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  • 14/05/2025
Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o economista Will Castro Alves analisou o novo recorde do Ibovespa, que fechou aos 138 mil pontos. Segundo ele, o resultado está ligado à ata do Copom e à trégua tarifária entre Estados Unidos e China, que diminuíram a volatilidade dos mercados.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/Vh13zchipVY

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Transcrição
00:00Direto então pra Miami conversar com o estrategista-chefe da Avenue, o economista Will Castro Alves, mais uma vez chegando aqui ao Jornal Jovem Pan.
00:07Tudo bem, Will? Boa noite pra você, muito bom te receber sempre.
00:11Boa noite, Thiago. Prazer estar falando contigo hoje de Nova York.
00:15Olha só. Nova York, então você tá no centro financeiro, mais perto do centro financeiro nervoso aí dos Estados Unidos.
00:22Então eu já te pergunto, como é que foi o dia na Bolsa por aí?
00:25E, claro, toda essa questão das tarifas dos Estados Unidos com a China e esse índice de inflação que foi divulgado hoje.
00:36Exatamente, Thiago. A gente teve um índice de inflação ao consumidor americano, que mostrou que a inflação ainda está acima da meta do Fed,
00:46mas ela veio aquém daquilo que o mercado estava esperando.
00:49E isso foi uma boa notícia.
00:51Pelo menos apazivo um pouco aquele receio de que os juros possam não ceder.
00:57E isso porque, também ao longo dessa semana, a gente começou a semana com a boa notícia do acordo entre Estados Unidos e China
01:06que posterga a implementação de tarifas por 90 dias.
01:09E, mais do que isso, a fala do Scott Bester, secretário do Tesouro americano, que participou das reuniões na cúpula indiana na Suíça,
01:22e comentando que as negociações fluíram muito bem e a conversa andou bem.
01:29E isso surpreendeu o mercado, que não imaginava que um acordo com a China pudesse acontecer tão cedo.
01:34Se falava em acordo com a Coreia, com a Índia, a gente viu um acordo com o Reino Unido, com a Inglaterra,
01:41um antigo parceiro comercial americano, algo já relativamente esperado,
01:46mas não se imaginava que iria chegar a um acordo, ou pelo menos a postergação de tarifas.
01:52Isso surpreendeu positivamente o mercado, que subiu bem na segunda-feira,
01:57ativos de risco performando bem, Bolsa Americana performando muito bem.
02:01E, ora, se ativos de risco performam bem, o real acaba se valorizando também.
02:08Então, essa alta do real, ou queda do dólar, tem a ver, obviamente, com essa percepção mais otimista,
02:16com a redução da volatilidade aqui no coração financeiro americano,
02:21com a percepção de que talvez o pior tenha ficado para trás,
02:25aqueles receios de que uma recessão pudesse acontecer nos Estados Unidos,
02:29afetando o mundo inteiro, com as duas grandes potências globais brigando,
02:33especialmente os Estados Unidos, a maior economia do mundo,
02:36isso acaba se dissipando.
02:38A gente tem visto uma revisão aí de projeções,
02:41o mercado voltando a apostar que a economia americana pode crescer,
02:45com isso, juros eventualmente não caem tanto,
02:48obviamente que, como eu comentei, a inflação hoje acabou dando uma ajuda nesse sentido,
02:53mas a gente tem visto o mercado se reagindo bem.
02:57E quem diria, né, depois de 30, pouco mais de 30 dias do tarifácio,
03:01dizer que a bolsa americana já teria voltado para onde estava,
03:04e até subiu já, frente, logo após aquele dia que foi anunciado o tarifácio do Trump.
03:10Até porque eu vou passar a palavra para os comentaristas,
03:12mas eu te pergunto o seguinte, Will,
03:14quer dizer que o tarifácio é uma bolha que já estourou, é isso?
03:16Boa analogia, né, de fato, o impacto econômico ainda está sendo sentido,
03:24ainda deve ser sentido.
03:26O que o tarifácio fez foi afetar os indicadores de confiança,
03:30tanto do consumidor quanto do empresário,
03:32estão bastante abalados aqui nos Estados Unidos.
03:35Mas uma coisa é o que você imagina, espera e tem receio em relação ao futuro,
03:39agora, aquilo que você de fato faz,
03:42se você continua consumindo e continua investindo,
03:44investindo, a roda continua girando, a economia continua girando.
03:48E por ora a gente não viu o impacto econômico efetivo nos dados.
03:52É impossível que a gente veja, mas o mercado já olha um pouco à frente.
03:57Não, tudo bem, foi um mês aí mais fraco de atividade,
04:00mas Estados Unidos e China já estão conversando,
04:03vão se resolver e as coisas vão andar.
04:05Mercado sempre olhando ali seis meses na frente, né?
04:09Cristiano Vilela, sua pergunta, Will Castro Alves,
04:11economista da Avenue, diretamente de Nova York.
04:15Will.
04:15Will, boa noite.
04:17Will, na sua avaliação, estamos vivendo aí um momento realmente de euforia, né?
04:21Muita gente animada com esse acordo preliminar,
04:24pelo menos entre Estados Unidos e China.
04:26Dá pra imaginar que desse imbróglio já tenha algum derrotado?
04:30Que talvez esse acordo entre os dois gigantes
04:33pode eventualmente acabar sendo considerada a derrota
04:36de algum dos players envolvidos?
04:38Olha, é difícil ver dessa forma,
04:42porque, na verdade, quando as duas superpotências do mundo,
04:45as duas maiores economias do mundo brigam,
04:47o mundo, na verdade, acaba perdendo.
04:50Existia aí uma expectativa de que, eventualmente,
04:54essa briga entre Estados Unidos e China
04:56abrisse espaço para outros países ocuparem esse espaço.
05:00O próprio Brasil poderia se beneficiar aí
05:02de uma briga entre Estados Unidos e China,
05:05falava da Coreia, da Índia,
05:07e aí, eventualmente, em não havendo briga entre Estados Unidos e China,
05:12eles deixam de aproveitar essa oportunidade.
05:16Mas eu acho um tanto quanto prematuro dizer isso
05:18por dois motivos.
05:20Um, porque, de novo, se as duas maiores potências brigarem,
05:23isso acaba sendo ruim para o mundo como um todo.
05:26Não tem tanto ganhador nessa história.
05:28E o outro ponto é que, apesar de postegarem as tarifas,
05:33tem que bater na madeira aqui, não tem nenhuma madeira perto.
05:36Mas a gente nunca sabe o que pode acontecer
05:38no caminhar dessas negociações, dessas conversas.
05:42No governo Trump, hoje, houve muita conversa,
05:45houve o compromisso chinês de comprar a soja americana,
05:49de comprar determinados produtos,
05:51que acabaram depois não acontecendo tanto assim.
05:53Aconteceu aquela...
05:55A gente começou a ver o chamado near-shoring
05:58já meio que acontecendo, mas de uma forma meio torta.
06:01Ou seja, o cara tira a produção da China,
06:05leva para Bangladesh,
06:07ou pelo menos faz um pit stop em Bangladesh,
06:09no Vietnão, na Indonésia,
06:11antes de vir para os Estados Unidos,
06:13só para o produto não ser chinês, entre aspas.
06:15Então, ainda tem muita água aí para rolar,
06:17mas, pelo menos, o indicativo para o mercado financeiro foi positivo.
06:21Pergunta agora de Nelson Kobayashi.
06:24Will, boa noite, um prazer falar contigo.
06:26Eu quero entender os impactos disso tudo para o Brasil.
06:29O acordo, a possibilidade de um rompimento ou não desse acordo,
06:32como é que isso respinga aqui no nosso Brasil?
06:37Excelente pergunta, Nelson.
06:38A gente está...
06:39Estou aqui, em Nova York, participando da Brasil Week.
06:41Ou seja, tem vários CEOs de diversas empresas aqui,
06:44tem governador, o Tarcísio estava por aqui também.
06:47Todo mundo meio que vendendo o Brasil, né,
06:50aqui para os americanos.
06:53A gente que trabalha já aqui nos Estados Unidos,
06:55a gente também vende os Estados Unidos para os brasileiros, né?
06:58A gente sabe que os brasileiros têm pouco investimento
07:01aqui fora nos Estados Unidos,
07:03e a gente tem tentado mostrar que, olha,
07:05é uma forma de você se proteger daquilo que acontece no Brasil,
07:08é ter parte dos seus recursos aqui,
07:10protegido em moeda forte.
07:13O Brasil, ele tem a oportunidade de se beneficiar
07:15com essa guerra tarifária.
07:17Ela não acabou.
07:19Essa guerra tarifária ainda acontece.
07:21Os Estados Unidos ainda estão negociando.
07:22Hoje mesmo, o Trump estava lá na Arábia,
07:24comentou um pouco sobre isso.
07:26Os Estados Unidos poderiam se beneficiar
07:28ocupando espaços nas cadeias produtivas.
07:31Os Estados Unidos estão mais...
07:32O Brasil está mais perto dos Estados Unidos.
07:35poderiam negociar.
07:37E o que a gente ouve aqui em Nova York
07:40é a necessidade, eu acho que a compreensão
07:42cada vez maior do Brasil se abrir um pouco mais para o mundo.
07:45O Brasil é um país muito fechado
07:46e tem muito receio dessa competição externa,
07:49tem muito protecionismo, na verdade, no Brasil.
07:52O Brasil não é um país aberto ao comércio.
07:54E eu diria que essa é uma oportunidade,
07:56eventualmente, do Brasil se abrir mais
07:59e trocar com o exterior,
08:01e essas trocas serem benéficas
08:03tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos
08:06ou para os parceiros que forem.
08:08Por ora, o Brasil tem adotado uma postura pragmática
08:11de se aproximar mais da China.
08:14A gente viu o presidente Lula lá conversando,
08:16discursando, falando que nunca esteve tão próximo da China.
08:20Agora, poderia também estar próximo dos Estados Unidos.
08:24Acho que essa deveria ser um pouco da postura do Brasil
08:27ser pragmático, comercializar com todo mundo
08:29e ofertar o Brasil para o mundo,
08:32porque a gente tem muito potencial.
08:34Mais uma pergunta para a gente fechar.
08:35Cristiano Villela.
08:37Eu gostaria de perguntar justamente sobre esse último ponto.
08:40Como foi a repercussão da visita do presidente Lula à China?
08:43Teve alguma repercussão, talvez um pouco negativa,
08:46nos Estados Unidos?
08:47Essa interpretação de que talvez o Brasil se distancie
08:50dos Estados Unidos à medida que se aproxima da China?
08:55Olha, nunca é bem visto.
08:57Acho que o Trump é um cara que volta e meia
08:59quando ele comenta sobre o Brasil.
09:01Ele traz um pouco isso à tona.
09:03Agora, chamou atenção, né?
09:05A gente não está ainda em eleição,
09:07mas chamou atenção e já foi até noticiado hoje
09:09que nas reuniões internas, em bancos,
09:13com investidores e com CEOs de outras empresas,
09:15o Tarcísio com um discurso já com um plano para o Brasil,
09:20falando que inclusive seria fácil resolver o Brasil,
09:22comparou com a Argentina,
09:23que estava numa situação muito mais complexa
09:25e que o Millet já vem conseguindo contornar diversas dificuldades,
09:30melhorar a economia argentina
09:32e inclusive teve uma aprovação,
09:34foi um vencedor aí nas eleições regionais da Argentina, né?
09:38Então, apareceu um pouco a figura do Tarcísio aqui,
09:41pelo menos nas reuniões em que a gente participou,
09:43enquanto o Lula está lá na China,
09:46se aliando, se aproximando cada vez mais da China.
09:51Para o Brasil é importante estar próximo dos dois,
09:54de novo, a gente pode comercializar
09:56com as duas maiores potências,
09:58o importante é tentar não tomar tanto lado, né?
10:02Economista chefe da Avenue,
10:04Will Castro Alves, com sede nos Estados Unidos,
10:06falando diretamente de Nova York.
10:09Muito obrigado mais uma vez, Will.
10:10Bom trabalho para você,
10:11a gente volta a se falar.
10:12Um abraço.
10:12Obrigado.
10:13Obrigado.

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