Conhecer esses sinais sutis é fundamental para que indivíduos, familiares e profissionais de saúde estejam atentos e busquem avaliação médica ao identificá-los, contribuindo para a detecção precoce do Parkinson.
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NotíciasTranscrição
00:00Obrigado pelas informações até daqui a pouquinho.
00:02Gente, vamos fazer agora um alerta na área da saúde.
00:05O Parkinson vai muito além dos tremores.
00:09Entender os sintomas, não motores, é fundamental para um diagnóstico mais preciso
00:15e uma melhor qualidade de vida.
00:18Eu estou aqui ao vivo com a doutora, neurologista Marcela Reuter.
00:22Doutora, muito boa tarde, obrigado pela presença.
00:25Doutora, por que a gente fala que o Parkinson começa muito antes do tremor, desses sintomas?
00:32O que acontece?
00:33É muito frequente acharem que realmente todo o Parkinson tem que ter tremor.
00:38E até também pensarem que todo o tremor é Parkinson.
00:41Mas a doença engloba muito mais coisa do que só isso.
00:44A gente até sabe que só 70, 75% dos pacientes com Parkinson, que na verdade se apresentam com tremor.
00:51E se a gente for pegar de todo mundo que treme, 5 a 10% só que realmente vai ser Parkinson, né?
00:57Porque todo mundo treme e já fica logo preocupado se pode ser Parkinson.
01:00Então, tem vários outros fatores que a gente precisa englobar.
01:04E como você bem falou, tem muitos sintomas não motores, né?
01:07Que eles antecedem.
01:09Então, a gente engloba quatro principais, assim.
01:13Que é o hábito do intestino preso.
01:15A gente até às vezes fala que pode começar algo já no intestino.
01:18Então, muda o padrão intestinal, começa o que a gente fala de constipação, né?
01:23A gente tem também o sinal de perda do olfato, a hiposmia.
01:28Até depois da pandemia ficou até um pouco mais frequente, né?
01:30E confundindo.
01:32Mas é comum da gente ver também começar com essa perda de olfato por alguns anos
01:36e depois evoluir com sintomas motores.
01:40Um outro sintoma muito que pode acontecer, às vezes antecede também,
01:44é o que a gente fala de uma alteração do sono.
01:46E o que é essa alteração do sono, né?
01:48O nome, o técnico seria transtorno comportamental do sono REM.
01:52Mas o que seria isso?
01:54O paciente começa, às vezes, durante a noite a ter sonhos vívidos, né?
01:58Ele começa a ficar agitado durante a noite, começa a gritar.
02:02Às vezes parece que está brigando contra o bandido.
02:04Chega até com a queixa no consultório de que agrediu quem estava dormindo do lado
02:08ou até caiu da cama.
02:09Isso é um sintoma, é um sinal que chama a atenção, que muitas vezes, depois de alguns anos,
02:15também é um reforço positivo que é mais frequente aí na doença de Parkinson.
02:19Nem todo mundo que tem isso vai ter Parkinson, mas é algo para a gente reforçar.
02:23E também os transtornos do humor, né?
02:26Quadros depressivos também chegam a cometer parte aí da população com Parkinson.
02:30E esses sintomas não motores, eles ajudam a gente a reforçar, a pensar mais no diagnóstico.
02:36Claro que a ideia não é que todo mundo que está com hábito intestinal mais preso,
02:41que está constipado, achar que é Parkinson.
02:43Não é isso.
02:44Mas esses fatores são alguns fatores que ajudam a gente,
02:47quando a gente está diante de um quadro sugestivo ou quando já começou a reforçar aí o diagnóstico.
02:52E o sintoma principal da doença de Parkinson, esse sim, não pode estar sem,
02:56é a lentidão de movimento.
02:58Então, não existe Parkinson sem lentidão de movimento.
03:01Que tipo de lentidão de movimento?
03:03Pode começar, às vezes, com uma letra diminuindo de tamanho para escrever.
03:07Eu posso ter uma dificuldade para caminhar, às vezes a gente vê que o braço fica um pouco mais parado,
03:12a passada começa a reduzir de tamanho.
03:14Uma lentidão meio global, às vezes.
03:16A gente costuma testar muito com a velocidade de movimento com repetições seriadas, né?
03:22E aí vem que vai começando a ficar mais lento para os movimentos como um todo.
03:26Agora, esses sintomas que a senhora trouxe, né?
03:30A questão do intestino, a perda de olfato e a questão do sono também,
03:35que precedem a questão do tremor para quem pode ser diagnosticado com Parkinson,
03:40eles são juntos ou eles podem aparecer separados?
03:44Assim, só um ou todos eles juntos?
03:47Não, podem aparecer separados.
03:49Pode ter só um, pode ter todos ou pode ser a combinação.
03:53O mais frequente é a perda de olfato.
03:55A gente encontra até 90% dos pacientes.
03:57E quanto tempo, doutora?
03:58Assim, eu fico com o meu sem sentir cheiro, por exemplo,
04:01por quanto tempo que já pode ser preocupante?
04:03Tem estudos até de 10 anos, assim, de vários anos antes.
04:07A grande maioria fala em até 5 anos antes,
04:11mas a gente consegue encontrar alguns até de um tempo maior.
04:14A questão do sono também, às vezes abre uns 4 anos, mas nem sempre.
04:19Tem paciente que abre junto do sintoma motor ou abre depois do sintoma motor.
04:23Mas é importante, né?
04:25A consulta do paciente com Parkinson engloba muito mais do que somente esses sintomas motores, né?
04:30Justamente porque é muito frequente de estar associado, mas não é obrigatório.
04:34Agora, por que o diagnóstico é feito principalmente na história clínica e no exame neurológico?
04:39É, o exame neurológico é fundamental, né?
04:43Então, assim, na doença de Parkinson, para a gente dar o diagnóstico mesmo,
04:46é obrigatório, igual eu falei, ter a lentidão.
04:49Então, eu preciso documentar e examinar clinicamente a lentidão.
04:52Isso a gente não vê em exame complementar, tem que ser vendo mesmo, examinando.
04:57E aí eu posso ter o tremor, que aí em 75% dos casos a gente vai ter,
05:02que é um tremor mais de repouso, é aquela mão mais paradinha,
05:05que parecem contar moedas, pode piorar quando o paciente está andando,
05:09esse tremor mais característico.
05:10E eu posso ter também a rigidez, que é uma resistência,
05:14o paciente fica um pouco mais travado quando a gente examina.
05:17Então, é a combinação disso.
05:19E alguns outros fatores são avaliados e a gente normalmente faz também o teste terapêutico, né?
05:24O Parkinson é a falta de dopamina no cérebro.
05:27Então, a gente tem medicação para poder repor isso e tentar melhorar esses sintomas.
05:32Falar nisso, falar no tratamento, a gente tem uma reportagem importante,
05:36mostrando como as novas tecnologias e os avanços em procedimentos, né?
05:41Para evitar aí que a doença se propague.
05:43Vamos ver, pode rodar.
05:45No leito 1 da área de exames, a expectativa de quem sonha com coisas bem simples.
05:50Para escrever, para comer, para beber, né?
05:55Água, suco, que eu tenho dificuldade com isso.
05:59Desde os 40 anos, o seu Gaspar sofre com tremores involuntários.
06:04Encosta no meu dedo, vai em volta.
06:06Nariz, dedo.
06:07Nariz, dedo.
06:09O diagnóstico é um distúrbio neurológico chamado tremor essencial.
06:12A esperança está na sala ao lado.
06:14É onde a equipe do hospital prepara o equipamento.
06:17O ultrassom de alta intensidade.
06:19Aqui o ultrassom vai confluir as ondas de ultrassom.
06:21Para essa pequena região, é um círculo de 3, 4 milímetros de diâmetro.
06:27É uma lesão térmica.
06:28Para o aumento da temperatura, você queima esse curto-circuito.
06:31E quando eu elimino o curto-circuito, vocês vão ver que o paciente vai melhorar o tremor.
06:35Ao fim do procedimento, a mudança é visível.
06:41Hora de matar a primeira vontade.
06:43Eu já estou com água no fogo, assim, tranquilo.
06:47A tecnologia chegou este ano ao Brasil, mas não está disponível no SUS.
06:51E tem sido usada também em alguns casos de pacientes com Parkinson.
06:54O Parkinson é uma doença muito mais complexa, que um dos sintomas que incapacitam os pacientes
07:00é o tremor.
07:01E a melhora do tremor da doença de Parkinson chega a 80%.
07:04O problema é que o Parkinson tem outros sintomas, que a gente trata com medicações.
07:09A doença não tem cura, mas a melhoria nos tratamentos, seja com a chegada de novas
07:13tecnologias ou com aprimoramento naquelas que já existem, tem garantido aos pacientes
07:19cada vez mais qualidade de vida.
07:22Giovana convive com o Parkinson há quase 10 anos.
07:25Quando se descobre o que vocês têm em Parkinson, chegou o fim.
07:29Há seis meses, ela usa uma espécie de marca-passo cerebral.
07:32No procedimento, conhecido como DBS, o gerador envia pulsos elétricos para um eletrodo inserido
07:37dentro do cérebro.
07:38A gente tem contado com um avanço na inteligência artificial para auxiliar a fazer uma programação
07:47desse estímulo, que seja mais individualizada às necessidades de cada paciente.
07:54O tratamento está disponível no SUS e é coberto pelos planos de saúde.
07:58Hoje tem tratamento, tem melhor qualidade de vida, você pode fazer tudo, você pode ser
08:03absolutamente normal com Parkinson.
08:05O que é fundamental para quem está enfrentando hoje o Parkinson?
08:08e informação.
08:10Pois é, inclusive a doutora estava falando aqui que toda essa equipe aí é da sua equipe,
08:14né doutora?
08:15É, na verdade, lá do Hospital das Clínicas, eles também trabalham em conjunto no ICE,
08:21ele era o professor Rubens, que é a grande referência que a gente tem no Brasil.
08:24Agora, a reportagem trouxe duas doenças, a gente pode dizer assim, sobre tremores.
08:29Quais são as diferenças delas?
08:30E ali, até o que foi feito no ultrassom de alta frequência, foi feito para tremorescencial,
08:36que foi a primeira paciente ali que apareceu.
08:39O tremor essencial é uma outra doença, tem uma outra fisiopatologia em relação à doença
08:43de Parkinson.
08:44É até um tremor, é aquele tremor mais postural, é aquela pessoa que vai reclamar muito do
08:48tremor para escrever, para às vezes colocar açúcar num café, tem dificuldade porque derrama.
08:54É diferente do clássico do Parkinson, que é um pouco, é mais em repouso.
08:59É claro que às vezes leva a dúvida, mas a gente consegue categorizar de formas bem distintas.
09:05No caso ali, é um procedimento que chegou recentemente no Brasil, lá em São Paulo, já
09:11era feito fora, nos Estados Unidos, na Europa, e que ele faz uma lesão na área, numa área
09:17específica que causa o tremor.
09:19Mas ali, aqui no Brasil, é usado, documentado para o tremor essencial, mas está sendo feito
09:26também para a doença de Parkinson, que tem muito tremor, porque esse tipo de lesão
09:31só melhora basicamente o tremor.
09:33Sendo que, lembra, todo paciente com Parkinson tem lentidão, tem pouco de rigidez, então
09:38isso pode progredir com o tempo.
09:40Então, tem que saber muito bem para quem indicar, porque ele tem que saber que a doença
09:44progride, ele não cura com isso, mas melhora muito a qualidade de vida, que é o nosso foco,
09:49né?
09:49A gente consegue progredir muito o tratamento para melhorar a qualidade de vida.
09:53Então, nos casos que predomina muito o tremor, pode ter indicação.
09:57Mas a gente tem também ali o marca-passo cerebral, né?
10:00Que é a estimulação cerebral profunda, que aí muda um pouco o foco, isso a gente já
10:04faz há inúmeros anos, que cobre o plano de saúde quando tem indicação.
10:08São para aqueles pacientes já com mais de 4 anos de doença e que isso começa a ter
10:13mais dificuldade de controlar os sintomas também, que a gente consegue melhorar e muito
10:17na qualidade de vida.
10:18E aí sim, melhora a lentidão, melhora a rigidez e melhora o tremor também.
10:22Ok, doutora Marcela Reuter, neurologista, dando uma aula aqui para a gente sobre Parkinson.
10:27Para finalizar, rapidamente, então nem todo tremor é Parkinson, precisa ficar atento
10:31a isso.
10:32Isso é o principal, é o mais clássico de chegar para a gente no consultório, é que
10:35começou a ter um tremor e já fica, estou com Parkinson?
10:38Então a gente sempre tem que examinar, vale a pena a gente reforçar esses sintomas
10:42não motores, né?
10:43Igual a gente falou.
10:45E também procurar se tem lentidão e junto com as características do tremor, né?
10:49É um sintoma muito prevalente no Parkinson, mas não é nem obrigatório e nem específico.
10:56Ok, doutora Marcela, muito obrigado pelas informações.
10:58Grandíssimo.
10:59Grandíssimo.
11:01Tchau.