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  • 18/06/2025
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Transcrição
00:00O futuro do trabalho. Teve uma reunião na OIT com diversos países falando sobre o futuro do trabalho.
00:10Eu sei que vocês gostam aqui de debater essa história aí dos sindicatos, CLT, as discussões que o pessoal está tendo
00:20e eu soube aí por meio das minhas fontes que essas discussões que nós temos aqui no Brasil não batem muito com o que está rolando no exterior.
00:32O que está rolando no exterior bate mais com o que vocês estão propondo de discussão.
00:36E por isso que eu trouxe aqui uma pessoa que foi até a última reunião da OIT para vocês poderem fazer as suas perguntas.
00:46Já está aqui nos nossos estúdios o Fernando Calvé. O Fernando Calvé frequenta essas reuniões da OIT.
00:52Ele já teve assento lá, continua frequentando como empresário, trazendo essas novidades aqui para o Brasil.
00:58Ele é empresário no setor de serviços terceirizados e temporários, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Temporários e Terceirização no Estado de São Paulo
01:07e diretor da Federação Nacional das Empresas de Serviços Temporários e Terceirizados.
01:13Fernando, tudo bom?
01:15Tudo bem.
01:16Fernando, conta primeiro para mim que história é essa dessas reuniões aí da OIT que os empresários vão para discutir o futuro do trabalho.
01:27Vocês discutem lá o quê? Se vai ter CLT, se não vai ter CLT? Ou isso não se discute mais no resto do mundo?
01:36Muito bem. Discute-se. Mas discute-se pouco.
01:40Hoje o mundo está colocando foco realmente nas novas versões das relações do trabalho.
01:50O que será o mundo do trabalho daqui para frente?
01:54Com essa velocidade, com essa velocidade, com como as coisas acontecem.
02:00E a gente teve situações assim surpreendentes e ao mesmo tempo muito interessantes.
02:06A conclusão mais importante desse fórum é que o maior patrimônio econômico hoje, mundial, é a juventude.
02:15Então, as empresas de sucesso e os empresários de sucesso terão melhor êxito se começarem a investir nesse patrimônio.
02:26Olhar para o jovem. Quais são seus anseios? Quais são suas potencialidades? O que é que se pode esperar disso?
02:35E o país que não estiver olhando para essa tendência está se afastando da modernidade e do trabalho do futuro.
02:44Então, como você me perguntou no começo, ainda se discute alguma coisa de lei, mas cada vez menos.
02:49Porque hoje o mais importante é respeitar essas tendências e tentar, sobretudo, atender a essas tendências.
02:56Coisa que o Brasil está muito longe, está muito defasado.
03:01Mas, por exemplo, você está falando em jovem. Uma coisa que eu vejo, por exemplo, a molecada, que eu já vi como gestora, contratando.
03:10Eles não querem esse papo, por exemplo, de sindicato.
03:16Eles não gostam do tipo de sindicalismo que a gente tem no Brasil.
03:21Não querem... Eles não querem nem ir conhecer onde é o sindicato.
03:27Tem a maior birra. Você manda o cara ir lá tirar, por exemplo, da minha área um DRT, um registro.
03:34Eles não querem nem ver, não querem nem saber.
03:36Na área de animação, por exemplo, você não contrata um menino com carteira assinada de jeito nenhum.
03:44Você só contrata com carteira assinada quando a pessoa tem necessidades básicas que ela precisa suprir para a família dela naquele momento.
03:53Ele supriu aquilo, ele não quer mais, porque ele não quer mais ver aquela gente.
03:57E olha, com toda razão. E é bom que seja assim.
04:04Infelizmente, a gente ainda carrega uma legislação fascista.
04:11Nosso modelo é um modelo copiado da Itália de 1930, alguma coisa, implementado aqui pelo Getúlio Vargas, outro ditador.
04:19Essa é a nossa CLT.
04:20Uma CLT que se propõe a ser dona do trabalho.
04:24O sindicato como dono do trabalho.
04:26E tem uma pergunta interessante a fazer, discutia-se aí há alguns anos, quem afinal é o dono do trabalho?
04:32Então, nas décadas lá de 1940, 1950, achava-se que o dono do trabalho era o empregado.
04:38Porque afinal, se não tivesse trabalhador, não teria trabalho.
04:41Tempo depois, a mesma discussão volta à tona e se conclui que o dono do trabalho é o empregador.
04:51Porque afinal, se ele não contrata, não tem trabalho.
04:54E hoje, a pergunta se responde da seguinte forma.
04:57O dono do emprego é o cliente.
04:59Então, se o trabalhador e empresário não atender a essas tendências e ficar preso a leis retrógradas, obsoletas, não vai haver emprego nenhum.
05:14Então, o dono do emprego hoje não são os sindicatos, muito menos os empresários e muito menos os empregados.
05:20É aquilo que a necessidade se revela.
05:22E a gente vê que existe todo um mercado especializado em burlar leis trabalhistas e tributárias.
05:33Vamos ver.
05:34Existe. Existe. Tem escritório grande especializado.
05:40Eu acho assim, não é só porque no Brasil as pessoas são mesmo coniventes.
05:45Eu acho que no Brasil as pessoas são coniventes com jeitinho.
05:48Porque senão não elegia tanto corrupto.
05:51Senão o corrupto parava ali no nível gerencial.
05:54Ele não virava presidente, não virava diretor de nada.
05:57Mas também porque, assim, a gente tem uma lei que foi feita pra um mundo que não existe mais.
06:03Perfeito.
06:04Ele não existe mais.
06:05Então, assim, a lei feita em 1940 era pra um mundo que você tinha que ligar pra uma telefonista e pedir uma linha.
06:12Pra ligar pra uma pessoa, aí você ligava, a pessoa não tava, acabou.
06:15Hoje você manda um WhatsApp.
06:16Então, assim, uma lei pra um mundo aplicada em outro nunca vai dar certo.
06:22Não.
06:23Aí vai, o que que se faz hoje?
06:25Tudo é gambiarra.
06:27E com esses sindicalistas no meio que você não escolhe quem é o sindicalista que negocia as suas coisas.
06:33Então, nós estamos vivendo uma maluquice.
06:36E aí o cara fala que a CLT protege o trabalhador?
06:38É verdade.
06:41É muito pelo contrário.
06:43Aliás, não só defende nem protege, como atrapalha.
06:47Porque a CLT, tal como existe hoje, ela bloqueia a vontade própria do trabalhador.
06:55Se, de repente, um estudante tem um tempo ocioso que ele pode se dedicar ao trabalho.
07:00Mas se ele não atende lá essas regras todas da CLT, não é como trabalhar legalmente.
07:06E aí o empresário, com medo da punição, acaba não contratando.
07:11Então, o que se discute, por exemplo, nesse fórum, é que países onde as leis são muito severas, muito enrijecidas,
07:22o número de fraudes é muito grande, porque não tem como atender.
07:24E países onde há menos burocracia, onde há mais flexibilização, flexibilidade, há mais espaço de negociação,
07:33você tem menos fraudes e você consegue atender as expectativas do trabalhador,
07:38de uma forma mais leve, de uma forma mais fácil.
07:42Então, essa é uma tendência que o mundo e o Brasil precisam se modernizar e precisam começar a rever para você ver.
07:50Nós temos essa consolidação das leis de trabalho de 1940 e pouquíssimo se atualizou.
07:56E outro dado interessante que leva a gente a pensar nisso.
07:59Hoje, por exemplo, você tem no mundo cerca de 10 a 15 mil novos cargos, atividades por ano.
08:07Um jovem que entra na faculdade hoje...
08:09Por ano?
08:09Ano.
08:10Ano.
08:11Um jovem que entra na faculdade hoje, para se formar daqui a 5 anos, idealizando um determinado cargo ou trabalho ou carreira,
08:20provavelmente, dali a 5 anos, aquele cargo já não exista mais.
08:23Então, e a gente está aqui com uma legislação de 1940, atrapalhando.
08:30O emprego acaba saindo do país.
08:32E hoje, com a globalização, isso é muito fácil.
08:35Olha, aqui tem a Lissandra Privates dizendo que, hoje em dia, muitos profissionais preferem trabalhar em casa e na rua e não ir para um escritório.
08:45A Cristina Silva falando que muitas pessoas gostariam de fazer um pequeno negócio e não conseguem porque a carga tributária acaba ficando insuportável.
08:57Eles lembram que algumas profissões estão ficando extintas.
09:03Eu já tive entrevistados que falaram para mim, olha, tudo que eu aprendi em faculdade, mestrado, doutorado, hoje é curandeirismo.
09:09Porque o que eu faço hoje não tem a ver com o que eu aprendi.
09:12E eu também, o que eu faço hoje não é o que eu aprendi.
09:14É verdade.
09:15É a Lissandra, né?
09:16É.
09:17Então, você tem razão, Lissandra.
09:20Aliás, é o que se discute lá.
09:22Discute-se, por exemplo, o fim do emprego, não o fim do trabalho.
09:25Mas já se fala do fim do emprego na concepção atual.
09:30O home office, por exemplo, largamente utilizado nos países desenvolvidos, infelizmente no Brasil, esbarra numa série de limitações da lei.
09:41Mas o TST faz?
09:43Pois é.
09:44Mas aí tá.
09:45Quando você começa a se distanciar da lei, você começa a atender à expectativa.
09:52O Tribunal Superior do Trabalho faz e o empresário não pode fazer?
09:56Não pode.
09:56Porque se você coloca, você acaba incorrendo num risco trabalhista alto, porque as leis não te permitem o controle de horário.
10:09É verdade.
10:10A pessoa tem como, eventualmente, alegar a questão de hora extra.
10:15Mas por que eu quero controlar o horário do cara?
10:18Eu quero só que ele dê lá o negócio.
10:20Tá na lei, você tem que ir lá.
10:20Mas não me importa.
10:21Se um faz em uma hora e o outro faz em cinco, se ele quer ir tomar café no meio do negócio que ele tá fazendo...
10:28E trabalhar no horário que ele quer, se ele tem o filho.
10:30Mas pra mim o que importa?
10:31Ele quer pegar o filho na escola.
10:33Eu não tô nem aí.
10:34Pra mim importa que entregue no dia.
10:36Exatamente.
10:36Eu tenho esse compromisso com a empresa.
10:38O meu contrato com ela é de entregar isso aqui.
10:40Então é isso que eu vou fazer.
10:41E se eu acordar durante a noite, porque eu sou notivo, eu gosto de dormir mais cedo, acordar mais tarde, etc.
10:46Eu tenho horário pra...
10:47O tempo da produção que eu me comprometi.
10:50Então é isso que se discute lá.
10:52Eu tenho dois falando isso, ó.
10:55Um que usa aqui um nome, Duca, não é o nome dele, ele conta que ele é home office.
11:02Ele trabalha pra uma empresa dos Estados Unidos.
11:05E ele não tem nenhuma regulamentação.
11:09Só que ele falou assim, eu também não pago imposto.
11:12Por que eu ia querer ficar legalizado?
11:16Não, mas é...
11:18Olha lá, é um problema...
11:21Mas é isso que você tá falando.
11:22É, exatamente.
11:23É uma pessoa que se não fosse uma lei tão doida, ia estar pagando imposto.
11:28Tiago Pereira, eu tenho possibilidade de fazer minhas obrigações de casa uma vez que eu mexo com redes sociais.
11:34De repente o cara tem que ir todos os dias pro trabalho pra uma coisa que ele podia fazer em casa.
11:40E aí a gente vai mexendo com outras situações.
11:44Mobilidade urbana.
11:45É, é uma discussão que tem lá.
11:47Infraestrutura de transportes.
11:48Transportes.
11:49Porque você tá botando das nove da manhã e você está atado de um monte de gente na rua que podia estar em casa.
11:54É uma outra conclusão que se chegou a esse congresso.
11:57As pessoas cada vez mais estarão conectadas.
12:01Mas fisicamente elas estarão mais isoladas.
12:03Ou seja, elas estarão se conectando, interagindo através de toda a tecnologia que dispõe.
12:12Mas não necessariamente indo ao trabalho pra poder trabalhar.
12:17Então isso é uma tendência.
12:19O nome dele, qual é o que perguntou?
12:22Vixe, já perdi aqui.
12:23Porque olha aqui como ficam entrando as perguntas, tá vendo?
12:26Ok, pois então o nosso amigo que hoje trabalha pra uma empresa dos Estados Unidos...
12:31Tiago, o que trabalha pra empresa dos Estados Unidos pôs apelido porque ele não paga imposto, ele não quer dar o nome.
12:37Não tem problema.
12:38Isso é o futuro, eu acho.
12:40Que realmente, o trabalho não pode ser tributado, gente.
12:42O único lugar onde tem, não é bem uma tributação, mas tem um custo de encargos, tamanho, que chega a dobrar mais do que o dobro, é o do Brasil.
12:56E isso é muito ruim pelo seguinte, quando uma empresa, uma montadora de automóvel, ela vai construir um carro.
13:03O parafuso da porta, onde é que vai produzir esse parafuso?
13:07Aqui ou na China ou no Paraguai?
13:09É onde ele custa mais barato.
13:11E muitas vezes esse parafuso deixa de ser produzido aqui porque aqui o salário tem um custo muito maior do que os outros lugares.
13:19Agora, o que vai pro bolso do trabalhador é a menor parte, menos da metade.
13:25E o resto vai aí pra Fundo Rural, Sesc, Senac.
13:31Eu não tô discutindo aqui a boa intenção e a eficiência dessas instituições.
13:37Mas não pode ser calculada em cima do salário.
13:43Tá entendendo?
13:43Porque senão dá a impressão...
13:44Tem que ver se é isso que o trabalhador quer pra ele.
13:47É, pior.
13:48Porque dá a impressão do seguinte, quanto custa você trabalhando pra mim?
13:52É 5 mil reais.
13:54Mas na verdade, o teu custo é de 2.500.
13:57Mas aí aquilo salta aos olhos de quem tá contratando e fala, aqui é muito caro contratar.
14:04E outra coisa que você falou, ora, dê o direito do trabalhador escolher se ele quer ter fundo de garantia, se ele quer recolher o INSS.
14:13Eu acho que deve, mas a consciência é dele.
14:16Não tem ninguém que chegar lá e falar, é obrigado.
14:18Ele tem que saber se deixar de recolher o INSS.
14:24Ele pode, por exemplo, optar por uma previdência privada.
14:27Ele não precisa necessariamente do INSS.
14:32Aqui sim é lei.
14:33Mas o ideal é, ora, eu vou fazer a minha poupança, eu vou fazer a minha reserva,
14:37eu vou contratar uma previdência privada, um plano de saúde do meu ganho, né?
14:41E não precisar de contribuir aqui.
14:45Até porque você sabe, olha aí, quem contribuiu esses 35 anos, o que tem a receber?
14:51Será que esse dinheiro, eu, por exemplo, que sou aposentado, se eu tivesse guardado esse dinheiro
14:54e investido em outro tipo de aplicação, eu teria mais do que eu tô ganhando hoje?
14:59Seguramente seria mais, né?
15:00Porque o que a gente viu é que, em geral, toda crise que existe tem que buscar recursos
15:07e muitas vezes recai em cima desse tipo de economia.
15:12Então, o futuro é esse.
15:15O trabalho, ele é remunerado, ele tem um preço fixo pelo trabalho.
15:20Tudo que incide em cima disso é custo que a rigor deve estar descolado do custo do trabalho.
15:26Do contrário, é o trabalhador que se é prejudicado.
15:30Fernando, para a gente terminar, nessas discussões internacionais,
15:34que países estão no mesmo PEM que o Brasil está hoje
15:39e que países são diferentes.
15:42A gente já sabe que Estados Unidos, Europa, esses outros países são muito diferentes da gente
15:48porque estão em outro nível de desenvolvimento.
15:50Mas quem que já deu um passo que nós não demos ainda?
15:55Assim, parece uma regra, vou arriscar dizer aqui o seguinte,
16:01países do terceiro mundo parece que pensam iguais.
16:04ninguém deu passo ainda para remediar isso, exceto o Brasil agora com essa proposta de modernização
16:18da reforma trabalhista que está sendo feita aí.
16:21que começou com a legalização da terceirização, que puxa vida, finalmente o Brasil está agora com uma lei
16:29comparável às práticas do mundo moderno, do primeiro mundo.
16:36E com essa reforma toda que o presidente, de uma certa forma, está envolvido,
16:44é a esperança que a gente tem de dar largos passos no sentido da modernidade.
16:49Mas você acha que os caras têm coragem de fazer isso?
16:52Eu vejo os políticos todos com muito medo de sindicalismo.
16:57A primeira reforma que eu acho que tinha que fazer era fim do imposto sindical obrigatório
17:02Está na pauta.
17:03E fim do sindicato ser o único no município.
17:08Tudo isso está na pauta.
17:08Eu acho que isso tinha que ser a primeira coisa.
17:11Está na pauta. Esses dois itens estão na pauta.
17:13Aí era bom.
17:15Dentre muitos outros.
17:16Eu acho assim, o Brasil está perdendo o medo de discutir as relações do trabalho.
17:21Isso é o grande passo.
17:22Essa terceirização, ainda que tenha sido a FORPS, tenha sido aquela barulheira toda,
17:30mas a gente mostra que, graças a Deus, os políticos, os técnicos, os especialistas, os empresários
17:39estão perdendo o medo de discutir as coisas do trabalho.
17:43Porque esse modelo cansou.
17:45Esse modelo faliu.
17:46Esse modelo não dá mais para se defender a CLT tal como ela existe hoje.
17:53Então, eu acho que tem um velho ditado, quem é do interior sabe bem, onde passa um boi, passa uma boiada.
18:01Eu tenho a impressão que já rompemos a primeira fase importante no sentido de ir para o caminho do bem.
18:10E eu acho que daqui para frente vai ser mais rápido, mais fácil.
18:14Óbvio.
18:14Ainda vão ouvir.
18:16Muito lamúria.
18:17Porque imagina você mexer no bolso do sindicalista.
18:20Você tirar o dinheiro, que é lá a fonte de renda de toda a família dele, dos amigos, aquele negócio todo.
18:28Na hora que você mexer nisso, você obviamente vai ter gente cheia, mas eu acho que nós temos espaço para isso sim.
18:36Estamos perdendo esse medo e tem que se remodelar, tem que se recriar.
18:41Imagina se você perguntar para o trabalhador, você concorda em descontar do seu salário todo ano, um dia de salário,
18:48ou seja lá, contribuição confederativa e outras tantas que tem.
18:52Óbvio que ninguém ia concordar, porque não se sente representado.
18:56Não sente que aquele dinheiro vem em detrimento dele.
18:58Quais foram as grandes conquistas que as centrais sindicais laborais fizeram ao longo desses últimos anos,
19:02com essa dinheirama toda que, se não me engano, beira 6 bilhões anuais.
19:08E o que ele ganhou com isso?
19:10Qual é o trabalhador mais feliz em razão dessas coisas desse sindicato?
19:14O trabalhador feliz é aquele que estudou, que lutou, brigou, conseguiu emprego, trabalhou, mereceu, foi promovido.
19:22E o trabalhador necessitado ainda está, por exemplo, o trabalhador que precisaria de uma representação,
19:30ainda conta só com o que foi feito em 1940.
19:33Os sindicatos não fizeram nada por eles.
19:35E nem querem.
19:36Não querem, querem que ele continue subjugado ali.
19:39Quem faz por esse trabalhador é Ministério Público, é Ministério do Trabalho, não é sindicato.
19:45Então o dinheiro não está indo para quem precisa.
19:47E tem uma proposta aí, também, que vai ser tão importante quanto essas outras duas,
19:52dentre muitas outras, que é a prevalência do acordado sobre o desistado.
19:58Mas aí o acordado não pode ser por esses caras aí, que eu não quero esses caras desse sindicato fazendo acordo para mim.
20:04É, ainda não...
20:06Aí tem que ser a primeira reforma sindicata.
20:08Ok, mas pera lá, o sindicato que não se modernizar e o sindicato que não atender os anseios do trabalhador,
20:18ele vai perder a representatividade e o poder.
20:23Aí sim, aí sim.
20:23Quer dizer, a hora que eu trabalho numa fábrica, eu vou lá para a Assembleia do...
20:27Porque tem sindicato bom.
20:29São poucos, mas tem os bons.
20:31E esses bons botam para quebrar.
20:33Agora, você imagina, se eu vou lá, eu trabalho, vou lá na Assembleia e o que está sendo discutido lá não é uma coisa boa para mim, né?
20:41Imagina assim, quem tem pai desempregado ou alguém na família desempregado, né?
20:46Você não pode diminuir o salário.
20:48E nem é esse o sonho de ninguém, nenhum trabalhador quer ver, ter que passar por isso.
20:52Mas eu, infelizmente, por conta aí de que governo, sei lá, para não levantar outro problema, o Brasil quebrou, né?
20:59Ora, se você tem uma pessoa na família, que às vezes é o seu arrimo de família,
21:04e esse homem, em razão da redução da empresa, ele perde o emprego.
21:09Se o patrão nessa hora, a crise está aí, vocês aceitam trabalhar por um período pela metade do valor,
21:16mas todo mundo fica empregado?
21:18Deixa o trabalhador decidir.
21:20Se a comunidade lá decidir, não, nós aceitamos, mas todo mundo fica empregado,
21:24ganhamos menos, mas a gente sobrevive, está decidido.
21:27Não, a gente não vai abrir mão disso aí.
21:30Não vai abrir mão, só escolhe aqui quem vai mandar embora, mas é a comunidade que decidiu, né?
21:36Não foi ninguém que decidiu por eles.
21:39Então, essa proposta da prevalência do acordado sobre o exato é para chegar nesse ponto.
21:43As férias, por exemplo.
21:45Eu olho, meu Deus do céu, eu tenho lá para fazer uma viagem, eu tenho um estudo,
21:48eu quero reformar minha casa, estou precisando tirar as férias,
21:52mas eu não quero tirar os 30 dias ou os 20 dias como manda,
21:54eu quero picar de uma forma ou de outra.
21:56Tem gente que gosta de tirar uma semana, uma semana, uma semana, uma semana.
22:01Tipo, eu gosto assim, sempre foi um inferno na minha vida isso.
22:04É isso, né?
22:06É um inferno, inferno.
22:08Se isso valer, é a regra, então tá bom.
22:10É assim, está ciente da coisa, perfeito.
22:13Por que que não pode?
22:15Isso eu nunca entendi.
22:16Por que que você não pode escolher como você quer as suas férias?
22:18É isso aí.
22:18E outras tantas coisas, tantos exemplos que a gente tem aí para dar.
22:21Tomara que dê tudo isso certo.
22:24Acho que a gente está caminhando.
22:25Graças a Deus, esse governo veio em excelente hora.
22:29Nunca tivemos, assim, tanta visão, tanta proposta na área do trabalho bem intencionada.
22:36E, sobretudo, só vai guardando os direitos dos trabalhadores.
22:40E, sobretudo, respeitando as suas vontades.
22:43Bom, Fernando, valeu, viu?
22:46Muito obrigada por ter vindo aqui na TV Antagonista.
22:50A gente conversou aqui com o Fernando Calvel.
22:51O Fernando esteve na última reunião da OIT, da Organização Internacional do Trabalho,
22:57que discutiu o futuro do trabalho.
23:00A OIT não é um órgão da ONU comum, ela é tripartite.
23:05Ela tem representantes governamentais, tem representantes dos empresários
23:10e tem representantes dos empregados, isso de todo mundo, né?
23:14Dos governos, empregados e empresários.
23:16Isso.
23:17E é por isso que ela não toma decisões.
23:20Ela toma um conjunto, desde que atenda aos três partes.
23:25Então, é um órgão ali da ONU diferente dos outros que vocês veem.
23:30O Fernando esteve lá nessas discussões.
23:32Acabou de chegar, né, Fernando?
23:33Por isso que a gente trouxe ele aqui com essas discussões internacionais.
23:37Você vê aqui na TV Antagonista.
23:39Valeu, Fernando.
23:40Obrigado a todos.

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