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  • 19/06/2025
No Jornal Jovem Pan, os economistas Eduardo Velho e Will Castro Alves analisam a decisão do Banco Central de elevar a taxa de juros para 15% ao ano, a segunda maior do mundo. Eles também explicam como a guerra no Oriente Médio influencia o câmbio, o preço do petróleo e a economia global.


Assista à íntegra: https://youtube.com/live/-G52sjgK2FA

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Transcrição
00:00Economia, decisão dos juros no Brasil, alta da Selic e nos Estados Unidos com as taxas mantidas.
00:07Nós temos dois convidados agora aqui no Jornal Jovem Pan, economista-chefe da Equador Investimentos,
00:12Eduardo Velho, e o estrategista-chefe da Avenue, Will Castro Alves, que trabalha em Miami.
00:18Primeiro, muito obrigado por vocês estarem aqui. Eu começo com o Eduardo mais uma vez.
00:24Muito obrigado por estar aqui com a gente, participar da programação da Jovem Pan.
00:27Já começo perguntando sobre essa alta da Selic.
00:30O mercado se dividia, praticamente 50% dizendo sobre a manutenção e outros 50% falando em alta.
00:38De uma certa maneira, como é que o mercado, na segunda-feira principalmente, deve reagir a essa alta?
00:44Vai entender o que o Copom quis sinalizar, falando sobre possibilidades ainda de inflação,
00:49mas já sinalizando para talvez uma interrupção dessa alta que, nesse caso, foi a sétima seguida, não é, Eduardo?
00:56Bem-vindo.
00:57Boa noite. É um prazer estar aqui mais uma vez.
01:02A primeira reação do mercado, como o mercado não estava 100% precificado,
01:08o mercado estava dividido entre a manutenção da taxa de juros e uma elevação de 25 pontos
01:14na véspera da decisão, vai ocorrer, com certeza, uma elevação da taxa de juros curta no mercado futuro.
01:23Então, as taxas vão subir um pouco em função desse ajuste, que é natural que aconteça isso.
01:29Então, é uma posição de compradores e vendedores, de ganhadores e perdedores.
01:33Agora, eu acho que não surpreendeu a gente que no Equador, a gente estava no grupo, digamos assim, da minoria já há um bom tempo,
01:43que a taxa de juros, na verdade, não houve uma sinalização na última ata do Copom que iria parar os juros.
01:50Pelo regime de metas, as expectativas para 2026 são importantes.
01:56Então, a inflação de 2025 já não é tão importante para as decisões de juros.
02:00O Copom olha mais para frente ainda.
02:04Então, a economia está muito resiliente, a economia está muito aquecida ainda,
02:08entrou o segundo trimestre bem aquecida,
02:11e não foi só o setor agropecuário que está crescendo.
02:14O setor de comércio, de serviços, está crescendo bem.
02:18Alguns indicadores de lucro, de tendência à inflação estão altos.
02:22E todas as projeções, a nossa também, por exemplo, está acima do teto da meta para 2026.
02:29Então, só a do Banco Central, que pode ser que seja ajustada ao longo do tempo,
02:34ela está um pouco mais próxima do centro da meta.
02:37Mas, a princípio, há muitas incertezas.
02:40O dólar caiu, ajuda a cair um pouco a inflação.
02:42Mas, há muita ainda, a resiliência ainda da inflação,
02:47depois que passar essa fase favorável da inflação avícola até agosto.
02:52Então, eu acho que o Banco Central foi prudente, foi correto.
02:55Eu acho que ele sinalizou bem.
02:56Eu acho que ele vai ser ortodoxo.
02:59Ele não está tendo ajuda da área fiscal.
03:01Eu acho que foi correto.
03:02E aí, nos Estados Unidos, meu caro Will Castro Alves,
03:06mais uma vez participando aqui da nossa programação,
03:08eu sei que aí a taxa foi mantida e despertou de novo a revolta do presidente dos Estados Unidos,
03:14dizendo que ele mesmo pode assumir o Banco Central.
03:17Como é que foi a reação aí nos Estados Unidos?
03:19Boa noite, bem-vindo.
03:22Boa noite, Thiago.
03:23Bom, pois é, as bravatas do Trump, acho que o mercado já se acostumou.
03:27A verdade é que já não fazem tanto preço e que bom.
03:30Deixa ele falar algumas das suas bravatas, ele tem a opinião dele.
03:34Eu sempre falo que qualquer um aqui nos Estados Unidos pode dar a sua opinião sobre os juros.
03:38Mas, obviamente, quando o Trump fala, tem um peso um pouco maior.
03:41Não vai acontecer, ele mesmo já falou que não vai demitir o Jerome Powell,
03:45não vai brigar para tentar tirar o Jerome Powell, não é tão simples ele demitir.
03:49E o mandato de Jerome Powell acaba em maio do ano que vem.
03:52Agora, para quem está nos assistindo aqui, tentar trazer um raio-x do que aconteceu.
03:56O mercado esperava já que a taxa de juros ficasse onde ela está, entre 4,25 e 4,50.
04:03Diferente do Brasil, aqui é um range, você fica ali entre o seu universo de 4,25 e 4,50.
04:09O mercado já dava como certo que o Banco Central não ia mexer nos juros e, de fato, não o fez.
04:14O que teve de diferente?
04:17No comunicado do Banco Central aqui americano, ele emitiu projeções sobre a economia
04:23que mostram um pouco menos de crescimento, um pouco menos de PIB.
04:26Um pouco mais de inflação e um pouco mais de desemprego.
04:31Ou seja, um cenário menos positivo.
04:34Ainda assim, a economia americana cresce, mas cresce menos.
04:37E a inflação continua resiliente, ela não vai embora.
04:40E aí, abre espaço, ou pelo menos para você discutir,
04:44os cortes de juros que o Trump tanto bate, tanto reclama.
04:48Nas projeções econômicas do FONC, ele ainda aponta para dois cortes esse ano.
04:52Mas cada vez jogando mais para frente.
04:55O mercado aposta na reunião de setembro e em dezembro.
04:57Mas houve ali entre os dirigentes do FED uma certa mudança de postura,
05:02onde mais dirigentes agora apostam em menos cortes de juros
05:05para deixar o Trump louco da cabeça, né?
05:08Ou realmente muito bravo.
05:10É verdade.
05:11Eduardo, aqui no Brasil, eu cheguei até a lembrar agora há pouco
05:14com a nossa comentarista Dora Kramer,
05:16que essa taxa é a mais alta desde 2006.
05:20Era o último ano do primeiro mandato do presidente Lula
05:23e o vice-presidente da República, José Lencar, na época,
05:25vivia criticando os juros.
05:27O remédio amargo lá de 2006, é o mesmo remédio amargo
05:32ou tem o mesmo efeito na economia desse Brasil de 2025?
05:35Eu acho que o remédio amargo depende muito da questão fiscal,
05:43das contas públicas.
05:44Se você tem um acerto fiscal, contas públicas mais equilibradas,
05:49o remédio torna-se menos amargo.
05:53Ou seja, o Banco Central teria mais capacidade, mais rápida,
05:57de reduzir os juros, que é toda a expectativa que todos torcem,
06:01obviamente, toda a população, a gente mesmo, torce pelo mercado.
06:04Então, eu acho que a diferença é que eu vejo que a meta de inflação também,
06:09ela está muito baixa.
06:11A meta de inflação é 3% ao ano, a meta central.
06:15A nossa estimativa do nosso modelo,
06:18que é o grau de persistência flacionária,
06:20aponta que o Brasil tem uma inflação estrutural em torno de 4,6%.
06:25Então, obviamente, temos que ter um juros maior
06:28para que alcance uma inflação menor.
06:31Agora, mudar agora a regra do jogo é difícil.
06:36Eu acho que esse remédio vai ter que caminhar um pouco,
06:38ou seja, vai ter que se prolongar um pouco,
06:40essa taxa de juros, pelo menos até dezembro,
06:43até janeiro do ano que vem,
06:45em torno de 15%.
06:47E o Banco Central vai esperar um pouco a economia desacelerar um pouco,
06:51a inflação desacelerar, junto com uma melhoria fiscal.
06:55Eu acho que são várias variáveis que vão ter que acontecer,
06:58o cenário internacional também tem que ajudar também,
07:01o preço do barril do petróleo também,
07:02se começar a subir muito,
07:04vai ter impacto claramente no reajuste da gasolina.
07:07Então, obviamente, tem várias coisas que vão acontecer,
07:11mas, a princípio, o Banco Central acertou, na minha avaliação,
07:14em sinalizar que está comprometido com uma inflação baixa
07:17para 2026 e 2027.
07:20Queria fazer agora uma pergunta cruzada para vocês,
07:22começando pelo Will.
07:23A alta da Selic aqui no Brasil interfere como o seu trabalho
07:27aí nos Estados Unidos, se é que tem algum tipo de interferência.
07:31Você que lida com os brasileiros aí,
07:33mexe muito com o dólar, com o câmbio,
07:35qual é o impacto da decisão daqui no Brasil
07:37para você aí, Will?
07:41Tiago, com certeza mexe, né?
07:43Porque, obviamente, assim como vocês colocaram ali no highlight aqui embaixo,
07:46aparece o Brasil como uma das maiores taxas de juros do mundo.
07:50Aí o investidor brasileiro, ele se pergunta,
07:52bom, mas por que eu vou investir nos Estados Unidos, né?
07:55Para ganhar bem menos, ganhar 4,25, ganhar 4,5,
07:59se eu posso ganhar 15% ao ano no Brasil?
08:02Aí você tem aquele trabalho todo educacional,
08:05que a gente vem falando muito e explicando, né?
08:07Porque 15% em real não é a mesma coisa do que um retorno em dólar.
08:13Já começa daí.
08:14Você nunca sabe os nuances da moeda.
08:16É a mesma coisa que você dizer o seguinte,
08:18olha, meu amigo, se você quiser ganhar 25%,
08:21você pode investir em lira turca.
08:23Pô, mas lira turca é arriscado, eu tenho medo.
08:26Quando a gente vê aquelas notícias da taxa de juros na Argentina,
08:3140%, mas e qual que é a inflação na Argentina?
08:33Qual que é o risco de investir?
08:35Por aí vai.
08:35Então, vai trazer, não, o Brasil é diferente da Argentina,
08:38o Brasil é diferente da Turquia,
08:39o Brasil tem pontos melhores,
08:41mas ainda assim tem risco.
08:43É salientar que esses 15% eles representam um risco.
08:46Como o Eduardo comentou,
08:47a gente tem uma política fiscal que ela não está ajudando.
08:49Essa política fiscal, ela atrapalhou a valorização do...
08:53Ela gerou a valorização, essencialmente,
08:55do dólar contra o real no ano passado,
08:56de mais de 20%.
08:58Então, às vezes você ganhar,
08:59o cara que investiu em dólar aqui ganhando 4%,
09:02mas teve a variação do câmbio,
09:03ela ajudou bastante em 2024.
09:06Não vem ajudando agora,
09:07mas a gente sabe que qualquer soluço da economia global,
09:10o dólar, ele salta contra o real e salta rápido.
09:12Então, é um pouco da ideia do seguro,
09:15investir aqui como uma reserva,
09:16como uma proteção de patrimônio,
09:18para que, eventualmente,
09:20quando as coisas possam não ir muito bem no Brasil,
09:23você tenha esse seguro.
09:24E também uma coisa não exclui a outra,
09:26você pode investir e aproveitar a taxa alta no Brasil,
09:29mas também se aproveitar aqui das oportunidades
09:32que tem no mercado americano.
09:33E, Eduardo, rapidamente para a gente fechar,
09:35a decisão, não necessariamente,
09:36a decisão dos juros dos Estados Unidos,
09:38mas a economia americana como um todo,
09:40a forma como a economia americana se comporta,
09:44interessa os brasileiros também,
09:46as turbulências ou não,
09:47o talifácio recente,
09:49será que isso vai se dar na prática,
09:51apesar dessa suspensão temporária
09:53e outras taxas que já existem?
09:55De que forma a economia brasileira
09:56estaria blindada ou não estaria blindada
09:58a essas turbulências?
09:59O Brasil, no curto prazo,
10:04de certa maneira,
10:04se beneficiou um pouco da desvalorização,
10:07da queda do dólar no exterior.
10:09O dólar no exterior tem tido uma queda
10:11bem relevante,
10:13digamos assim,
10:14principalmente entre março e até agora,
10:17em função dessa redução da procura pelo dólar,
10:20em função desse incertendo,
10:22do impacto das tarifas,
10:23da menor disponibilidade e demanda
10:25com reserva de valor do dólar.
10:27Isso ajudou a valorizar o real aqui,
10:30o anti-dólar,
10:31e consequentemente ajudou
10:32que a inflação não subisse tanto.
10:34Então, de certa forma,
10:35o Brasil foi beneficiado em parte por isso.
10:38E o preço do marido do petróleo,
10:39mesmo em alta,
10:41ele ajuda também a aumentar
10:42a entrada de dólares
10:43pela exportação do petróleo,
10:45que a gente virou também
10:46grande player no mercado.
10:48Então, a gente está no meio da transição.
10:51Temos que resolver,
10:52como o estrategista comentou da Eleva,
10:55resolver as questões fiscais,
10:58que são agora um grande entrave,
11:00um grande motor,
11:01uma grande direção
11:02que o Banco Central vai ter que mirar aí,
11:04vai ter que olhar,
11:06para poder, em algum momento,
11:07reduzir a taxa de juros.
11:08Por enquanto,
11:09a inflação,
11:10aparentemente,
11:11para o Banco Central,
11:12ainda está alta
11:13e me parece que ele está correto.
11:15Então,

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