Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) fecharam um acordo comercial que reduz a maior parte das novas tarifas para 15%. O acerto prevê 600 bilhões de dólares em investimentos na economia americana, mas mantém as taxas de 50% para aço e alumínio.
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00:00Inclusive, Estados Unidos e União Europeia anunciaram um acordo comercial.
00:04Eu vou conversar com o Luca Bassani porque esse acordo foi feito com a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen.
00:10Só que vários governos de países que são integrantes da União Europeia, vários representantes reclamaram, criticaram,
00:19usaram até algumas expressões, digamos, curiosas para falar sobre a maneira como a Ursula von der Leyen tratou o tema com Donald Trump.
00:29E o Luca Bassani vai contar para a gente agora o que rolou por aí, meu amigo. Bem-vindo.
00:34Boa tarde a você, Wandro, a todos que nos acompanham aqui no 3 em 1.
00:37Pois é, enquanto esperamos uma definição no caso brasileiro até a sexta-feira, aqui na Europa tudo foi decidido ontem na Escócia,
00:44onde Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se encontrou com Donald Trump.
00:49Eles se elogiaram, disseram que não foi uma negociação fácil, que são negociadores duros,
00:54mas acabaram chegando à conclusão de que a alíquota de 30% que havia sido prometida por Trump vai ser reduzida para 15% em diversos setores,
01:04só não abrangendo o ácido e alumínio, que continua com 50%, assim como foi aplicado para todos os países.
01:11Esse acordo, então, poderá ser utilizado para a indústria farmacêutica, a indústria da aeronáutica e também a indústria automotiva,
01:21essa que é de interesse principal dos europeus, sobretudo os franceses, italianos e alemães, que vendem bastante para os Estados Unidos.
01:29Eles também deixaram claro que um investimento europeu na faixa de 600 bilhões de dólares deverá ser feito na economia americana durante os próximos anos
01:40e mais compra de 750 bilhões de dólares em energia pelos próximos três anos,
01:46ou seja, algo bastante vantajoso para os Estados Unidos no que diz respeito aos investimentos,
01:51mas, como nós vemos, houve uma repercussão também negativa,
01:54tanto o primeiro-ministro da França, o François Bayrou, esse aí mais centro, centro-esquerda,
02:01temos também o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, esse já bem à direita,
02:05todos criticando, dizendo que esperavam que se pudesse encontrar um caminho mais vantajoso para a Europa,
02:11outros falam em submissão total à vontade de Donald Trump,
02:14alguns líderes preferiram não comentar de forma extensa porque acham que precisam ainda de mais informações,
02:20como é o caso do chanceler aqui da Alemanha, Friedrich Mertz,
02:23e a própria primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
02:26Tudo indica que isso é assunto resolvido, mas tratando de Donald Trump e da imprevisibilidade,
02:31podemos ter, obviamente, novos capítulos nessa história e ficaremos aqui de olho,
02:35vendo se talvez essa negociação vai poder, talvez, inspirar os nossos senadores,
02:40nossos ministros no Brasil para tentar conseguir um acordo mais favorável,
02:44porque o caso brasileiro não está fácil, né, Evandro?
02:46Exatamente, Luca Bassani, obrigado pelas informações.
02:50Eu quero trazer a manifestação específica do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán,
02:54que ela foi bastante curiosa e eu fico imaginando a maneira como Ursula von der Leyen recebeu essa crítica.
03:00Ele mencionou, isto não é um acordo, Donald Trump comeu von der Leyen no café da manhã,
03:05foi isso que aconteceu e suspeitávamos que isso aconteceria,
03:08pois o presidente dos Estados Unidos é um peso pesado quando se trata de negociações,
03:13enquanto a presidente, aí mencionando Ursula von der Leyen, é um peso pena, Fábio Piper.
03:20Olha, isso é muito curioso, né, porque, bom, primeiro que o papel dela não é nem um pouco fácil,
03:26até porque ela é representante de uma comunidade europeia que reúne 27 Estados
03:33e com os mais diferentes perfis ideológicos.
03:37Por exemplo, o Viktor Orbán não tem nada a ver com o primeiro-ministro da Espanha,
03:42muito menos com o primeiro-ministro britânico,
03:44que, por sua vez, é bem distinto do ponto de vista ideológico de George Meloni.
03:50Mas, o acordo, ele realmente parece uma capitulação.
03:58E é muito interessante que a crítica mais aguda a esse acordo parta de Viktor Orbán,
04:08que é provavelmente aquele mais próximo de Donald Trump do ponto de vista ideológico.
04:16É.
04:17E é o que mais manifesta o seu descontentamento com esse acordo.
04:22Então, é óbvio que é muito difícil encontrar uma fórmula de consenso
04:27que possa agradar os 27 Estados europeus e mais os Estados Unidos.
04:32Mas, de qualquer forma, realmente deixou muitas dúvidas.
04:35Em relação à questão da energia, aí sim me parece que tem alguns pontos positivos
04:39sob a ótica europeia, porque haveria, então, uma substituição da energia russa,
04:46hoje bastante escassa lá para a Europa, pela energia americana.
04:50Então, aí não haveria problema algum.
04:52Mas, por exemplo, a questão da indústria automobilística e do aço.
04:56Como é que vão ficar essas alíquotas, né?
04:58Qual a vantagem que a Europa vai ter em relação a isso?
05:01Então, são questões que realmente vão ainda causar muita turbulência interna no bloco europeu.