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Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, foi condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, após receber US$ 3 milhões da Odebrecht para campanhas eleitorais. Após a sentença, ela solicitou asilo na embaixada brasileira em Lima e chegou a Brasília em voo da FAB, acompanhada do filho menor.

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00:00Muito bem, vamos dar sequência aqui nessa edição dos Pingos nos Is, porque após ser condenada a 15 anos de prisão por corrupção envolvendo a construtora Odebrecht, agora a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, recebeu o asilo diplomático aqui no Brasil.
00:17Ela chegou ao país em um avião oficial da Força Aérea Brasileira após se refugiar na Embaixada Brasileira também em Lima, horas antes da sentença. A chancelaria peruana informou que o pedido foi feito com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual Peru e Brasil são signatários.
00:41Mas só é concedido a quem sofre perseguição por razões políticas. Além de Nadine, o ex-presidente do Peru, Olanto Mala, também foi condenado a 15 anos de prisão após investigações revelarem que o casal recebeu 3 milhões de dólares da construtora para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011.
01:07Os parlamentares da oposição criticaram a decisão do Planalto e também afirmaram que o Brasil virou um ressorte de criminosos.
01:16Quero começar com o Beraldo. Beraldo, aqui a nossa Lava Jato, tudo aquilo que ouvimos, tudo aquilo que passou, as investigações, tudo aquilo não valeu.
01:25Então, só temos inocentes na nossa Lava Jato aqui do Brasil. Mas no caso aí do Peru, a situação parece que foi diferente. Beraldo.
01:34Pois é, o Peru não tem justiça eleitoral, né, para que possa liberar todo mundo. Agora, eu queria dar as boas-vindas, né, a esses dois recém-chegados bandidos ao Brasil.
01:50Um traficante húngaro e outra, a ex-primeira-dama do Peru, condenada por corrupção junto com o marido.
01:58É realmente, assim, marcante nós termos essas duas figuras agora. Aliás, ela que foi transportada em avião oficial.
02:07Afinal de contas, corrupta merece tapete vermelho e honras de Estado no Brasil que vivemos hoje.
02:14E aí estão aí, passeando, livres, leves e soltos, contando com toda a cordialidade, com toda a gentileza da justiça brasileira e dos órgãos oficiais brasileiros.
02:28Isso fala tanto sobre o Brasil que é de entristecer, observar o que aconteceu com o Brasil a partir do início da Operação Lava Jato,
02:40em que ficou claro o uso do Estado brasileiro, não apenas para enriquecimento ilícito,
02:49mas, sobretudo, para que dinheiro público fosse utilizado, desviado para empresas que depois financiavam
02:56campanhas eleitorais com dinheiro roubado, não dando chance aos adversários de vencer,
03:05ou seja, não havia absolutamente nenhuma chance da democracia prevalecer no Brasil,
03:12enquanto essas campanhas políticas eram irrigadas com dinheiro roubado.
03:16E aí agora a gente vê tudo o que se desenrolou, desde o ápice do combate à corrupção,
03:23a chegar agora e dizer que a Lava Jato era uma seita, que a Lava Jato pode ser equiparada ao PCC.
03:32Fala-se isso em fóruns internacionais, Márcio.
03:37Quer dizer, como é que será que as pessoas de fora, que acham que corrupção é um crime grave,
03:44que acham que tráfico de droga é crime grave,
03:47como é que será que essas pessoas recebem esse tipo de manifestação das autoridades brasileiras?
03:53Olha, eu posso estar enganado, mas eu tenho a impressão de que vai ser difícil queimar mais o filme do Brasil
04:04no cenário internacional do que ele já está.
04:08É isso mesmo, Davila?
04:10O Beraldo está coberto de razão.
04:12Aliás, é mais um retrato da degeneração do Estado Democrático e Direito no Brasil.
04:19Esse desrespeito à justiça, este país onde a corrupção triunfa, triunfa com a conivência do Supremo Tribunal Federal,
04:30como você bem disse, soltou todo mundo da Operação Lava Jato.
04:34Então, parece que no Brasil corrupção não é crime.
04:37Parece que corrupção é tratada como uma infração menor
04:42e a justiça acaba soltando todos os corruptos.
04:45Por isso, a primeira dama, a ex-primeira dama do Peru, é bem-vinda.
04:50Afinal de contas, todos aqueles envolvidos nos escândalos com a ex-construtora Odebrecht
04:56estão livres, leves e soltos no país.
05:00Ao passo que no Peru eles foram condenados,
05:03nos Estados Unidos foram condenados,
05:05em países onde, pelo menos, a justiça ainda existe
05:09e corrupção é considerado crime.
05:11E, por fim, essa imagem da degeneração do Estado Democrático e Direito
05:16e, principalmente, essa maneira pela qual a corrupção é tratada com leveza no Brasil
05:24está estampada nos rankings internacionais.
05:29O World Justice Project, que é um projeto que mensura o grau de seriedade
05:35e eficiência do poder judiciário,
05:38está classificando o Brasil nas últimas posições.
05:42E o Brasil despencou nesse ranking justamente
05:45porque vem tratando a corrupção com leveza.
05:49E por isso virou um refúgio natural, Mota?
05:53Vamos tratar esse assunto com cuidado.
05:57Primeiro, a chancelaria peruana disse que o pedido de asilo
06:02foi feito de acordo com a legislação internacional.
06:06Eu não sou especialista nesse assunto,
06:08mas tenho que dar parabéns ao governo do Peru
06:11pela lição de civilidade, de democracia.
06:15Agora, tem uma coisa aí meio difícil de entender, né?
06:19O governo brasileiro está pedindo a extradição de brasileiros
06:24que estão nos Estados Unidos e na Espanha,
06:28alegando que essas pessoas cometeram crimes.
06:31E, ao mesmo tempo, dar asilo a uma pessoa
06:35que foi condenada no Peru por ter cometido um crime
06:39é uma história complicada,
06:42que fica mais complicada ainda
06:43quando a gente descobre que o crime
06:45pela qual a pessoa foi condenada
06:48é corrupção
06:50e que ele envolve uma empresa brasileira.
06:55Exatamente, né, Iberaldo?
06:56Isso acaba relembrando todo o processo aqui na Lava Jato,
07:00que nós sabemos onde chegou,
07:02onde foi e onde chegou.
07:04E agora, com essa decisão no Peru,
07:06comprova que aquilo que passou aqui
07:08e também passou fora do país?
07:11Em vários países.
07:12Houve investigação em inúmeros países
07:15envolvendo os mesmos atores
07:17que foram protagonistas da Lava Jato.
07:21A construtora Odebrecht,
07:24que hoje chama-se Nova Nossa, se não me engano,
07:27ela estava ali como a principal instituição empresarial
07:35que distribuía o dinheiro,
07:38ou parte do sobrepreço que colocava
07:42nas obras públicas que fazia.
07:45E os números são realmente assustadores.
07:48A gente conseguiu ter um nível de detalhe
07:51durante as investigações realizadas pela Operação Lava Jato
07:55que foram muito chocantes.
07:57Mas qual é o problema?
08:00É que a corrupção está tão incorporada ao cotidiano do brasileiro
08:06que, de uma certa forma,
08:09a gente ou não liga ou esquece rápido.
08:13Então, eu me lembro,
08:15quando morava ainda no Rio de Janeiro,
08:17na época de faculdade,
08:18a faculdade era no centro da cidade
08:21e vira e mexe em assalto a agências bancárias
08:24naquela época,
08:26ali final dos anos,
08:28da década de 90,
08:30e me chamava muita atenção
08:32porque aquelas mesmas pessoas
08:35que se encontravam, de repente,
08:38numa situação de grande perigo
08:39porque entrava uma pessoa armada,
08:42rendia o segurança,
08:43colocava arma na cabeça de funcionários do banco,
08:46prendiam clientes ali como reféns,
08:48era uma loucura.
08:50E aí, ou os ladrões fugiam,
08:52ou a polícia chegava,
08:54enfim, às vezes até tinha troca de tiro.
08:56Mas o que me chamava atenção
08:57é que no dia seguinte
08:58era tudo exatamente igual.
09:02Aquelas pessoas que foram expostas
09:05a uma situação de grande perigo
09:07que deveria ser um trauma,
09:10no dia seguinte estavam ali,
09:11andando normalmente pelas ruas.
09:14E olha que fazem mais de 25 anos.
09:18Mas as pessoas já estavam condicionadas
09:22a não ligar mais
09:25para essas questões de assalto,
09:27de violência no centro do Rio de Janeiro.
09:29A questão da corrupção,
09:31que a gente vem lá de trás
09:32com anões do orçamento,
09:34os desvios do DNR da época,
09:37que hoje já chama-se DENIT,
09:39que tinham as grandes obras
09:41de infraestrutura brasileira,
09:43onde sempre havia denúncias de corrupção.
09:46Isso tudo vem num histórico
09:49que a Operação Lava Jato,
09:52por mais que ela tenha escancarado,
09:54por mais que a gente tenha visto
09:55extratos bancários
09:57de contas no exterior
10:00um diretor com dezenas de milhões de dólares
10:03pertencentes a um gerente da Petrobras.
10:06Não era nem diretor, nem presidente,
10:08era um gerente com 90 milhões de dólares
10:10numa conta na Suíça.
10:13A gente viu malas de dinheiro
10:16com mais de 50 milhões de reais.
10:20Dinheiro vivo, de político,
10:22ou atribuído a políticos.
10:24Nós vimos coisas impressionantes.
10:28Pois bem, Marcelo,
10:29passou pouco tempo
10:31e a população brasileira
10:33já não se emociona mais.
10:36A gente é confrontado com o absurdo,
10:39mas a vida segue.
10:40A nossa preocupação,
10:42a preocupação do povo brasileiro,
10:44é simplesmente sobreviver.
10:46E sobrevivendo, vai se levando,
10:49sem perceber o quanto
10:51a população como um todo
10:53abre mão
10:54para viver dessa forma.
10:58Isso não foi por acaso.
10:59Isso aí foi um status programado
11:03para que se tivesse essa inércia
11:06que permite
11:07que os vigaristas de sempre
11:10mantenham o poder.
11:12Sabe que naquele momento
11:13que nós tínhamos a Lava Jato,
11:15o então juiz Sérgio Moura
11:17era muito convidado para eventos
11:18no Brasil inteiro.
11:20Eu acompanhei vários eventos
11:21aqui em São Paulo.
11:23Ele sempre dizia
11:24que não podia falar
11:25do processo em si,
11:26porque estava aberto.
11:27O processo, evidentemente,
11:28a investigação da Lava Jato.
11:30Mas ele sempre fazia
11:31um paralelo
11:31com a Mãos Limpas,
11:33a Operação Mãos Limpas
11:34da Itália.
11:35Que também começou
11:36de uma maneira assim,
11:37lá num local de idosos,
11:38uma corrupção pequena
11:39que foi desenrolando
11:41e chegou no alto escalão
11:43da política italiana.
11:45E muitas prisões.
11:46Ele dizia que a Itália
11:47prendeu muito mais gente
11:48daquilo que a própria
11:49Lava Jato brasileira.
11:50Ele falava isso, né?
11:51Muita gente foi presa.
11:53Com o passar do tempo,
11:54a classe política alterou
11:56a legislação
11:57e aquilo acabou.
11:58Ele sempre citava
11:59esse exemplo.
12:00E é mais ou menos
12:01o que aconteceu aqui
12:02no Brasil.
12:03Nós tivemos toda
12:03aquela repercussão
12:04para chegar
12:05num determinado momento
12:06que houve um cavalo
12:07de pau e como se nada
12:09tivesse acontecido
12:10e como em qualquer presídio
12:11todo mundo é inocente.
12:13E fica essa questão agora, né?
12:15Andávila, trazida lá
12:16do Peru,
12:16se a mesma construtora
12:17que agia aqui desse jeito
12:19agiu lá,
12:20lá deu ruim,
12:21aqui deu bom?
12:24É, Matos,
12:25você fez bem
12:26recordar a história
12:27do Brasil.
12:28porque aquela época
12:30que a Lava Jato
12:31foi aplaudida,
12:32eu me lembro do então
12:34juiz Sérgio Moro
12:35participar de eventos públicos,
12:37todo mundo ficava em pé
12:38e aplaudia por minutos afora,
12:40porque era o triunfo
12:41da justiça
12:42sobre a corrupção.
12:44Parecia momentos
12:46inacreditáveis no Brasil
12:48onde a corrupção
12:49sempre triunfou.
12:51E a mesma coisa
12:52como você bem colocou
12:53aconteceu na Itália,
12:54com a operação Mãos Limpas.
12:55E depois as duas
12:57acabaram sendo desmanteladas
13:00pelo sistema político.
13:01Foi a contra-reação
13:04do sistema
13:04para desmantelar
13:05a Lava Jato.
13:07E aí me lembra muito,
13:09inclusive depois
13:09desse ótimo relato
13:10do Beraldo,
13:11a frase do Rui Barbosa.
13:13O Rui Barbosa
13:14que foi o nosso
13:15grande tribuno,
13:16ele dizia que
13:17a justiça
13:18desanima o trabalho,
13:20a honestidade,
13:21o bem
13:22e de tanto ver
13:23triunfar
13:24as nulidades,
13:26de tanto ver
13:26prosperar
13:27a desonra,
13:28de tanto ver
13:29crescer
13:30a injustiça,
13:31de tanto ver
13:32agigantar
13:33os poderes
13:34nas mãos dos maus,
13:35o homem chega
13:36a desanimar
13:37da virtude,
13:38a rir-se da honra
13:39e a ter vergonha
13:40de ser honesto.
13:42Nunca vi
13:43Barbosa
13:43estar tão correto
13:45como nos dias de hoje.
13:47Perdão, Davi.
13:48E não é sempre
13:49bom lembrar também,
13:50né, Mota,
13:50que a gente viu
13:51traficante com
13:52duas condenações
13:53em segunda estança,
13:54saindo pela porta
13:55da frente
13:56e, obviamente,
13:57nunca mais
13:58foi visto
13:59e lembrado também,
14:00né, Mota?
14:01É, Marcelo,
14:03eu não sei
14:03como explicar
14:05as coisas
14:06que aconteceram
14:07nos últimos anos
14:08no Brasil,
14:10desde 2019
14:12pra cá.
14:14Eu tenho
14:14essa dificuldade,
14:15porque eu preciso,
14:16às vezes,
14:17explicar pros meus
14:18filhos
14:18o que está acontecendo.
14:20As pessoas
14:20me param na rua
14:22e querem
14:23que eu responda
14:24perguntas
14:25que eu não consigo
14:26responder,
14:27porque
14:27a cabeça
14:29de algumas
14:30pessoas
14:31mudou
14:32180 graus.
14:34Personalidades
14:34públicas
14:35que compartilhavam
14:37conosco,
14:38com a maioria
14:39dos brasileiros,
14:40a indignação
14:41pelo rumo
14:43que esse país
14:43tinha tomado,
14:44de repente,
14:45esqueceram
14:45essa indignação,
14:47mudaram
14:47180 graus
14:49as suas opiniões.
14:50fatos
14:52fartamente
14:53documentados
14:54e divulgados
14:55foram
14:56completamente
14:57esquecidos.
14:58A justiça
15:00desse país
15:01deu um cavalo
15:02de pau
15:03e esqueceu
15:05determinadas
15:05coisas.
15:07Então,
15:07é muito difícil
15:08explicar isso
15:08que está acontecendo.
15:11A gente
15:11sobrevive
15:13mantendo
15:14a esperança
15:14de que um dia
15:16no futuro
15:16o Brasil
15:17vai reencontrar
15:19o seu caminho.
15:20E aí,
15:21há um dever
15:22de casa
15:23muito grande
15:24a ser feito
15:25para corrigir
15:27todas essas loucuras
15:28que a gente
15:29viu acontecendo aqui.
15:30e aí,

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