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Descubra as preocupações do setor com a falta de diálogo e de soluções para compensar a perda de exportações para os Estados Unidos. Entenda os impactos da decisão de Donald Trump para segmentos como manga e uva e suco de laranja, e o que os empresários esperam da diplomacia brasileira para reverter esse cenário.

Confira na íntegra: https://youtu.be/q8tTORzWccI

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Transcrição
00:00E um evento em São Paulo, essa semana, reuniu diferentes atores da cadeia de frutas, verduras, legumes e flores
00:07bem no dia em que o tarifaço dos Estados Unidos começou a valer.
00:11No evento, então, produtores, exportadores, varejistas falaram dos impactos da decisão de Donald Trump
00:18para esses diferentes segmentos.
00:21A reportagem é de Marcelo Matos.
00:24O tarifaço de Donald Trump domina as discussões no setor produtivo brasileiro.
00:28Nós estamos numa feira de frutas e legumes e é claro que o impacto de 50% nas exportações,
00:36esse impacto preocupa muito os produtores.
00:39Aqueles que ficaram de fora da lista da taxação também lembram que é preciso pensar na cadeia global.
00:45Mesmo de fora, eles terão impacto aqui no Brasil e, evidentemente, lá fora nos Estados Unidos.
00:53Explica o produtor de laranjas, Júnior Lucato.
00:56O egoísmo de você olhar só para o seu ramo de atividade aqui, no caso, a sua fruta,
01:02eu acho que é inviável para o Brasil, porque se nós temos um complicador, por exemplo,
01:06estamos falando aí de manga, de uva, que são os itens mais atingidos nesse momento,
01:12se nós tivermos um preço de venda muito baixo aqui no Brasil,
01:16nós teremos esse preço de venda também na gôndola do consumidor
01:19e, assim, produtos que você não precisaria estar na gôndola,
01:25de má qualidade, vai passar, tá?
01:28Porque o pessoal não vai exportar e vai trazer para cá.
01:31Ah, no primeiro momento, economicamente, é interessante para o consumidor brasileiro,
01:35porque ele vai ter oportunidade de comprar mais barato,
01:37mas isso para o setor é muito ruim,
01:39porque ele acaba prejudicando os outros produtos, as outras frutas, por exemplo, né?
01:43Então, a preocupação com o nosso setor, ela é total, ela não é só do nosso produto.
01:47A força do suco de laranja brasileiro nos Estados Unidos deixou o setor de fora dos 50% de Trump.
01:56Ia ser um complicador muito grande para nós produtores,
01:59porque a dificuldade que a gente teria de passar essa matéria-prima para as indústrias do suco
02:03sem a possibilidade de exportação, que ficaria economicamente inviável,
02:07então, no primeiro momento, foi um impacto,
02:09mas tínhamos, digamos que a convicção que isso seria revertido,
02:14porque o mercado de fora, o mercado, principalmente nos Estados Unidos,
02:18ele consome muita laranja, o suco de laranja do Brasil.
02:21Então, a gente meio que ficou confiante que isso ia ser revertido,
02:25e no final foi revertido, a nossa tarifa de exportação continua a mesma,
02:31e por enquanto, para a gente, não muda nada.
02:33O tema dominou o The Brasil Conference e Expo, realizado em São Paulo,
02:38o que reuniu segmentos de frutas, flores, legumes e verduras
02:42dentro da International Fresh Produce Association.
02:46Olha, de cada 10 pessoas, 9 estão falando de tarifas aqui.
02:50Não só do seu produto, mas do setor, representantes de vários setores aqui,
02:55pessoas importantes também, parte política.
02:58Está todo mundo preocupado aqui, todo mundo na expectativa disso poder ser revertido.
03:03O presidente do Conselho da IFPA no Brasil, Alex Lee,
03:07analisa os possíveis impactos ao mercado brasileiro.
03:11O Brasil é uma terra de oportunidade incrível.
03:14A gente tem um clima espetacular, a gente tem o que é mais importante, que é a água.
03:17Esse é um ativo que o Brasil tem e que os outros países não têm.
03:21Como é que é possível que o Brasil seja sete vezes menor que o período em exportação de frutas?
03:26Nós tínhamos que estar nas cabeças.
03:29O Brasil é um país de muitas oportunidades e o nosso setor está crescendo.
03:33Sem dúvida nenhuma, a Estarifas vai interferir.
03:36Mas, ao mesmo tempo, vai abrir os olhos brasileiros para novos mercados, novas oportunidades.
03:41Eu acho que nós vamos, talvez, escolher melhores frutos depois disso tudo passar, depois dessa onda passar.
03:47Mas uma boa notícia surge no comércio com os Estados Unidos.
03:52Ano passado, representou quase 150 milhões de dólares.
03:54A gente teve uma informação ontem que foi muito interessante.
03:58Por exemplo, a gente tem a Walmart mundial comprando no Brasil aqui hoje o nosso evento.
04:03E eles não vão reduzir a compra.
04:05Pelo contrário, vão aumentar.
04:07Eles falaram que vão apoiar.
04:09Então, nós vamos ter o apoio das grandes empresas norte-americanas.
04:13Isso é uma informação que a gente ainda ficou sabendo ontem com o pessoal lá dos Estados Unidos.
04:19E eles vão nos ajudar e vão pagar mais caro e vão tentar compor isso de outra forma.
04:24Então, isso vai nos ajudar bastante.
04:27As grandes empresas norte-americanas nos deram essa lição positiva.
04:30Isso nos deixa um pouco mais aliviado.
04:32Quem sabe, nessa feira, vão gerar muitos negócios com essas redes que estão vindo comprar de fora dos Estados Unidos.
04:38E que a gente consiga trazer um pouco mais de tranquilidade para o produtor brasileiro.
04:42Nós tivemos um ano muito bom no começo do ano e um ano preocupante nessa segunda parte.
04:47Então, a partir de abril, maio, os preços caíram sistematicamente.
04:53O clima foi muito bom.
04:54Então, quando o clima é bom, produz-se mais.
04:56Então, o pessoal está um pouco apreensivo.
04:57Porque os volumes são altos e os preços caem.
05:00E com isso, a rentabilidade da operação diminuiu um pouco.
05:04Mas para o consumidor é muito positivo.
05:06O consumidor tem a oportunidade de poder comprar um produto melhor, de qualidade, na safra.
05:10O diretor institucional da Abra Frutas, Luiz Roberto Barcelos, dimensiona o mercado com os Estados Unidos.
05:19Embora na fruticultura os Estados Unidos não sejam o grande destino da nossa fruta.
05:24Nosso grande destino está na Europa.
05:26Mas os Estados Unidos vêm crescendo as nossas vendas para lá.
05:29Ampliando o número de frutas, as espécies de frutas que a gente pode exportar.
05:34Então, a gente viu uma ascendência.
05:35Hoje já estava aí perto de 10%, 12% da nossa exportação já ia para os Estados Unidos.
05:41Então, esse tarifácio é algo que coloca a gente numa situação de muita preocupação.
05:46Principalmente para dois produtos, a manga e a uva.
05:49A manga já é 30% da manga brasileira vai para os Estados Unidos.
05:52Então, com esse aumento de 50% e você tendo outros países da América do Sul
05:57que podem abastecer os Estados Unidos nesse mesmo período sem essa penalidade, vamos chamar assim,
06:02isso tira a competitividade da nossa manga.
06:05E aí, o importador americano vai preferir comprar manga de outros países, como Equador, como Peru, por exemplo.
06:11E aí, nós teremos que direcionar essa manga para a Europa, que é outro local que a gente manda muita fruta.
06:17Mas como é um produto altamente perecível, você não pode se tocar por muito tempo.
06:21Você aumentando a oferta num determinado mercado, do qual não vai ter o aumento na correspondente consumo,
06:27o preço fatalmente irá cair muito.
06:30E aí, pode chegar um ponto que não compense nem a colher a manga.
06:33Nós estamos começando essa safra agora, quer dizer, a janela de exportação está exatamente no começo de agosto.
06:39Então, nós já estamos sentindo aí alguns cancelamentos de exportação, mas no fundo acontece isso.
06:46A uva vai mais um pouco mais para frente, daqui a dois meses.
06:50Então, espera que até lá a gente consiga, pelo menos, acomodar aí uma situação, mas é uma situação muito complicada,
06:56porque a gente não vê como que a gente sai desse problema, porque ele não é comercial, ele é político.
07:01E sendo político, você tem mais atores nessa situação, não depende só do executivo, tem o legislativo no meio,
07:09tem o judiciário, principalmente.
07:11Então, assim, para nós, como produtor, como empresários, que geramos emprego, produzir, trazemos divisa,
07:18não interessa quem é o culpado.
07:19A gente quer que isso seja solucionado, que a gente possa, com tranquilidade, exercer aquilo que a gente sabe fazer.
07:24Produzir, exportar, gerar emprego, trazer divisa para o Brasil.
07:28Então, realmente, a situação não é nada boa para ninguém.
07:30Mas como vencer uma batalha mais política do que comercial?
07:36E o pior é que, para você preparar uma manga, que você colheu agora, ela é preparada com um ano de antecedência.
07:41Já vem cuidando da árvore, aí vem o momento de floração, frutificação.
07:46Os Estados Unidos, eles têm um protocolo de trabalho que é peculiar só para os Estados Unidos.
07:51Então, vem fiscais dos Estados Unidos, inspecionar essas áreas.
07:55Então, todo esse trabalho foi feito, foi gasto, foi investido, e chega na hora do momento da colheita,
08:00a gente é deparado com uma notícia dessa.
08:02Então, realmente, não é qualidade, não é problema de você ter mercado, não é problema de preço.
08:07Então, realmente, a gente fica de mãos atadas, lamentamos muito,
08:11e isso gera uma grande incerteza para próximos investimentos.
08:15Então, isso para a economia brasileira, certamente, não é muito bom.
08:17Numa demonstração de pujança do agronegócio brasileiro,
08:21a família Capelaro deixou o sul do Brasil para produzir uvo e manga em Petrolina, no estado de Pernambuco.
08:29O que parecia impossível há 30 anos, ressalta Daniel Capelaro.
08:35A região do Vale de São Francisco, a região de clima tropical, semiárido tropical,
08:40e era para ser praticamente impossível produzir uva lá.
08:45E nós fazemos a mágica de produzir uva de mesa,
08:48que uva, ela é muito delicada, perecível,
08:51e a gente, com tecnologia, com muito esforço, muito amor e carinho,
08:56a gente consegue fazer essas lindas frutas aí, gostosas, saborosas, nutritivas também.
09:01A família exporta uvas e mangas aos Estados Unidos.
09:06Nosso foco é mercado interno e nossa exportação é para a Europa, Paraguai, Argentina também, né?
09:13Mas a questão da manga, a gente também tem manga, um pouco de manga,
09:18que a manga caiu no tarifácio e que sim vai impactar bastante na produção da manga.
09:25Na uva vai ser um pouco menos, mas também vai impactar para muitos produtores da nossa região,
09:30porque tem uvas que são específicas para o mercado americano e que eles gostam,
09:35e são janelas específicas agora também em outubro, né?
09:38Então, sim, vai ter um impacto grande.
09:41A uva um pouco menos, porque a gente consegue realocar para outros países,
09:45que não sejam Estados Unidos, e também o mercado interno absorve.
09:47Mas a manga, o mercado brasileiro, ele não absorve a manga que tem.
09:52E a variedade de manga que a gente manda para os Estados Unidos,
09:57ela não é consumida aqui no Brasil.
09:59Então, sim, vai ter bastante prejuízo na nossa região.
10:02Mesmo com investimentos na produção, tudo pode ir para o descarte.
10:08O descarte da manga, ela tem que ou queimar, cremar ou enterrar, né?
10:14Então, vai ter que a produção, que se a gente deixar jogar ao ar livre, né?
10:19Tem mosca das frutas, que é feito um trabalho na região para o controle, né?
10:24E vai enterrar dinheiro.
10:26Infelizmente, dinheiro vai enterrar dinheiro.
10:29A economia vai dar uma grande quebra na nossa região, porque a nossa região é a agricultura.
10:34Outra coisa também, nos empregos, né?
10:37Porque muitas pessoas vão ficar desempregadas, porque não vai fazer sentido trabalhar para ter prejuízo, né?
10:45Então, infelizmente, na nossa região vai ter bastante impacto, porque a produção de manga é grande lá.
10:51E não vai ser fácil.
10:53É unânime no setor a instabilidade num segmento que depende de planejamento, logística e, justamente, previsibilidade.
11:02Os produtores reforçam a necessidade de negociações permanentes entre o governo do Brasil junto aos Estados Unidos
11:11para expandir os produtos com as taxações anteriores ao tarifácio.
11:17A Associação Brasileira de Proteína Animal, que representa o setor de ovos,
11:23alerta também para o impacto direto da medida nas exportações brasileiras,
11:29especialmente em um momento de alta nos embarques.
11:33Entre janeiro e junho de dois mil e vinte e cinco, os embarques de ovos para o país cresceram mais de mil por cento.
11:41Em relação ao mesmo período do ano anterior, um movimento impulsionado pela influenza aviária
11:48que afetou a produção local norte-americana.
11:51Durante esse evento que o Marcelo Matos esteve, eu conversei com diferentes empresários
11:59que manifestaram um descontentamento em relação à postura do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
12:06Para as fontes ouvidas, era esperado que ele estivesse mais por dentro dos diálogos
12:11com os importadores das commodities brasileiras.
12:14E, além disso, as fontes também relataram essa preocupação
12:18porque parece que Fávaro está mais atento ao Senado em dois mil e vinte e seis
12:23do que pensar e contribuir com as soluções para compensar as exportações
12:28que, eventualmente, deixem de ir para os Estados Unidos.
12:32A gente está tentando contato com o Ministério da Agricultura
12:34e vê, inclusive, se o ministro responde às nossas solicitações de entrevista.

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