A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann (PT), comentou sobre a recente fraude no INSS e afirmou que o governo buscará o ressarcimento dos valores desviados junto às entidades envolvidas. Além disso, defendeu o aumento do IOF como uma medida necessária para manter o equilíbrio fiscal do país.
Assista à íntegra em: https://youtube.com/live/R7cYbGW21OA
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Agora há pouco, a Jovem Pan News de Curitiba acompanhou uma entrevista coletiva da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann,
00:06que falou sobre os principais temas do Congresso e do Governo.
00:09Entre os assuntos, claro, as fraudes do INSS.
00:12Gleisi afirmou que o Ministério Público estuda formas de fazer as entidades envolvidas nas transferências ilegais devolverem o dinheiro.
00:20Acompanhe.
00:21Esse dinheiro está sendo estudado com o Ministério da Fazenda.
00:24Ele vai ser antecipado, porque depois nós vamos buscar esse dinheiro com as entidades fraudadoras.
00:31E vai ser feito através e mediante um acordo judicial com o Ministério Público, que já está sendo estruturado.
00:38Fez comentários sobre a necessidade do aumento do IOF para manter o equilíbrio fiscal.
00:43Vamos lá.
00:44Só a gente lembrar que quando nós assumimos o governo, a alíquota do IOF era de mais de 6%.
00:50Hoje essa alíquota para cartões de créditos, para cartão de débito, era de 3,30%, vai para 3,5%.
00:59Então é um crescimento pequeno e precisa disso para fazer o equilíbrio.
01:04Nós fizemos o contingenciamento, fizemos o bloqueio para atender a política fiscal e precisa, às vezes, de alguns ajustes.
01:13Gani, é um crescimento pequeno?
01:16Crescimento do IOF?
01:17Não, muito pelo contrário, Evandro.
01:19Até porque, quando ela fala o seguinte, olha, era 6% no passado, havia um acordo de previsão de queda gradual.
01:27Então, 3,38% ia continuar caindo em um ponto percentual, 2,38%, até zerar, né?
01:33Para ter a entrada lá na OCDE.
01:36Isso é um pré-requisito para a entrada na OCDE.
01:39E ela se atém apenas à questão cambial.
01:42Eu falava com o Krigner há pouco que muita gente está pensando que este aumento do IOF,
01:48ah, vai pegar a classe média alta, que viaja para o exterior, a choradeira é de rico.
01:54Ahn, ahn.
01:55Encarece o crédito porque o aumento do IOF pega para as operações de crédito pessoa jurídica.
02:02Nem o Galípolo gostou, presidente do Banco Central, porque isso trouxe distorções ali no sistema financeiro.
02:10Tributa, plano de previdência que atinge pobre, PGBL e VGBL.
02:15Então, foi um aumento, sim, significativo e principalmente nas demais modalidades de crédito, Evandro.
02:23Krigner, é um crescimento pequeno?
02:25Não, de forma alguma. Acho que o Gani já deixou claro aqui para a gente, mas no cenário que nós estamos aqui,
02:32eu arriscaria dizer que nenhum tipo de aumento de qualquer imposto pode ser considerado um aumento pequeno.
02:38O bolso do brasileiro já não aguenta mais.
02:40Ninguém consegue mais, não tem espaço para você aumentar nem um pouquinho, nem muito mais.
02:46Então, qualquer aumento já é um aumento considerável aqui.
02:49A ministra não pode minimizar.
02:51O que a ministra também não pode fazer é agora se contradizer.
02:54Nós comentamos isso aqui ontem das falas da ministra revelando que o próprio, a projeção, na verdade,
03:01o impacto do que seria esse novo pacote do IOF, nem mesmo ao presidente da República foi apresentado no detalhe.
03:09Ela disse isso, que durante a reunião foi apresentado e confiando que o ministro Haddad sempre foi alguém muito cuidadoso disso.
03:16Ela usou a palavra sinoso com a questão do IOF e dos impostos.
03:20Então, eles deram o ok.
03:22Quando viram o impacto, aí pediram que ele recuasse.
03:25Então, não é pequeno.
03:27E ela sabe que não é pequeno.
03:28Tanto sabe que não é pequeno que foi solicitado por incentivo dela também que o ministro recuasse diante do impacto do mercado.
03:37Então, da reação do mercado.
03:38Então, ela sabe muito bem que não é pequeno.
03:40Piperno, a ministra tentou, de alguma forma, minimizar o efeito que está acontecendo na sociedade de reclamação,
03:47de apresentação de propostas contrárias, dizendo, olha, foi um aumento pequeno.
03:53Você acha que essa explicação, ela ajuda a apaziguar, a pacificar esse momento?
03:59Ou ela só irrita ainda mais quem estaria sofrendo as consequências do aumento do IOF?
04:06Eu acho que não.
04:08Ela tentou uma atenuante que não vai funcionar.
04:10Até porque a ministra tem que entender o seguinte.
04:13Os piores momentos em relação, os últimos piores momentos em relação à aprovação ou à reprovação do presidente Lula,
04:23do governo Lula, aconteceram justamente no momento, nos momentos em que ocorreram ruídos como esse.
04:32Então, lá no final do ano, quando foram apresentar o pacote fiscal, também foi apresentado junto a questão da isenção do imposto de renda até os 5 mil.
04:43Que é uma medida que eu, por exemplo, defendo.
04:45Mas o timing estava errado.
04:48E o mercado se aproveitou disso, né?
04:50E tal, e vai lá, e aí foi aquele tsunami que a gente viu.
04:54E as pessoas que estão lendo jornais, vendo os portais, falam, puxa vida, olha só de novo o que eles vão fazer, né?
05:02Então, aquilo foi a medida que seria positiva.
05:05Aliás, as duas medidas, se apresentadas isoladamente, poderiam ter sido positivas.
05:11E elas causaram um dano reputacional naquele momento.
05:16Muito bem, passou o tempo, veio a história do PIX, que, de novo, era uma medida correta, mas muito mal gestada, muito mal apresentada, causou outro dano.
05:28A gente falou disso muitas vezes.
05:30Agora, além da medida não ter sido boa, a forma como foi produzido, como foi parido esse negócio,
05:38dá causa na sociedade, a impressão de que é outra facada no bolso e só isso, e ninguém tem...
05:47Até porque, quando alguém diz que...
05:49Quando alguém do governo fala, olha, nem foi apresentado direito ao presidente,
05:54o que as pessoas, o que o motorista do aplicativo vai absorver disso e vai conversar com o seu público?
06:02É óbvio que eles vão criticar e tem que criticar mesmo.
06:05Não pode ser assim, esse tipo de coisa tem que ser muito bem estudado, nas suas minúcias.
06:11Hoje, por exemplo, saiu outro dado aí sobre resultado fiscal de abril.
06:15Foi um resultado positivo.
06:16Alguém vai perder tempo em debater isso, diante desse tsunami todo de notícias ruins?
06:22Ô Zé, você acredita que as próximas manifestações, eu digo aquelas que vieram depois do anúncio,
06:28elas precisam ser muito cuidadosas para não jogar ainda mais gasolina nessa fogueira?
06:32Sim, é um momento sensível, um momento politicamente muito sensível.
06:39Me disseram que a reunião dos presidentes da Câmara e Senado com o Ministro da Fazenda foi muito tensa.
06:45Chegaram a dizer, sim, que chegou a ser agressiva e ameaça, exigindo outras possibilidades para evitar o reajuste do IOF.
06:55Enfim, foi muito pesado, ou seja, o momento está tenso e há 25 anos não se derruba uma decisão governamental com um decreto legislativo.
07:08Ele é constitucional, é um instrumento que existe, né?
07:11É um decreto legislativo que derruba a decisão de um presidente da República.
07:15Não é comum, só em governos muito fragilizados, é que isso pode acontecer.
07:21Porque o governo com a caneta na mão, ele pode muito bem evitar a aprovação de um decreto legislativo.
07:26E quando ele vê que vai perder, ele retira.
07:28Então, é a tendência o que deve ser feito.
07:31Então, qual é o que está acontecendo?
07:34É exatamente essa situação, um momento sensível que tem que negociar.
07:38Não posso, não posso deixar de te mostrar uma coisa.
07:43Eu sou um observador aqui dos gestos, das ações e do poder.
07:47A pessoa, quando assume o poder, a pele mura, o cabelo.
07:52Você viu o ar da Gleis Hoffman?
07:53Você viu o jeitão dela, aquele ar de blasé, aquela postura?
07:58O poder, meu amigo, muda as pessoas.
08:08Adorei a análise do nosso visagista político, Zé Maria Trindade.