A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar o relatório da Polícia Federal sobre o caso da “Abin Paralela”, que investiga o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência para espionar autoridades e figuras públicas. A decisão da PGR definirá os próximos passos da investigação. Diogo da Luz comenta. Reportagem: Aline Becketty Comentarista: Diogo da Luz
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00:00A Procuradoria Geral da República vai avaliar o relatório da Polícia Federal sobre a BIM paralela e decidir o destino da investigação sobre o suposto esquema.
00:10Vamos ao vivo então com informações com Aline Beck, de Direto de Brasília, que vai trazer os detalhes pra gente. Muito bom dia, Aline.
00:18Bom dia, David e Paula. Bom dia a todos.
00:21Isso mesmo, duas decisões centrais, David, devem ser tomadas nos próximos dias e devem mudar o rumo da crise dentro da Agência Brasileira de Inteligência, a BIM.
00:32Uma delas, como você bem disse, é o relatório que foi apresentado pela Polícia Federal.
00:38Ele já foi entregue à Procuradoria Geral da República e agora o procurador, Paulo Gounet, deve apresentar uma denúncia formal contra os 36 indiciados.
00:49Dentre eles, o vereador Carlos Bolsonaro, também o ex-presidente Jair Bolsonaro, além do deputado federal Alexandre Ramagem.
00:58Ele pode apresentar essa denúncia, pode pedir mais investigações, mais informações em relação a esse relatório e também pode arquivar esse caso.
01:08Mas a expectativa é de que ele apresente nos próximos dias essa denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal.
01:15E uma outra decisão é uma assembleia que já está marcada para acontecer nessa próxima semana, uma assembleia dos agentes da BIM.
01:23Porque os servidores da agência estão insatisfeitos com a atual gestão do diretor Luiz Fernando Corrêa.
01:32Ele é acusado, ele foi indiciado também nesse relatório da Polícia Federal e é acusado de tentar obstruir as investigações da PF.
01:41Então, pode ser tomada uma ação judicial para afastá-lo ou então pode existir a possibilidade de greve por parte ali dos servidores.
01:51A Polícia Federal aponta que havia um esquema paralelo dentro da BIM, uma estrutura que utilizava a ferramenta First Mile
01:59para poder monitorar autoridades e também jornalistas e principalmente adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro
02:07no âmbito do governo do então presidente.
02:10E aí o atual diretor Luiz Fernando Corrêa da BIM, ele é acusado de tentar atrapalhar essas investigações
02:18e inclusive até de manipular uma cadeia de comando dentro da BIM.
02:23Mas mesmo assim, atualmente Corrêa segue no cargo dele dentro da BIM,
02:28o que acabou gerando uma certa revolta lá dentro dos... em relação aos servidores.
02:34Os servidores sentiram essa revolta com a atual gestão dele.
02:38E aí eu destaco a vocês só para concluir que esse é um dos casos mais graves relacionados à inteligência brasileira,
02:45uma agência governamental de inteligência e também isso pode acabar afetando a credibilidade, é claro, da BIM
02:54e das instituições democráticas, inclusive de outras instituições do país.
02:59Então, depende muito dessas duas decisões, tanto no âmbito institucional da BIM,
03:03o que os servidores vão querer fazer diante dessa gestão de um diretor que foi indiciado
03:09nesse relatório que foi entregue à PGR e que agora o procurador pode acabar apresentando uma denúncia
03:16contra esses 36 indiciados.
03:18A gente segue por aqui acompanhando, David.
03:20Sem dúvida alguma, Aline Beckett, muito obrigado pelas suas informações.
03:23Já passo para o Diogo da Luz fazer a análise, porque são muitos contextos envolvendo essa investigação,
03:29até mesmo um suposto esquema para que o ex-presidente Jair Bolsonaro pudesse monitorar pessoas, adversários políticos e até juízes.
03:41Isso me parece muitíssimo preocupante, David.
03:44Veja, de todos os casos de investigações, denúncias, acusações e até processos contra membros do governo federal,
03:52que eu vi até agora, não me parece ter havido crime.
03:55Muitas coisas a condenar politicamente, sim, mas não crime propriamente, porque ninguém saiu de casa,
04:02pelo menos ninguém denunciou que tenham saído de casa para cometer os crimes.
04:06Só pensar e discutir é condenável politicamente, mas não penalmente.
04:11Agora, esse caso dá bem paralela a se confirmarem as denúncias.
04:17Sim, sem dúvida, é crime seríssimo.
04:19Porque usar uma instituição do governo, do Estado, para investigar adversários pessoais,
04:26por que haveriam de investigar governadores como, por exemplo, o João Dória de São Paulo,
04:32o prefeito do Recife, João Campos?
04:34Alguém pode acreditar que eles estivessem atentando contra o Brasil, contra a segurança nacional,
04:40fazendo governos de oposição ou não?
04:42Claro que não.
04:43Muitas das pessoas ali investigadas e das informações, segundo as denúncias preliminares,
04:49até para o filho do presidente, constituem indiscutivelmente crime seríssimo.