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"É hora de a nova direita se repensar", diz Josias Teófilo
O Antagonista
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Cineasta comenta as consequências das invasões das sedes dos Três Poderes para os movimentos de direita no Brasil.
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00:00
Josias, você que fez o documentário Nem Tudo Se Desfaz,
00:05
um raio-x de todas as manifestações violentas e pacíficas ao longo da última década.
00:14
Nós conversamos no podcast, no CD Talks, na entrevista que fizemos eu, você e o André Marinho,
00:20
naquele bate-papo, e você mencionou justamente essa constante tentativa
00:25
de se criar bodes expiatórios para essa violência que está latente.
00:31
Inclusive, você, antes mesmo de termos o resultado eleitoral,
00:35
você já alertava de que a violência não terminaria com o resultado da eleição.
00:40
Então, eu vou aqui passar um trecho do seu documentário,
00:44
e aí, na sequência, você, por favor, fique à vontade para analisar toda essa situação
00:49
em função dos eventos de ontem.
00:51
Produção?
00:55
Produção?
01:25
Produção?
01:26
Produção?
01:27
Produção?
01:28
Atativa da extrema esquerda de se apropriar das manifestações, a massa se dispersa.
01:54
Pouco a pouco, os protestos mingam para continuar.
02:24
Legenda Adriana Zanotto
02:54
Pois é, interessante a semelhança desse trecho com o que nós vimos hoje, ontem,
03:04
porque, de fato, a violência acabou dando um fechamento às jornadas de junho de 2013
03:12
e teve um fim melancólico.
03:17
Então, se você for ver a crescente de tensão que veio desde a eleição,
03:22
ela parece que agora chegou a um auge.
03:27
E aí tem tudo a ver com essa classificação do Elias Canetti,
03:32
no livro Massa e Poder, que é uma referência fundamental para o filme,
03:36
e o filme é todo com frases do Elias Canetti.
03:40
E as massas, elas tendem...
03:42
Qual é a psicologia? O que é que faz as pessoas se juntarem a uma massa?
03:46
É exatamente o fato de que o ser humano teme o outro,
03:53
ele tem medo do desconhecido.
03:55
Só que na massa, o medo do desconhecido é invertido.
03:59
Então, o ser humano na massa, ele tem a capacidade de fazer coisas que ele sozinho não faria.
04:05
Então, é aí esse aspecto destrutivo dessas massas,
04:09
tanto de 2013 como agora, de 2023.
04:13
E é muito curioso que está fazendo exatamente 10 anos agora,
04:17
as jornadas de junho,
04:18
e que culminaram naquilo.
04:22
Então, e aí observe que o que diferenciou
04:27
as manifestações de direita após as jornadas de junho de 2013,
04:32
que se separaram das de esquerda, né?
04:36
Exatamente, elas serem pacíficas.
04:39
Então, junho de 2013 estava todo mundo junto,
04:43
tanto os patriotas como os esquerdistas,
04:45
e os embates se davam na rua.
04:48
Só que aí, em 2014, já contra a Dilma, reeleita,
04:52
nos primeiros meses dela reeleita,
04:54
já começaram as manifestações,
04:57
e elas vão crescendo em 2015,
05:00
até o impeachment em 2016,
05:01
e depois as manifestações pela prisão de Lula,
05:06
até 2017 mesmo,
05:09
e as manifestações pela eleição do Bolsonaro em 2018.
05:13
Então, a característica é,
05:14
as manifestações de direita eram pacíficas.
05:17
Então, parece que fechou-se um arco
05:20
em que, em 2023,
05:23
as manifestações de direita se encontraram
05:26
com as de junho de 2013, né?
05:28
E, infelizmente, no seu pior aspecto,
05:30
que é o da violência, né?
05:32
Então, o que mostra um contexto social
05:35
de um conflito profundo, né?
05:37
Então, as pessoas realmente estão indignadas,
05:40
e parte do que elas estão indignadas
05:42
é justo, né?
05:44
O que não é correto é a forma com que eles fizeram, né?
05:47
É uma forma destrutiva
05:49
e uma forma que produziu o efeito oposto
05:51
do que eles pretendiam, né?
05:53
Muitos deles estavam protestando contra o quê?
05:57
Contra os excessos do judiciário,
06:01
especialmente de Alexandre de Moraes.
06:03
E o que é que esse evento de ontem
06:05
produziu muito mais,
06:07
vai produzir ainda mais repressão, né?
06:10
Inclusive contra a gente
06:11
que não tem diretamente a ver com isso, né?
06:14
Gente de outras partes do Brasil.
06:15
Eu queria ressaltar uma coisa também.
06:17
Eu acho que muita gente
06:18
que acabou participando dessas manifestações
06:22
não tinha ideia de que elas terminariam dessa forma, né?
06:26
E aí eu acho que o próprio governador
06:28
do Distrito Federal também não tinha ideia.
06:31
Por quê?
06:31
Porque as manifestações de direita
06:33
tendiam a ser pacíficas.
06:36
Então, a gente não tinha essa ideia
06:37
de que isso ia acontecer.
06:38
Eu mesmo não imaginava.
06:40
Então, mas evidentemente tinha gente ali
06:42
que estava preparando uma coisa
06:44
com o objetivo de produzir uma ruptura.
06:47
E isso não aconteceu.
06:49
O efeito foi oposto, né?
06:51
E o efeito tem sido lamentável
06:53
para os próprios,
06:55
para a própria nova direita, né?
06:57
Eu acho que aí tem um marco fundamental
06:59
da nova direita.
07:00
Chegou a hora de fazer um...
07:02
de repensar muita coisa,
07:04
de repensar a participação de certas pessoas,
07:07
de repensar as ações
07:10
e de pensar também nessa parte cultural, né?
07:13
Porque a coisa é como se não houvesse consenso
07:21
sobre as ações, né?
07:22
É como se fosse uma massa despreparada,
07:26
uma massa irracional,
07:28
uma massa que não tem o mínimo de consenso
07:31
e pensamento para agir
07:33
e a coisa termina estourando dessa forma
07:35
totalmente inadequada, né?
07:37
Inclusive destruindo o patrimônio,
07:39
o patrimônio da princesa Isabel,
07:42
o patrimônio que estava ali naqueles palácios, né?
07:45
Então, é um triste fim
07:48
para aquelas manifestações
07:51
que tinham por características
07:53
serem pacíficas,
07:55
mas eu acho que começou uma compreensão
07:56
de que manifestação pacífica
07:58
não serve para nada.
07:59
Só que elas servem, né?
08:01
O impeachment,
08:03
ele aconteceu principalmente
08:05
por causa das manifestações de rua, né?
08:09
Então, agora observe,
08:10
eu tenho notado uma coisa,
08:13
a Praça dos Três Poderes,
08:14
ela foi feita para se poder circular livremente,
08:18
inclusive por baixo dos prédios.
08:20
Esse é um preceito básico do modernismo, né?
08:22
Então, inclusive por baixo do Palácio do Planalto,
08:25
e se podia subir ali em cima, né?
08:28
Logo na inauguração de Brasília,
08:29
o povo subiu ali,
08:31
mas aí ficou perigoso, proibiram.
08:32
Mas o fato é que primeiro construíram
08:35
o espelho d'água
08:36
embaixo do Palácio do Planalto, né?
08:39
Que isso aconteceu depois que uma pessoa de carro
08:43
tentou invadir o palácio
08:44
para causar um dano e tal,
08:49
e aí construíram o espelho d'água.
08:51
Depois se colocaram as barricadas,
08:54
isso foi em junho de 2013,
08:55
essa é data muito significativa,
08:57
e não se tirou mais as barricadas.
08:59
Agora o que vão fazer?
09:01
Vão construir muros na Praça dos Três Poderes?
09:05
Aí fica uma questão,
09:07
porque aquela arquitetura
09:09
que foi feita, inclusive,
09:12
para as pessoas circularem,
09:14
para as pessoas poderem se apropriar
09:17
do próprio espaço público, né?
09:19
Você veja a cidade de Brasília,
09:21
ela resolve um problema básico
09:22
da arquitetura e do urbanismo,
09:24
que é quando você vive
09:27
num ambiente muito grande,
09:29
com o pé direito muito alto,
09:31
o ser humano se perde ali dentro,
09:32
ele não se sente confortável, né?
09:34
Então, essa é a cena final do Cidadão Kane,
09:38
ele ali, aquele homem riquíssimo,
09:40
no meio de um palácio imenso,
09:42
e ele está ali perdido,
09:44
e solitário, e triste.
09:45
Então, Brasília tem dois eixos,
09:47
o eixo rodoviário,
09:49
que é o eixo das pessoas,
09:50
que só pode ter prédio até seis andares,
09:52
que é o eixo da proporção humana,
09:54
e tem o eixo monumental,
09:55
que é o eixo das grandes coletividades,
09:58
dos prédios públicos, né?
10:00
Então, isso foi feito pensando na presença do povo,
10:05
e, entretanto, a presença do povo
10:07
tem sido um problema cada vez maior.
10:10
Isso mostra o medo que os políticos têm do povo
10:14
nas ruas, né?
10:15
Começou, aí está 2013.
10:17
E aí é muito interessante você notar
10:19
que 2013 é, de fato, o ano que nunca acabou,
10:22
como se falava de maio de 64, né?
10:27
É o ano que não acabou.
10:30
E quem não gosta de 64,
10:31
diz, é o ano que não parou de encher o saco.
10:34
Ele nunca mais acabou,
10:35
ele continua para sempre.
10:37
Em 2013 está aparecendo isso,
10:39
a gente está vendo aí, ainda, 2013,
10:42
e o trecho do filme que vocês viram
10:44
é muito parecido,
10:46
e tem um caráter também desse fim melancólico, né?
10:49
Tanto do bolsonarismo,
10:51
como o Cláudio falou,
10:53
é a data do fim do bolsonarismo,
10:55
pode ser, né?
10:56
E, de fato, aí a nova direita
11:01
vai ter que descobrir outros caminhos
11:03
que não sejam pela ação direta, né?
11:05
Agora, observe uma coisa,
11:06
a esquerda também passou por esse caminho, né?
11:11
Você vê, a esquerda teve um governo
11:13
que foi o de João Goulart,
11:15
e logo depois veio a ditadura, o golpe,
11:20
e a esquerda tentou agir diretamente com a guerrilha, né?
11:27
E não conseguiu.
11:28
E aí eles optaram, por quê?
11:30
Por trabalhar através da cultura.
11:32
E nisso eles foram muito bem-sucedidos,
11:34
porque eles conseguiram uma hegemonia cultural
11:37
ao longo das décadas,
11:39
que já começou ainda na época da ditadura.
11:41
Porque, se você for ver,
11:42
os principais cineastas brasileiros
11:45
na época da ditadura já eram de esquerda,
11:48
já perseguiam gente por não ser de esquerda,
11:51
isso acontecia na música também.
11:54
Então, a direita poderia pensar nisso também, né?
11:58
Ou seja, agir diretamente...
12:01
É o problema de se desconhecer a própria história, né?
12:06
Eu estava conversando mais cedo aqui
12:08
com alguns interlocutores justamente sobre isso.
12:11
E Augusto fica também à vontade de comentar, né?
12:13
Nós...
12:14
Não adianta avisarmos.
12:16
Nós estamos falando aí de um ciclo que já...
12:18
Esse ciclo atual nosso já tem 10 anos.
12:20
E todo o período do regime militar,
12:24
ele...
12:25
A escalada da violência,
12:28
do fechamento, do endurecimento do regime,
12:30
ela acontece junto com a escalada
12:32
da resistência, vamos dizer assim,
12:35
ou da violência política
12:36
também por parte da esquerda,
12:38
como você mencionou.
12:40
Então, vamos para a guerrilha.
12:41
Aí o pau come.
12:42
Guerrilha urbana, guerrilha rural.
12:43
E aí você tem uma sociedade inteira
12:46
prejudicada por causa desses grupelhos.
12:50
Quer dizer, o problema justamente
12:52
é o dano colateral que se tem.
12:55
Por quê?
12:56
Porque se escala na violência,
12:58
sendo que a violência vai resolver
12:59
a violência de um lado vai resolver
13:01
a violência do outro,
13:03
e se escala nessa violência,
13:04
só que você tem um poder institucional.
13:07
Quem tem na mão o poder
13:08
vai exercer esse poder
13:09
para além do limite,
13:12
quando há um abuso do outro lado,
13:15
quando há também a extrapolação do outro lado.
13:17
E o que se tem é um fechamento.
13:19
Na decisão ontem do Alexandre Moraes,
13:24
ele proíbe a entrada de ônibus.
13:27
Eu até revi,
13:28
quando eu fiz a primeira leitura ontem à noite,
13:32
depois fiquei preocupado,
13:33
revi, reli para entender.
13:35
Aí ele falou,
13:36
não, ele delimitou,
13:38
ele proibiu que ônibus
13:40
com manifestantes,
13:41
com pessoas entrem em Brasília.
13:44
Proibiu isso até o fim do mês,
13:47
até dia 31 de janeiro.
13:48
Não sei se vai renovar,
13:50
mas eu fiquei pensando,
13:51
num primeiro momento,
13:52
falei,
13:53
ué, ele proibiu,
13:53
não vai ter mais então
13:54
como qualquer pessoa se manifestar,
13:57
como qualquer grupo se manifestar
13:58
daqui para frente em Brasília,
14:01
porque eles serão bloqueados
14:01
pela polícia rodoviária
14:02
na entrada da cidade.
14:05
Aí quando eu vi,
14:05
não, não,
14:06
isso está restrito a 30 dias.
14:08
Mas quem garante que isso ficará?
14:10
Se nós continuarmos avançando
14:12
nessa espiral de violência,
14:15
daqui a pouco ninguém mais vai poder se manifestar.
14:17
Daqui a pouco as pessoas não vão poder se reunir,
14:20
né, Augusto?
14:21
As pessoas na esquina,
14:22
não pode ter mais de três, quatro pessoas.
14:24
Quer dizer, a gente está regredindo.
14:28
Esse caminho não é bom.
14:31
Esse caminho já se mostrou
14:33
um caminho equivocado.
14:38
E aí
14:40
E aí
14:56
E aí
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