As obras audiovisuais estão em fase de finalização e podem estrear no segundo semestre de 2025
Reportagem: Bruno Menezes
Edição: Karla Pinheiro (Supervisão Tarso Sarraf)
Reportagem: Bruno Menezes
Edição: Karla Pinheiro (Supervisão Tarso Sarraf)
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Estou muito animado para a gente conversar
00:02sobre esses dois projetos novos da sua carreira,
00:05dois projetos audiovisuais.
00:08Eu queria começar conversando pelo Mulheres do Carimbó.
00:14Eu li que você conversou com várias mestras de Carimbó,
00:18Dona Onete, Mestra Jesus, Mestra Déia, Panheta.
00:25Como é que foi essa experiência?
00:26De onde partiu, primeiramente, a ideia?
00:30Desse curta documentário?
00:32Como é que foi essa experiência?
00:34Olha, na verdade, como compositora e produtora musical
00:38que trabalha com o Carimbó,
00:41que essa música influencia muito o meu trabalho,
00:44eu sempre fiquei muito curiosa para saber onde estavam as mulheres,
00:49onde estão as mulheres que fazem o que eu faço.
00:52Eu componho, eu produzo essa música, essa cultura.
00:57A gente sempre escuta falar dos mestres.
00:59Verequete, Pinduca, enfim, Chico Malta, tantos homens que são famosos
01:07e estão aí eternizados.
01:10E eu queria...
01:11Essa curiosidade sempre, sempre me bateu.
01:15Eu falei, gente, eu vou atrás dessas mulheres,
01:16eu quero saber onde elas estão,
01:18quem são as compositoras, quem são as produtoras,
01:21quem está tocando o tambor, o curimbó,
01:25que aí, durante essa pesquisa e durante as gravações,
01:29as mulheres falaram sobre isso,
01:30que durante um tempo atrás,
01:33elas eram proibidas, inclusive, de tocar o curimbó,
01:36porque tem que sentar com as pernas abertas,
01:39em cima do instrumento e tudo.
01:41Então, isso era proibido para a mulher,
01:42a mulher não podia tocar.
01:43Apesar de muitas tocarem, saberem tocar um instrumento,
01:47elas eram proibidas.
01:49E hoje, o que é que eu...
01:51Com a pesquisa e o documentário vai mostrar isso.
01:54Existem vários grupos femininos se formando
01:58e compondo, tocando instrumentos,
02:02banjo, curimbó, clarinete.
02:04Tem grupos inteiros de mulheres fazendo isso.
02:07Por aí, pelo interior do Pará,
02:09produzindo música, produzindo festas,
02:12festivais, inclusive.
02:14E aí, eu conversei, por exemplo,
02:16com o primeiro grupo feminino de Carimbó,
02:19que são as Sereias do Mar, de Marapanim,
02:21da Vila Silva, em Marapanim.
02:24E elas têm uma história linda, maravilhosa,
02:27que nasceu esse grupo mesmo pela necessidade,
02:30porque elas queriam preparar uma festa para a igreja
02:32e todos os homens estavam ocupados,
02:35que tocavam, que tinham grupos de Carimbó,
02:37todos estavam ocupados, iam viajar,
02:39não podiam fazer a festa, não podiam tocar.
02:42E elas disseram, peraí, vamos parar com esse negócio
02:45de depender de homem para tocar,
02:47vamos dar o nosso jeito.
02:48E aí, já tinha a mestra Mimi,
02:51que é mãe da mestra Bijica,
02:54uma das líderes do grupo Sereias do Mar.
02:57Ela começou a incentivar as mulheres
02:59a aprender a tocar o tambor, o curimbó,
03:02a aprender a tocar o clarinete,
03:04enfim, vários instrumentos, maracas e tudo,
03:08reco-reco, e aí todo mundo começou a aprender a tocar,
03:11e aí nasceu o Sereia do Mar.
03:13E são mulheres que fazem muito pela comunidade,
03:17não só na questão cultural, de música,
03:20de entretenimento, não é só sobre isso.
03:23Elas ensinam crianças, elas ensinam outras mulheres,
03:26elas construíram um grupo, um centro cultural ali na vila,
03:31que oferece ginástica,
03:34aulas mesmo de língua portuguesa,
03:37para quem precisar, chega no centro cultural.
03:40Quer dizer, essas mulheres estão transformando a vida
03:43daquela comunidade que é a Vila Silva.
03:46Elas são de uma importância gigantesca.
03:48Então, assim, de um grupo de carimbó,
03:50acabou que elas estão movimentando aquela vila
03:53e transformando a vida das pessoas ali.
03:56E durante o documentário, na verdade,
03:58a gente foi percebendo que cada mulher que conversou comigo,
04:03a Mestra Déa Palheta, Mestra Jesus, que é do Marajó,
04:07a Mestra Nazaré Duó,
04:09essas mulheres, elas não fazem só o carimbó,
04:12não só compõem, não só produzem seus grupos de carimbó,
04:16mas elas transformam as comunidades ao seu redor,
04:19porque elas envolvem crianças que aprendem a dançar,
04:22que aprendem a tocar algum instrumento,
04:23que estão envolvidas em alguma atividade cultural.
04:27Então, assim, você vê que essas mulheres têm uma importância gigante,
04:31cultural, mas também, assim, na educação,
04:35na formação de pessoas, o que é muito legal.
04:39Maravilha!
04:40E, assim, para você como artista e mulher também,
04:43como é que foi, assim, a emoção de estar em contato com essas mestras,
04:47de se perceber nesse lugar de uma mulher que também,
04:50assim como elas têm uma importância muito grande na cultura paraense,
04:54na cultura amazônica.
04:57Te tocou em que lugar, assim, ter essa experiência com elas?
05:00Olha, isso me emocionou profundamente, né?
05:04Porque eu vejo, assim, que a gente tem um futuro feminino, né?
05:09A gente tem uma voz feminina também, nesse gênero,
05:12que fala da mulher como essa mulher que constrói,
05:17não só com uma mulher que dança,
05:18não só com uma mulher que é bonita,
05:21mas a mulher que tem força mesmo para transformar as coisas ao seu redor.
05:26E foi isso que essas mulheres me mostraram.
05:28Me fortaleceu muito mais para seguir o meu trabalho,
05:32para seguir na minha carreira,
05:33e para olhar com o olhar aberto para a produção da música,
05:38da cultura, de uma forma geral,
05:41ter muito mais coragem, né?
05:42De seguir.
05:44É isso que eu aprendi muito mais com essas mulheres, né?
05:48Muito bom.
05:49E, assim, queria te perguntar,
05:51essa sua vontade de começar a trabalhar,
05:55a questão do audiovisual,
05:57é uma coisa que você sempre tem vontade também de trabalhar,
06:01essa outra vertente artística,
06:03porque, assim, eu te vejo como uma artista multifacetada, né, Lia?
06:06Você canta, produz a cinematografia, audiovisual,
06:11essas coisas se convergem, assim,
06:14você como artista,
06:15ou você deixou de lado um pouquinho a música
06:18para focar mais no audiovisual agora?
06:20Como é que isso está dentro?
06:22Olha, isso leva um tempo, sim.
06:24Isso toma um tempo na vida da gente, né?
06:27O audiovisual, ele tem um tempo diferente da música, né?
06:32Na música, a gente consegue produzir um single
06:35e lançar um single, vamos dizer,
06:37a cada dois, três meses,
06:38a gente consegue estar lançando um single,
06:40um álbum por ano, sei lá.
06:43Mas o audiovisual, não.
06:44Ele depende de muitas etapas, né?
06:47De produção, de pesquisa mesmo,
06:49de encontrar os personagens,
06:52de conseguir financiamento mesmo,
06:54porque o audiovisual é uma coisa muito cara.
06:56E, por exemplo, esse projeto,
07:00Mulheres do Carimbó,
07:01eu já estou nele, já tem três anos
07:03produzindo ele, né?
07:05E maturando ele.
07:07Já o Rios de Encantarias,
07:08a gente está sonhando e trabalhando com ele
07:11já há sete anos.
07:13E ele ficou pronto agora.
07:16Então, assim, é um processo longo, realmente.
07:18Toma muito tempo.
07:19A gente precisa de uma equipe bem maior, né?
07:22Do que normalmente a gente faz na música.
07:24É um trabalho coletivo mesmo.
07:28Precisa de muita gente, de muitos olhares.
07:30Diretor de fotografia, diretor, roteirista,
07:34câmeras, enfim.
07:35É tanta gente, né?
07:37Trabalhando para que um projeto siga.
07:40A música, não.
07:41Eu tenho a experiência de produzir um disco,
07:43por exemplo, que eu produzi durante a pandemia,
07:45o Eletro Carimbó.
07:46Eu produzi, toquei vários instrumentos,
07:49gravei em casa.
07:50E um DJ que trabalhou de Salvador comigo.
07:55Então, fomos nós dois que fizemos o disco inteiro, né?
07:58Então, assim, a gente consegue fazer isso com a música.
08:02Mas eu sempre quis, na verdade,
08:05traduzir, sim, a minha cultura,
08:07a minha música em imagens.
08:10Eu acho que isso é importante.
08:12Isso dá uma outra dimensão
08:14para o que você está falando, né?
08:16Por exemplo, se eu cantar Ai Menina,
08:19é uma música que toca muita gente,
08:20alcança muita gente.
08:23Mas se a pessoa assistir a um clipe,
08:26as pessoas dançando com saias coloridas, né?
08:29E tal, aquela interação do Carimbó,
08:31aquela energia...
08:33Um impacto diferente, né?
08:35É um impacto diferente.
08:36Então, o audiovisual, ele tem, sim, um poder.
08:39E sempre me atraiu muito, sim.
08:41E eu acho que tem muita coisa
08:43para a gente falar sobre a nossa cultura paraense.
08:46Tem muitos saberes, muitos rituais.
08:50Tem muita história que precisa ser contada.
08:54E eu acho que esse é um caminho
08:56que me interessa muito no audiovisual, né?
09:00É claro que a música continua na minha vida,
09:03sempre a minha vida.
09:05Eu tenho um bloco de carnaval em São Paulo, por exemplo.
09:09Eu não paro de inventar coisa.
09:10Então, assim, eu já fazendo show,
09:13gravando coisas no audiovisual,
09:15eu ainda tirei um tempo para criar
09:17e fazer um bloco de carnaval em São Paulo.
09:20E...
09:21Espera aí, que eu estou pegando uma cola aqui.
09:24Sem problema.
09:27E aí, o bloco de carnaval.
09:29E agora, mais recentemente, né?
09:32Eu estou com um estúdio de gravação,
09:35um estúdio que, na verdade, já existe há 20 anos.
09:38Se chamava O Ápice, que gravou tanta gente importante,
09:41Fafá de Belém, Dona Onete, Pinduca.
09:44Eu mesma já gravei lá.
09:46E aí, recentemente, esse estúdio ia fechar as portas.
09:49Ia parar de funcionar.
09:51E eu olhei para a minha sócia e companheira, Thaísa,
09:54falei, ei, vamos encarar isso?
09:56E aí, a gente comprou o estúdio.
09:58Estamos lá na Cidade Velha.
10:00Agora é o Vida Criativa.
10:02E vamos começar a produzir um monte de gente lá,
10:04as portas abertas, para a galera ir gravar seus discos.
10:07E não vamos deixar esse espaço de cultura poderoso,
10:11fechar as portas, não.
10:12Então, tem um monte de coisa acontecendo ao mesmo tempo,
10:15e eu não paro.
10:16Eu percebi que você...
10:18Muitos trabalhos, muitas frentes,
10:20muitos projetos diferentes ao mesmo tempo.
10:22Então, não para, né?
10:23Você está sempre...
10:24Não para.
10:26Lá no estúdio Vida Criativa,
10:27sou eu, Thaísa Fernandes,
10:30e Barra, Carlos Barra, que estamos à frente.
10:33Mas aí é isso.
10:34A gente vai unindo forças,
10:36vai juntando gente para produzir,
10:39para colocar as coisas para frente, né?
10:41E ainda no audiovisual tem um outro projeto,
10:43que ficou pronto agora,
10:45depois de sete anos sonhando com ele,
10:48tudo.
10:49Nós conseguimos produzir o Rios de Encantarias.
10:51Encantarias.
10:53Gente, perguntar sobre isso.
10:55Isso.
10:55É uma série de cinco episódios,
10:58de 26 minutos cada episódio.
11:01Foi um trabalho grande,
11:02um trabalho longo,
11:04mas ele está de uma riqueza,
11:06de uma beleza.
11:08Assim, a gente já está começando
11:09a apresentar ele para os canais, né?
11:11Para os players, como se diz.
11:14Para os canais.
11:16E...
11:16Todo mundo está ficando bem impressionado,
11:18assim, com a qualidade,
11:19com a beleza do trabalho.
11:20Ele está muito poderoso.
11:22É.
11:23Sem dar muito spoiler,
11:24vamos dizer assim,
11:25mas...
11:26Do que se trata, assim?
11:27Eu li que...
11:29Fala um pouco sobre o misticismo
11:31que envolve as lendas amazônicas,
11:34né?
11:35Esse folclore que é muito rico
11:37aqui nessa região.
11:38Exatamente.
11:39Como é que funciona, assim,
11:41esses episódios?
11:43Olha, a ideia é traduzir
11:46a poesia do imaginário
11:50amazônico em imagens, né?
11:52Esse projeto surgiu
11:54a partir da leitura
11:55do livro
11:56Cultura Amazônica,
11:58Uma Poética do Imaginário,
12:00que é do poeta
12:01João Jesus de Paz Loureiro.
12:03Eu li esse livro
12:04e fiquei muito encantada,
12:07porque ele começa a falar
12:08exatamente sobre as lendas,
12:09os mitos, né?
12:11Que envolvem o imaginário
12:13do ribeirinho,
12:14do caboclo amazônico.
12:15E aí ele fala lá
12:18exatamente que os nossos mitos,
12:20as nossas lendas,
12:22eles são mitos vivos,
12:24que eles influenciam a vida
12:26das pessoas que vivem na Amazônia.
12:29Então, o caboclo pede licença
12:30para entrar na mata,
12:32o caboclo tem horário
12:33para tomar banho no rio,
12:34ele sabe o que significa
12:36um barulho que ele escuta no mato,
12:39o rio se tem um banzeiro,
12:41então ele entende isso
12:42e respeita o movimento da natureza,
12:45respeita o movimento
12:46dos seres mágicos,
12:48dos seres encantados
12:49que vivem nas águas,
12:51nas matas, né?
12:52Nos rios, então,
12:54ele vai explicando
12:55que isso influencia,
12:56é um fato social, né?
12:58As pessoas têm horário
12:59para fazer coisas,
13:00as pessoas respeitam,
13:00não, eu não vou fazer isso,
13:01as pessoas ficam em casa,
13:02não saem para o rio,
13:03não vão pescar,
13:04não vão caçar,
13:05porque eles respeitam isso.
13:06Os mitos que a gente conhece
13:07antigos gregos, romanos e tudo,
13:09são todos mitos mortos,
13:11eles não influenciam
13:12a vida de ninguém hoje, né?
13:14Mas na Amazônia, não,
13:15os nossos mitos,
13:16eles determinam horários
13:19para as pessoas
13:19e o que as pessoas
13:20podem ou não fazer, né?
13:22E isso é obedecido mesmo,
13:23isso é respeitado, né?
13:25Então, eu fiquei muito curiosa,
13:26gente,
13:27a gente precisa contar isso
13:28para o mundo, né?
13:29A gente precisa dizer
13:30dos nossos mitos,
13:31como que eles passam
13:33pelo imaginário
13:34e como isso se manifesta
13:37na vida real, assim,
13:38no dia a dia dessas pessoas.
13:40Então, a gente foi atrás,
13:41na verdade,
13:42de algumas manifestações culturais
13:44e entender como esses mitos,
13:48essas lendas,
13:48esse olhar caboclo, né?
13:51Passa e se manifesta
13:52nessas manifestações culturais.
13:54Então, a gente foi a Baitetuba,
13:56falamos sobre os brinquedos de Miriti,
13:57por exemplo,
13:58que representam botos e lendas,
14:03a vida do ribeirinho mesmo,
14:04o pescador, né?
14:06Os rios representam os animais
14:08e aí a gente foi ouvindo
14:10várias histórias
14:11sobre lendas,
14:13sobre a infância dessas pessoas
14:15nesses rios e tal.
14:16E aí a série ficou riquíssima, né?
14:18Fomos a Baitetuba,
14:21fomos no Marajó
14:22para falar da cerâmica marajoara
14:25e da pagelança.
14:27Fomos ao Ter do Chão
14:29para falar do Sairé,
14:31que é uma festa indígena,
14:33Borari,
14:34de mais de 350 anos, né?
14:37E eles contam coisas fenomenais.
14:40A maior experiência
14:43de viver essas gravações e tal,
14:46de produzir essa série,
14:48são as histórias riquíssimas,
14:50os saberes,
14:50o conhecimento dessas pessoas,
14:54que muitas vezes
14:55são olhadas de forma vertical,
14:57de cima para baixo, né?
15:00E, na verdade,
15:01elas têm uma contribuição
15:03tão poderosa
15:04de conhecimento
15:05sobre natureza,
15:07sobre aquele lugar,
15:09sobre o respeito mesmo
15:10ao meio ambiente.
15:12Então, assim,
15:12é uma série que fala
15:13de muitas coisas do passado,
15:15mas que estão ligadas
15:16diretamente
15:17aos nossos futuros possíveis, né?
15:21Eu acho que isso é uma coisa importante
15:23para o que a gente vai falar agora,
15:24já que a gente está falando
15:25de Belém da COP30, né?
15:27É uma série que traz base,
15:31traz ancestralidade,
15:33traz resistência,
15:34traz tradição,
15:35e essas coisas
15:36é que apontam saídas mesmo
15:38para o futuro,
15:39lá na frente,
15:40para a gente olhar lá para frente, né?
15:42Perfeito.
15:43E agora que você citou
15:44a COP30,
15:45eu queria também
15:46puxar esse assunto, assim,
15:47você que é uma artista
15:48que é muito ligada
15:49à cultura paraense,
15:51e que acabou de falar
15:52sobre esse documentário
15:53que fala sobre
15:54essas vivências,
15:56esses saberes amazônicos,
15:58como é que você enxerga, assim,
15:59Lia,
16:00a COP30?
16:01Você acha que a cultura,
16:02que a música,
16:03que a arte
16:04pode fazer parte
16:06desse evento internacional,
16:08pode contribuir
16:10de alguma forma
16:11para essas discussões
16:12que a gente vai ter
16:13sobre o clima,
16:14sobre os ecossistemas,
16:16sobre a preservação
16:17da Amazônia?
16:17Eu acho que a cultura
16:18tem um papel importante
16:19nisso também?
16:21Totalmente.
16:21é fundamental, né,
16:23a cultura nesse momento,
16:26principalmente dessas pessoas,
16:29né, que estão no dia a dia
16:32trabalhando com essas
16:33manifestações culturais,
16:35o boi de máscaras,
16:36o que é de São Caetano
16:37de Odivelas,
16:39os brinquedos de Miriti,
16:41a cerâmica marajoara,
16:42a cerâmica tapajônica,
16:44né, o sairé.
16:45Então, eu acho que tem
16:47tanto conhecimento
16:48através dessas culturas
16:50que podem contribuir,
16:52como eu falei, né,
16:53e de modo geral mesmo,
16:55o carimbó,
16:56a música que eu faço,
16:58né, porque a música
16:59que muitos artistas
17:00fazem aqui,
17:01porque isso diz
17:02de onde eu venho,
17:03diz como eu aprendi
17:05a lidar com o meio ambiente,
17:08com a vida,
17:08com o mundo,
17:09é o nosso olhar
17:10sobre o mundo.
17:11Então, a gente tem
17:11muito a dizer, sim,
17:13a gente tem muito
17:14a contribuir,
17:15a cultura paraense
17:16é de uma originalidade
17:18única, potente, né,
17:21então eu acho, assim,
17:22que a gente tem muito, sim,
17:23para contribuir com o mundo,
17:25com a visão de mundo mesmo,
17:28assim, para um futuro melhor,
17:30né, para um futuro
17:31de convivência,
17:32de bom relacionamento
17:34com o meio ambiente
17:36e a gente, né,
17:37assim, então eu acho
17:38que a nossa cultura
17:39tem que estar junto
17:41e tem muito a dizer,
17:42tem muito a contribuir,
17:43com certeza.
17:44Maravilha.
17:47Agora, para,
17:48voltando das duas obras,
17:49né, Mulheres do Carimbó
17:50e o Rio de Catarias,
17:52já tem uma expectativa
17:53de quando a gente,
17:54eu sei que você falou
17:55sobre os players e tudo,
17:57mas já tem uma expectativa
17:57de quando a gente
17:58vai poder assistir
17:59essas duas obras,
18:00assim,
18:01quem sabe,
18:02o Mulheres do Carimbó
18:04já tem uma,
18:05uma data prevista
18:08de quando a gente
18:08pode assistir,
18:10um lançamento,
18:11fala para a gente.
18:12Olha, Bruno,
18:13eu acho que a gente
18:13vai conseguir assistir
18:15primeiro o Rio de Encantarias,
18:17que é a série,
18:18nós já estamos,
18:19já estamos negociando
18:20com o canal aí de TV,
18:23vamos ver se a gente
18:24consegue fechar isso
18:25até o final do ano,
18:27segundo semestre,
18:28a gente poder exibir
18:29para todo mundo.
18:30Essa é a torcida,
18:31né,
18:32eu acho que é uma série
18:34que vai chegar
18:35num excelente momento,
18:37já que estaremos
18:38em Cop 30
18:39e todos os olhares
18:39voltados para cá,
18:41muita gente vai poder
18:43conhecer e saber
18:44mais sobre a Amazônia,
18:46nós somos muito mais
18:46do que uma floresta,
18:48né,
18:48nós temos pessoas
18:49com saberes
18:50tão profundos,
18:52né,
18:52nessa Amazônia
18:53maravilhosa,
18:54com tanta gente
18:55para,
18:56com conhecimento
18:57para repassar
18:57para o mundo
18:58e a série vai chegar
18:59num bom momento.
19:00Estou botando fé
19:01nisso,
19:02que no segundo semestre
19:03isso vai estar no mundo.
19:06Mulheres do Carimbó,
19:07a gente está finalizando,
19:08estamos ainda
19:09na parte de edição,
19:12tudo exatamente,
19:13montagem,
19:15mas se tudo correr bem
19:17até o final,
19:18até o segundo semestre
19:19a gente consegue
19:19também colocar isso aí,
19:21hein,
19:21porque é um trabalho
19:22muito bonito,
19:23está muito bem filmado,
19:25os dois trabalhos
19:25têm uma qualidade enorme,
19:27aliás,
19:28o audiovisual paraense
19:29é de uma qualidade
19:31poderosa,
19:32que não deixa
19:33nada a desejar
19:34para o Brasil
19:35nem para o mundo,
19:36assim,
19:36então a gente está
19:37com uma equipe
19:38bem legal
19:38e eu sei que
19:41Rios de Encantarias
19:42a gente deve assistir
19:43sim no segundo semestre.
19:44Poxa,
19:45maravilha,
19:45eu vou torcer
19:46e estou ansioso
19:46para assistir também.
19:48Obrigada.
19:49Eu vou curtir
19:50os cinemas aí,
19:51o cinema paraense
19:52que está em alta agora,
19:53muitos filmes,
19:53o filme Manas
19:54está sendo aclamado
19:55pelo mundo inteiro,
19:57tive esse momento
19:58de efervescência,
20:00de obras.
20:02Exatamente,
20:03mas eu acho que é isso,
20:04sabe, Bruno,
20:04eu acho que a gente
20:05tem sim uma,
20:06uma originalidade,
20:08a gente tem muita coisa
20:09para dizer para o mundo,
20:11aí tem muita história
20:12ainda escondida,
20:13guardada aí,
20:15e na verdade
20:15eu vou te falar,
20:16eu estou com a cabeça
20:17cheia de ideias
20:18e correndo atrás
20:20de financiamento mesmo
20:21para botar essas ideias
20:22no mundo.
20:25Perfeito,
20:25muito bom,
20:27e acho que era isso,
20:28deu para ter um panorama geral,
20:29você quer acrescentar
20:30alguma coisa,
20:31alguma coisa?
20:32Eu quero,
20:32eu quero acrescentar
20:34que estou preparando
20:34meu disco,
20:35que deve sair também,
20:37disco novo,
20:38no próximo semestre,
20:41próximo semestre
20:43eu vou fazer show
20:44no Detal,
20:45junto com uma galera
20:46maravilhosa daqui,
20:48vai ser o
20:49Lambateria Baile Show,
20:51com o Félix Robato,
20:53Carol Pedroso e eu,
20:54vamos estar lá
20:55no palco do Detal,
20:56que é um palco
20:56super importante
20:57para a música
20:58no mundo,
20:59então assim,
21:01é legal levar a Amazônia
21:02e os ritmos da gente
21:03para lá
21:04e também falar
21:06que eu estou
21:07com o estúdio
21:08portas abertas
21:09para receber meus amigos,
21:11meus parceiros,
21:12artistas que queiram gravar
21:13seus discos,
21:15chega,
21:15chega junto,
21:16chega junto.
21:18Muito bom,
21:19Lilian,
21:19prazer imenso
21:20falar com você,
21:21parabéns pelos dois projetos
21:22que eles vêm logo
21:24para a gente poder assistir
21:25e é isso,
21:26até o próximo lançamento.
21:28Obrigada, Bruno,
21:29valeu, querido.
21:31Tchau, tchau,
21:32um beijo.
21:32Tchau, tchau.