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  • 29/05/2025
O ex-ministro da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que Jair Bolsonaro questionou se existiam formas de contestar o resultado das eleições de 2022. Bianco depôs como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na ação penal que apura uma suposta trama golpista. Ele foi questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre uma reunião realizada após o segundo turno para discutir uma possível contestação do resultado das urnas.

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00:00Voltamos com o assunto que domina completamente o país, o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a raiz de todos os nossos problemas.
00:10O ex-ministro da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal
00:18que Jair Bolsonaro questionou se poderia contestar a eleição de 2022.
00:24Bianco falou como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na ação penal que apura a suposta trama golpista.
00:36Ele foi questionado pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonê, sobre uma reunião realizada após o segundo turno das eleições
00:44para contestar o resultado das urnas.
00:49Meu querido Felipe Monteiro, consultar o advogado-geral da União se teria que buscar alguma nulidade junto ao judiciário
00:59para contestar as eleições é o mesmo que dar um golpe?
01:03Como você interpreta este depoimento?
01:08Com normalidade, Capês.
01:09Eu acho que é uma conversa normal.
01:12A gente sabia que o Bolsonaro não queria respeitar o resultado das urnas e perguntou para o seu advogado-geral da União.
01:17Tem como eu contestar o resultado das urnas?
01:20Ele falou não.
01:21Óbvio que isso não é golpe.
01:22Isso foi uma consulta que ele fez com o advogado-geral da União.
01:25Agora, essa prova, no modo de ver, ela não corrobora todo o plexo probatório a favor do Bolsonaro.
01:33Pelo contrário, pode, junto com outras situações que a PGR indicou, o advogado-geral da República indicou,
01:39que foi atos concatenados desde 2020, colocando em xeque o sistema eleitoral no Brasil, reunião com o embaixador,
01:48falando durante o processo eleitoral que talvez não fosse respeitar o...
01:52Dando a entender, não falando exatamente, dando a entender que não ia respeitar o resultado das eleições,
01:57a não ser que agisse nas quatro linhas da Constituição Federal.
02:00Ou seja, isso só demonstra, em modo de ver, que a concatenação dos fatos apresentados pelo Estado da República
02:07aponta que o Bolsonaro, depois das eleições, perguntou para o seu advogado-geral se tinha como questionar o resultado das urnas.
02:14Claro, se ele pegou essa informação e não fez nada, não dá para falar que é golpe isso, né?
02:18Mas é mais uma demonstração de que o Bolsonaro queria arrumar alguma artimanha para não respeitar o Estado das Unas.
02:26Ou de que ele entendeu que foi um processo disfuncional, ou seja, que não houve uma imparcialidade no arbitramento dessas eleições.
02:34Aí ele fez uma consulta jurídica.
02:38Agora, meu querido, vou começar com o João Bellucci, depois ouviu o Túlio Nasa.
02:42Ô, João, quando você vê a acusação ter que montar micropeças para tentar formar um todo de uma acusação,
02:52isso não mostra uma certa fragilidade do contexto probatório das provas?
02:57Quando tem aquela prova ali, pum, você vai direto nela.
03:01Agora você começa e sonda daqui, vamos lá, da carteirinha de vacinação ao sono da baleia jubarte,
03:08depois vem os presentes que não podia, agora pode.
03:11Aí vem a questão da narrativa do golpe e são várias peças de quebra-cabeça, mosaicos que vão sendo montados.
03:20Como é que você vê isso? Uma pessoa que está olhando de fora tudo isso e você que é advogado também.
03:25Pois é, Capaz, ficam só aquelas dezenas, centenas de pontas soltas que tem nessa história do golpe,
03:30que seria o golpe de Estado mais mal planejado da história, com a menor quantidade de armas da história
03:34e talvez com a maior quantidade de bíblias e algodão doce, né?
03:37Já que havia um vendedor ali transitando entre os supostos golpistas que iam tomar o poder num domingo sem expediente.
03:42De toda maneira, esse depoimento não vejo nada que reforça a tal da teoria que vem sendo tratada do golpe,
03:50da tentativa de golpe de Estado contra o Bolsonaro.
03:52Seria uma mera consulta à Advocacia Geral da União.
03:56Lembrando que, como você até mencionou na pergunta, na colocação, Capês,
03:59o que a argumentação do Bolsonaro e dos seus apoiadores naquele momento era um descalibramento das instituições
04:04durante o pleito, durante a situação do pleito eleitoral.
04:07Era esse o argumento.
04:09Agora, após o resultado, pelo TSE, realmente ficaria muito difícil qualquer atuação ter sido antes
04:15por parte do Bolsonaro e do seu entorno ali.
04:19Agora, de todo modo, é possível questionar politicamente a atuação do Bolsonaro após o resultado,
04:24que ele ficou em silêncio, enfim, depois saiu lá de avião sem falar nada do Brasil.
04:28Isso é questionável do ponto de vista político, não jurídico.
04:32Ele não tem efeito jurídico nenhum.
04:33Ele estava, enfim, abalado, como quer que queira.
04:35Eu também não acho que foi o cenário ideal ele ficar em silêncio.
04:38Deveria ter falado alguma coisa, pelo menos desmobilizar as pessoas que lá estavam acampadas,
04:42que muita gente na época falou que aquilo não teria efeito algum e como, de fato, não teve
04:46e que, alguma hora, elas seriam ousadas, acabaria ocorrendo alguma situação
04:50que ficaria ruim para elas, como, de fato, ocorreu.
04:53Agora, vejo que vão ter mais depoimentos e cada hora vai sair uma questãozinha dessa.
04:56Olha só, o Bolsonaro foi até ali a impressora onde poderia ter uma potencial minuta
05:02de um, talvez, golpe de Estado.
05:03Então, cada hora vai ficando uma coisa mais aberta.
05:06Então, a trama do golpe de Estado está colocada e imagino que ela vai avançar
05:10no Supremo Tribunal Federal, não que ela esteja correta do ponto de vista jurídico.
05:14Exato.
05:15E a minuta do golpe que é o rascunho de um decreto de Estado de Sítio.
05:19Queria ouvir você, Túlio Nasa.
05:20Olha, Capês, o Felipe falou muito bem aqui, sintetizou muito bem o que, de fato, acontece
05:27nesse quebra-cabeças.
05:29O que eu queria destacar e complementar, para a nossa audiência entender, é que não existe
05:33crime pela mera cogitação.
05:36O que é isso?
05:37O que é a cogitação?
05:37Imagina você passando num farol verde, vem um carro no farol vermelho e pega e bate
05:43no seu veículo.
05:44Você acabou de comprar o veículo com tanto esforço, você é tomado por raiva naquele
05:48momento e fala alto, eu vou matar esse sujeito.
05:52Mas você fica no campo da cogitação.
05:54Você não sai do carro e efetivamente comete um ato violento contra aquele sujeito.
05:58Se você, de fato, saísse e matasse o sujeito, você responderia por homicídio.
06:02Se você saísse do carro, tentasse matar e não conseguisse, por qualquer motivo, o
06:07sujeito escapou, você não tinha uma arma adequada, você pode responder por tentativa
06:11de homicídio.
06:12Agora, se você ficou no campo da cogitação, você não responde.
06:15Então, a diferença nesse caso todo, aí jurídica, que a audiência quer saber, é
06:20a seguinte, o Bolsonaro ficou no campo da cogitação ou ele foi para a tentativa?
06:24E aí o elo para saber se há ou não tentativa, pelo tipo penal, pelo artigo da lei, é a tentativa
06:30violenta de abolir o Estado Democrático de Direito.
06:34Então, precisa não meramente o Bolsonaro cogitar, olha, chama o sujeito e fala assim,
06:38essa minuta aqui, ela é legal ou não é?
06:40O sujeito fala, olha, é melhor você parar por aí, Bolsonaro.
06:43Ele para por aí.
06:44Ele chama o AGU e fala, AGU, é possível contestar juridicamente o resultado das urnas?
06:49E o AGU fala, não, não é possível, está tudo certo.
06:52E ele para por aí.
06:53Isso não é tentativa, isso fica no campo da cogitação.
06:56A tentativa seria se o Bolsonaro tivesse ligado a um ato violento no 8 de janeiro.
07:02É por isso que o Supremo, a acusação toda, quer fazer essa ligação com o 8 de janeiro.
07:06Mas o 8 de janeiro é um crime impossível.
07:09Por quê?
07:09Porque era um domingo, não tinha autoridade ali pública para ser deposta.
07:14Como é que alguém vai tentar um golpe, um ministro de Estado, presidente da República,
07:19generais vão tentar um golpe de forma violenta?
07:22Se a pessoa destinatária daquele golpe, que tem que ser deposta violentamente, não estava lá.
07:28Então, o Leandro realmente sintetizou bem o caso.
07:31É, sem contar que o comando das Forças Armadas já estava escolhido e subordinado ao presidente eleito,
07:38o Luiz Inácio Lula da Silva.
07:40E que, como você disse, não havia ali funcionários no prédio, nada disso.
07:46Agora, me surpreendeu, Oeren, o fato da facilidade com que as pessoas tinham de se manifestar
07:53terem conseguido galgar e entrar nos prédios públicos.
07:57Porque é evidente que as pessoas vão se manifestar, aquela turba, aquela histeria coletiva.
08:02Você sabe que é difícil controlar as ações de multidão e tumulto.
08:06E se tivesse um escudo protetor, não teria acontecido.
08:09Eu achei estranho, porque nós discutimos ontem aqui, a ABIN e o Gabinete Segurança Institucional
08:16tinham todas as informações de que haveria uma grande manifestação e ninguém tomou providência.
08:21Eu queria que se fizesse uma análise geral desse processo.
08:24Bom, eu não corroboro com a ideia de que a ABIN, ali já recém-empoçada,
08:31teria sido leniente para deixar que essas pessoas invadissem ali a sede dos três poderes
08:37e, com isso, reforçar a tal da narrativa de golpe.
08:40Até porque não me parece que é uma narrativa de golpe.
08:42Me parece que houve ali uma minuta de golpe.
08:45Houve ali pessoas importantes das Forças Armadas tramando, de fato, questões envolvendo um golpe.
08:51Então, me parece que nós estamos falando de uma narrativa, de forma alguma.
08:54O que me parece que aí, sim, tem que ser levado em consideração
08:58é o quanto você consegue ou não imputar individualmente
09:01a cada uma das pessoas que estavam ali envolvidas nesta ação.
09:05Por exemplo, esse depoimento do Bianco, o Bianco estava ali como uma testemunha de defesa.
09:11E, como testemunha de defesa, o que ele fala, inclusive, é favorável ao Bolsonaro,
09:15porque ele diz que o Bolsonaro consulta ele e que depois,
09:17quando ele diz que não é possível, parece que o Bolsonaro, ok, entendi que não é possível.
09:22Então, aspas, não é exatamente o que ele diz.
09:24O resto do depoimento não vai nessa linha.
09:26Vai na linha de que ele havia consultado e, quando viu o que não tinha o que fazer,
09:30ficou na dele e não levou nada adiante.
09:32Então, o que eu realmente não consigo corroborar,
09:36e acho que é um excesso de teoria da conspiração,
09:39você dizer que havia o Mabim, que havia toda uma inteligência do governo recém-eleito,
09:45uma semana empossada ali, que foi leniente para permitir aquela invasão.
09:50O que eu vi, e eu estava no ar desde o primeiro momento que aquilo aconteceu,
09:53porque foi um domingo muito marcante,
09:56eu estava com a TV ligada, eu estava no ar, acompanhando todas as TVs ali,
10:01e o que eu vi, sim, por exemplo, a polícia do DF sendo bastante conivente
10:05e não fazendo nenhum tipo de resistência.
10:08Já participei de várias manifestações, não vi esse tipo de ação da polícia.
10:12Agora, era muita gente, era menos polícia.
10:15Não sei como eles poderiam ter agido de forma diferente,
10:17se podia ter alguma ação de forma diferente.
10:20Isso era o que dava para se ver nas imagens.
10:21Eu não estava lá, não sou testemunha desse momento.
10:25O que eu só acredito, de fato, é que há excesso de ações nesse processo
10:33que mostram uma intenção clara de golpe.
10:35Como que a Polícia Federal, a AGU, vão conseguir atribuir
10:38as responsabilidades individuais de cada um, é o que a gente precisa ver agora.
10:41Agora, tem outro capítulo que eu gosto de falar, Sabine, né?
10:43A Bine fez um relatório e falou que ia ter uma grande manifestação.
10:46Uma coisa é uma grande manifestação, outra coisa é invadir prédio público,
10:49depredar patrimônio público.
10:50São coisas completamente diferentes.
10:52Se eu receber, se fosse presença da República, vai ter uma grande manifestação,
10:55já vai, uma grande manifestação, não tem nada de imagem de manifestação.
10:57Se for pacífica, pode acontecer.
10:59E eu espero que seja pacífica.
11:01Agora, você achar que a grande manifestação significava, naquele momento,
11:05você depredar prédios públicos, invadir o Congresso Nacional,
11:09o STF, o Palácio do Planalto,
11:11para mim é uma abismo, assim, muito grande.
11:14E em relação, só um ponto só principal,
11:16que eu acho que pode colocar, que o Turo colocou aqui,
11:18entre conjecturação e execução,
11:20claro, né?
11:21O nosso Código Penal, o nosso direito, não criminaliza a conjecturação.
11:25Mas ali é tênue, ali é tênue.
11:27Por exemplo, fazer parte do golpe e monitorar autoridades públicas.
11:32O fato de ter existido o monitoramento da atividade pública,
11:34é execução ou conjecturação?
11:36Algumas pessoas falam assim, isso aqui é execução.
11:38Se o planejamento era monitorar e teve monitoramento, logo é execução.
11:41Se fizeram uma reunião com o comando da Força Militar e falam assim,
11:46está comigo no golpe?
11:47E o cara fala, não, o golpe parou por conta exclusiva de outra pessoa
11:53ou porque ele estava conjecturando naquele momento?
11:57Ou seja, a linha realmente é tênue.
11:59A gente não sabe também como é que foi essa reunião de fato,
12:01mas a linha não é tão simples assim, falar que ficou na conjecturação.
12:05Há dos dois lados, mas que o crime é tão grave,
12:08Estado Democrático de Direito, a abolição do Estado Democrático de Direito,
12:10tratativa de golpe de Estado, que o maior dever tem que ter
12:12uma pena definitiva e clara para poder condenar alguém nesse item.
12:16Muito bem.
12:17Bom, quem trabalha com segurança pública nunca espera, se previne.
12:21Se você tem informações, vai ter uma grande manifestação.
12:24Se essa manifestação pode chegar até áreas de segurança nacional,
12:28são as forças federais que têm o dever de proteger aquela área.
12:31E não foi feito.
12:32E eu pergunto por que não foi feito se havia informação prévia.
12:36Com relação à punição, tem que punir, sim.
12:38Mas primeiro precisa apurar.
12:40E um crime precisa começar a ser executado.
12:42Antes disso, ele não pode ser punido porque ele não existe.

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