Conflito entre Israel e Irã beira uma terceira guerra mundial? Especialista comenta

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O conflito entre Israel e o Irã levanta o debate se o mundo está à beira de uma terceira guerra mundial. Para o professor de relações internacionais Marcus Vinícius de Freitas, a situação se assemelha a uma nova Guerra Fria, com o planeta novamente dividido em grandes blocos de poder. Ele analisa quais países apoiam Israel e o Irã, e o papel de potências como Estados Unidos neste cenário.

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00:00Seguimos aqui abordando esse tema, o conflito Irã e Israel, com os nossos analistas e comentaristas.

00:06Professor Marcos Vinícius de Freitas também está com a gente hoje.

00:10Professor, ontem nós acompanhamos, infelizmente, novos ataques, tanto de Israel no Irã quanto do Irã em Israel,

00:19e um conflito que normalmente se desenrola à noite.

00:22Professor, quando a gente tem essa preocupação aí de vários líderes, a reportagem trouxe vários deles,

00:26uns defendendo Israel, outros contrários a Israel.

00:30E o temor de uma possibilidade de terceira guerra mundial, dá para a gente também dizer,

00:37tem alguns analistas, colegas do senhor, que dizem que a gente já meio que vive até uma terceira guerra mundial

00:42em virtude de auxílio que é dado para a Ucrânia, aí a Coreia do Norte auxilia a Rússia também no embate com a Ucrânia,

00:48Estados Unidos do lado de Israel, a China e Rússia também do lado do Irã,

00:55talvez não seja uma terceira guerra mundial efetiva, mas acho que todos os países estão, infelizmente,

01:00nesse mesmo balaio, não, Marcos? Bem-vindo.

01:03Bom dia, Nonato, prazer conversar com você e a Beatriz sempre.

01:07De fato, nós estamos numa situação complexa nesse processo todo,

01:10porque a impressão que nós temos é que voltamos àquele mundo da Guerra Fria,

01:16onde nós tínhamos constantemente esses embates de um lado ajudando o outro

01:20e criando essas guerras regionais e essas guerras ao redor do mundo no sentido de medirem força.

01:28E aqui a gente observa mais um caso deste, né?

01:32Na Ucrânia ficou muito evidente que os Estados Unidos estavam ali,

01:38praticamente fomentando todo o processo, mas sem jamais entrar diretamente no conflito,

01:46porque entendia que um combate com uma Rússia nuclear seria extremamente prejudicial para os Estados Unidos,

01:53inclusive porque a Rússia também tem equipamentos que os norte-americanos não têm, não é?

01:58Então o combate fica meio complicado quando as forças principais têm ali uma equivalência na sua capacidade destrutiva.

02:08Durante muito tempo a gente sempre acreditou que esta capacidade de destruição mútua

02:13fosse aí o impedimento para que houvesse um desdobramento maior.

02:19Mas de tempos em tempos nós observamos que são utilizados esses países menores

02:26que fazem essas guerras por procuração, até para, de alguma maneira,

02:33evidenciar o poder daquele país que está por trás deles.

02:36Então é fácil de nós notarmos, por exemplo, no caso de Israel,

02:40o próprio presidente Trump disse que todos os equipamentos que Israel estão usando

02:44têm uma plena capacidade elevada de destruição porque foram feitos pelos Estados Unidos.

02:51Então o governo de Israel goza aí da possibilidade de utilizar esses equipamentos americanos.

02:56O Irã, por exemplo, já tem que utilizar outros equipamentos de outros países

03:02com os quais tem eventuais alianças políticas e econômicas e principalmente de defesa.

03:08Então é isso que nós observamos.

03:10Estas guerras parecem ser uma nova realidade.

03:13Professor, bom dia.

03:15Ontem os ataques de Israel ao Irã foram ali destinados mais à parte de infraestrutura e energética,

03:23a parte energética do Irã.

03:25Então eles atingiram ali refinarias de petróleo, por exemplo.

03:28Tem uma explicação para mirar, então, nesses lugares?

03:33A questão do ataque às refinarias, muitos acham que foi prematuro nesse processo todo de guerra,

03:42justamente porque o objetivo de atacar a refinaria é de criar um problema econômico para o Irã,

03:50que é um país que depende da exportação de petróleo e vê aí uma redução já há bastante tempo

03:57em razão das sanções internacionais, mas que ainda assim consegue exportar seu petróleo para outros lugares do mundo.

04:04Então o ataque às refinarias tem este objetivo de criar um problema econômico no coração financeiro e econômico do próprio Irã.

04:14E na questão de infraestrutura, o objetivo é, de alguma forma, forçar aí a um descontentamento popular,

04:23não é uma vez que você vai começar a afetar a energia, a eletricidade, a vida das pessoas,

04:29e com isso tentar fazer com que dentro do país surgisse um movimento que viesse a derrubar o regime político existente.

04:38Até porque você não vai conseguir, o Israel nunca vai conseguir derrubar o regime iraniano fazendo uma guerra aérea.

04:46Você precisa fazer uma guerra em território justamente para que haja esta mudança,

04:52mas uma guerra aérea nunca vai conseguir isso e eles precisam aí contar se querem isso como estratégia,

04:59forçar a população a começar a agir.

05:01E é este tipo de situação que tem um impacto muito grande, porque afeta hospitais, a qualidade de vida,

05:07já num país que vem deteriorado por mais de 40 anos de sanções.

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