:18dos agricultores,
01:00:20defendo os interesses
01:00:20dos criadores,
01:00:22porque acho que todos eles
01:00:23são interesses do Brasil.
01:00:25perfeito.
01:00:27Ex-ministro da Defesa,
01:00:29Aldo Rebelo,
01:00:30com a trajetória política
01:00:31que não precisa
01:00:33de apresentação,
01:00:34o senhor mesmo já repetiu
01:00:35ela agora aqui,
01:00:36ex-deputado federal também,
01:00:37ex-presidente da Câmara,
01:00:38muito obrigado
01:00:39pela sua presença aqui.
01:00:40O programa
01:00:40permanece aberto
01:00:42para futuras colaborações.
01:00:43Eu acho que esse debate
01:00:44ainda nos tomará
01:00:47bastante tempo
01:00:48aí da agenda pública.
01:00:49Legenda Adriana Zanotto

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