- 19/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Então nessa ação penal 506-31-30-17, continuada a defesa, continuada a depoimento do senhor
00:08Marcelo Bahia Odebrecht, foi feita uma pergunta para o senhor pela defesa do senhor Paulo
00:13Mello, o senhor pode responder?
00:14Óbvio que, senhor senhores, óbvio que quando a gente está falando de uma coisa que não
00:18é propriamente correta, nós sempre falando de modo cifrado, então aqui vai ter isso,
00:24em outro vai ter o italiano, então aqui eu digo isso, lá na frente eu deixo claro que
00:31eu vou buscar autorização do italiano, então é só pegar esse bloco de 29 e-mails todos
00:37e fica claro.
00:38Claro, só fazer uma pergunta então bem específica, em algum e-mail que o senhor tenha juntado,
00:43alguma vez o senhor tem Paulo Mello e Paulo Tite copiados quando o assunto é planilha
00:49italiano?
00:51Todos.
00:52Veja bem, deixa eu explicar bem, esse termo planilha italiano, esse termo surgiu no âmbito
00:58da Lava Jato, não existia esse termo planilha italiano, a gente não entendia assim, nunca
01:02eu falei planilha italiano, o que existia era uma conta do italiano comigo, era uma conta
01:07do PT, assim que a gente chamava, então era uma conta que a HS, aí veja bem, ele sabia
01:13que tinha essa conta, vamos lá, você tem aqui um e-mail que eu digo, é uma conta que a HS
01:18mantém, debita de três pontos distintos, depois eu tenho uma sequência de e-mails
01:22que eu digo que eu vou buscar do italiano autorização, quer dizer, gente, eu não acredito que Paulo
01:30vai continuar negando isso, até porque eu vou dizer o que me incomoda, eu vou dizer o
01:36que me incomoda aqui, isso é o seguinte, nós podemos estar pegando uma pessoa que eventualmente
01:40pode não ser, eventualmente eu digo o seguinte, o que me preocupa, a gente tem também compromissos
01:47com a verdade, além de nós e além de outros correios, existe pessoas aqui, por exemplo,
01:52você pega o exemplo da DAG, de repente a DAG pode estar sendo imputada a uma responsabilidade
01:58que é do Paulo, então a gente tem que ter muita coerência de assim, assumir a estabilidade,
02:04eu assumi a estabilidade e quem autorizou fui eu, agora, eu acho que o Paulo tem que assumir
02:10a estabilidade dele até para que não caia nas costas de outras pessoas que eventualmente
02:15a gente pode ser imputada de algo que não fizeram.
02:18Só nessa linha que o senhor falou, para fechar mesmo, excelência, só para me alongar,
02:21onde é que tem o senhor aqui dizendo que vai pedir autorização ao Palocci?
02:24Aqui, vários e-mails aqui, vários e-mails, vários e-mails aqui.
02:30Aqui, até agora é só comprar, mas ok, mas visa o lado que qualquer coisa, precisamos
02:40ser orientado pelo deputado, deputado aqui é o Palocci, lá no outro, ok, vou avisando
02:45o italiano, já pedi orientações, assim recebei.
02:48Sim, mas onde é que você pede autorização para ele?
02:50Não, já avisei ao italiano que estamos batendo na trave.
02:54Só isso que eu não consigo entender, mas aí, evidentemente, também...
02:57Só isso, excelência, muito obrigado, satisfeito.
02:59Perfeito.
03:00Alguma defensor tem perguntas?
03:02Tem, excelência.
03:03Pode alcançar, por gentileza, o microfone para o defensor?
03:07Cheguei.
03:07Toca aqui.
03:08Você que sabe.
03:09Aqui, acho que não chegou.
03:11Chegou.
03:13Boa tarde, senhor Marcelo.
03:15Boa tarde.
03:16Respeito do mensagem de 13 de agosto, acho que é quarta ou quinta.
03:22Só a defesa de quem mesmo?
03:24Ah, perdão, a defesa do advogado Roberto Teixeira.
03:2813 de agosto.
03:30Qual é a página?
03:32É que eu não tenho aqui o número, mas é a quinta mensagem.
03:36Cinco, seis, tá bom, já tenho.
03:36Cinco, isso.
03:41O senhor manda uma mensagem aqui, né?
03:42Precisava me aprofundar, tá certo?
03:45Certo.
03:46O segundo período.
03:48O advogado foi se queixar em cima e teremos em breve uma reunião eu, mais Rodrigo e você,
03:53italiano e advogado.
03:54Perfeito?
03:56Bom, primeiro uma questão prejudicial.
03:58Com relação ao seu primeiro interrogatório, o senhor disse que nunca teve contato com o advogado
04:02Roberto Teixeira.
04:03O senhor confirma isso?
04:04Eu realmente não me lembro de ter tido contato.
04:06Eu me lembro de ter tido uma vez contato com o Roberto Teixeira e eu não me recordo
04:10que tenha sido sobre este tema.
04:12E veja bem, aqui eu teremos em breve reunião...
04:16E eu não sei se essa reunião ocorreu.
04:17Tá, não, mas vamos fazer a pergunta.
04:19O senhor fala, o advogado foi se queixar em cima e aqui o senhor disse que era para Lula
04:24e Marisa.
04:24Foi.
04:25Isso...
04:25Mas o senhor sabe que o advogado foi se queixar em cima?
04:27O senhor nunca teve contato com ele.
04:28De onde vem essa ciência?
04:30Palocci.
04:30Ah.
04:30Eu falei no meu depoimento.
04:32Ótimo.
04:33Eu falei no depoimento.
04:34Isso aqui corrobora o meu depoimento.
04:36O que eu falei no meu depoimento já...
04:37Ah, a pergunta está respondida.
04:38A pergunta está respondida.
04:39Só uma questão, doutor.
04:41Se sobrepõe a voz dele, a resposta dele, aí a gravação não fica boa e não é possível.
04:46Então, assim, deixa ele responder.
04:48Ele é que já respondeu.
04:51Então o senhor soube pelo Palocci.
04:52Soube pelo Palocci.
04:53Ok.
04:54Satisfério.
04:56Tá bom.
04:56Algum defensor tem perguntas?
04:59Eu vou dizer um negócio.
05:05Marcelo, boa tarde.
05:07Em relação ao e-mail da página 6, onde aparece a referência a proprietário estruturado,
05:15nós lhe perguntaríamos o termo negócio estruturado é comum no meio imobiliário
05:20para designar negócios do tipo built-to-suit?
05:23É, você tem, eu nunca usei esse termo para o built-to-suit, mas pode ser.
05:34Mas eu nunca usei esse termo para built-to-suit.
05:37Built-to-suit é built-to-suit.
05:38Um terrenista funcionaria como proprietário estruturado num projeto tipo built-to-suit?
05:44Não, aqui o que a gente quer dizer aqui é que foi o proprietário que estruturou para fazer essa compra.
05:52Aqui foi uma estrutura feita para essa compra.
05:56Aqui a gente quer falar isso, que ele é um proprietário cuja compra foi estruturada dessa maneira.
06:02Isso que a gente...
06:04Perfeito.
06:04Ou seja, eu vou ver uma estrutura, não foi uma coisa simples.
06:09Perfeito.
06:10E perguntaria se não contestam as suas explicações sobre os e-mails até aqui, para esclarecer um ponto importante para a defesa de Dermeval.
06:17Na compra, afinal, desse terreno da Haberbeck Brandão, o senhor Dermeval fez aquisição com recursos próprios ou funcionou com mero laranja da Dermeval?
06:26Olha, veja bem, aí tem dois aspectos que é importante separar.
06:31Eu nunca vi, no meu entendimento, Dermeval como laranja.
06:38Dermeval, o laranja que eu entendo é uma pessoa que faz uma casca ou dá-se o nome para fazer uma coisa.
06:44Para Dermeval, para Dermeval, isso era um negócio.
06:47Quer dizer, ele de fato iria comprar o terreno, eu já comentei isso no meu depoimento, quer dizer, a parte de Dermeval iria comprar o terreno, iria talvez fazer um built-suit ou iria vender.
06:59Aí ele institui desse assunto, em que este terreno, de uma maneira ou de outra, acabou vindo de um recurso, de uma conta minha, que eu não necessariamente abri este assunto para Dermeval.
07:11A outra questão, que precisa ser deixada bem clara, e este é o ponto que eu insisto com a questão de Paulo Mello, é a questão que a gente sabe que houve pagamentos por dentro, para o terreno, e que houve pagamentos por fora.
07:26A coordenação desse assunto e o detalhamento disso ocorreu através de Paulo Mello.
07:31Eu não me lembrava, eu inclusive fui juntar os documentos que eu consegui juntar a empresa, mas eu não fui responsável por esses documentos.
07:37E que é importante que Paulo Mello esclareça, até para que se Dermeval não for responsável por esses pagamentos por fora, que ele não seja imputado uma responsabilidade que ele não tenha.
07:49Então é por isso que eu acho importante esclarecer esse assunto e que Paulo assuma a sua responsabilidade, porque quem coordenou esse assunto, os pagamentos por fora, foi ele sim, ele que debitou, entendeu?
07:59Eu, aparentemente, certo, eu não posso afirmar se ele usou ou não o Dermeval por isso, não faz muito sentido para mim que ele tenha usado o Dermeval para fazer o pagamento por fora.
08:09Até porque tem alguns outros que, a Beluga, a Germont, parece que foi diretamente através da operação estruturada.
08:16Mas isso aí eu não tenho um confuso, mas esse é o ponto que eu acho que precisa ser bem esclarecido.
08:22Muito bem, eu lhe agradeço. Obrigado.
08:24Quantos defensores têm questões?
08:25Sim.
08:29Boa tarde, senhor Marcelo.
08:33Eu gostaria de perguntar ao senhor, primeiro, se o seu acordo de colaboração prevê cláusula de desempenho, ou seja, se o senhor conseguir a condenação de terceiros, o senhor terá benefícios?
08:46Não, o acordo não prevê, assim, todo o acordo que eu entendo de colaboração, ele tem o ônus e o bônus da efetividade.
08:52Então, ele não diz assim, se eu conseguir a condenação de terceiros, eu vou ter.
08:57Não, o que você, quando faz, eu imagino que seja todos os acordos assim, você está sujeito a que seu acordo, você se mostra efetivo.
09:06Então, em tese, quando você tem um processo de, você pode ser, se você se mostrar efetivo, você realmente ajudar na ilustração dos fatos, trazer provas, você pode ser beneficiado com a pena maior, ou também, se você não se mostrar efetivo, ou seja, você entregar menos do que aquilo que você sinalizou, você pode ser penalizado.
09:27É isso que eu entendo, quer dizer, a efetividade, ela não é em função de você, eventualmente, você pode ser efetivo provando que alguém é inocente.
09:36Certo, mas isso que o senhor chama de efetividade pode gerar um benefício ao senhor de acordo com o acordo.
09:41Mas, como eu disse, o meu acordo é com a justiça, não é?
09:45Então, na verdade, é o seguinte, se eu for efetivo, inclusive, em pró do réu, em pró de quem está sendo acusado, eu posso ser efetivo.
09:56Quer dizer, imagine se eu conseguir provar...
09:57O senhor pode ser beneficiado, é isso?
09:58Lógico, imagine se eu conseguir provar que alguém está sendo equivocadamente denunciado.
10:04A meu modo de ver, isso é ser efetivo.
10:07Certo, assim como se o senhor ajudar a condenar alguém, o senhor também vai receber benefício.
10:11Não, eu acho que o benefício está na minha efetividade, na elucidação dos fatos, sejam os fatos pró ou contra o réu.
10:20Certo, e aí, nessa visão do senhor, o senhor recebe benefício, correto?
10:24Se eu ajudar na elucidação dos fatos, se eu ajudar em que a verdadeira justiça se prevaleça, eu entendo que eu vou ser mais efetivo.
10:35Se eu fizer o contrário, eu vou ser menos efetivo.
10:37Sr. Marcelo, o senhor, durante as suas respostas, tanto ao Ministério Público, quanto aqui a um dos defensores,
10:48o senhor mais uma vez fez referência a supostos documentos extraídos do sistema MyWebDay.
10:55Eu pergunto ao senhor, como que o senhor conseguiu ter acesso a esse documento, ou a esses documentos no sistema MyWebDay,
11:04se a Polícia Federal disse que não consegue abrir esse sistema?
11:08Não, não foi isso que a Polícia Federal disse, veja bem.
11:10Não, isso consta no laudo da Polícia Federal.
11:12A Polícia Federal, ela não consegue abrir o sistema.
11:16O que existe hoje é que se consegue ter acesso a relatórios do sistema durante um certo período.
11:24O que são esses relatórios?
11:26Você tinha um sistema que permite você, digamos assim, transitar pelo sistema, fazer pesquisa, tudo.
11:33Isso você não consegue entrar.
11:34Só que se encontrou lá o sistema, prints, que ele chama prints, prints do sistema, que é...
11:43Impressões, então, fora do sistema, não é isso?
11:44Não, não, não. Impressões dentro do sistema.
11:47Relatórios que o sistema preparou, ou seja, não são novos relatórios, relatórios que o sistema preparou.
11:53De mostração de, parece que pagamentos diários, pagamentos semanais.
11:59Então, tem uma série de relatórios com informações de pagamentos, certo, que estão hoje disponíveis da época.
12:07Certo, mas esses relatórios, eles eram acessados através de um sistema com uma parametrização específica chamado MyWebDay, não é isso?
12:18Não, veja bem. Você tem um sistema.
12:21Certo, o sistema parametrizado.
12:23Você tem um sistema de informações, gerenciais, tudo.
12:26Quando você trabalha no sistema, entra informações de informações, você imprime relatórios.
12:31Você tem os prints de relatórios.
12:34A gente não consegue mais entrar no sistema, pelo que eu fui informado.
12:37Só que vários desses relatórios conseguiram ser disponibilizados.
12:41Então, o que existe hoje são fotografias, fotografias de pagamentos, de sequências de pagamentos feitas à época.
12:50Você não consegue depois fazer novos relatórios, fazer novas fotografias.
12:56Mas as fotografias estão lá.
12:58Então, o senhor confirma que o senhor não teve acesso ao sistema MyWebDay, ao menos recentemente.
13:05Eu tive, o que eu tive acesso através das fotografias.
13:08Pergunta é o objetivo.
13:09O senhor teve, recentemente, acesso ao sistema MyWebDay?
13:15Recentemente, como não?
13:16Qual foi a última vez que o senhor teve acesso ao sistema MyWebDay?
13:20Recentemente, por exemplo, o que aconteceu?
13:23A PGR, de posse de todos esses relatórios...
13:28Não, a minha pergunta é diferente, senhor Marcelo.
13:30Eu quero saber o seguinte...
13:30Mas a questão é que a gente está fazendo essa audiência, porque a questão dos e-mails...
13:35Eu sei, excelência, é que o senhor Marcelo fez referência, no depoimento dele, a documentos relativos ao sistema MyWebDay.
13:44Então, é importante, já que nós temos aqui nos autos um relatório da Polícia Federal,
13:48dizendo que não conseguiu ter acesso a esse sistema, eu gostaria só de esclarecer.
13:53Então, o senhor teve acesso a esse sistema, ao sistema, não aos relatórios?
13:56Não, só tive acesso aos relatórios e a empresa só me mandou os relatórios que, de alguma maneira,
14:02continham pagamentos que podiam estar vinculados a mim.
14:05Certo.
14:06Senhor Marcelo, o senhor fez uma longa descrição aqui, no início do seu depoimento,
14:13sobre a forma como o senhor recebeu uma cópia do seu notebook.
14:21O senhor recebeu uma cópia completa do seu notebook?
14:25Recebeu uma cópia completa do meu notebook com aqueles arquivos que puderam ser recuperados pela Polícia Federal.
14:31Certo.
14:31E aí, essa cópia, digamos assim, supostamente espelha um material que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal têm acesso, correto?
14:44A Polícia Federal e o Ministério Público, eles têm...
14:47A Polícia Federal está com a original, se não me engano, o Ministério Público tem uma cópia...
14:52Não sei. Eu sei que a Polícia Federal tem uma original.
14:54A Polícia Federal tem a íntegra.
14:56A Polícia Federal tem o meu computador.
14:58Certo. Perfeito.
15:00Que é aquele computador que eu entendo que vocês acessaram no...
15:03É, não. Essa é a questão que eu coloquei, porque a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva não teve acesso ao computador do senhor, lamentavelmente.
15:11Então, eu tenho aqui restrições ao meu trabalho, porque, efetivamente, eu só vou aqui questionar o senhor em relação aos e-mails que o senhor selecionou.
15:24Quantos e-mails o senhor analisou, senhor Marcelo?
15:26Olha, eu já devo ter... Já devo ter encaminhado mais de 3 mil e-mails, entendeu?
15:35Eu digo para o senhor o seguinte, é melhor que a defesa de Luiz Inácio Lula fique com os e-mails, porque quanto mais eu vou, mais complica a vida dele.
15:42Certo. Mas a defesa tem o direito de ter acesso, porque eu vou explicar, eu vou mostrar aqui para o senhor algumas incongruências que estão aqui nesses documentos.
15:51E isso é muito importante. Então, aquilo que o senhor pensa talvez não seja a realidade.
15:57Perfeito.
16:00O senhor poderia, por gentileza, olhar a página 5 e a página 6 desses PDFs que o senhor juntou?
16:09Eu uso.
16:10Sim.
16:10Esse último e-mail da página 5, com o último e-mail da página 6, o conteúdo desses supostos e-mails são idênticos, correto?
16:24Não. Porque esse é um e-mail que nasceu, e aí o que é que acontece?
16:28Depois, o que é que acontece? Você manda um e-mail, aí Paulo Melo, ele me respondeu, certo?
16:35E aí iniciou uma série de troca de mensagens no 5. Só que aí, provavelmente, o Paul Tite viu a primeira resposta minha,
16:43não tinha visto ainda de Paulo Melo, e já também iniciou uma série.
16:47Então, esse é um problema que existe nas trocas de mensagens, você tem as mensagens cruzadas.
16:51Certo.
16:52Então, nem sempre você tem todas as mensagens em todas as trocas de e-mails.
16:55Minha pergunta é outra, Sr. Marcelo. O último e-mail da página 5, com o último e-mail da página 6 do seu PDF, tem o mesmo teor.
17:05Começa ali, precisava me aprofundar com vocês.
17:08Certo.
17:08E ali, na página 6, o último e-mail também.
17:10Perfeito.
17:11Precisava me aprofundar com vocês.
17:13O teor é o mesmo.
17:14Certo.
17:15Certo?
17:15Só que quando o senhor vai no cabeçalho do e-mail...
17:18Aí é a configuração de quem recebeu.
17:19É, então o senhor está chegando exatamente no meu ponto.
17:21Quer dizer, o cabeçalho do e-mail, ele é diferente.
17:25Não, ele não é diferente.
17:25Mas o conteúdo da mensagem é idêntico.
17:28Como justificar isso, Sr. Marcelo?
17:29Não, eu posso...
17:30Veja bem, eu estou deduzindo aqui uma coisa que um técnico e-mail pode explicar.
17:34Mas veja bem, esse primeiro e-mail aqui, da página 5, pelo meu pouco conhecimento de informática,
17:41foi respondido por Paulo Mello.
17:42Certo.
17:43Portanto, ele quando recebeu esse e-mail, na configuração da máquina dele,
17:48aparecia a segunda linha enviada, a data nesse formato,
17:52e esse outro e-mail foi recebido por Portite.
17:56Então, no computador dele, ele configurou para a segunda linha ser o para e enviada, a data ser isso.
18:04Mas o senhor concorda comigo que o cabeçalho é diferente?
18:07Não, o cabeçalho tem as mesmas informações, formatagem diferente.
18:10Mas em ordem diferente, concorda?
18:12Porque esse formato...
18:14Em ordem diferente.
18:15Veja bem, eu entendo pouco de computador, mas o suficiente para saber que você pode formatar a maneira
18:22com que o mesmo conteúdo é apresentado na tela, pelo menos no que tranja o cabeçalho.
18:28Isso nós vamos analisar, mas objetivamente, então, o senhor está aqui reconhecendo
18:33que o cabeçalho do e-mail apresenta divergência.
18:37Pode ser uma razão técnica ou não.
18:39Se for um argumento, a defesa pode colocar para o juízo, não precisa indagar isso, a testemunha.
18:44O que parece que a testemunha diz é que existem máquinas que têm configurações diferentes
18:48e aparecem de forma diferente.
18:49Sim, mas eu estou tentando esclarecer aqui a dúvida.
18:52Mas o doutor quer argumentar que existe uma fraude, mas o doutor pode guardar argumento para o juízo.
18:55Não precisa indagar a testemunha.
18:57Não, mas não estamos indagando sobre os PDFs, excelência.
19:01Nós olhando os documentos, nós percebemos isso.
19:02Não, mas poderia ter alguma justificativa.
19:05Sim, mas ele já respondeu, não foi?
19:06Então, não precisa insistir na pergunta 30 vezes.
19:09Certo.
19:10Sr. Marcelo, esse PDF que o senhor anexou aos autos...
19:15Qual?
19:16Eu vou chegar lá.
19:17Esse PDF que o senhor anexou aos autos, ele se refere, na visão do senhor, a e-mails que estão no seu computador.
19:26Ou seja, e-mails que o senhor recebeu ou e-mails que o senhor encaminhou.
19:29É isto?
19:30Sim.
19:31Certo.
19:32O senhor pode...
19:32Troca de mensagem que eu participei.
19:34O senhor participou.
19:34Ou fui copiado.
19:35Certo.
19:37O senhor poderia, por gentileza, ir à página 12?
19:44Sim.
19:46Eu gostaria de saber, nesta relação aqui, da página 12 em diante, da página 12 até a página 15,
19:56o senhor me mostrasse onde é que está o e-mail do senhor aqui.
20:00Porque eu vejo aqui mensagens, mas o senhor não aparece aqui nem como originador da mensagem e nem como destinatário da mensagem.
20:09Lógico.
20:09Então, é que o senhor deve saber também.
20:12O senhor deve saber também.
20:12O senhor pode verificar?
20:15Eu sei.
20:17Eu posso responder sem olhar.
20:18Isso é correto o que eu estou dizendo?
20:19Eu posso responder sem olhar.
20:20Se o senhor vai reparar, eu recebi o primeiro e-mail aqui, da página 10.
20:26Aqui, ó.
20:27De Paulo Melo para Marcelo.
20:29E copiado no histórico dos e-mails, tinha todos os outros e-mails que Paulo Melo e o Espíndola trocaram.
20:38Isso acontece.
20:39Então, você recebe um e-mail com uma história de e-mails.
20:42Então, isso aqui para mim é mais do que óbvio.
20:44Eu acho que qualquer um sabe do que se traz.
20:47Então, na verdade, esse e-mail 10, 11, 12, 13, não, desculpe.
20:55O e-mail que vai até a página 17, ele se trata da mesma troca de e-mails.
21:05Então, é um único e-mail, digamos assim.
21:08Então, o e-mail, o único e-mail é este aqui.
21:12É fácil você ver pelo cabeçalho.
21:13Todo o restante é um histórico que veio anexado a este e-mail.
21:19É como se tivesse anexado uma planilha, que não foi feita por mim.
21:22Certo.
21:23Mas o senhor, dizendo aqui, o senhor fez uma seleção daquilo que o senhor iria apresentar nesses PDFs.
21:29Não.
21:29Eu fiz, o cuidado que eu tive foi o seguinte.
21:32Eu tive muito cuidado nesse processo de não ser parcial.
21:38Então, o que eu fiz foi o seguinte.
21:39Eu busquei todas as informações, todas as informações que eu tinha, sobre que eu encontrei.
21:48Logicamente, que alguns eu só encontrei depois.
21:50Foi a petição que eu juntei no dia 28.
21:53Nessa petição, mais a petição do dia 28, eu coloquei todos os e-mails, todas as informações que eu encontrei,
22:04que pudessem envolver o Instituto.
22:06Eu estou tendo cuidado, porque, por exemplo, para o senhor ter ideia, tem anexos na minha colaboração que envolvem 500 e-mails.
22:13Não é que os 500 e-mails sejam 500 ilícitos, mas eu coloco tudo até para que se contextualize o todo.
22:22Então, todos os e-mails que envolvem o Instituto Lula estão nesta petição do dia 21 ou do dia 28.
22:29Fora algum erro que eu possa ter cometido, algum e-mail que eu não tiver, mas eu acho difícil, porque eu procurei fazer a pesquisa com o maior cuidado possível.
22:37Certo.
22:38Sr. Marcelo, no seu computador, no seu notebook, além desse programa de e-mails, quais outros programas que o senhor utilizava?
22:50Eu usava, a maior parte eu usava e-mail, mas eu procurei também.
22:53Por exemplo, além de e-mails, você tem documentos de Word, você tem documentos de Excel, você tem anotações.
23:03Então, na verdade, minha pesquisa também envolveu isto.
23:07Envolveu todo o computador, todo o notebook.
23:09Envolveu todo o computador.
23:10E aí o senhor fez a seleção que o senhor imaginou que era adequada.
23:13Não, não é a seleção adequada. Tudo que eu encontrei relativo ao Instituto Lula, para elucidar os fatos, novamente, a minha intenção aqui, como colaborador, não é condenar ou inocentar quem quer que seja.
23:29Minha obrigação aqui, como colaborador, é elucidar a verdade e os fatos.
23:33E foi isso que eu procurei fazer, encontrando tudo que pudesse relativo aos fatos.
23:37Mas o senhor analisou, então, além dos e-mails, o senhor analisou outros programas que estavam no seu notebook.
23:43Correto?
23:44O senhor acabou de afirmar isso.
23:45Quando você faz uma pesquisa, a pesquisa, quando você faz uma pesquisa de palavra-chave e tudo, a pesquisa envolve tudo que está no notebook.
23:55Então, na verdade, eu só achei nos e-mails, ou em alguns documentos que estão anexados a esses e-mails, entendeu?
24:04Mas que não é relevante, mas só isso.
24:07Eu não achei nada em outros...
24:09Fora, por exemplo, o que a gente já conhecia, por exemplo.
24:12Tinha outros documentos, como a Planeta Italiana, que tem lá a missão OIL.
24:16Mas isso já está anexado.
24:17Eu estou dizendo, documentos novos, eu só achei nesses e-mails.
24:22Certo.
24:23Eu não tenho mais perguntas, excelência, a fazer ao senhor Marcelo Debrecht.
24:28E apenas reitero que, diante dos esclarecimentos prestados aqui, a defesa não pode ficar privada do inteiro conteúdo do notebook do senhor Marcelo,
24:40porque a defesa tem o direito de fazer a sua própria análise, a sua própria investigação.
24:46Então, eu reitero o que foi exposto no início da audiência e o que posta na petição protocolada na data de ontem.
24:53Certo. Mais alguma defesa? Tem perguntas?
24:56Excelência, só um, meu bem.
24:59Pode alcançar.
25:04Marcelo, o senhor encontrou alguma informação referente ao caso deste processo fora dos seus e-mails no seu computador?
25:12Não, fora aquilo que já estava juntado aos autos, quer dizer, Planeta Italiana, não.
25:16Ok, sem mais perguntas.
25:18Certo. Eu devo presumir, então, tem aqui uma petição que motivou essa audiência, uma delas,
25:24foi a da defesa do senhor Luiz Inácio e também do senhor Glauco Costa Marques.
25:28Mas essa, em particular, é a petição da defesa do senhor ex-presidente no evento 1563, a partir da Folha 4.
25:38Eu tenho uma série de indagações que não foram...
25:44Desculpa, então.
25:48Mudaram aqui.
25:56Perdão, então.
25:56Então, vamos fazer uma retificação.
25:58No evento 1648.
26:00Perdão, então, a todos.
26:13No evento 1565, a partir da Folha 6, nós temos aqui...
26:22Nove perguntas da defesa do senhor ex-presidente, que me parece que não foram formuladas nessa audiência.
26:35Eu devo entender como prejudicadas, então.
26:36Excelência, a defesa reitera aquilo que foi dito.
26:49Para análise pretendida, seria necessário ter acesso à íntegra do computador,
26:56que foi acessada pelo senhor Marcelo, que foi acessada pelo Ministério Público,
27:01e que foi acessada pela Polícia Federal.
27:03A defesa não pode trabalhar com seleção feita por órgão da acusação ou por delator.
27:10Perfeito.
27:11Na verdade, essas perguntas, eu vou consigná-las aqui.
27:14Não tem nada a ver com o conteúdo de arquivos ou e-mails,
27:17mas eu vou tomar a liberdade de lê-las, então.
27:20Embora entenda que a defesa não queira fazê-las.
27:23Consta a primeira aqui, no texto.
27:26Dessa forma, na busca da verdade real, resta inegável a necessidade
27:29de que o Correio colaborador Marcelo Baieldebrecht responda aos seguintes questionamentos.
27:341. Em que dia e local lhe foi fornecido o HD contendo o espelhamento do seu computador apreendido?
27:41Não tem nenhuma relação com a necessidade de ter tido acesso à íntegra.
27:452. Tal HD foi solicitado pelo colaborador à Força-Tarefa Lava-Jato da Procuradoria da República Curitiba?
27:51Ou lhe foi entregue por determinação desta?
27:54Também não tem nenhuma necessidade de ter tido acesso à íntegra do material.
27:593. Quais as orientações que lhe foram passadas pelo MPF quando a entrega do material?
28:04Também não tem nenhuma relação com a necessidade de ter tido acesso à íntegra do material.
28:10Como se deu a entrega do material pela Força-Tarefa ao Correio colaborador?
28:15Igualmente o que disse anteriormente.
28:165. Em 4.09.2017, o Sr. Marcelo Debrecht foi interrogado por juízo nos autos da presente ação penal.
28:246. Na ocasião afirmou que documentos juntados previamente e informações prestadas no ato judicial tinham sido obtidos durante sua preparação para o relatório.
28:337. Por qual motivo acesso às informações constantes do seu computador pessoal não foi realizado nesse momento, tão importante dentro de um procedimento criminal?
28:417. Igualmente não havia nenhuma necessidade de ter acesso ao material na íntegra para fazer essa pergunta.
28:477. O Ministério Público Federal, mais especificamente Força-Tarefa, Lava Jato, da Procuradoria-Geral da República Curitiba, que estava há anos em poder do material, não tinha condições para analisar por si só os referidos e-mails?
29:007. Quando a celebração do seu acordo de colaboração não lhe foi exigido que fornecesse elementos de prova capazes de corroborar suas declarações,
29:097. Dentre eles, acesso ao seu computador pessoal e as informações ali existentes?
29:138. Por que motivo a busca não foi feita anteriormente, tendo sido realizada apenas após a sua progressão de regime?
29:229. Todas essas perguntas, nenhuma delas com necessidade de ter tido acesso à íntegra do computador.
29:309. Não era possível que tais e-mails tivessem sido buscados anteriormente, da mesma forma que o colaborador vem prestando reiterados depoimentos perante as mais variadas autoridades públicas, ou então da maneira como tem obtido outros documentos?
29:4310. Então ficam consignadas as perguntas? A defesa não quer fazê-las, então vou reputar como prejudicadas.
29:4910. Eu vou fazer aqui a referência, a última que, ao contrário do que foi dito aqui pela defesa,
29:5410. A decisão do juízo foi no sentido de permitir o acesso à íntegra dos e-mails do senhor Marcelo Lebrecht, junto à Polícia Federal.
30:04Isso foi permitido desde 4 de abril desse ano.
30:08A compreensão do juízo é que a pretensão era de acesso às mensagens, certo?
30:14Agora, com o esclarecimento da petição de ontem que a pretensão era acesso a todo o material, o juízo vai deferir o acesso a todo esse material.
30:21A senhora me permite só um esclarecimento?
30:23Não, eu não permito. O juízo já decidiu...
30:24Foi feita uma afirmação, foi pedido acesso ao disco rígido contendo o espelhamento do computador do senhor Marcelo Lebrecht.
30:33Isso consta no evento 1565.
30:35Então eu só gostaria de enfatizar a vossa excelência que data vênia, o pedido foi feito, o pedido foi deferido.
30:42O pedido foi deferido em relação à questão dos mensagens eletrônicos, a compreensão do juízo era essa.
30:47Agora, tudo bem, a defesa está ampliando o pedido de ontem e eu estou deferindo, aqui vou consignar no termo.
30:54Agora, a justificativa da defesa de que foi cerceada é uma justificativa que não corresponde à realidade.
31:00Máximo, porque há os quesitos aqui que eu li, inclusive, todos poderam perceber, não havia nenhuma necessidade de ter acesso ao material na índice.
31:08E com isso eu encerro aqui a audiência.
31:10Eu respeito a opinião em vossa excelência, mas...
31:12Pode interromper.
31:13Pode interromper.
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