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Pâmella Ciocchi, gerente de campanhas do Global Citizen, explica que o evento em Belém é “de alto nível”. Segundo ela, a cúpula reúne ativistas, sociedade civil, governos e setor privado “para conversar, discutir, e realmente buscar ali soluções em comum”. Ciocchi afirma que um dos pilares é criar um movimento de ação climática real e urgente, conectado aos saberes das populações locais.

Reportagem: Gabi Gutierrez
Edição: Bia Rodrigues (Supervisão Tarso Sarraf)

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Notícias
Transcrição
00:00Olá, seguidores e internautas de Oliberal, eu sou a Gabi Gutierrez e hoje a gente recebe
00:05aqui Pâmela Ciotti, que é gerente de campanhas do Global Citizen, que é um evento que vai
00:10acontecer aqui em Belém, uma iniciativa que movimenta todo mundo, mas que, justamente
00:17por conta da COP, vem a Belém e vai estar aqui com a gente.
00:22Seja bem-vinda, Pâmela.
00:24Pâmela, conta um pouquinho para a gente o que é o Global Citizen e o que ele vem
00:30fazer aqui, somar com a COP30 em Belém e na Amazônia.
00:37Oi, Gabi, muito prazer.
00:40Primeiro, só contextualizando um pouquinho para vocês o que é a Global Citizen, né?
00:45Muitas pessoas conhecem a Global Citizen pelo Global Citizen Festival, que a gente tem anualmente
00:51em Nova Iorque, que é um evento que reúne ativismo, mas também reúne grandes artistas
00:57da cultura pop, mas o que muitas pessoas não sabem é que, além desse evento, a gente faz
01:03muitas outras coisas, muitas outras ações de mobilização.
01:09Então, nós somos uma plataforma onde a gente consegue mobilizar pessoas por meio de petições,
01:16por meio de várias ações, atividades online que as pessoas conseguem interagir.
01:21É uma plataforma de ativismo e a gente também tem diversas ações de advocacy, a gente tem
01:27eventos também.
01:30Em momentos como esse, que você bem contextualizou, rumo à COP, a gente tem estratégias bem definidas
01:37para conseguir mobilizar as pessoas e também pressionar, incentivar governos, unir setor
01:44privado em prol de um bem comum, em prol de uma meta comum, né?
01:48E agora, quando a gente fala de Global Citizenal Amazônia, que é um evento que vai acontecer
01:54aqui em Belém do Pará, a gente fala de um tipo de evento, que é um evento que a gente
01:59chama de alto nível.
02:01Então, é um evento que reúne ativistas, reúne sociedade civil, reúne governos, reúne
02:06setor privado, todos para conversar, discutir e realmente buscar ali soluções em comum.
02:17Nesse caso do Global Citizenal Amazônia, um dos nossos principais objetivos é realmente
02:24criar um movimento de ação climática real e urgente, mas que esteja conectado a saberes
02:32das populações locais.
02:34Então, experiências, soluções de povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhas.
02:39A gente quer ser capaz de realmente dar um protagonismo a essas pessoas, que são realmente
02:46os defensores da floresta.
02:48Então, esse Global Citizenal Amazônia, esse evento, ele é um evento que busca dar esse
02:53protagonismo, que é desenhado para que essas pessoas sejam ouvidas realmente em espaços
03:00relevantes.
03:01Que esse é um espaço relevante para elas serem ouvidas.
03:03Então, tem painéis, tem discussões, onde vão se tratar diversos temas importantes
03:08que precisam ser tratados e levantados com uma cópia.
03:12Mas, para isso, a gente precisa ouvir quem realmente está ali na linha de frente.
03:16A gente precisa realmente dar voz, realmente escutar e agir com base nisso.
03:21Então, a gente busca dar esses protagonismos para essas pessoas nos painéis e amplificar
03:27a voz deles, não só nacionalmente, mas esse é um evento de alcance global também.
03:30E como é que tem sido ter esse contato, essa proximidade com essas representações,
03:41essas vozes indígenas, quilombolas, para poder fazer essa articulação de levar eles
03:47até, de fato, esse palco do protagonismo dessa discussão climática?
03:53Olha, Gabi, desde o começo, a gente buscou se aproximar primeiro.
04:00Então, construir uma confiança.
04:03A gente tem parceiros muito incríveis aqui em Belém
04:07que conseguiram ajudar a gente a se conectar com diversos representantes
04:12e organizações que representam os diversos povos.
04:16Então, por exemplo, a Coiab, a gente acabou conversando, se aproximando muito,
04:20são nossos parceiros, a gente também conseguiu contatos com a Amazônia Urbana, né?
04:27Porque muitas vezes as regiões periféricas são invisibilizadas.
04:33Então, a gente também conseguiu conversar com organizações como, por exemplo,
04:38o Cop das Baixadas ou mesmo a Cufa.
04:40E a gente foi se conectando e escutando diversas organizações como essas
04:46para a gente conseguir apresentar o que a gente queria fazer
04:51e também ouvir da parte deles, né?
04:53Porque a gente sabe que, por um lado, muitas vezes são invisibilizados,
04:57por outro lado, muitas vezes não são realmente escutados.
05:01Muitas vezes as pessoas, elas são colocadas...
05:03Ah, vamos colocar um representante indígena, vamos colocar um representante...
05:07E, na verdade, isso não é só... Isso não é protagonismo, né?
05:10Protagonismo é a gente realmente ter as conversas, ter os diálogos contínuos,
05:15a gente buscar diversas pessoas, buscar unir essa diversidade de diferentes vozes,
05:23não só um tipo de... Não só povo indígena, não só quilombola,
05:28mas realmente unir todos e buscar trazê-los para esses espaços.
05:32Então, a gente, primeiro, teve os nossos parceiros que ajudaram a gente
05:37a conhecer, a se conectar.
05:39Depois, a gente começou a se reunir, a conversar, a construir a confiança, né?
05:43E a gente ainda tem essas conversas, porque é um trabalho muito longo.
05:47E aí, a gente começa a colocá-los tanto nos nossos eventos,
05:51então, não como uma participação pequena, mas como o destaque,
05:57porque eles devem ser o destaque.
05:59Também a gente busca não falar por eles,
06:02então, ninguém vai falar por um líder indígena,
06:05ninguém vai falar por uma pessoa que vive na periferia de Belém.
06:10A gente quer que essas pessoas, os representantes dessas pessoas,
06:13estejam ali trazendo a real necessidade, né?
06:17Então, essa conexão, ela começa da gente com eles,
06:22depois deles nos nossos eventos e também nas nossas campanhas digitais.
06:26Como eu estava explicando, a Global Citizen,
06:29ela é uma organização, ela é uma plataforma de mobilização.
06:33Então, a gente tem petições em conjunto,
06:36e aí, quando a gente vai criar uma petição,
06:39criar uma atividade de mobilização dentro da plataforma,
06:43a gente leva em consideração as problemáticas locais, né?
06:47Então, o que está acontecendo? O que precisa ser feito?
06:50E aí, com base nisso, a gente cria as nossas ações de mobilização.
06:54E na hora de conectar isso de uma maneira global, é um desafio,
06:59mas a gente tenta buscar conexões da problemática ou mesmo da solução.
07:04Então, está acontecendo alguma questão super local aqui em Belém ou no Brasil.
07:09Como isso se conecta mundialmente?
07:11Como que a gente...
07:12E não é tão difícil, na verdade, se a gente for falar,
07:15a conexão, por exemplo, das ondas de calor em Londres,
07:19com o desmatamento da Amazônia.
07:20E a gente não pode falar de proteger a floresta sem proteger terras indígenas.
07:24Então, assim, a gente conecta que proteger terras indígenas também é uma obrigação,
07:29é um dever mundial.
07:31Também Londres também tem que estar envolvida, né?
07:33A Europa tem que estar envolvida também.
07:35Então, a gente acaba com esse tipo de conexão.
07:38Tudo meio que está interligado, né?
07:40Acaba que o que acontece aqui, no nosso clima aqui,
07:44é tão peculiar e que talvez nem tenha, assim, semelhança, vamos dizer, com a realidade lá,
07:54a gente pensa que não, mas está bastante relacionado, né?
08:00Está super relacionado.
08:02Com certeza.
08:03E acho que entender isso é um ponto muito importante.
08:07E como é que a gente está falando aqui de lideranças, né?
08:10Desses grandes grupos, como grupos quilombolas, grupos de indígenas.
08:17Então, são pessoas que já estão ocupando ali um espaço
08:20dentro dessas comunidades de maior visibilidade, né?
08:24Mas, assim, a população geral,
08:26como que a população pode participar?
08:30Para colaborar, para tentar entender um pouco mais,
08:34até sobre a COP, né?
08:36E até sobre qual o nosso papel enquanto cidadão
08:39para defender esses territórios indígenas,
08:43para defender a proteção dessas regiões,
08:49de defender as pautas que devem preservar as mudanças climáticas, né?
08:57Qual é a iniciativa do Global Citizen
09:01para conscientizar e para acolher também
09:04as demandas da população geral?
09:09Gabi, a população pode participar de uma maneira muito simples.
09:13É só entrar na própria plataforma da Global Citizen,
09:15que é globalcitizen.org.
09:17Também dá para participar por WhatsApp.
09:19Tem regiões com mais difícil acesso à internet,
09:22porque o WhatsApp acaba sendo mais simples.
09:24Em ambas as maneiras, em ambos os canais,
09:28as pessoas conseguem diversos tipos de ação e atividade, né?
09:33Então, uma que você estava comentando sobre educação.
09:38Dentro da plataforma da Global Citizen,
09:40a gente tem muitos quizzes, né?
09:41Muitas ações educativas.
09:43E a gente tenta traduzir um pouco
09:46essa temática difícil, digamos assim,
09:50que muitas vezes não é tão digerível para a população
09:54que não está acostumada com as nomenclaturas.
09:58Às vezes, não entende muito bem o que é,
10:00para que servem os nomes, né?
10:02Então, a gente tem muita informação
10:05em formato de quizzes.
10:07A gente tem editoriais também.
10:09Então, a pessoa consegue no próprio site
10:11se informar sobre determinado tema,
10:14sobre a COP, sobre tudo.
10:16Então, parte educativa é muito importante
10:19dentro do nosso próprio site, né?
10:21Da nossa própria plataforma.
10:23A pessoa participar de atividades,
10:25ler o que a gente tem lá de informação,
10:27que é muito rico.
10:29E da própria mobilização também.
10:31Então, como eu falei, a pessoa pode...
10:33Depois que você aprendeu,
10:34você consegue assinar petições,
10:36você consegue compartilhar nas suas redes sociais,
10:39você consegue mandar...
10:41A gente tem um tipo de interação muito legal
10:43que você consegue até mesmo mandar vídeo
10:45para lideranças globais
10:47falando por que a sua região
10:49precisa ser protegida.
10:51Então, assim, isso é muito legal.
10:53Se você conseguir interagir,
10:57buscar e fuçar e realmente mandar fotos,
11:00mandar vídeos,
11:01as pessoas conseguem participar muito
11:03e conseguem pedir também pelas suas regiões.
11:06Então, a minha dica é que
11:07quando as pessoas forem pedir ou falar
11:11por que alguma coisa é importante para elas,
11:13realmente contem as histórias, né?
11:15Enviem vídeos, mandem mensagens,
11:17porque a gente tem diversas ações na plataforma
11:19que a pessoa consegue abrir a problemática,
11:22realmente, do que está acontecendo.
11:24E isso é muito importante,
11:25porque aí a gente consegue dar visibilidade
11:27a diversos tipos de história
11:28que às vezes a gente não teria...
11:31que às vezes a pessoa não teria
11:32se não tivesse uma plataforma ali global.
11:34viabiliza o acesso à população em geral, né?
11:40Para quem pode tomar essas decisões,
11:43enfim, põe em prática o que seria necessário.
11:47Muito obrigada, Pamela.
11:49Te agradeço.
11:50E desejo sucesso com o Globo Citizen Now,
11:52com todo o projeto, a iniciativa.
11:55Ao longo do ano, acredito que tu vai estar por aqui.
11:58E eu não sei se tu poderias falar
12:00se isso é com...
12:02se são núcleos diferentes,
12:05mas qual que é a expectativa de vocês
12:08para a atuação durante, de fato, a COP30,
12:12que deve acontecer em novembro, né?
12:15Então, falta um tempinho,
12:16mas meio que a gente já está numa reta final, né?
12:19Já é o segundo semestre,
12:21então, tu pode comentar um pouco
12:23sobre essa expectativa de vocês
12:25e o que vocês aguardam desse momento?
12:30É, o que eu acho que a gente tem agora
12:32para dizer rumo à COP30
12:34é o que a gente pretende levar
12:36do evento rumo à COP30.
12:39Então, é um passo de cada vez, né?
12:41Então, por exemplo, agora,
12:43com esse evento Global Citizen Now Amazônia,
12:45a gente espera sair desse evento
12:47com roteiros claros de ações
12:49de continuidade até o Festival Global Citizen Amazônia,
12:54que a gente vai ter,
12:56e a COP30.
12:57Então, a gente quer caminhos definidos,
12:59a gente quer compromissos,
13:01sejam parcerias, metas,
13:04que sejam mobilizações de recursos
13:06com foco nas comunidades locais.
13:12Então, dependendo do que a gente conseguir ali também
13:17com esse evento, com as conversas,
13:19com o que vai ter,
13:20a gente vai começar a traçar mais detalhes
13:23da nossa estratégia rumo à COP.
13:25Mas é muito...
13:26Hoje, a gente está muito focado
13:27no que a gente vai tirar desse evento
13:30rumo à COP e rumo ao Global Citizen Festival Amazônia.
13:33Legal.
13:34Muito obrigada, Pamela.
13:36Agradeço também a todo mundo que acompanhou
13:37e para ler essa entrevista
13:39e todas as informações,
13:41toda a cobertura que a gente vai estar aí
13:42acompanhando das ações do Global Citizen
13:45da COP30, é só ficar ligado em oliberal.com
13:48e também nos nossos jornais impresso
13:50O Liberal e Amazônia.
13:52Até a próxima.

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