Fabio Diniz, empresário e presidente do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), fala das medidas que o Brasil desenvolve para prevenção de ataques cibernéticos a contas bancárias de cidadãos e instituições financeiras.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora, a questão fundamental, me parece,
00:04é em áreas que existe uma certa maneira de obscurecer
00:10ou não tratar de assuntos quando acontecem grandes crimes cibernéticos.
00:13Por exemplo, nós sabemos que a área financeira no Brasil
00:15tem ataques constantes.
00:18Diários.
00:18Diários.
00:20Mas ninguém quer falar, porque o banco tem medo de perder cliente
00:23ou assustar o mercado.
00:25Mas nós sabemos que são bilhões de reais
00:28que estão em jogo todos os dias por causa desses crimes cibernéticos.
00:32Exatamente.
00:33Nós estamos criando proteção, firewall,
00:37alguma coisa para evitar que essa constância...
00:40Porque o Brasil, eu vi que era um dos recordistas
00:42de localização para ataques em crimes cibernéticos.
00:45É o segundo país mais atacado do mundo.
00:48Segundo país mais atacado do mundo?
00:49Ele fica atrás dos Estados Unidos e é seguido pela Coreia do Sul.
00:54Então, isso mostra uma certa vulnerabilidade.
00:56Vulnerabilidade.
00:57O que nós estamos fazendo para diminuir essa vulnerabilidade?
01:02Bom, a gente tem hoje a estratégia nacional.
01:06Nós temos o Comitê Nacional de Cibersegurança trabalhando para isso.
01:11Está se discutindo bastante a criação de uma autoridade nacional
01:15ou de uma agência ou de um órgão centralizador,
01:18que é necessário, é o que os países fizeram no mundo inteiro.
01:21Mas temos dificuldades especialmente orçamentárias.
01:26É uma agência que empregaria ao longo de cinco anos
01:30aproximadamente 700 pessoas
01:32e que teria um orçamento estimado em cinco anos
01:35de 600 milhões de reais.
01:39Porém, quando você pensa que eu deixei o ano passado
01:422,3 trilhões de reais de crescimento no PIB,
01:46os 600 milhões começam a tomar uma outra dimensão.
01:51E esquecendo a questão só de dinheiro, de orçamento,
01:55você tem a questão social.
01:56Quer dizer, nós temos um governo que tem um olhar especial para o social.
02:02E isso afeta muito as pessoas.
02:04Porque cada vez que uma pessoa sofre um crime, um golpe, um roubo,
02:08ela deixa de pagar o aluguel dela,
02:10ela deixa de levar o filho para a escola,
02:12ela perde o telefone, ela perde acesso à conta do banco.
02:15Então, o estrago é grande.
02:19Eu acredito que muitas coisas ainda precisam ser feitas.
02:23Mas a gente precisa de mais velocidade.
02:26Porque o mundo cibernético está totalmente ancorado na tecnologia.
02:33E a tecnologia, a evolução dela, eu não vou nem dizer diária,
02:36é de horas.
02:37Então, se você toma uma iniciativa
02:40e demora para aquilo acontecer,
02:42você já está para trás quando você toma a iniciativa.
02:47Se você demorar para implementar aquilo,
02:49você está muito para trás.
02:50E esse é o cenário que a gente vive hoje.
02:53Os cybercriminosos, eles sempre estarão em vantagem.
02:57Porque eles têm o efeito surpresa.
02:59Igual na rua.
03:01O criminoso, de repente, quando você vê,
03:03você tem uma arma apontada para você.
03:05Então, o efeito surpresa, ele joga sempre a favor de quem está atacando.
03:08Agora, Fábio, toda vez que se fala em criar um órgão público,
03:13assusta o brasileiro.
03:15Porque nós estamos falando, criar órgão público,
03:17isso vai ser aparelhado para o partido político.
03:19Exato.
03:20Isso vai ser usado para bisbilhotar a vida de adversários do governo.
03:24Então, todo mundo fica apavorado com a história de criação de órgão centralizado.
03:28Como é possível ter uma governança para evitar isso?
03:32Um exemplo, só para ilustrar,
03:35as agências reguladoras tinham essa intenção.
03:37Eram para ser órgãos técnicos, isentos, suprapartidários,
03:42para fiscalizar setores como água, energia, petróleo, etc.
03:46E foram totalmente aparelhados e perderam a sua função inicial.
03:51Então, como fazer com que isso não aconteça a mesma coisa,
03:57essa politização, aparelhamento,
04:00para finalidades, evidentemente,
04:01que não é combater o crime cibernético nesse momento.
04:07Então, o que nós temos de fazer para garantir essa independência?
04:10Tem que ser uma organização não ligada a governo,
04:14uma ONG, tipo o WWW,
04:17que são os endereços que nós temos na rede social,
04:21qual seria o desenho dessa governança?
04:25Olha, Felipe, eu adoraria ter essa resposta pronta aqui para você,
04:31mas realmente eu não sei o que o Brasil teria que fazer,
04:34porque você deu vários exemplos, né, Felipe,
04:38de agências que foram criadas com propósito
04:41e que ao longo do tempo foram sendo...
04:44Desvirtuadas, né?
04:45Exato.
04:46Então, eu entendo que se a gente tiver essa fórmula mágica
04:49de como não fazer isso acontecer,
04:50a gente resolve não só o problema do que está sendo criado,
04:53mas o problema é que já está instalado.
04:55Então, realmente, eu acho difícil.
04:57Mas eu quero dizer aqui uma coisa.
05:00A atual Autoridade Nacional de Proteção de Dados, a NPD,
05:04para mim, ela é um grande exemplo
05:07do não aparelhamento de uma agência.
05:11Ela não é uma agência, né?
05:13Quer dizer, eu não sei nem se ela é uma agência ou se ela não é.
05:15Ela é uma chamada de Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
05:17São pouquíssimas pessoas trabalhando
05:20para fiscalizar o Brasil inteiro
05:23e eu tenho muita interlocução com eles
05:27e é um trabalho técnico.
05:30As pessoas que estão lá
05:31são pessoas técnicas,
05:33preocupadas, de fato, em fazer o trabalho delas bem feito.
05:36Só que são muito poucas pessoas.
05:38Então, se a gente tiver algo
05:40que se aproxime um pouco
05:43do que eu tenho visto nos últimos anos na NPD,
05:47acredito eu que a gente poderia ter
05:50um órgão centralizador,
05:52uma autoridade,
05:53ou o que for que eles quiserem usar como nome,
05:55mas é importante que você tenha
05:57um órgão centralizador,
05:59porque tem coisas, Felipe,
06:01que só o Estado pode obrigar.
06:02E é o caso da NPD,
06:05quer dizer,
06:06ela fiscaliza o setor público,
06:08o setor privado,
06:09os cidadãos,
06:11e a gente precisa que
06:12esse órgão centralizador
06:15tenha também esse poder
06:17de poder fiscalizar
06:18e atuar
06:19e exigir determinadas coisas.
06:23E se não for assim,
06:24as pessoas não atendem,
06:26que é o que acontece hoje.
06:27Os setores são autorregulados.
06:29Então,
06:30o executivo,
06:31ele consegue
06:32obrigar determinados entes
06:34da federação
06:35a seguirem diretrizes,
06:36mas ele fica restrito ali
06:38naquela faixa.
06:40Quando ele começa
06:41a querer desdobrar aquilo,
06:42não é a alçada dele,
06:43ele não consegue fazer isso.
06:45Então, imagino eu
06:46que é importante você ter
06:47justamente para que se tenha
06:48uma autoridade,
06:49uma obrigatoriedade
06:51de seguir determinadas diretrizes,
06:54mas que isso seja feito
06:55naturalmente
06:56de forma eficiente
06:57e não desperdiçando
06:59dinheiro público.
07:00Agora, Fábio,
07:01uma coisa assustadora
07:02é saber que os nossos
07:04bancos de dados públicos
07:06são muito vulneráveis
07:07por causa do tipo
07:09de programação,
07:10programação em linguagem
07:11aberta e tal,
07:11eles são muito fáceis
07:13de ser atingidos.
07:15E eu já escutei até
07:15programas que deveriam
07:18ter uma margem
07:19de segurança muito grande,
07:20como o da Receita Federal,
07:21etc.,
07:21como o brasileiro
07:23se descobriu
07:24que seus próprios dados
07:26estão em risco,
07:26aliás,
07:27recentemente,
07:28nós tivemos dados públicos
07:30sendo vendidos
07:32de maneira ilegal,
07:34né?
07:34Muitos.
07:35Muitos dados públicos
07:36vendidos ilegalmente,
07:37ou seja,
07:38isso deixa o cidadão
07:39ainda mais apavorado,
07:40que o governo
07:41que deveria ter
07:41alguma forma de controle,
07:42na verdade,
07:43os nossos dados
07:43estão sendo comercializados
07:45à revelia
07:46do nosso conhecimento.
07:47É, Felipe,
07:48isso realmente
07:48é um ponto
07:49muito delicado,
07:51mas eu preciso
07:52fazer uma ponderação
07:53antes.
07:53existe uma lei
07:56chamada
07:56Lei de Turing,
07:58que é o Alan Turing,
08:00que é o criador
08:00do computador,
08:01né?
08:02Ele criou o computador
08:04para poder provar
08:06que todo dispositivo
08:07informático
08:08é violável.
08:08Então,
08:11quando a gente fala assim,
08:12poxa,
08:13mas acontecem eventos,
08:15sim,
08:15e vão continuar acontecendo,
08:17porque os dispositivos
08:18informáticos
08:18são violáveis.
08:20O que a gente
08:21não pode deixar acontecer,
08:22Felipe,
08:23é você não tomar
08:25as medidas
08:26que podem ser tomadas
08:28para que a violação
08:30dessas informações
08:32não ocorra
08:34de forma tão fácil.
08:35Lembra que a gente
08:35falou de segurança
08:36da informação?
08:36integridade,
08:38disponibilidade
08:38e confidencialidade?
08:40Quando você tem
08:41uma violação de dados,
08:43é uma dessas três
08:44que está sendo feridas.
08:45Geralmente,
08:47a confidencialidade,
08:48porque era uma informação
08:49que deveria ficar restrita
08:50a determinado órgão,
08:54e ela é vazada
08:55e colocada à venda
08:57na Dark Web,
08:57na Deep Web,
08:59às vezes por 100 dólares.
09:01Então,
09:02e para você
09:04conseguir chegar
09:05em quem está vendendo isso,
09:06é quase impossível.
09:08A pessoa está escondida
09:09atrás de firewalls,
09:11de VPNs,
09:11de servidores,
09:13e você não consegue
09:14chegar na pessoa,
09:15mas as informações
09:16estão lá.
09:17Então,
09:18eu acho que
09:18o que falta
09:19para nós
09:19é estabelecermos
09:22por setor
09:23o que é o mínimo
09:25que determinado setor,
09:26que determinadas empresas
09:28precisam ter
09:28como obrigatoriedade,
09:30da mesma forma
09:31que o cinto de segurança
09:32é obrigatório,
09:32que o capacete
09:33é obrigatório
09:34para andar de moto,
09:35não era antigamente.
09:37Então,
09:37eu posso sim
09:38obrigar
09:38para ter mais segurança.
09:40É desconfortável
09:41usar cinto?
09:41Ninguém gosta.
09:42Mas depois de um tempo,
09:43você coloca ele
09:44e nem lembra
09:45que você está de cinto.
09:46Capacete também,
09:47a mesma coisa.
09:48Mas se você tem
09:49um acidente,
09:50seja de carro ou de moto,
09:51você vai agradecer
09:52de estar de cinto
09:52de segurança,
09:53você vai agradecer
09:54de estar de capacete.
09:55Então,
09:56eu acho que o Brasil
09:56precisa
09:57estabelecer
09:59o que é o mínimo
10:00para que se...
10:02olha,
10:02isso aqui
10:03tem que ser feito.
10:04E a gente sabe
10:05que não temos isso.
10:07Caso contrário,
10:08alguns ataques,
10:08algumas coisas
10:09não teriam acontecido.
10:11E quando acontece,
10:12aí sim que vai se tomar
10:13as providências,
10:14vai ver o que tem
10:15que ser feito,
10:16por onde,
10:16vai fazer análise
10:17do caso,
10:18vai falar,
10:18olha,
10:18entrou por aqui,
10:19tinha uma brecha
10:20de segurança ali.
10:21Só que eram brechas
10:22que já são conhecidas.
10:24Então,
10:25eu diria o seguinte,
10:26Felipe,
10:26fazendo uma metáfora
10:27muito simplista disso.
10:28se você tem
10:31uma casa
10:32que não tem,
10:34ela tem o buraco
10:35da janela,
10:35mas não tem janela.
10:36Ela tem o buraco
10:36da porta,
10:37mas não tem porta.
10:38Ela não tem muro,
10:39não tem portão,
10:39não tem cachorro,
10:40não tem alarme.
10:41É muito mais fácil
10:42eu conseguir acessar
10:43o interior dessa casa
10:44do que se eu tiver
10:45o vizinho dela
10:46com janela,
10:47porta,
10:47alarme,
10:48grade,
10:48cachorro.
10:49Então,
10:50eu vou zerar,
10:52não vou zerar,
10:53mas eu vou
10:53tornar,
10:55exatamente,
10:55tornar mais difícil
10:56e isso vai tirar
10:59muitos players
11:00do crime
11:02do jogo.
11:03Porque quando você
11:04sofistica,
11:06deixa a proteção
11:07mais sofisticada,
11:08os atacantes
11:09precisam ser mais
11:10sofisticados também.
11:11Então,
11:11você elimina uma parte
11:12do que acontece
11:14por ser fácil.
11:15do jogo.
11:16Então,
11:16eu vou zerar,
11:17eu vou zerar,
11:18eu vou zerar,
11:18eu vou zerar,
11:18eu vou zerar.