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  • 13/05/2025
Em São Paulo, a presença da Polícia Militar na favela do Moinho gerou um novo protesto dos moradores nesta terça-feira (13). A manifestação começou com pessoas ateando fogo nos trilhos do trem, o que paralisou a circulação.

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Transcrição
00:00Voltando aqui, aqui tem sempre polêmica.
00:03E veja essa, então.
00:05Em São Paulo, a presença da polícia militar
00:09na favela do Moinho
00:11gerou mais um protesto dos moradores nesta tarde.
00:16Misel Mainetti acompanha toda essa confusão
00:20que ocorre na região central aqui da capital paulista.
00:25Misel, parece que tudo começou com pessoas colocando fogo
00:28nos trilhos do trem.
00:30O que está acontecendo?
00:40Bom, nós estamos aí sem o som,
00:42estamos aguardando um contato.
00:44O querido Felipe Monteiro,
00:46não seria uma desocupação pacífica,
00:49negociada, conversada?
00:51A polícia militar em São Paulo,
00:53eu conheço também, em outros estados também,
00:55mas aqui eu sei como é feito o trabalho.
00:58Eu vi na favela do Pinheirinho, como foi feito,
01:01se conversa, se discute, se faz, se negocia uma saída.
01:05Por que esse protesto agora?
01:07Tem alguma motivação política?
01:09Será que alguém na polícia abusou?
01:12Não creio, hein?
01:13Nós não temos ainda as informações, está chegando.
01:16Mas como é que você vê essa desocupação da favela do Moinho,
01:18que foi uma negociação do governo federal,
01:20do governo estadual,
01:21e uma desocupação que está caminhando pacificamente?
01:24Para que isso?
01:25O Capizinho, quando eu era estudante de direito,
01:28até 2004, 2005,
01:29eu lembro que já tinha essa problemática
01:31em relação à favela do Moinho, né?
01:33Desde aquela época, se falava em fazer a desocupação...
01:36Já voltou?
01:37O Felipe, ele voltou.
01:38Eu não quero atrapalhar suas reminiscências históricas.
01:43Vamos ouvir o Misael, então.
01:45É o que ele falou.
01:47Estou te ouvindo já.
01:48Oi, Capizinho, desculpa.
01:53Estava com um problema técnico aqui,
01:54agora eu te ouço também.
01:55Boa tarde para você e para todo mundo que acompanha
01:57o Linha de Frente.
01:58Nós falamos ao vivo aqui da região central de São Paulo,
02:01na comunidade do Moinho.
02:03Tudo começou, como você mencionou,
02:04com o fogo que foi colocado no trilho do trem
02:07e já adiciono aqui na nossa conversa
02:09que colocaram fogo novamente,
02:11portanto, os trens vão ficar impedidos
02:14de passar aqui na região central.
02:16O que aconteceu foi um encontro da Polícia Militar
02:20que estava acompanhando os funcionários do CDHU
02:24que vieram demolir as casas.
02:26Então, tudo começou de manhã com eles colocando,
02:28com algumas pessoas colocando fogo no trilho do trem
02:31e as equipes da CDHU chegaram aqui
02:35junto da Polícia Militar
02:37e aí, para entrar e fazer a demolição da casa,
02:41o que os moradores são contrários,
02:43houve realmente esse problema.
02:45Quando a gente chegou e até acompanhou,
02:48a gente entrou em uma das ruas aqui na favela do Moinho
02:51e lá dentro houve esse encontro
02:53entre a Polícia Militar, os moradores do CDHU,
02:55com a população que é contra a demolição dessas casas.
03:00Neste momento, quando houve o protesto dos moradores,
03:04a Polícia Militar soltou ali bombas de efeito moral,
03:07também gás de pimenta, que a gente conseguiu,
03:09um cheiro muito forte, a gente conseguiu sentir,
03:11e deteram uma pessoa, um homem, que estava protestando.
03:15Então, foi isso que aconteceu.
03:17Foi um momento ali muito violento, né?
03:19Muitos moradores realmente ficaram assustados.
03:21Eles estavam protestando contra a demolição dessas casas.
03:25O que está acontecendo aqui,
03:27que a gente vem acompanhando?
03:28Essa área pertence à União.
03:31E aí, a União autorizou a CDHU, né?
03:34A fazer a demolição dessas casas
03:35por meio do governo estadual.
03:37E foi o que aconteceu hoje.
03:38A CDHU veio para fazer a demolição.
03:41E os moradores, eu conversei com vários deles,
03:44a maior parte deles é contra a demolição.
03:47Por quê?
03:47Eles ganhariam um auxílio de R$ 800,00
03:50para sair, para deixar as casas.
03:52Mas os moradores avaliam que esses R$ 800,00
03:55é um dinheiro insuficiente para alugar uma casa fora daqui.
04:00E também um dinheiro que pode ser cortado a qualquer momento.
04:03Ou seja, eles não conseguiriam sentir uma segurança em relação à moradia
04:07e aí ficariam desprotegidos.
04:09Por isso, eles não querem deixar o local.
04:12Nesse momento, a gente vê que ainda tem bastante gente aqui,
04:15vários moradores.
04:16Eles estão aqui, inclusive, protestando.
04:19Colocaram agora vários objetos ali,
04:22como alguns lixões também, madeira.
04:25Enfim, colocaram bastante coisa justamente para a polícia
04:28não fazer uma nova entrada,
04:30como aconteceu no início dessa tarde,
04:32quando a polícia militar entrou para acompanhar os funcionários
04:37da CDHU, que é a Companhia de Desenvolvimento de Moradia Urbana,
04:41que faz esse trabalho de retirada das pessoas.
04:45Então, a gente vai continuar acompanhando os acontecimentos
04:48aqui na favela do Moinho,
04:50na programação da Jovem Pan.
04:52E, como eu mencionei,
04:53a linha do trem, nesse momento, de novo,
04:55está parada por conta do fogo.
04:57E os moradores que conversaram comigo
04:59insistem que realmente para eles não dá para sair daqui,
05:03justamente por causa dessa quantia de R$ 800,
05:06que é insuficiente para eles pagarem aluguel fora daqui.
05:09Então, gera uma insegurança muito grande para eles.
05:12Misael, você está me ouvindo?
05:14Agora, há uma informação...
05:15Informação de que as casas que estão sendo demolidas
05:19eram casas que já tinham sido desocupadas.
05:24Ou seja, já tinha sido feita a negociação,
05:26elas tinham sido desocupadas,
05:28e aqueles que estão impedindo
05:30que essas casas sejam demolidas
05:32por moradores que não estão mais lá,
05:35na verdade, querem ocupar novamente
05:37para explorar essa região.
05:38Isso é algo que está se falando.
05:41Você procurou checar?
05:42Tem alguma informação nesse sentido?
05:44Se não, você procura levantar.
05:45Isso é para nós,
05:46para a gente pautar aqui o nosso debate.
05:48Misael Mainete.
05:51Sim, conversei com moradores a respeito disso também.
05:55Primeira informação que a gente conseguiu checar até então,
05:58são cerca de seis casas que haviam sido demolidas,
06:01e elas já estavam vazias.
06:03Soube por uma moradora de uma casa
06:05que ainda estava com os pertences de uma pessoa,
06:08e que as equipes queriam ir até essa casa
06:11para fazer a demolição.
06:12Isso teria gerado até o problema,
06:14de acordo com alguns moradores
06:15que estão aqui perto de mim.
06:17Isso teria gerado o problema.
06:19E eles querem demolir as outras casas.
06:21A demolição acontece por parte de moradores
06:23que aceitam que as moradias sejam demolidas.
06:27Mas isso realmente aconteceu.
06:29Vou continuar aqui e vou apurar mais com os moradores
06:32e trazer mais informações para vocês.
06:34Muito obrigado, Misael Mainete,
06:36aí trazendo todas as informações
06:38para pautar o debate dentro de fatos.
06:41Muito bem.
06:41Meu querido Ricardo Rous,
06:43foi negociado o governo federal com a CDHU,
06:46foi feita a remuneração,
06:49quem foi remunerado aceitou,
06:51tanto que deixou as casas,
06:52e agora as casas estão sendo demolidas.
06:54Nós não temos ainda tanta informação com relação a isso,
06:57mas chega a ser estranho esse protesto
06:58quando já está tudo negociado.
07:00Exato, Capês.
07:01Realmente precisa de ter mais informações,
07:03mais apurações,
07:04mas para que a nossa agência entenda de forma perfeita,
07:06esse terreno onde está a favela do Moinho
07:07é um terreno da União,
07:09do governo federal,
07:10que está sendo cedido,
07:11negociado com o governo estadual,
07:13do estado de São Paulo,
07:14com o objetivo do estado transformar aquilo num parque.
07:18E as pessoas estão sendo contatadas,
07:20as famílias,
07:20para irem para o apartamento do CDHU.
07:23CDHU, inclusive,
07:24está fazendo esse contato.
07:25Existem mais da metade das famílias dessa comunidade
07:28já foram contatadas,
07:29já estão negociando a sua mudança,
07:31não é só os R$ 800 do aluguel.
07:33Tem moradias do CDHU,
07:35tanto que é o CDHU que estava lá em loco hoje de manhã.
07:39Essas casas que eram para ser demolidas
07:41e que foram demolidas,
07:42essas seis unidades,
07:43já são de pessoas que concordaram em se mudar,
07:45que aceitaram os termos e condições
07:47apresentados pelo governo do estado de São Paulo,
07:49já haviam se mudado,
07:51e para que não houvesse uma nova invasão nessas casas,
07:54então tomou-se a decisão de demolir.
07:56Tem uma decisão correta,
07:57porque se não demolir,
07:58outras pessoas vão invadir ali com objetivo,
08:01até um objetivo político,
08:02deve ser analisado isso.
08:04E se não tem um movimento por trás,
08:05incitando que esses moradores ali
08:07então façam alguma balbúrdia,
08:10por que eles têm o canal aberto
08:12com o governo do estado de São Paulo,
08:13com a CDHU,
08:14para sentar, conversar, negociar,
08:16que é o que o estado quer,
08:16que essas pessoas se mudem para um outro lugar
08:18e que essa área se torne em um parque.
08:23Muito bem.
08:25Rodolfo Maris,
08:26qual a sua avaliação sobre os fatos
08:29trazidos a essa mesa de debates até esse momento?
08:31Só trazer um fato aqui
08:32sobre o que o Ricardo Rouss falou,
08:34não se trata só de um parque,
08:35se trata também da extensão
08:36de uma linha de trem naquele local.
08:39Nós temos uma líder comunitária lá,
08:40que é a Alessandra Cunha,
08:42ela tem sido bastante escutada,
08:44porque ela é uma das cabeças,
08:45ela é uma das pessoas que estão negociando
08:47com o CDHU e também com o governo do estado de São Paulo,
08:51sobre essas desocupações.
08:52Mas o problema é muito maior do que esse.
08:56Você que está nos assistindo aí,
08:57a Alessandra, que tem 30 anos e mora lá desde os 31 anos,
09:01disse em algumas entrevistas
09:03que o problema é muito mais embaixo.
09:05Não se trata só da desocupação,
09:07nós temos ali facções que operam naquele lugar.
09:10E uma vez que você tira, por exemplo,
09:12as seis famílias que foram desocupadas
09:13dessa comunidade,
09:15já estão lá na Cidade Líder,
09:16na Zona Leste de São Paulo,
09:18no prédio do CDHU,
09:19já estão morando lá.
09:21Só que, se todo mundo sair dali e for para esses lugares,
09:24o crime organizado não vai se beneficiar.
09:27O crime organizado é como se fossem oligarquias.
09:30Eles têm as suas pequenas...
09:31pequenas...
09:32seus pequenos grupos em cada lugar.
09:35Aquela ocupação, por exemplo,
09:37da favela do Moinho,
09:38tem os seus líderes ali faccionados.
09:41Se for todo mundo transferido para outros lugares,
09:44essa facção,
09:44aquela célula daquela facção,
09:46perde o poder e não pode ali vender drogas
09:49ou fazer os seus crimes em outros lugares.
09:51Então, o que eles fazem?
09:52Eles estão coagindo ali os moradores
09:54a estar atrapalhando o direito de outros moradores.
09:57Ontem, por exemplo,
09:58cerca de 300 mil,
10:00300 mil trabalhadores foram afetados
10:02com essas queimas de pneus nas estações.
10:05Não afetou somente aquela linha, Capês?
10:08Deixa eu dar um número exato para você aqui.
10:11Que afetou a linha 8, Diamante,
10:15a linha 7, Rubi,
10:16a linha 10, Turquesa,
10:17a linha 13, Jade, da CPTM.
10:20Ou seja, todas essas pessoas
10:22que moram em localidades mais longe,
10:25como, por exemplo, Osasco, Itacoacetuba,
10:28Mogi das Cruzes,
10:29pessoas do Tabuão,
10:30essas pessoas foram afetadas
10:32às 17 horas da tarde.
10:34E aí, esses moradores
10:36que estão reivindicando o seu direito de permanecer
10:38estão, na verdade,
10:39sendo coagidos pelo crime organizado.
10:42Porque, na verdade,
10:43o que eles querem era sair dali.
10:45O que eles querem, de fato,
10:46é sair daquela comunidade.
10:47Vivem em situação insalubre.
10:49Ninguém quer morar ali
10:50numa casa de madeira,
10:51com o gato,
10:52com o risco de queimar
10:54a sua casa.
10:55Enfim,
10:56estão sendo coagidos pelo crime organizado.
10:58É uma página que está sendo escrita hoje
11:00e nós não sabemos
11:02qual vai ser a página final desse livro.
11:04Se realmente vão conseguir desocupar,
11:06porque prometem ali as facções
11:07uma guerra usando os moradores de escudo.
11:11Excelente a colocação do Rodolfo Maris.
11:14Uma biqueirinha qualquer aí,
11:16numa favela,
11:17dá 400 mil reais por baixo,
11:19por semana.
11:20Então, a gente precisa tomar cuidado
11:21quando vai fazer uma análise dessas
11:23e atacar a polícia, por exemplo,
11:25para não ser feito de inocente útil.
11:28O crime organizado manipula essas pessoas,
11:31paga algumas delas,
11:32usa,
11:33e elas falam,
11:34é a nossa casa,
11:34não tem dinheiro para sair.
11:35Pode ser que seja verdade uma parte,
11:37pode ser que outra parte não,
11:39mas o fato é que a informação que chega
11:41é que se as pessoas receberam,
11:43saíram das casas
11:44e estas casas já vazias
11:46é que estão sendo demolidas.
11:48Ninguém está sendo arrancado
11:49da casa da força
11:50para a casa ser demolida.
11:51Essa questão que nós precisamos checar
11:53e esse depoimento aqui do Rodolfo Maris,
11:55que apresentou durante muitos anos
11:56programas na área de segurança pública,
11:58conhece profundamente esse tema,
12:00é um depoimento extremamente importante.
12:01Eu queria ouvir você, Priscila Silveira.
12:04Inclusive, Capês,
12:05é bom a gente também lembrar
12:06que a polícia militar
12:08não está lá só para fazer
12:09a segurança
12:10e para que seja feita
12:12de forma pacífica
12:14essa remoção.
12:15Ela também está lá
12:16para garantir
12:17que os funcionários da CDHU
12:18possam fazer
12:20essa retirada
12:21dessas pessoas
12:22de forma como foi acordado.
12:25E aqui, como trouxe
12:25o Rodolfo para nós,
12:28cuja informação
12:28eu desconhecia,
12:30é importante a gente entender
12:32que existia sim
12:33uma líder comunitária
12:34que já tinha entabulado
12:36tudo com o governo.
12:38A Alessandra Cunha
12:39é moradora lá há 30 anos.
12:40Isso.
12:41E aí, quando a gente tem
12:42uma líder
12:43que fala em nome
12:44da maioria,
12:45a gente já percebe
12:46que eles quiseram
12:47ou tendem a fazer
12:49um...
12:49na verdade,
12:50desfazer o que foi acordado.
12:52E a preocupação aqui
12:53que se dá
12:53é de que
12:54se a polícia militar
12:55precisar exercer
12:57algum tipo de força
12:57tal como a gente
12:58observa que eles estão
12:59colocando bombas,
13:01é isso?
13:02Eles estão queimando pneus,
13:03parando a linha ferre ali,
13:05parando toda
13:06a linha da CPTM,
13:07que atingiu também
13:08a linha de metrô
13:10Palmeiras Barra Funda
13:11e Estação da Luz.
13:12Então, e essa polícia
13:13precisar fazer uso
13:14dessa força
13:15é muito complicado
13:16às vezes a gente
13:16tomar um lado
13:17para falar, por exemplo,
13:18que a polícia
13:19está exercendo força,
13:20a polícia precisou
13:21paralisar
13:23essa ação
13:24desses moradores
13:25quando, na verdade,
13:26eles também
13:26estão coagidos ali
13:28de alguma forma
13:29pela, como disse aqui
13:31o Rodolfo,
13:32pelas organizações criminosas
13:33que atuam
13:34nesse cenário
13:34e ali é um ponto
13:35importante, não é?
13:37Para aquele
13:37nossa audiência
13:38que não conhece
13:39fica no centro
13:40de São Paulo
13:41com todo o deslocamento,
13:42um acesso fácil
13:43não só para o crime, né?
13:45Mas também
13:45para aqueles moradores.
13:46E aqui
13:47quero também deixar registrado
13:48que uma das colocações
13:50desses moradores
13:51é que o valor
13:52de R$ 800
13:52não seria suficiente,
13:54que também havia risco
13:55para as casas vizinhas,
13:56mas tudo isso,
13:57valor, risco
13:59para a casa vizinha,
14:00insuficiência
14:00de unidades habitacionais
14:02já tinha sido colocado
14:03e discutido
14:04anteriormente.
14:05Então, a gente observa
14:06que mais tem aí
14:07um cunho político
14:08e ligado
14:09ao crime mesmo.
14:10Capês?
14:11Meu querido
14:12Felipe Monteiro,
14:16o problema também
14:18é a leniência
14:19das autoridades
14:21ao longo de décadas
14:22em permitir
14:24que essas casas
14:27sejam edificadas
14:28em áreas de risco,
14:30em áreas irregulares,
14:31em áreas inadequadas,
14:33em áreas de preservação ambiental.
14:36Você, quando vem chegando
14:37ali da rodovia Castelo Branco
14:39e pega a Marginal Pinheiros,
14:40você vem em frente
14:41a uma construção
14:42da CDHO
14:43muito bonita,
14:45hoje
14:45uma edificação
14:47do PCC
14:48em empreendimentos imobiliários,
14:49construído por ali.
14:50loteamentos clandestinos,
14:52em Grajaú
14:53tem 300 mil pessoas
14:54em cima de áreas
14:55de preservação ambiental.
14:57Como é que você vê também
14:58o fato de
14:59o poder público
15:00omisso
15:01permitir
15:02que essas pessoas
15:03não tenham onde morar,
15:05ocupem essas áreas
15:06e depois
15:07elas acabam sendo
15:08vítimas do crime organizado,
15:09tem que desocupar a área
15:11e acontece esse tipo
15:12de problema social.
15:13Isso é uma questão
15:13bem brasileira?
15:16É, Capê,
15:16a questão para mim
15:17é anterior.
15:17Ninguém...
15:18Tudo bem que depois
15:19se formou uma comunidade
15:20e tem comunidade,
15:21por exemplo,
15:22que tem pessoas
15:22que têm um vínculo
15:23com o lugar
15:23e não quer ser mais do lugar.
15:25Essa é uma outra questão
15:26diferente da favela do Moinho,
15:27não é?
15:28Mas, assim,
15:28é uma questão anterior,
15:29Capês,
15:30é que as pessoas
15:30não vão para esses lugares
15:32porque querem,
15:33vão porque não tem alternativa.
15:35Então,
15:35além do governo
15:36não cumprir
15:37a sua função,
15:37meu modo de ver,
15:38de resolver
15:40o déficit habitacional,
15:41que é uma questão
15:42no Brasil,
15:44não é?
15:45Não resolver essa questão,
15:46ele não faz
15:46nenhum tipo de políticas públicas
15:48para reduzir a desigualdade,
15:49fazer com que os brasileiros
15:50se agrandeçam,
15:51cresçam na vida,
15:53tenham dinheiro,
15:54aumentem a riqueza
15:54e possam, de fato,
15:55morar em outros lugares.
15:57Mas essa é uma questão
15:57de décadas
15:58que a gente tem que enfrentar
15:59para poder ter uma sociedade
16:00evoluída
16:01no decorrer dos anos.
16:04E tem uma questão
16:04que eu quero colocar aqui,
16:05é o seguinte,
16:05tudo bem que o que eu
16:07colocou aqui o Rodolfo,
16:08de forma precisa,
16:09como ele sempre faz
16:09quando o assunto
16:10é segurança pública,
16:11além de outros assuntos,
16:13mas que é só colocar um ponto aqui
16:14que eu acho importante.
16:15800 reais
16:17para uma família
16:18se deslocar
16:19de um lugar
16:20que ela mora
16:21há décadas
16:22e ir para outro lugar
16:23em São Paulo
16:23é suficiente?
16:25Não.
16:25Claro que não é suficiente.
16:27Então eu entendo,
16:28de certa forma,
16:30como que tem pessoas
16:31na favela do Moinho
16:31que não querem
16:32participar dessa negociação.
16:35Não dá para morar
16:36uma família
16:36de cinco, seis pessoas
16:38em qualquer lugar
16:39em São Paulo
16:40por 800 reais.
16:41Não dá,
16:42não dá,
16:42e faz parte da negociação
16:43o seguinte,
16:44você recebe os 100 reais
16:45por mês
16:46de auxílio aluguel
16:48até ficar pronta
16:50as PPPs habitacional
16:51que o município
16:52de São Paulo
16:53por meio da,
16:54o estado de São Paulo
16:55por meio da CDHU
16:56vai disponibilizar
16:58depois das obras.
17:00Isso tem um tempo,
17:01isso tem um prazo.
17:02E tem outro problema também,
17:03a gente falou aqui
17:04que a terra é da União.
17:05O estado de São Paulo
17:06pediu a seção da terra
17:07para fazer parques
17:08e fazer a extensão
17:09da linha ferroviária.
17:11Mas o governo federal
17:13colocou os requisitos.
17:15Tudo bem,
17:15concordo com você,
17:16vou fazer a seção,
17:17mas primeiro
17:18você tem que ter sim
17:19um plano de assentamento
17:21das famílias que lá estão.
17:22E não tem plano nenhum,
17:23não tem plano nenhum.
17:25800 reais é muito pouco.
17:26Então,
17:27a culpa também da situação
17:28é da negociação errada
17:30do governo do estado de São Paulo.
17:31Muito bem,
17:32lembrando que são 800 reais
17:33por mês,
17:342.400 no auxílio mudança,
17:36não são 800 reais só.
17:37Misael Mainetti
17:38está aqui conosco
17:39retornando com mais informação.
17:42Nós temos pedido
17:43e ele está aí retornando.
17:45E aí, Misael,
17:45como é que está a situação
17:46nesse momento?
17:47A polícia chegou?
17:48O que está acontecendo?
17:51É a notícia acontecendo ao vivo.
17:53A gente volta
17:54a falar aqui
17:55da entrada
17:55da favela do Moinho,
17:57região central de São Paulo.
17:58A entrada fica na rua de baixo
17:59e o que aconteceu agora
18:00na rua de cima
18:01foi isso.
18:02Várias polícias militares.
18:04A gente tem equipes
18:05do BAEP
18:06posicionadas
18:07e também
18:08a equipe de choque.
18:09Ninguém deu
18:10nenhuma informação.
18:11Então,
18:12a gente não sabe
18:12exatamente
18:13o porquê
18:13eles estarem
18:14apenas na rua de cima.
18:16A gente fala
18:16aqui ao vivo
18:17da Alameda
18:18Eduardo Prado,
18:20também com a avenida
18:21Rio Branco.
18:22Bem perto
18:23está uma rua
18:24para cima
18:24da entrada
18:25da favela do Moinho.
18:26A presença deles
18:28foi logo após
18:28a nossa última entrada
18:30porque os moradores
18:31da favela do Moinho
18:32fecharam novamente
18:34a entrada ali
18:35e algumas pessoas
18:36colocaram fogo
18:37nos trilhos
18:38do trem
18:39o que fez o trem parar.
18:40Depois disso,
18:41o BAEP
18:42e o choque
18:43apareceram aqui
18:44e fizeram agora
18:46essa espécie aqui
18:47de proteção
18:48justamente
18:49imagino por conta
18:50dessa nova ação
18:52dos moradores
18:53da favela do Moinho
18:53em fechar a entrada
18:54da comunidade.
18:55O trem, inclusive,
18:56passa dentro
18:57da favela do Moinho
18:58e a gente viu
18:59um momento
19:00em que pessoas
19:01não posso dizer
19:01que são moradores
19:02mas que pessoas
19:03colocaram o fogo
19:04ali novamente
19:05então o trem
19:06está parado
19:07de novo.
19:08Essas equipes
19:09chegaram aqui
19:10agora com a entrada
19:11vou pedir para o Carlos
19:12mostrar ao vivo
19:13para a gente
19:13só para vocês
19:14terem uma ideia
19:15ali estão
19:16os moradores
19:17reunidos
19:18e a entrada
19:19da favela do Moinho
19:20então fica na rua
19:21de baixo
19:22tem ouvidoria
19:22da polícia militar
19:23aqui e alguns deputados
19:25imagino
19:26que esteja acontecendo
19:27talvez
19:28alguma coletiva aqui
19:29eu vou tentar
19:30até me aproximar
19:31capês
19:31para ver quem é
19:32que está falando
19:32CPM
19:34está machucando o povo
19:36não é assim
19:37vamos trazer
19:37vamos trazer o pessoal
19:38da CDHU
19:39porque a gente está
19:40em apoio
19:40o pessoal
19:41da CDHU
19:41mas peraí
19:42capitão
19:42da polícia militar
19:43capitão
19:44vamos conversar
19:44vamos conversar
19:45o que está acontecendo agora
19:46sim sim sim
19:47houve
19:47de fato
19:49a gente percebeu
19:50conversa entre ouvidoria
19:52e capitão
19:52da polícia militar
19:53lá no fundo
19:54sim
19:55um princípio de incêndio
19:57para bloquear a linha
19:59agora
20:00se o senhor quiser
20:00descer lá
20:01destacamente
20:02e verificar
20:02a linha não
20:03está bloqueada
20:04vamos descer
20:05junto
20:05podemos descer
20:06só para conhecimento
20:08eu estava monitorando
20:09o júnior
20:09do copom
20:10lá desde as 7 horas
20:11da manhã
20:11então os drones
20:12estão sobrevoando
20:13aqui
20:13se eu entrar em contato
20:15com o drone
20:16eu não estou dizendo
20:17para o senhor
20:17que não ouve
20:18agora
20:18não está mais acontecendo
20:20então
20:21no meu ponto de vista
20:22com todo respeito
20:23não justifica mais
20:25que desça
20:26por que eu estou falando isso
20:27mesmo que a população abra
20:29tem uma creche
20:30que as pessoas estão
20:30desesperadas
20:31a história do gás
20:33afetou muita gente
20:34inclusive eu
20:35que tinha 65 anos
20:36está certo
20:37não estou mais cuidado
20:39de respirar gás
20:40acho que ninguém está
20:41mas é que
20:42é de novo
20:43para não acontecer
20:43capitão
20:44no momento em que
20:45as bombas foram
20:45e a intenção nossa
20:46é que não aconteça
20:47mas no momento em que
20:48as bombas foram lançadas
20:50esta deputada
20:51e esta deputada
20:52a gente tem vídeo
20:54a gente estava na frente
20:54a gente quer negociar
20:57com o comandante
20:57e aí jogarem
20:59uma bomba do meu lado
21:00e os tiros também
21:01foram na nossa direção
21:02o momento de dialogar
21:04é agora
21:05isso
21:06a gente precisa
21:07é o ponto de vista
21:08eu estou ali embaixo
21:08com o comando
21:09a gente pode descer
21:10pacificamente
21:11conversar
21:12porque sem o diálogo
21:13a gente não consegue
21:13fazer um trabalho
21:14seguro
21:14você vai descer por aqui
21:15eu vou descer por aqui mesmo
21:17que é mais perto
21:17só que vocês vão me acompanhar
21:19ele não fechou
21:20a gente vai pedir
21:23uma gentileza
21:23aí você tem compito
21:25o pessoal
21:25dá uma seguradinha
21:27nos ânimos
21:28para a gente conseguir
21:28justamente dialogar
21:30e a gente
21:30e a gente precisa
21:32respeitar o direito
21:33de quem quer sair
21:34e quem quer ficar
21:34não é verdade
21:35mas só desce o senhor
21:36concorda
21:37só para que não
21:37para que não
21:38para que não
21:38para que não
21:40para que não
21:41para que não
21:41eu acho que assim
21:42se a equipe descer junto
21:43vai ser um confronto
21:45com a comunidade
21:46eu acho que nesse momento
21:47o ideal seria que
21:49se o senhor pudesse descer
21:50sozinho
21:50para a gente conversar
21:51porque eu acho que assim
21:52tem um ponto muito importante
21:53que é pensar
21:54a tropa voltou
21:55porque a justificativa
21:57é que as linhas de trem
21:59está tendo fogo
21:59na linha de trem
22:00nesse momento
22:01sim
22:01passaram que teve interdição
22:03agora nesse momento
22:04porque a gente estava
22:04dentro da comunidade
22:05e não tinha fogo
22:06na linha de trem
22:07para confirmar
22:12o drone vai mostrar
22:13a imagem para o senhor
22:14que não tem mais
22:15que não tem fogo
22:16ao menos que
22:17a hora que nós subimos
22:18tocaram
22:18mas eu não quero
22:19tomar que não tenha
22:20quem tem
22:20só que não tenha mesmo
22:21porque o pessoal
22:22que usa o trem
22:23é o pessoal
22:23que vem de serviço
22:24então
22:25a questão da retirada
22:29das tropas
22:29qual foi a justificativa
22:30a gente sobteve
22:32uma criança
22:33essa informação
22:34não chegou para mim
22:35a gente vai conseguir
22:36ela com certeza
22:37para o pessoal
22:37do centro de comunicação
22:38social
22:39e a gente soube
22:41uma outra questão
22:41em relação ao disparo
22:43de armas de fogo
22:44teve alguma intenção
22:46de ter disparo
22:47o que aconteceu
22:47que a gente ouviu
22:48de o pessoal
22:49discutindo sobre isso
22:50os capos policiais
22:51eu não tenho
22:53essa informação
22:54com precisão
22:55agora para passar
22:55vou pedir para que
22:56comuniquem
22:57o centro de comunicação
22:58social
22:59porque tivemos
23:00muitos acontecimentos
23:01hoje
23:01e o campo de atuação
23:03é grande demais
23:05não tem a mais
23:06dá para negociar
23:07não colocar mais
23:08sim
23:09hoje
23:09capitão é importante
23:10porque senão vai ficar
23:11um vai e vem
23:12e isso vai estressar
23:13eu estou aqui
23:14com essa finalidade
23:16muito bem
23:18diálogo é importante
23:21capitão
23:21cuidado para não
23:22perder totalmente
23:24a sua autoridade
23:24para garantir
23:25a segurança
23:26da CDHU
23:27e também da população
23:28que lá se encontra
23:29muito sorriso
23:30pode ser interpretado
23:31como fraqueza
23:32meu querido
23:32Rodolfo Maris
23:34você estava aí
23:34enquanto falava
23:36Felipe Monteiro
23:37apesar dele ter te elogiado
23:39você não concordou
23:40com alguma coisa
23:41do que ele falou
23:42eu não concordei com nada
23:43mas você não concordou
23:44com alguma coisa
23:44eu queria que te ouvi
23:45não é nem por causa disso
23:48eu estava me expressando aqui
23:49mas diante dos meus pensamentos
23:51e do que eu estou lendo
23:52e também das informações
23:53que eu tenho
23:54porque eu estou acompanhando
23:54de perto também
23:55até por uma questão
23:57de faculdade
23:58eu estou acompanhando
23:59um pouco de perto
24:00isso que está acontecendo
24:00na favela do Moinho
24:01mas a informação é que
24:0286%
24:05dos moradores
24:06dessa comunidade
24:07já iniciaram
24:08um processo
24:09de adesão voluntária
24:10ao programa
24:12de reassentamento
24:13do governo
24:14ou seja
24:14as pessoas
24:15elas querem sair
24:17se você hoje
24:18for numa comunidade
24:19sim vai ter um pouco
24:20daquilo que o PP falou
24:21se a gente pegar
24:2110 moradores
24:22um, dois
24:23vão permanecer ali
24:24por uma questão de hábito
24:26por uma questão de família
24:27nascer e foram criados
24:28naquela comunidade
24:28mas em sua maioria
24:30esmagadora
24:30elas não querem
24:32criar os seus filhos
24:32dentro de uma comunidade
24:33e não querem ficar
24:34à mercê do crime organizado
24:36gente
24:37não vamos romantizar aqui
24:38quem toma conta
24:40das comunidades
24:40é sim
24:41o crime organizado
24:43aquelas pessoas que estão ali
24:44se manifestando
24:45talvez elas querem
24:46uma coisa mais pacífica
24:48em relação à polícia militar
24:49dentro da comunidade
24:51eles têm muito receio
24:52que a polícia entre
24:53e de fato
24:53exerça o seu poder
24:55que o Estado dá
24:55talvez elas forem ali
24:57hostilizadas
24:58realmente a polícia
24:59tem que usar da força
25:00que o Estado
25:01dá como competência
25:03mas em sua maioria
25:04esmagadora
25:05eles não querem morar ali
25:06e essas pessoas
25:07que estão se manifestando
25:08muito dessas pessoas
25:09estão ali
25:10eu repito
25:11sendo coagida
25:12pelo crime organizado
25:14há toda uma conversa
25:15que tem que ser feita
25:16conversas não se iniciaram
25:18hoje
25:18as casas que foram demolidas
25:20foram seis casas
25:22essas famílias
25:23já estão morando
25:24no CDHU
25:25na cidade líder
25:26na zona leste de São Paulo
25:27ou seja
25:28ninguém está usando a força
25:29e tirando morador
25:30de dentro das suas casas
25:32ao esmo
25:32muito bem
25:33agora Ricardo Rous
25:34não estou dizendo
25:36que seja o caso aqui
25:37mas muita gente
25:38quer se aproveitar
25:39para tirar proveito político
25:41aparecer num momento
25:42como esse
25:43pegar uma carona
25:44no escândalo
25:45tal
25:45num falso escândalo
25:47como é que você vê
25:49essa questão
25:49a polícia tem que agir
25:50nesse momento
25:51de forma a evitar
25:53o confronto
25:54óbvio
25:54para que não haja
25:55qualquer tipo de violência
25:56mas ao mesmo tempo
25:58garantir
25:58que seja cumprido
26:00aquilo que foi acordado
26:01como é que fica
26:02a posição da polícia
26:03militar
26:04nesta negociação
26:05Capês
26:06certamente tem muito
26:07uso político
26:08a gente já vê
26:08nas imagens
26:09já vê ali dois deputados
26:10ali querendo catalisar
26:11alguma coisa
26:12a polícia tem que garantir
26:13o direito
26:14de quem quer sair
26:15que pelo que parece
26:17aí a polícia
26:17está conseguindo nem entrar
26:18parece que tem fogo
26:19na linha do trem
26:20óbvio tem que apurar
26:21nós estamos pegando
26:21algumas informações
26:22do que está acontecendo
26:23o fato agora
26:24mas apurando direitinho
26:26aparentemente tinha fogo
26:27numa linha férrea
26:28que estava impedindo
26:29que o trem
26:29levando trabalhadores
26:30famílias
26:31mães
26:32idosos
26:32não pudesse passar
26:33porque pessoas
26:35não sabemos se eram moradores
26:36ou não moradores
26:36tacaram fogo
26:37na linha do trem
26:38já está errado daí
26:38a polícia não consegue entrar
26:40porque é uma pressão imensa
26:41em cima do policial
26:42que se vê ali
26:43de certa maneira
26:44pelas imagens
26:45coagido
26:45tendo que sorrir
26:46tendo que atender
26:47todo mundo
26:47sim
26:48a polícia tem que agir
26:49com cuidado
26:49tem que agir com inteligência
26:50tem que agir com educação
26:51mas não pode ficar
26:53coagida
26:54com grupos
26:55e com interesses
26:56como o Rodolfo falou
26:57com muita propriedade aqui
26:58isso aí tem o crime organizado
26:59isso aí tem interesses políticos
27:01já tem duas deputadas ali
27:03coladas ali
27:03querendo palpitar
27:05no assunto
27:06a relação entre os moradores
27:07que querem sair
27:09em saindo
27:10para novos
27:11para o conjunto habitacional
27:12para outras moradias
27:13as casas devem ser demolidas
27:14para que não
27:15voltem a ser invadidas
27:17e assim
27:18a desocupação
27:19conforme a negociação
27:20do governo do estado
27:21for acontecendo
27:22ela vai se pacificando
27:23e a coisa vai acontecendo
27:24os interesses
27:25de grupos
27:26hora do crime
27:28hora político
27:29é que não podem prevalecer
27:30sobre a atuação
27:31da polícia
27:32que deve fazer o seu papel
27:33agora o presidente Silveira
27:34não sei se esse ouvidor
27:36da polícia
27:37ele é o representante
27:38dos moradores
27:39o ideal não seria
27:40a polícia
27:41dar garantia
27:43a CDHUI
27:43e assegurar
27:44que haja
27:45uma negociação
27:46com os moradores
27:48então tem que ter ali
27:49um representante
27:50que fale em nome
27:51deles
27:52para ver o que ele pretende
27:53qual que é a pauta
27:54não pode colocar fogo
27:55no trilho
27:56não pode impedir
27:57a passagem de ninguém
27:58então
27:59nesse momento
28:00começam a aparecer
28:01muitos fatores
28:02exógenos
28:04estranhos
28:05começam a interferir
28:06e mais atrapalham
28:08do que ajudam
28:09ouvidor da polícia
28:10a função dele
28:11não é essa
28:12ele está ali
28:13usurpando
28:14dessa função
28:15no momento
28:16em que ele deveria
28:17estar apurando
28:18se existe algum abuso
28:19por parte da polícia
28:21e não se meter
28:22na forma como é feita
28:23a desocupação
28:24como é que você vê
28:25essa questão
28:26e como é que deve agir
28:27a polícia
28:27nesse momento
28:28Capês é preocupante
28:30até porque ali
28:31como a gente falava
28:32ele está sem arma
28:33cercado por pessoas
28:36é claro que a gente
28:36ali a gente não vê
28:37um contexto de agressividade
28:39entre as falas
28:40eu pelo menos
28:40não observei
28:41mas me preocupo
28:42porque ele estava ali
28:43sozinho
28:44e bem afastado
28:45a ele
28:45tinham outros colegas
28:47e o fato dele dialogar
28:49eu vejo com certa
28:50preocupação
28:51não estou dizendo
28:51que a polícia
28:52tem que ser agressiva
28:53não é isso
28:53mas eu não sei
28:55se aquela pessoa
28:55que falava com ele
28:56realmente representa
28:57os moradores
28:58então se ele for
28:59falar
29:00dialogar
29:01porque eu achei até
29:02muito prudente
29:03a fala dele
29:03ele disse
29:03que não está ali
29:05para obstar o direito
29:06de quem quer sair
29:08e de quem quer ficar
29:08ele disse isso
29:09mas o que me preocupa
29:11é imagine se ele for falar
29:12enquanto ouvidor
29:14enquanto um chefe
29:15de uma polícia
29:16com todas as pessoas
29:17que se apresentam
29:19como líderes ali
29:21porque me pareceu
29:21que aquela pessoa
29:22que falava com ele
29:23se apresentou ali
29:24naqueles moldes
29:25colocando o seu descontentamento
29:26e é óbvio que
29:28entre inúmeras pessoas
29:29que estariam ali
29:30de forma irregular
29:30não vamos ter
29:32a totalidade
29:33das pessoas
29:33aceitando saírem dali
29:34claro que é um cenário
29:36horrível
29:36mas a polícia
29:37e eu vi a pessoa falando
29:38ah mas a gente
29:40não quer a tropa de choque
29:41ele falou
29:41a polícia
29:42a tropa de choque
29:43foi chamada
29:45porque até então
29:46vocês teriam colocado
29:47fogo num lugar
29:48e agora
29:48chegou até mim
29:49ele dizia
29:50que está em outro
29:51então eles estão ali
29:52para poder na verdade
29:52repreender
29:53que se a lastra
29:54é ainda pior
29:55eu acho que na verdade
29:56as pessoas precisariam entender
29:58que eles estão armados
29:59para evitar que o pior aconteça
30:00e não para fazer
30:01
30:02degringolar
30:03para o pior
30:04com relação ao que
30:05essas pessoas
30:06estão passando ali
30:07capês
30:07agora
30:08o Rodolfo Maris
30:09o que o capitão
30:10tem que explicar
30:11é que não cabe a ele
30:13não cabe a polícia militar
30:15determinar
30:16quem vai sair
30:17quem vai ficar
30:18polícia militar
30:19veio dar força
30:21proteção
30:21para que um acordo
30:23seja executado
30:25um acordo entre a União
30:27a CDHU
30:28e os moradores
30:30está lá para garantir
30:31a demolição
30:32das casas
30:32que tem que ser demolidas
30:34sim
30:34então quando ele começa
30:35a dialogar
30:36como se ele fosse
30:37o responsável
30:38pela medida
30:39ele o responsável
30:40pela desocupação
30:41ele começa a perder
30:42a autoridade
30:43que a função dele
30:44é simplesmente garantir
30:45a proteção
30:46das pessoas
30:47acho que está falando
30:48demais o capitão
30:49é capês
30:50eu concordo com você
30:53capês
30:53e partes
30:55vamos tentar pensar
30:56no seguinte
30:56são dois pontos
30:59primeiro eu vou analisar
31:01a questão
31:01dos líderes
31:03do bairro
31:04os líderes
31:05dessa comunidade
31:07do Moinho
31:08uma vez que ele está
31:09com fogo
31:10nas linhas férreas
31:11e eles
31:13de certa forma
31:14proíbem
31:15tiram o direito
31:16de ir e vir
31:16de um outro cidadão
31:18que pouco tem a ver
31:18com o que está acontecendo lá
31:20já mostra pra mim
31:21uma coisa meio que
31:22estamos indo pra guerra
31:24nós vamos fazer de tudo
31:25aqui pra chamar a atenção
31:26da mídia
31:27das pessoas
31:27pra isso que está acontecendo
31:29essa invasão pra gente
31:30é a nossa vida
31:31e o que vocês estão fazendo
31:33polícia militar
31:33e estado de São Paulo
31:34é uma coisa que nós
31:35não gostamos
31:36nós não concordamos
31:38com isso
31:38então
31:39pra terem um direito
31:40eles tiram o direito
31:41de outro cidadão
31:42aí eu pergunto
31:44os mesmos líderes
31:45comunitários
31:46que estão nesse momento
31:47tentando dialogar
31:48com a polícia militar
31:49e com outras pessoas
31:50do estado de São Paulo
31:51com outros líderes
31:52como que eles estão falando
31:54de respeito e dignidade
31:55tirando das pessoas
31:57que estão dentro do trem
31:58agora
31:58o mesmo direito
31:59de ir e vir também
32:00a dignidade
32:01esse é o primeiro ponto
32:02racional
32:02o segundo que você
32:04colocou aqui
32:04sobre a polícia militar
32:06ao longo dos anos
32:07nós estamos vendo
32:08uma polícia militar
32:09muito diferente
32:11daquela da década
32:12de 90
32:12do começo dos anos 2000
32:14a polícia militar
32:15hoje ela tem
32:16ela tem em sua
32:17em sua competência
32:19o diálogo
32:20sempre teve
32:20mas hoje
32:21diante de uma
32:22desocupação dessa
32:23a força
32:25é o último requisito
32:27para que seja
32:27colocado ali
32:28em prática
32:29então um capitão
32:30vem falar
32:31em nome da polícia militar
32:33dando explicações
32:35talvez ele seja
32:36de fato
32:36porta-voz
32:37da polícia militar
32:38nós não sabemos
32:39talvez compete a ele
32:41ali como porta-voz
32:42tentar colocar com os moradores
32:43o que de fato
32:44está acontecendo
32:45ele foi bem racional
32:46ele falou
32:47olha só
32:47nós estamos aqui
32:48para atender
32:49uma ocorrência
32:49vocês da comunidade
32:51alguém da comunidade
32:52atiou fogo na linha
32:53e vocês estão proibindo
32:54as pessoas de irem vir
32:55ou seja
32:56mais um dia
32:57onde trabalhadores
32:59estão sendo
33:00punidos
33:02por uma questão
33:03comunitária
33:03a polícia militar
33:05tem o jeito
33:05de fazer isso
33:06capês
33:07eu não sei se
33:07tinha respondido
33:08essa pergunta
33:09quem seria
33:10se não o capitão
33:10da polícia militar
33:11capaz de dialogar
33:13com esses moradores
33:14que por enquanto
33:15ainda não estão
33:16hostis
33:17Felipe Monteiro
33:18eu quero te ouvir
33:20alguns pontos
33:20que eu ia colocar aqui
33:21até para trazer
33:22um outro lado
33:22fico imaginando
33:23a população
33:24que está na favela
33:24do Moinho
33:25agora
33:26nesse momento
33:26vendo
33:27a tropa de choque
33:29da polícia militar
33:29se formando
33:30e aí olha assim
33:31para ver aquele batalhão
33:32todo e fala assim
33:33poxa
33:33meu filho está chegando
33:34da escola
33:34meu filho está chegando
33:36de determinada atividade
33:37imagina o desespero
33:39e ocorreu exatamente
33:40isso lá
33:40exatamente isso
33:42que ocorreu
33:42lá na favela
33:43do Moinho
33:44e outro ponto
33:45que se coloca aqui
33:46é dizendo
33:46que não tinha
33:47nenhum acordo
33:47entre o CDHU
33:48e os moradores
33:50para demolir
33:51as casas
33:52que estavam
33:52na favela
33:53do Moinho
33:53até porque
33:54as casas
33:54é bom lembrar
33:55é favela
33:56aquilo ali
33:57não tem
33:58ordenamento
33:59urbano
34:00e não tem
34:00ordenamento
34:01construtivo
34:02de forma adequada
34:03a fazer com que
34:05haja segurança
34:06e demolir uma casa
34:06e a casa
34:07que está vizinha
34:08eliminada da outra
34:09pode cair
34:09e sofrer dano
34:10também
34:10ou seja
34:11não dá
34:12para a gente
34:13também
34:13relativizar
34:15o que está acontecendo
34:16na favela
34:16do Molinho
34:16claro
34:1786% das pessoas
34:18querem sair de lá
34:19mas querem ser
34:20com garantia
34:20que vai ser assentada
34:21querem ser com garantia
34:22de que
34:23as condições
34:24depois
34:25do auxílio
34:26aluguel
34:27chegarão
34:27para ela
34:28a tempo
34:28de poder se deslocar
34:29para outro lugar
34:30as pessoas
34:31estão ali
34:31que não querem
34:32fazer a negociação
34:33de forma voluntária
34:35querem negociar
34:35de forma separada
34:36com o estado
34:37de São Paulo
34:37que é garantia
34:38de que
34:38a residência dela
34:39continuaria
34:41firme
34:41forte
34:42para não
34:43ser prejudicada
34:44caso uma casa
34:45do lado
34:46seja demolida
34:46ou seja
34:47há várias questões
34:48
34:48que vocês esquecem
34:49completamente
34:50vocês esquecem
34:51completamente
34:52então
34:52não dá
34:53para a gente
34:54calma capês
34:54não dá
34:55para a gente
34:55também
34:55relativizar
34:56o que está
34:56acontecendo lá
34:57não
34:57perfeito
34:58então

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