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  • 14/06/2025
A automedicação se tornou parte do cotidiano do brasileiro, mas os dados mais recentes apontam para um cenário preocupante: 9 em cada 10 pessoas com mais de 16 anos recorrem a medicamentos por conta própria, sem prescrição médica. É o que revela uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em parceria com o Datafolha.

⁠Leia a íntegra da reportagem⁠⁠ https://www.em.com.br/saude/2025/06/7168709-9-em-cada-10-pessoas-se-automedicam-entenda-o-problema.html

O⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Notícia em áudio⁠⁠⁠⁠⁠⁠ é um podcast do⁠ jornal ⁠Estado de Minas⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠que lê, aos sábados e domingos, uma grande reportagem para você ouvir no seu tempo. Sem deixar que a pressa do dia a dia atrapalhe a imersão no tema. Afinal, uma boa história merece ser contada e recontada muitas vezes. E em vários formatos.

Reportagem: Sofia Maia
Locução: Mannu Meg
Arte sobre foto de Pexels
Coordenação: Rafael Alves

#saude #medicamentos #automedicaçao

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Notícias
Transcrição
00:00Olá, eu sou Mano Meg e este é o Notícia em Áudio, um podcast do jornal Estado de Minas
00:07que lê aos sábados e domingos uma grande reportagem para você ouvir no seu tempo.
00:12O texto de hoje é da repórter Sofia Maia.
00:15Os riscos por trás da automedicação
00:17A automedicação se tornou parte do cotidiano do brasileiro, mas os dados mais recentes
00:23apontam para um cenário preocupante.
00:269 em cada 10 pessoas com mais de 16 anos recorrem a medicamentos por conta própria, sem prescrição médica.
00:34É o que revela uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, o ICTQ.
00:41O hábito, que já pode ser considerado uma crise de saúde pública silenciosa,
00:45envolve especialmente mulheres, jovens adultos e pessoas com maior nível de instrução,
00:51justamente os grupos que mais confiam em seu próprio julgamento ou orientações encontradas na internet.
00:59Segundo a farmacêutica e professora da Newton-Paiva Wyden, Bárbara Gobira,
01:04a automedicação no Brasil é um comportamento impulsionado por fatores culturais, socioeconômicos e estruturais.
01:12A cultura de buscar soluções rápidas para problemas de saúde
01:16sem pensar nos efeitos nocivos do uso indiscriminado de medicamentos
01:20faz com que a automedicação pareça uma alternativa mais conveniente,
01:25embora não seja segura.
01:27Explica.
01:27Esse comportamento é agravado por dificuldades de acesso a serviços de saúde,
01:33pela popularização dos medicamentos isentos de prescrição, os MIPs,
01:38e pela banalização de sintomas comuns.
01:42Analgésicos, antitérmicos, antigripais e até substâncias para ansiedade e perda de peso
01:47são consumidos de forma autônoma,
01:50muitas vezes orientados apenas por vídeos e tutoriais encontrados na internet,
01:55meio utilizado por 68% dos entrevistados para buscar informações sobre saúde.
02:02A automedicação pode parecer inofensiva, principalmente quando se trata de remédios leves,
02:08como dipirona, paracetamol ou ibuprofeno.
02:11No entanto, os riscos à saúde são sérios e podem ser de curto, médio ou longo prazo.
02:19Intoxicações, reações adversas, dependência, interações medicamentosas perigosas,
02:24agravamento de doenças, atrasos em diagnósticos corretos e até resistência bacteriana.
02:31A falsa sensação de segurança associada a esses medicamentos
02:35faz com que os pacientes negligenciem sintomas que poderiam ser sinais de algo mais grave.
02:41Alerta Gobira.
02:42Um simples sintoma pode esconder uma patologia severa que será mascarada por um tratamento paliativo
02:49e, portanto, negligenciado.
02:52Durante o outono e o inverno, quando gripes e resfriados são mais frequentes,
02:57o problema da automedicação se intensifica.
03:00O infectologista Cristiano Galvão chama a atenção para os riscos.
03:04As pessoas recorrem a antitérmicos e antigripais achando que estão tratando uma gripe,
03:09quando na verdade pode se tratar de uma arbovirose, como dengue ou chikungunya.
03:14Sem diagnóstico correto, o tratamento é ineficaz e o quadro pode se agravar rapidamente.
03:21A automedicação também afasta o paciente dos serviços de saúde.
03:25Quando finalmente busca ajuda, o estado já pode estar agravado,
03:29o que exige internações e tratamentos mais complexos.
03:33Embora o uso excessivo de medicamentos também ocorra entre idosos,
03:37principalmente os que fazem uso crônico de várias substâncias,
03:41são os jovens os mais vulneráveis nesse cenário,
03:44muitas vezes induzidas por influência digital.
03:48Vivemos em um mundo informatizado e globalizado,
03:51onde o consumo de medicamentos passou a ser moldado também pelas redes sociais.
03:56Observa a farmacêutica.
03:58Pessoas com maior acesso à informação, ironicamente,
04:01sentem-se capacitadas a decidir sobre sua própria saúde sem respaldo profissional.
04:07No entanto, cada organismo reage de uma maneira única a um mesmo princípio ativo.
04:12O que funcionou para alguém na internet pode não funcionar para você
04:16e ainda gerar problema grave.
04:19Um dos caminhos para combater essa epidemia silenciosa passa pela valorização dos farmacêuticos
04:27como profissionais acessíveis e capacitados.
04:30Gubira destaca que o farmacêutico deve ser integrado às equipes de saúde
04:35como figura fundamental na orientação sobre o uso seguro desses produtos.
04:40A farmacêutica também critica a proposta de vender remédios em supermercados,
04:46o que, segundo ela, aumenta o risco de automedicação.
04:50A venda deve ocorrer em ambiente de saúde,
04:53onde o paciente tem acesso a um profissional capacitado.
04:56Colocá-los nas gôndolas de supermercado pode ampliar o acesso,
05:01mas também os riscos.
05:02A íntegra dessa reportagem foi publicada no jornal Estado de Minas em 9 de junho de 2025.
05:10Acompanhe as notícias mais importantes para o seu dia em nosso site, em.com.br,
05:15e siga a gente no WhatsApp para atualizações urgentes.
05:19Até a próxima notícia em áudio.
05:21Legenda por Fábio Jr Laboratório Fantasma

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