Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
A negação de um acordo de cessar-fogo por parte do Irã coloca em xeque as recentes declarações do presidente dos Estado Unidos, Donald Trump. No Direto ao Ponto, a bancada de especialistas analisa se as declarações são uma "guerra retórica" ou um sinal de escalada real no Oriente Médio. Eles também refletem sobre o posicionamento do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nos conflitos recentes na região.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/TFb5Z8JJjg4

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/@jovempannews/

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Priscila, eu quero que você analise também, sob o seu ponto de vista, o que foi trazido aqui pela professora Karina
00:06sobre a necessidade de manutenção desse poder por Benjamin Netanyahu e o quanto isso guia também as decisões e atitudes que ele vem tomando.
00:16Bom, vamos só trazer uma informação aqui, eu fico com a mídia oriental também aberta,
00:20então acabou de sair na rede social efetivamente do ministro das Relações Exteriores iraniano que não tem acordo de cessar fogo.
00:28Porém, o Irã falou que não tem a intenção de continuar os ataques se porventura Israel parar com os ataques de agressão.
00:38Então como a gente imagina, o Trump é um showman, ele vai falar além daquilo que ele conseguiu,
00:43com certeza ele estava tentando o acordo de cessar fogo, mas de fato continua a mesma retórica do Irã.
00:49Se Israel parar, eu paro, então não tem acordo de cessar fogo, como a gente imaginava que isso fosse acontecer.
00:55A gente tem que tomar muita cautela com o que o Trump fala.
00:59O Trump tem um posicionamento totalmente diferente daquilo que a gente está acostumado em política externa,
01:04daquilo que nós estamos acostumados de fato em relações diplomáticas,
01:08daquilo que a gente está acostumado em multilateralismo e principalmente em relação ao direito internacional.
01:14Para a gente ter uma ideia, às vezes a fala do Trump é contraditória no mesmo momento a do Jay Devance,
01:20que é seu vice. Então por isso que eu falo, eu acho que a gente tem que ler com cautela
01:24aquilo que o Trump traz, porque ele é o negociador do ambiente privado.
01:30Isso que é importante que a gente saiba. Ele não é do ambiente público.
01:33Para a gente ter uma ideia, pegando o que o professor falou, em relação, e eu concordo 100%
01:38que o Trump precisaria de uma autorização do Congresso dos Estados Unidos para fazer essa operação no Irã,
01:44para a gente ter uma ideia, a gente está lendo o que o Trump fez a partir da cabeça dele como sendo uma diplomacia agressiva.
01:52Então na cabeça dele, de fato, não precisaria ter uma autorização do Congresso porque ele não está atacando o Irã.
01:58Ele está fazendo uma diplomacia. Eu sei que para nós, em relações internacionais, direito internacional,
02:03isso é lunático, isso não existe na teoria nem no fato, mas na cabeça dele, ele está tentando diplomacia.
02:09Tanto que ele falou, a paz está instituída.
02:11É claro que em termos legais, em termos constitucionais, a gente vai ter muito debate ainda dentro dos Estados Unidos,
02:18mas na cabeça dele, porque não é uma cabeça de um ambiente público,
02:22ele, de fato, não está trabalhando com essa perspectiva de se ter o quê?
02:26De se ter justamente uma intenção de ato de agressão. Primeiro ponto.
02:31Segundo ponto, em relação ao que a professora estava falando, também concordo,
02:34Netanyahu tem problemas endêmicos dentro da sua estrutura política,
02:39porque ele tem pouco apoio e a sociedade iscaelense, historicamente, sempre se posicionou contrária,
02:44desde o dia que o Hamas fez o ataque, porque o Netanyahu sempre quis, como primeiro ponto,
02:51acabar justamente com a questão do quê? Acabar com o Hamas e, secundariamente, conseguir de volta
02:57a restituição dos reféns e a sociedade iscaelense queria o contrário.
03:01Mas o problema da governamentabilidade do Netanyahu, se a gente continuar assim,
03:06é justamente ele vai querer uma guerra eterna, porque o ataque do Hamas é horrível a gente pensar,
03:13mas foi um momento para o Netanyahu muito providencial,
03:17porque ele estava passando por uma crise institucional muito grave.
03:21Ele estava, se a gente quiser colocar em termos concretos, fazendo com que se passasse,
03:25como se fosse uma emenda constitucional, se for fazer um paralelo aqui no Brasil,
03:29que possibilitar-se com que ele revisse as decisões da Suprema Corte de Israel.
03:34Então, é como se o presidente da República, hoje, pudesse rever todas as decisões do Supremo Tribunal Federal,
03:39em relação, obviamente, à sua pessoa.
03:41Então, ele tem um aspecto ditatorial que, de fato, a perpetuidade das guerras é interessante para ele.
03:48Tanto é verdade que a gente não vê nenhuma prospecção, nenhum aceno para que se acabe a guerra em Gaza.
03:54Não falaria nem guerra, mas os ataques em Gaza.
03:57Para a gente ter uma ideia, não se passou para a segunda fase do cessar-fogo de janeiro desse ano,
04:02porque a sua base aliada, que são os ultra-ortodoxos e os ultra-nacionalistas,
04:08falaram para ele que se você passar para a segunda fase do cessar-fogo, eu retiro o seu apoio.
04:14E aí ele perderia toda a governamentabilidade.
04:17Então, a gente tem que pensar que existe um ambiente muito complexo,
04:20principalmente de como a gente lê a posição do Trump e também como a gente está lendo o cenário de Israel.
04:25Existem diversas, e aí eu me questiono se, de fato, a gente está conseguindo ler a sociedade israelense,
04:31porque se a gente pegar a mídia israelense, a mídia israelense está falando,
04:34bom, agora começou mais uma guerra, novamente o Netanyahu vai esquecer dos reféns.
04:39A mídia israelense, ela está cobrindo também os anseios da sociedade israelense.
04:43Os anseios da sociedade israelense são um.
04:46É justamente falar o seguinte, nós queremos os nossos reféns de volta.
04:50Nós queremos uma segurança que não foi construída a partir dessa perspectiva.
04:54Então, o Netanyahu não pode acenar para a população, população israelense.
04:58Ele tem que acenar para quem?
05:00Para os ultra-ortodoxos, para os ultra-nacionalistas que garantem a sua governamentabilidade.
05:04Então, é um cenário tão, mas tão complexo que a gente precisa ter tanta cautela,
05:08que é difícil a gente analisar a partir de perspectivas individualizadas.
05:13O todo fala muito, mas para entender o todo, existe uma completa incongruência,
05:20incongruência, paradoxos e principalmente divergências, inclusive, em falas,
05:25tanto do Netanyahu quanto do Trump.
05:27E para tentar entender esse todo, vocês acreditam que a possibilidade de um cessar-fogo
05:33passaria por condições também colocadas pelos ministros
05:37ou pelas autoridades iranianas agora, porque a Priscila traz ali a fala do ministro.
05:43O ministro Abbas Aragast também disse que não houve ainda um acordo de cessar-fogo.
05:48O ministro da Fazenda iraniano confirma da mesma maneira.
05:51Outras fontes que participaram do tratado disseram às agências internacionais
05:56de que sim, que há um acordo em andamento,
05:58mas que haveria ainda necessidade de uma confirmação iraniana.
06:05Há informação de que o acordo só seria aceito pelo Irã se, nas próximas horas,
06:11Israel parar os ataques que continua conduzindo.
06:14Pelo menos nesta segunda-feira, conduzia também contra o território iraniano,
06:18atingindo bases militares importantes para o regime do Ayatollah Ali Khamenei.
06:24Como é que será essa construção, no ponto de vista de vocês?
06:27Isso trata-se também de uma guerra retórica.
06:31Aqui nós observamos uma guerra retórica.
06:34Da mesma forma que eu ouvi aqui dos professores a análise da diplomacia de Trump,
06:44que eu até vou complementar a Priscila,
06:47diplomacia de Wall Street,
06:49que é essa visão que, esse discurso viril,
06:54e nós observamos isso sobre diversos aspectos da ação do Trump,
06:58inclusive na guerra comercial.
07:01Um discurso combativo, duro, forte,
07:05muito característico do neopopulismo norte-americano,
07:08mas seguido do quê?
07:10De uma busca de composição, de negociação.
07:14E nós estamos vendo isso no Irã, de alguma maneira.
07:17Uso de força, acomodação.
07:20E também nós temos que observar, Evandro,
07:23que há um discurso viril,
07:25inclusive um discurso viril ou de superioridade moral,
07:29própria de uma teocracia,
07:32dentro do Irã.
07:34O Irã jamais admitirá
07:35que está perdendo a guerra,
07:39que está perdendo o conflito.
07:41Quantas vezes ouvimos de Ali Khamenei,
07:44virá algo surpreendente.
07:47Virá algo que abalará os pilares ocidentais.
07:52Algo aconteceu?
07:53Não.
07:54Então, olha só o que Priscila trouxe do ministro das Relações Exteriores.
07:58Nós não aceitaremos, nós não aceitamos cessar fogo.
08:02Mas se nós não formos atacados,
08:06nós não atacaremos.
08:07Isso é um ato tácito.
08:09Ou seja, é um cessar fogo.
08:10É um cessar fogo.
08:11Só que ele não vai admitir.
08:13E a retórica da vitória prevalece
08:16para a comunidade internacional
08:19e para a própria comunidade o quê?
08:21Interna.
08:22Interna.
08:23Esse é o ponto.
08:24E mais um detalhe, Evandro.
08:27Professor, você está totalmente correta
08:30sobre essa questão do Netanyahu.
08:32O Netanyahu se mostra um político hábil
08:34e um senhor da guerra.
08:38E o Irã, ao meu ver,
08:41eu sempre brinco,
08:42os ayatollahs devem estar com as barbas de molho, literalmente.
08:46Porque tudo isso foi fruto de uma má interpretação
08:52dessa situação do Netanyahu até 2023.
08:58A situação de fragilidade política dentro de Israel
09:03foi o motivo, foi o fator determinante
09:09para a guerra proxy promovida pelo Irã.
09:14E isso salvou Netanyahu.
09:19Netanyahu, de alguma maneira,
09:21deve agradecer aos ayatollahs.
09:23Esse é o ponto.
09:24Então, volto a insistir.
09:26que o cessar-fogo, de forma tácita,
09:30talvez apareça por aí,
09:33porque o Irã não tem condições militares, Evandro,
09:37de sustentar uma guerra nem sequer de resistência.
09:40Como que eu vou falar de resistência,
09:43de uma força armada
09:44que, em função das sanções,
09:48não se moderniza há mais de 30 anos?
09:52Enquanto Israel tem os F-35,
09:54o mais avançado da força aérea,
09:58que também já foi destruído,
10:00do Estado iraniano,
10:02são os Tomcat F-14.
10:05Pra quem assistiu Top Gun,
10:07lembra disso em algum lugar do passado.
10:09Então, é interessante para o Irã também
10:13uma estabilidade para a sobrevivência
10:15do regime iraniano,
10:17que, por sinal, está em crise
10:19desde 2009.
10:22Não esqueçamos da Revolução Verde,
10:25que abre margem para o quê?
10:28Constantes o quê?
10:30Movimentações de oposição.
10:33Não é à toa que a internet
10:35e as redes sociais
10:36estão interrompidas até a segunda ordem.
10:39É verdade.
10:40Professora?
10:42Exatamente isso.
10:43E adiciono, né?
10:45A Netanyahu, né?
10:47Voltando à questão do Netanyahu
10:48ser um senhor da guerra,
10:49com certeza, né?
10:50Senhor da guerra
10:51e um habilidoso político, né?
10:54Acho que,
10:54de todas as críticas
10:55que nós podemos fazer
10:56na Netanyahu,
10:57essa não é uma delas.
10:58Ele é um político
10:59muito habilidoso.
11:01E que,
11:02com o Hamas,
11:03ele vinha,
11:04desde 2009,
11:05fazendo uma dança da morte.
11:06Então,
11:08pra ele,
11:09ele se alimentava com o Hamas
11:10e o Hamas alimentava ele.
11:12Era uma relação simbiótica.
11:14Então,
11:14o Hamas fazia ataques,
11:16Israel revidava,
11:18o Hamas permanecia
11:19governo de Gaza,
11:20que também fechado ali,
11:22ganhando dinheiro externo
11:24e se mantendo no poder.
11:26Netanyahu fazia os ataques,
11:28contra-atacava em Gaza,
11:29pequenas operações localizadas.
11:32Sempre teve um discurso muito forte
11:34que protegia a população israelense,
11:36que ele era
11:37o centralizador
11:39da segurança
11:40em Israel,
11:41o que foi colocado em xeque
11:42no 7 de outubro.
11:44O 7 de outubro
11:44colocou em xeque
11:45exatamente porque
11:47o Irã,
11:48obviamente,
11:49isso eu não estou falando
11:49da causa palestina,
11:50que é justíssima,
11:51legítima,
11:52eu estou falando
11:52da questão
11:53da ação do Hamas
11:55e do Irã
11:56junto com seus próxis,
11:57junto com o Hezbollah,
11:58com os Hotis,
11:59etc.
12:01O Irã interpretou
12:02toda essa visão
12:04dessa maneira errônea
12:07no sentido de que
12:08não,
12:09agora podemos,
12:10o Netanyahu já vinha
12:11com a popularidade em baixa,
12:13como pontuado,
12:14por conta
12:15da tentativa de golpe
12:17do judiciário
12:18em Israel
12:19e viram,
12:20agora é o momento,
12:21agora é o momento
12:21de colocar um golpe
12:22certeiro
12:23que vai
12:24finalizá-lo,
12:26vai tirá-lo do poder.
12:27mas isso não funcionou
12:29porque deu mais
12:30gás a ele,
12:32tudo bem,
12:32afetou no primeiro momento
12:33porque ele não conseguiu
12:34proteger a população
12:36israelense
12:36no 7 de outubro,
12:38mas deu a sobrevida
12:39no momento da guerra
12:39em Gaza
12:40e isso durou quase
12:41um ano,
12:42até que
12:43com a operação militar
12:44viram que não conseguiam
12:45resgatar os reféns,
12:46a população começou
12:47a ficar cansada
12:48e aí vimos a situação
12:49que levou a guerra
12:50no Líbano
12:51no ano passado,
12:52aos ataques localizados
12:53ao Irã
12:53duas vezes
12:54também no ano passado
12:55e agora mais recentemente
12:57é essa guerra com o Irã.
12:59Então a gente vê
13:00Netanyahu tentando
13:01essa sobrevida
13:02e usando os Estados Unidos
13:04junto,
13:04então primeiro
13:06com o Biden,
13:07só que até mesmo
13:07o Biden já estava
13:08titubeando
13:09que não queria mais
13:09apoiar Israel,
13:11quando o Trump ganha
13:12é para o Netanyahu
13:13também o melhor
13:15dos mundos,
13:16porque com o Trump
13:16ele via um apoio
13:18maior,
13:19apesar de,
13:19vamos lembrar,
13:20que Trump ganha
13:21a eleição
13:22em um momento
13:24que a população americana
13:24está farta
13:25de guerras externas,
13:27não querem mais
13:28os Estados Unidos
13:29se envolvendo
13:30em guerras
13:30que não envolvem
13:33diretamente
13:33os Estados Unidos,
13:34como é o caso
13:35da Ucrânia
13:35e como é o caso
13:36de Gaza.
13:37Mas mesmo assim
13:38para Netanyahu
13:38foi um cenário ótimo
13:40e para o Irã,
13:41o Irã foi o grande
13:42perdedor
13:43e eu acho que
13:44a guerra no Líbano
13:45no ano passado
13:46que levou à morte
13:47do Nasrallah,
13:48líder do Hezbollah,
13:50foi o golpe
13:51que faltava
13:52para o Irã
13:53e que consolida
13:53agora nessa guerra.
13:54Então por isso
13:55que Netanyahu
13:55uniu o útil
13:57ao agradável,
13:58tentar combater
13:59o Irã,
14:00pensou sim
14:01na possibilidade
14:02de derrubar
14:02o regime
14:03e conseguir
14:05se manter
14:06no poder
14:06e essa sobrevida.
14:07de derrubar
14:08o Brasil.
14:09É um
14:10o Brasil.

Recomendado