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Há exatas duas décadas, uma entrevista revelou ao país um esquema de compra de apoio político que envolvia membros do Congresso Nacional, do governo federal e de partidos políticos. O escândalo do Mensalão teve início com declarações do então deputado Roberto Jefferson (PTB) à jornalista Renata Lo Prete, da Folha de S.Paulo. Ele denunciou o pagamento mensal a parlamentares em troca de votos favoráveis ao Executivo, abalando o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Transcrição
00:00Aqui, pessoal, até porque há 20 anos atrás, como o Mano Feira muito bem colocou,
00:04uma reportagem da Folha de São Paulo marcava o início do que ficou conhecido como Mensalão
00:09e abalou as estruturas da República por vários anos subsequentes.
00:14Uma reportagem especial mostra os principais fatos desse marco na história da política do país
00:19e a narração é do nosso Tiago Uberrage. Vamos conferir.
00:23Em 6 de junho, a Folha de São Paulo trouxe uma reportagem explosiva
00:27com o deputado Roberto Jefferson.
00:30O parlamentar detonava a crise que arrastou partidos para o buraco
00:34e chegou às entranhas do PT de Lula, que estava no primeiro mandato.
00:39Disse o próprio presidente, presidente, o Deluca vai botar uma bomba debaixo da sua cadeira.
00:44Esse mesmo salão estándar, eu nunca vi uma coisa igual na minha história parlamentar.
00:50Roberto Jefferson, presidente do PTB, resolveu abrir o jogo,
00:54atirou um barril de pólvora no Congresso Nacional e citou partidos envolvidos,
00:59chamado ao Conselho de Ética, o deputado seguia na artilharia
01:03e cutucava o então ministro da Casa Civil, o todo-poderoso José Dirceu.
01:09O tesoureiro do PT, na época, Delubio Soares, também estava implicado
01:13e usava e abusava da arte de negar.
01:16O ministro José Dirceu não resistiu, deixou o cargo no governo Lula para retornar à Câmara dos Deputados.
01:41Ainda em 2005, José Dirceu teve o mandato cassado.
01:45Qualquer que seja o resultado que esta casa decida hoje, eu vou continuar lutando até provar minha inocência.
01:56Não há nenhuma prova que houve recurso público, não há nenhuma prova que houve recurso de fundo de inspeção,
02:01não há nenhuma prova que houve recurso de origem ilícita.
02:04A CPI dos Correios foi aberta no Congresso.
02:07A imagem de Roberto Jefferson, com o olho roxo, estampou as manchetes dos jornais.
02:12A artilharia continuava.
02:15Se o PT faria de fez, hoje, Delubio e Marcos Valério fazem, e outros que virão, continuarão a fazer.
02:32O publicitário Marcos Valério, outra figura carimbada do Mensalão, negava irregularidades no financiamento de campanhas políticas.
02:40O dinheiro que eu movimentei não é dinheiro público.
02:44Eu tomei na iniciativa privada e passei ao PT.
02:48No Congresso, parlamentares se enunciavam para preservar os mandatos.
02:53Waldemar Costa Neto, do PL, partia para o embate com o Roberto Jefferson.
02:57Eu quero dar esse recado agora para o Roberto Jefferson, como ele deu o recado para o Zé Liceu.
03:03Não retiro o seu processo de jeito nenhum.
03:07Não vou retirá-lo.
03:09Você vai ficar, Vossa Excelência vai ficar oito anos sem mandatos, porque vai ser cassado e banido da vida partidária brasileira.
03:16A crise se agravava.
03:18Um assessor do irmão do então presidente do PT, José Genuíno, foi preso no aeroporto de Congonhas com dólares na cueca.
03:26Mais uma baixa no partido.
03:28Com o PT de José Genuíno se esvacelando, em pronunciamento à nação, o presidente da República, Lula, fez meia culpa.
03:35Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas.
03:45O PT tem que pedir desculpas.
03:47O governo, onde errou, tem que pedir desculpas.
03:51Em 2007, o Mensalão ganhou um novo capítulo com a abertura do processo no Supremo Tribunal Federal.
03:57De 40 denunciados, 38 viraram réus.
04:01Nunca a população brasileira acompanhou com olhares tão atentos o trabalho do STF.
04:08É, meus amigos, tinha dez aninhos na época, morava em Brasília.
04:11Por acaso, nesse ano de malfadado, ano de 2005.
04:15E a gente lembra bem, talvez, por fim, dez, onze anos ali, nessa época,
04:18quando você começa a ter o mínimo de consciência dos seus arredores.
04:22E eu lembro também, enfim, da capacidade que o povo brasileiro teve de se rebelar contra isso
04:28e finalmente entender as entranhas apodrecidas do poder.
04:31Quando, enfim, foi talvez ali um divisor de águas, né, Maria de Carlinho?
04:36No momento em que o STF ganhou um certo protagonismo
04:38e começou a demarcar de vez ali a independência entre os poderes, né?
04:42Totalmente, muito bem colocado no final da matéria.
04:45Foi ali que a gente começou a entender.
04:46Olha o papel do STF, ganhou todo esse destaque,
04:49ganhou e vem aumentando nos últimos anos.
04:52A gente vem acompanhado por aí.
04:53Então, mudou todo o jogo de relação, acredito, do cidadão com a política.
05:00As pessoas passaram a refutar e entender o mal que a corrupção cai, gera no nosso país.
05:08E o impacto disso nas finanças públicas, o impacto disso na qualidade dos serviços públicos.
05:13Então, passamos a refutar todo esse tipo de campanha.
05:16Isso gerou, inclusive, todo aquele movimento, né, em 2013,
05:20vamos pra rua de combate à corrupção,
05:22porque o cidadão, de fato, ficou muito exausto do que estava vendo com as nossas forças políticas.
05:28Doutora Luciana Nepomucena, fica aquela pergunta, né,
05:30depois desse balanço de 20 anos, não deixa de ser uma data ali,
05:33um referencial ali pra gente, enfim, olhar pra trás e saber distinguir, né,
05:37o que que a gente possa...
05:39Onde nós podemos ter regredido enquanto país e onde nós eventualmente avançamos.
05:42O que que parecia avanço, né, que o STF sobre Joaquim Barbosa
05:46ousou condenar o alto escalão político naquele momento.
05:49O país conheceu ali os bastidores do Congresso e a vida,
05:52como ela era, querendo ou não, de uma forma mais explícita.
05:56E a Lava Jato se inspirou nesse modelo de responsabilização institucional,
05:59mas o que veio depois foi um enorme e avassalador retrocesso em todos os sentidos, né?
06:05Exatamente. Antes de responder, eu quero comentar um baby, né, gente?
06:08Um baby, 10 anos, quando começar um bebê.
06:12Peraí, aí você quebra o apresentador.
06:16Peraí.
06:18Não poderia perder o comentário ao vivo.
06:22Mas tamo aqui agora, tamo aqui.
06:24Tamo aqui com muita barba dele.
06:26Olha essa barba aqui, olha essa barba.
06:27É o muscilão, gente, muscilão.
06:29Vamos lá.
06:31Vamos em frente.
06:32Mas agora vamos pra um sério.
06:34Pode vir da vênia, por favor.
06:35Uma descontraída.
06:37Vamos em frente.
06:39Cadê a liturgia?
06:39Onde foi parar a liturgia?
06:41Foi para a liturgia.
06:42Onde está a liturgia nesse programa?
06:47Oh, God.
06:49Mas vamos agora, esse programa é sério.
06:52Não estamos aqui para comentar a idade dos nossos apresentadores.
06:58A Lava Jato foi implodida por decisões desse mesmo STF depois.
07:02Exatamente.
07:02O Mensalão representou todo esse marco, porém, 20 anos após a pergunta que fica, avanço
07:10ou retrocesso?
07:11Por quê?
07:12Porque ano passado, o ministro Gilmar Mendes, com uma canetada, ou seja, monocraticamente, anulou
07:20as condenações de Zé Disseu envolvido na Lava Jato.
07:25Então, isso mostra que essa luta contra a corrupção tem que ser constante e que a população tem
07:32que estar sempre vigilante.
07:35Porque não pode representar retrocesso.
07:37Nós tivemos, sim, alterações sociais, alterações legislativas.
07:43Tivemos a lei da ficha limpa pós o episódio escancarado desse corrupção, desse uso da máquina
07:51pública, do poderio econômico.
07:53Mas tivemos, depois, Lava Jato e agora estamos vendo decisões que passam-se o tempo.
07:59Ou seja, assenta-se a poeira e aí vamos começando ali a invalidar aquelas condenações que
08:07foram aplicadas.
08:08Então, é isso.
08:09É olhar atento e constante.
08:12E foi o maior julgamento da história do STF até então.
08:14Claro, teve até apenas de 10 anos a 10 meses, mas nenhum dos envolvidos ficou preso por mais
08:19de 3 anos.
08:20Então, isso é algo pra gente ter levado em conta.
08:22Por o fato que descriminalizaram, basicamente, o fisiologismo político desde então e isso
08:27virou moeda oficial da política.
08:29Com emenda do relator, o RP9, o orçamento secreto e toda essa orgia que acontece parece
08:35que foi não só naturalizada, como institucionalizada com carimbo oficial da burocracia oficial brasileira.
08:42Não é isso, mano?
08:42Pois é, Mari.
08:43Nós precisamos ter capacidade, como país, de aprender institucionalmente com esses capítulos
08:49da nossa história.
08:50A gente vê, por exemplo, algo que era muito grave no Mensalão era a completa subordinação
08:56do Legislativo ao Executivo por meio da corrupção.
09:00Isso, hoje, a gente olha para o equilíbrio entre os poderes e não existe mais.
09:06No sentido de que o Legislativo tem vida própria.
09:10Hoje, ninguém acusa o Legislativo de ser subordinado ao interesse do Executivo.
09:16Na verdade, a gente acaba, muitas vezes, no debate, falando como há um problema de governabilidade,
09:22que o Legislativo agora é incontrolável, muitas vezes.
09:26Mas, veja que coisa curiosa.
09:29O equilíbrio entre os poderes mudou, mas a gente continua falando sobre corrupção.
09:34Então, não era ali que estava a raiz do problema da corrupção no Brasil.
09:41A gente, mudando o equilíbrio entre os poderes, não necessariamente vimos o fim da corrupção.
09:48Na verdade, na minha visão, o que a gente pode ver de forma escancarada nas últimas décadas
09:54é que o patrimonialismo é parte do DNA da construção do Estado brasileiro,
10:03em qualquer dimensão, seja no Executivo, no Legislativo ou mesmo no Judiciário,
10:10que naquela época emergiu como salvador da pátria e que hoje sofre diversos questionamentos.
10:18Nós tivemos, ao longo dos últimos anos, acusações de venda de sentença por juízes de altas cortes.
10:25Então, isso mostra como nós precisamos, como país, sair da primeira página,
10:32sair da simplificação, como se houvesse bandidos e mocinhos,
10:37como se de um lado estão todos os ladrões e do outro lado todos os santos,
10:42e pensar soluções institucionais que ataquem o patrimonialismo,
10:49essa noção cultural arraigada no sistema político brasileiro
10:54de que quem está no poder pode usar o aparato do Estado
10:59como se fosse uma extensão do quintal da sua própria casa.
11:03Esse, na minha visão, é o ponto central que nós precisamos atacar.
11:06O crime de ontem virou estrutura de hoje, o que era exceção virou regra,
11:10mas, pelo menos naquela época, mesmo aos 10, 11 aninhos de idade,
11:14o que eu mais contava as horas, eu contava as horas
11:16para cada vídeo do Maurício Ricardo no site Charges.
11:20Você lembra?
11:20Charges.
11:21É absolutamente espetacular e um marco ali da sátira política brasileira
11:25que pode estar aí quase em extinção, mas um dia há de ser recuperado.
11:28E eu pretendo fazer parte disso.
11:30E aí
11:30E aí
11:40E aí

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