No Ações e Cotações de hoje, analisamos o impacto do tarifaço de Donald Trump e suas consequências diretas no mercado da soja. Entenda como as novas tarifas afetam a demanda da China, as cotações da soja no mercado interno e como o avanço da safra americana pode influenciar os preços. Com a visão de uma consultora em gerenciamento de riscos, alertamos o produtor rural sobre as estratégias essenciais para comercializar sua safra neste cenário de incerteza e alta volatilidade.
Confira na íntegra: https://youtu.be/q8tTORzWccI
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00:30Quais as consequências que o mercado da soja já está sentindo desde a aplicação das tarifas dos Estados Unidos, oficialmente a partir do dia 6.
00:40É claro que a gente já vem vendo nos últimos dias desdobramentos para isso, mas pelo menos desde quarta-feira o que também já está sendo mais palpável de enxergar no mercado da soja.
00:52Obrigada novamente por aceitar o nosso convite para participar aqui do Aragado Agro.
00:56Olá Mariana, olá a todos os telespectadores.
01:01Realmente a gente tem tido diversos impactos na questão do mercado agro, do tarifaço.
01:08Particularmente quando a gente olha para o mercado de grãos, soja e milho, o tarifaço dos Estados Unidos com relação ao Brasil acaba não tendo tanto impacto direto nas cotações destas commodities como você bem mencionou a relação dos Estados Unidos com China.
01:25Quando a gente olha a relação de Brasil com os Estados Unidos, hoje o Brasil não tem um vínculo de exportação dessas commodities grãos com os Estados Unidos.
01:35Há exemplo do que a gente tem, por exemplo, no suco de laranja, nas carnes, frutas e outros produtos que a gente vem acompanhando nos mercados.
01:43O Brasil hoje majoritariamente exporta sua soja para a China, como você bem mencionou.
01:48E o milho, por exemplo, a gente tem outros destinos no Oriente, como é o caso do Irã, Egito, Japão.
01:54E sim, em relação ao tarifaço voltado especificamente para o Brasil, como eu comentei que a gente não teve impacto direto nas cotações dessas commodities,
02:04a gente acaba tendo um impacto em uma outra variável que é formadora de preço.
02:10Quando a gente fala em preço dessas commodities, eu tenho que dividir isso e segmentar em três variáveis.
02:15Eu estou falando das cotações nas principais bolsas, Bolsa de Chicago, que reflete só de milho, a própria Bolsa Brasileira, que reflete também no milho.
02:24Eu estou falando da variação cambial e aí nós temos, hoje aqui no Brasil, os nossos produtos são negociados em boa parte do país na moeda nacional, que é o real.
02:34E desde que foi anunciada essa questão do tarifaço em relação ao Brasil, num primeiro momento nós vimos uma desvalorização da nossa moeda, o real.
02:42Isso impulsionou, de certa forma, as cotações do dólar e refletiu na realidade dos preços também.
02:49Mas quando a gente olha o terceiro elemento da formação de preço, que no meu ver é um hoje que está trazendo oportunidades para os produtores,
02:57que é a variável prêmio, aí sim, nesse contexto que a gente olha a relação entre Estados Unidos e China,
03:04isso tem direcionado a demanda, principalmente quando a gente fala para a soja aqui para o Brasil.
03:09Hoje a soja brasileira, ela é mais competitiva e exatamente por causa desse contexto da tarifa.
03:17Perfeito, te agradeço então esse contexto dado, porque a gente, é importante colocar bem os pingos nos is nesse sentido,
03:24de entender que não necessariamente tem um reflexo direto, mas indiretamente mexe na formação de preço como você colocou.
03:31E aí falando então de preços, a cotação da soja disponível no mercado interno, me parece que está favorável aí ultimamente.
03:41Você enxerga dessa forma, queria entender como que isso fica diante do avanço da safra americana,
03:48porque é isso, é uma formação de preço global, então a gente olha para a nossa safra daqui,
03:52mas precisa olhar para ver se a grama do vizinho está verde ou não.
03:55Perfeitamente, quando a gente fala de mercado de commodities, como é o exemplo de soja e milho,
04:03a gente não fala mais do mercado global, do local na verdade, a gente está falando de um mercado global
04:08que vai sofrer influência desses grandes produtores e Estados Unidos é um exemplo para essas duas commodities.
04:14E a gente vem, diga-se de passagem, com uma conjuntura muito positiva da safra por lá,
04:19para ambas, tanto para a soja quanto para milho, e logo aí nos próximos meses essa oferta tende a chegar no mercado.
04:25E é claro que esse contexto do avanço da safra norte-americana positivo
04:29vem trazendo uma certa pressão sobre as cotações nas principais bolsas,
04:34e vem refletindo a nossa realidade de preços aqui,
04:37porém outros formadores de preço, até há uma semana atrás nós vimos o câmbio escalando,
04:44e isso favorecia a nossa realidade de preço em reais por saca aqui no Brasil,
04:47e principalmente, como eu comentei antes, hoje uma das variáveis que está atrativa para o produtor
04:53e que pesa na nossa realidade de preços é exatamente o prêmio.
04:58O prêmio reflete muito essa demanda, esse apetite da demanda na outra ponta,
05:03e ele traz reflexos também nos preços em reais por saca.
05:06E por que a gente menciona que talvez esse seja um momento oportuno
05:10e que é interessante o nosso produtor ficar atento a essa realidade nas cotações?
05:14Porque nós temos um incerto futuro, mas talvez quase que certo,
05:20de uma possibilidade de um acordo comercial entre daqui a pouco Estados Unidos e China,
05:25que como consequência, uma safra chegando aí nos próximos meses,
05:30pode de certa forma redirecionar essa demanda,
05:33e com isso só trazer reflexos sobre esse formador de preço que é o prêmio,
05:37ou seja, amenizando esse movimento que a gente tem nesse momento,
05:40e consequentemente pensando sobre a realidade dos preços também em reais por saca.
05:45Que interessante isso, porque são coisas que são paralelas
05:48e que o produtor fica de olho, tanto na cotação em si,
05:52quanto no prêmio, como que isso reflete aqui dentro.
05:55E você trouxe esse termo de um futuro que é incerto,
06:01mas que está quase certo.
06:03A gente faz um pouco desse exercício de futurologia aqui no programa também,
06:08é claro, com base em dados, informação, nas análises,
06:11mas eu queria que você então respondesse para a gente,
06:14você é consultora em gerenciamento de riscos,
06:17então dentro desse momento incerto, mas que está quase certo,
06:21mas que está basicamente na incumbência aí de dois presidentes,
06:25Brasil, China, Estados Unidos,
06:27quais riscos que você alerta para quem está comercializando a soja nesse momento,
06:33para quem não travou lá atrás e de fato está escoando uma parte,
06:36pelo menos da produção agora,
06:38que riscos que são necessários de se manter atentos aí no radar,
06:44olhando para esse contexto de incertezas,
06:47mas a venda, ela precisa se concretizar.
06:51Perfeito.
06:52Quando a gente fala especificamente das commodities
06:55que o produtor já negociou, eu acho que é importante,
06:58primeiro, a gente tem em vista que acabamos de colher uma safra,
07:02eu fico aqui no Rio Grande do Sul,
07:03o Rio Grande do Sul em particular teve problemas significativos com a produção,
07:07isso trouxe incertezas também por parte do produtor,
07:09mas o restante do país a gente teve uma boa safra,
07:12um número que foi até expressivo,
07:14e muito desse custo de produção já foi coberto pelo produtor,
07:17mas uma parte significativa também ficou em aberto.
07:20E tudo isso que a gente comentou nos traz um viés de oportunidades.
07:24O que é gerenciar risco?
07:26É ficar atento aos riscos que eu tenho,
07:28os riscos que estão aí na mesa,
07:30e como é que eu posso trabalhar com eles?
07:32E hoje o produtor tem ferramentas para trabalhar com a gestão de risco,
07:36que é exatamente mensurar, na verdade, a minha realidade,
07:40custos versus margem versus retorno,
07:43e utilizar as variáveis que formam o preço
07:45para fazer um travamento e muitas vezes maximizar esse resultado.
07:49Hoje o produtor tem acesso a travamentos com a bolsa de Chicago,
07:52tem acesso a travamentos de câmbio,
07:54e aí eu não estou falando só necessariamente da safra atual,
07:57estou olhando também para a nossa próxima safra,
08:00nós estamos quase nos aproximando no início de um plantio de uma próxima safra,
08:04os custos de produção estão sendo formados,
08:07então é importante o produtor ficar atento a essas oportunidades,
08:10e todo esse cenário geopolítico,
08:12dessa volatilidade,
08:14está trazendo oportunidades para essas variáveis formadoras de preço.
08:17O prêmio, que é um que a gente acabou de comentar,
08:20no meu ver, nesse momento,
08:23é uma das variáveis que mais está atrativa,
08:25e hoje o produtor tem no mercado,
08:27através de ferramentas,
08:29derivativos também para que ele possa travar,
08:32ou maximizar em algum momento,
08:34o travamento do seu prêmio,
08:36para tentar trazer um resultado melhor
08:37na formação de preço lá na frente.
08:39Eu trabalho na Estônex,
08:41a Estônex é uma empresa que tem essa ferramenta
08:43de travamento através do derivativo de prêmios,
08:46Então eu acho que é importante o produtor
08:47ficar atento a essas oportunidades,
08:50na volatilidade do mercado,
08:52nas três variáveis que formam o preço,
08:54e ele pode ir tirando vantagem dessas variáveis,
08:57lógico, sempre atento à sua realidade de custo de produção,
09:00sempre atento às margens,
09:02aos números pelo qual o produtor trabalha,
09:04mas ele tem sim oportunidades,
09:06e é importante a gente destacar isso.
09:08Como a gente comentou antes,
09:10é um futuro incerto que é quase certo,
09:12então por que não,
09:13apesar da gente saber que o Brasil tem risco climático,
09:16que eu não tenho a próxima safra definida,
09:18mas vamos pensar na safra atual,
09:20e mesmo na próxima safra trabalhar com percentuais,