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Líderes da União Europeia (UE) avaliam a possibilidade de iniciar um processo para expulsar os Estados Unidos da Organização Mundial do Comércio (OMC), embora não haja certeza sobre a viabilidade jurídica da medida. Em uma ação mais concreta, o bloco aprovou um pacote de tarifas sobre produtos americanos como resposta, caso o presidente Donald Trump cumpra a ameaça de sobretaxar produtos europeus.

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Transcrição
00:00Agora falando também em crises, né, e crises relacionadas a diálogo, a possibilidade de articulação,
00:06ao que o tarifácio pode provocar em várias regiões do mundo, a União Europeia avalia medidas drásticas contra os Estados Unidos,
00:13incluindo a possibilidade ainda incerta de expulsão do país da Organização Mundial do Comércio.
00:19Vamos conversar então com o Luca Bassani.
00:22E Luca, qual é o motivo dessa decisão, desse início de retaliação, digamos assim?
00:27Bem-vindo, meu amigo.
00:28Boa tarde a você, Evandro, a todos que nos acompanham.
00:31Pois é, a União Europeia, ela cogita tomar medidas contra os Estados Unidos dentro da OMC,
00:37dizendo que o país tem utilizado de uma coerção econômica através das tarifas,
00:42inclusive o próprio comissário de assuntos externos relacionados a comércio aqui da União Europeia
00:48disse que os Estados Unidos não pagam o que devem dentro da OMC há pelo menos dois anos.
00:54Eles disseram que não sabem se tem viabilidade jurídica para tal e se isso causaria o impacto necessário,
01:01já que Donald Trump não é um presidente que liga muito para órgãos multilaterais,
01:07mas teria, obviamente, um simbolismo importante.
01:10Ele também mencionou que aquilo que acontece com o Brasil e mencionou diretamente a taxação de 50%
01:16que pode acontecer a partir do dia 1º de agosto é injusta e, obviamente, um ataque à soberania nacional.
01:24A gente vê que muitos países europeus também têm pensado em uma retaliação econômica,
01:28já que aqui as negociações ainda estão em curso,
01:31mais Donald Trump quer, a partir do mês que vem, colocar 30% em todos os produtos da União Europeia
01:37que cheguem nos Estados Unidos.
01:39Agora, Luca Bassani, eu quero falar também dessa punição, não só com a possibilidade de saída,
01:45mas uma punição também financeira de se taxar produtos americanos,
01:50porque seriam bilhões de euros nessa proposta da União Europeia.
01:54E tem a ver com a dificuldade de se chegar a um resultado nas articulações que acontecem há dias?
01:59Tem sim, como eu acabei de dizer, a União Europeia foi também taxada pelos Estados Unidos em 30%,
02:06ainda está no processo de negociação, mas aprovou internamente uma retaliação em 93 bilhões de euros
02:14em produtos dos Estados Unidos, caso não haja um consenso.
02:19Isso equivaleria, Evandro, a mais de 600 bilhões de reais,
02:23ou seja, uma cifra bilionária para os padrões europeus e brasileiros.
02:29Os europeus esperam, todavia, que a negociação que foi feita aos moldes para o Japão,
02:34ou seja, encontrar um meio termo de 15%, também possa ser encontrada aqui,
02:39o que aliviaria bastante, sendo só metade da alíquota prometida por Donald Trump.
02:44Isso em alguns setores específicos, como o farmacêutico, como a aeronáutica,
02:48e também a própria questão automotiva, que representa uma concorrência direta com os produtos norte-americanos,
02:54mas é um mercado consumidor extremamente importante para as montadoras europeias.
02:59Vamos ver se a União Europeia, com seus muitos diplomatas,
03:03terão capacidade de convencer Donald Trump a reduzir um pouco essas tarifas,
03:07e se isso pode até mesmo servir de inspiração para o Brasil e outros países
03:10que estão sendo extremamente taxados pelo presidente norte-americano.
03:14Valeu, Luca Bassani, bom trabalho para você aí na Europa.
03:18Alan Ghani, a gente já percebeu nos últimos tempos que Donald Trump não faz muita conta
03:23das organizações mundiais de vários setores.
03:26Já criticou, já falou que não vai mais financiar,
03:29e que essas organizações não têm auxiliado os Estados Unidos naquilo que é realmente necessário.
03:34Uma possível saída, uma possível retirada, não saída,
03:37uma possível retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial do Comércio
03:42significaria algo robusto para Donald Trump que o faria mudar de ideia
03:48ou negociar melhor com a União Europeia?
03:51Não. Na verdade, o poder da OMC e de outras organizações internacionais, Evandro,
03:57já está esvaziado.
03:59Então seria apenas chancelar aquilo que já aconteceu.
04:04Ou seja, a OMC não consegue mais mediar conflitos comerciais.
04:10Não vai ser isso que vai fazer com que Donald Trump volte atrás,
04:14mas vai ser a própria reação da União Europeia.
04:17Vamos lembrar que a União Europeia, se eu pegar um país isoladamente,
04:21claro que os Estados Unidos têm muito mais força.
04:23Agora, o bloco como um todo, aí eles têm poder de barganha, sim, com os Estados Unidos.
04:28Você tem a economia alemã, você tem a economia francesa ali na União Europeia.
04:32De qualquer modo, Evandro, com esse período de Donald Trump,
04:36e para falar a verdade, eu já enxergava isso no seu primeiro mandato,
04:39talvez Trump não tinha a força para fazer isso,
04:43mas há um rompimento com aquela ordem liberal
04:47tão defendida por Ronald Reagan e Margaret Thatcher.
04:52É lógico que a gente tem uma globalização,
04:55mas há claramente um freio nesse processo de globalização com Donald Trump.
04:59E foi, Moza.
04:59Veja que interessante, a OMC, os países que contribuem,
05:02contribuem de acordo com a sua participação no comércio global.
05:06Os Estados Unidos têm 11% mais ou menos do orçamento da OMC
05:10vem dos Estados Unidos.
05:11Eu compactuo totalmente com o Donald Trump
05:13de querer parar de bancar essas organizações multilaterais,
05:17quando muitas vezes elas agem contra eles.
05:20Ou seja, você depende do meu orçamento,
05:22eu sou o principal financiador,
05:23e você vendendo a minha casa, falar o que eu devo ou não fazer,
05:26isso aconteceu, por exemplo, com o Unesco.
05:28A Argentina também tem saído determinados órgãos multilaterais desse,
05:32que está completamente esvaziado, como o Alan falou.
05:34Agora, para finalizar,
05:36se nós olharmos os dados de abertura comercial do Brasil no mundo,
05:41nós estamos na parte de baixo da tabela.
05:44Nós somos mais próximos em números a Cuba,
05:47em relação à abertura internacional,
05:50do que aos países que lideram.
05:51Suíça, Groenlândia, nós somos mais baixos.
05:54Aí, a gente quer recorrer ao OMC,
05:57que tem grande parte do orçamento,
05:59dada pelos Estados Unidos,
06:00porque a gente está brigando contra eles,
06:01e não quer que tenhamos retaliação,
06:03sejamos, pelo menos, um pouco mais maduros.
06:06Como é que você avalia, Piper?
06:08Veja, eu até concordo com muito do que o Alan disse,
06:12porque é evidente que quando o governo do Brasil
06:17faz algum pronunciamento em relação a isso,
06:19é muito fácil levantar a mão e falar
06:21Ah, porque o Brasil não quer negociar.
06:23Ah, porque o Brasil está nos BRICS e tal.
06:24Bom, agora é a União Europeia,
06:26que tem uma posição parecida com a do Brasil,
06:29e não vamos esquecer daquele editorial do Financial Times de ontem,
06:36achando que o Brasil, inclusive, estava pegando leve demais.
06:39O Brasil estava muito suave nessa reação,
06:42porque me parece que a União Europeia,
06:44até por ter mais meios,
06:45por ser um bloco mais robusto,
06:47reage de uma forma muito mais dura.
06:50Então, primeiro que a reação da União Europeia
06:54e as retaliações anunciadas pelo bloco europeu
06:58abrem espaço, inclusive,
07:00para que o Brasil faça com a Europa
07:02negociações melhores depois.
07:04Exemplo, o agronegócio brasileiro
07:07concorre com o agronegócio americano
07:09para abastecer a Europa.
07:11Então, nesse momento,
07:12me parece que há uma possibilidade
07:15de que o agronegócio brasileiro
07:17tenha uma nova vantagem competitiva nessa briga.
07:20Agora, vejam só.
07:21Na questão da Organização Mundial do Comércio,
07:25há também um outro ingrediente político.
07:28Um dos temores do presidente Trump,
07:32e esse talvez seja o mais sensível a ele,
07:35é exatamente o dólar ser, de alguma forma,
07:41alijado de muitas das negociações.
07:44E imagina se, por exemplo, a União Europeia,
07:48a partir de agora e por conta disso,
07:51começar a fazer mais alianças pelo mundo
07:54negociando em outras moedas.
07:56Por exemplo, com o euro.
07:58Então, essa é uma possibilidade
08:00para se colocar na mesa.
08:02Não que isso seja fácil, que seja rápido,
08:04que isso vai começar a acontecer
08:07num paz de mágica,
08:08só a fruto do desejo retaliatório
08:11dos diversos blocos
08:13que estão sendo sancionados pelos Estados Unidos.
08:17Mas é, sim, uma possibilidade
08:19para ser negociado,
08:21quem sabe, a média e longo prazo.
08:23Fala, Zé.
08:23Olha, eu, avaliando esse momento atual
08:29e o posicionamento do presidente dos Estados Unidos,
08:32eu fico me perguntando
08:34o que os Estados Unidos produzem
08:36que o mundo não produz,
08:38qual é a especialidade.
08:40Eu já falei aqui algumas vezes,
08:41eu li um livro do Akiro Morita,
08:44o fundador da Sony,
08:45foi muito importante,
08:46porque tive uma noção muito importante
08:48de como os produtos japoneses
08:51entraram nos Estados Unidos.
08:53e também os produtos chineses.
08:55E fiquei com a impressão
08:56que os Estados Unidos
08:57se colocaram como o entreposto do mundo.
08:59Então, ele importava da China
09:01e revendia.
09:02Então, nós e todo mundo
09:03ia nos Estados Unidos,
09:05voltava com equipamentos e tal,
09:07e voltávamos achando
09:08que tínhamos comprado
09:09produtos americanos e não era.
09:11E o Akiro Morita,
09:12num determinado momento,
09:13ele enfrentou muita dificuldade
09:15de colocar lá os equipamentos,
09:16TVs da Sony,
09:18lá nos Estados Unidos.
09:19E aí perguntaram para ele, assim,
09:21qual é o produto genuinamente
09:24norte-americano?
09:26Ele respondeu o advogado.
09:28Ou seja, a luta jurídica lá
09:29é muito forte.
09:30Então, hoje eu me faço
09:31essa pergunta.
09:32Não é mais carros.
09:33Os carros japoneses
09:35e alemães
09:37e até franceses
09:38estão aí no mundo inteiro,
09:40chineses no mundo inteiro.
09:41Então, eu, desculpa,
09:43a ignorância mesmo,
09:45não estou fazendo uma pergunta
09:46sabendo a resposta.
09:47Eu não sei qual é o produto
09:49genuinamente norte-americano.
09:51Aquele produto, assim,
09:53que se o presidente Donald Trump
09:54não quiser exportar,
09:56aí o mundo vai passar dificuldades.
09:58Ou seja, o patamar é outro
10:00nessa negociação.
10:01A Europa é um bloco tão forte
10:03que o euro chegou,
10:05num determinado momento,
10:07a colocar uma ameaça
10:08no dólar como a moeda
10:10de compra e venda.
10:12E, em certos momentos,
10:13o euro é muito usado
10:15nas negociações internacionais.
10:19Então, assim,
10:20realmente eu não tenho mais a certeza
10:23o que é um produto
10:25norte-americano hoje, viu?
10:27Fala, Gário.
10:27Tem vários.
10:28Por exemplo,
10:29no campo da aviação, né?
10:31Então, se a gente pegar uma empresa
10:32como a Boeing,
10:34conglomerados industriais,
10:36se eu não me engano,
10:36a GE norte-americana,
10:38ocorrência na Airbus.
10:39Sim, mas tudo bem.
10:40Mas ainda há indústrias
10:42muito fortes,
10:43indústrias automobilísticas.
10:44É que eu acho que a pergunta do Zé
10:45tem a ver com produtos exclusivamente
10:47que, caso os Estados Unidos
10:49deixassem de prover,
10:51outros países não teriam
10:53as condições de ocupar
10:54esse mercado.
10:55Perfeito.
10:56Zé, eu acho que o grande ponto
10:58não é nem isso,
10:59até porque o que a gente está falando
11:00do que o Trump busca
11:02e está escrito no programa dele
11:03é a redução dos déficits comerciais
11:05em conta corrente.
11:06Então, ele quer, na verdade,
11:07passar a produzir dentro de casa
11:09para ele depender menos
11:11da importação,
11:13principalmente de países
11:14que são arquirrivais ou inimigos,
11:15ou mais especificamente
11:16a China.
11:17O grande ponto é que,
11:19como os Estados Unidos
11:20se tornaram
11:20um grande importador,
11:22eles têm um déficit
11:23hoje de 26 trilhões
11:25de dólares
11:25com o restante do mundo,
11:26a 90% do PIB americano.
11:28E o grande ponto é que...
11:29Eu acho que já é uma resposta.
11:31É, e o grande ponto, Zé,
11:32que quando...
11:33Minha opinião aqui, né?
11:34Quando ele se torna
11:35um grande importador,
11:36o dinheiro vai para os outros países
11:38porque ele está comprando.
11:39E esse dinheiro volta
11:40para os Estados Unidos
11:41em forma de título público americano.
11:43Então, isso acentua ainda mais
11:45o déficit
11:45e o endividamento
11:46do próprio Estados Unidos
11:47pela demanda do próprio dólar.
11:49Então, veja que o jogo,
11:50ele é complexo.
11:51O Trump quer permanecer o dólar,
11:53a moeda hegemônica mundial,
11:55ao mesmo tempo,
11:56não quer sofrer o ônus
11:58de ter a demanda
12:00da moeda mundial.
12:01É equilibrar vários pratinhos aqui.
12:02É, o pessoal fala o seguinte,
12:05é fazer o bolo
12:06e comer ao mesmo tempo.
12:07É isso que o Trump quer.
12:09Agora, o Trump culpar
12:11o protecionismo
12:12dos outros países
12:13pelo seu déficit
12:14seria a mesma coisa
12:16que você entrar numa loja,
12:18estourar teu cartão de crédito,
12:19aí você culpa a loja
12:20porque você estourou
12:21teu cartão de crédito.
12:22O déficit
12:23o déficit está ligado
12:24ao gasto elevado
12:25do governo norte-americano.
12:26É isso aí,
12:27culpa o termômetro
12:27quando está com febre.
12:28É.

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