- ontem
Em uma tentativa de reverter o "tarifaço" de Donald Trump, uma comitiva de senadores brasileiros viajou a Washington para negociar com os EUA. Ao mesmo tempo, os americanos mostraram interesse nas terras raras do Brasil. O professor de Relações Internacionais, Marcus Vinícius de Freitas, analisa a estratégia, destacando que os EUA são dependentes de outros países para obter esses minerais. Segundo ele, o governo brasileiro busca pressionar o lobby americano, uma vez que a taxação de 50% também afeta preços e empregos nos EUA.
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/iMuxUN6htYg
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalJP
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/iMuxUN6htYg
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalJP
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00A corrida contra o tarifácio de Donald Trump entra na reta final.
00:05Vamos entender quais alternativas estão na mesa de negociação agora no Jornal da Manhã,
00:11conversando com o professor de Relações Internacionais, Marcos Vinícius de Freitas.
00:16Professor, bom dia, bem-vindo ao Jornal da Manhã.
00:19Na última semana, os Estados Unidos demonstraram interesses nas nossas terras raras brasileiras.
00:26Será que elas podem ser, então, uma moeda de negociação?
00:31Há várias coisas na mesa nesse processo todo.
00:36Os Estados Unidos têm uma participação na importação no Brasil
00:41e têm uma relevância com relação ao comércio bilateral.
00:49Mas o que é importante enfatizar nesse processo todo
00:53é que nós precisamos encontrar esses mecanismos
00:58que facilitem o diálogo entre as partes.
01:01Terras raras, a gente sabe, que é um tipo,
01:05uma quantidade de minerais que são importantes para a indústria moderna
01:11nesse processo todo que nós atravessamos da Quarta Revolução Industrial.
01:16E os Estados Unidos dependem disso.
01:17E o Brasil teve a sorte de ter uma quantidade enorme
01:21desses minerais disponíveis em seu território.
01:25E, obviamente, que os Estados Unidos compreendem que o outro grande fornecedor
01:31desse tipo de minério é a própria China.
01:35Então, nesse processo todo, ele precisa adquirir isso.
01:40Agora, o grande desafio que os norte-americanos enfrentam também,
01:43e é por essa razão que a gente não pode dizer
01:45que isso será o elemento principal da negociação,
01:49mas é o fato de que esses minerais precisam ser refinados
01:55e, hoje em dia, os Estados Unidos também não têm condições de fazer isso
01:59como os chineses fazem.
02:01Então, é uma moeda de troca importante na conversa,
02:05mas não é aquela que vai ser essencial para resolver o problema
02:08que se avizinha no dia 1º de agosto.
02:11O Brasil precisa ter uma estratégia diferenciada
02:14e entender que, para resolver este problema,
02:17precisa atacar em várias frentes.
02:20Terras Raras é uma delas.
02:22E de que forma, então, professor,
02:24que os senadores que já estão nos Estados Unidos
02:27devem articular para tentar driblar o tarifácio imposto por Donald Trump?
02:35Eu creio que nós poderíamos traçar aí uma estratégia
02:38que se baseia em três coisas fundamentais.
02:41Em primeiro lugar, o Brasil precisa estar e ter, muito claro,
02:46a necessidade de já ter uma lista de sanções
02:50aplicáveis a produtos norte-americanos
02:53entrando em território brasileiro.
02:54Isso é importante porque, ao fazermos isso,
02:59nós temos aí a capacidade de construir uma estratégia
03:02também para forçar as empresas norte-americanas
03:06a fazerem lobby pelo Brasil,
03:08uma vez que estariam perdendo o mercado brasileiro.
03:11E é importante enfatizar que, ao perder um mercado,
03:15você, basicamente, perde este mercado por vários anos.
03:20Uma vez perdida e uma vez alterada a situação,
03:25você perde o acesso àquele mercado
03:27e demora muito tempo para se reconstruir.
03:30Então, este é o elemento fundamental da estratégia.
03:34Porque 50% não é uma tarifa,
03:37é um embargo que o Brasil está sofrendo
03:39na sua relação comercial.
03:41Então, a primeira coisa é ter muito claro
03:44os setores que nós sancionaríamos.
03:47E, segundo lugar, é a estratégia de pressão.
03:50Donald Trump gosta de ter ganhos.
03:53Nós poderíamos fazer aqui
03:54uma ou duas concessões bilaterais
03:57para que o governo Trump possa apresentar
03:59como uma vitória.
04:00Mas é necessário também pressionar
04:02o governo americano, o governo Trump,
04:05a partir da sua base.
04:08Nós não podemos esquecer
04:10que daqui a algum tempo os Estados Unidos
04:12terão as suas eleições de meio de mandato
04:14e Donald Trump vai sofrer as consequências
04:18de ter aí um país, uma situação difícil
04:21se essas negociações comerciais
04:23não derem o resultado que ele espera,
04:25que é aumentar a tributação nos Estados Unidos
04:28sem aumentar o custo dos produtos.
04:30Seria o melhor dos mundos para ele.
04:32Mas, então, é preciso que o Brasil
04:34faça aí uma estratégia de lobby
04:36nos Estados Unidos,
04:38particularmente naquelas indústrias
04:40que o Brasil tem uma relação mais forte
04:42e que tenham aí uma dependência econômica
04:46da relação com o Brasil.
04:47Os setores que são afetados
04:49por esta situação nos Estados Unidos.
04:53O melhor lobby para o Brasil
04:54será aquele feito por norte-americanos
04:57em território norte-americano,
04:59afetando os eleitores norte-americanos.
05:02Essa é a segunda coisa que precisa
05:04ter muito clara,
05:05a estratégia de pressionar.
05:07E a terceira,
05:08e eu já tenho afirmado isso há algum tempo,
05:11é sair para vender o Brasil
05:13para outros parceiros internacionais.
05:15Ou seja, temos ali uma lista
05:17de 11 países que são membros do BRICS.
05:19O presidente do Brasil
05:21já deveria estar no avião
05:23indo para aqueles que são
05:25os principais compradores globais
05:27e tentado negociar aí
05:29alternativas para incremento do comércio.
05:32O presidente da China, por exemplo,
05:34logo depois que os Estados Unidos
05:36anunciaram as sanções,
05:38fez exatamente isso.
05:39viajou para três países
05:41no sentido de obter ali
05:43a garantia de que estes países
05:46continuariam e até aumentariam
05:48as suas importações da China
05:50nessa troca bilateral.
05:51Então, a estratégia tem que ser
05:53pressionar,
05:55sancionar
05:55e, ao final, comercializar.
05:57Acácio Miranda.
06:00Bom dia, professor.
06:02Prazer revê-lo.
06:04Olhando sobre todo o contexto,
06:07muito se tem falado nos últimos dias
06:09em relação às organizações internacionais,
06:12uma eventual intervenção da OMC,
06:15da OCDE, da própria ONU.
06:17No seu entendimento,
06:19faz sentido essa possibilidade
06:21em havendo essa intervenção?
06:23Ela teria efetividade
06:25ou, no contexto atual,
06:28não há muito que a gente possa esperar
06:30em relação a elas?
06:33Na estratégia de pressionar...
06:35Bom dia, um prazer revê-lo.
06:37Na estratégia de pressionar,
06:39não há dúvida de que você
06:40agir com as instituições,
06:43com as organizações multilaterais,
06:45é importante
06:46e faz parte do pacote de pressionar
06:48e de pressão que são necessários.
06:51Porque nós não podemos esquecer,
06:53essas sanções
06:54não estão sendo aplicadas
06:57única e exclusivamente ao Brasil.
06:59Nós vemos essas sanções
07:01sendo aplicadas
07:02a vários parceiros comerciais
07:04históricos dos Estados Unidos.
07:08Sob a tentativa de conseguir
07:10até mesmo ampliar
07:12o leque de investimentos
07:14destes países nos Estados Unidos.
07:16Você veja, por exemplo,
07:17os compromissos financeiros
07:19que o Japão, uma vez mais,
07:21está assumindo
07:22no sentido de incrementar
07:24investimentos nos Estados Unidos.
07:26Agora,
07:27a pressão das organizações multilaterais,
07:30como nós observamos
07:31no comportamento isolacionista
07:33do presidente Trump,
07:34não terão aí
07:35a efetividade necessária.
07:37O que necessário?
07:38Porque ele, simplesmente,
07:40quando acha
07:41que a organização
07:42não lhe serve mais os interesses,
07:44ele sai desta organização.
07:46A gente viu isso
07:47na forma como ele administrou
07:49a situação com a OMS,
07:51a Unesco,
07:52e por aí vai.
07:53É capaz de um dia
07:54de ele até mesmo
07:55querer que os Estados Unidos
07:56saiam das Nações Unidas,
07:58mas não deverão fazê-lo
07:59justamente porque
08:00ocupam aí
08:01a cadeira
08:02no Conselho de Segurança
08:04das Nações Unidas,
08:05o que lhes dá um poder
08:06tremendo
08:07neste aspecto internacional.
08:10Mas o fato é
08:11de que as organizações
08:12têm pouco poder
08:14no sentido de pressionar
08:15justamente quando
08:17o país adota
08:18uma postura
08:19isolacionista,
08:20como tem feito
08:21o presidente Donald Trump,
08:22mas são importantes
08:24no sentido de você
08:25criar aí
08:26um fórum
08:27para que se crie
08:28algum tipo de pressão
08:30um pouco mais intensa
08:32por parte dos países,
08:34principalmente aqueles
08:35que são pequenos
08:36e que não têm
08:37a mesma capacidade
08:39de pressionar
08:39e que veem
08:40nos organismos multilaterais
08:42um instrumento
08:43viável de pressão.
08:46Participa da nossa
08:46conversa também
08:47Cristiano Villela.
08:49Professor,
08:50bom dia.
08:51Professor,
08:52o senhor colocou bem
08:53sobre essa questão
08:54de que Donald Trump
08:55naturalmente vai querer
08:57sair dessa história
08:58com um trunfo,
08:59levando para casa
09:00realmente algum tipo
09:01de troféu,
09:02por mais que haja
09:02algum tipo de proposição,
09:04que é o que todos nós
09:04esperamos.
09:06Agora,
09:06de que forma
09:07promover um casamento
09:08entre esse trunfo americano
09:10e o trunfo brasileiro,
09:12já que o presidente Lula
09:13tem se utilizado
09:14bastante do ponto
09:15de vista político
09:16desse conflito
09:17e também não vai poder
09:19voltar para casa
09:20de mãos a banana.
09:21É possível
09:21que a gente pense
09:23numa forma
09:23onde,
09:25através de um acordo,
09:26os dois consigam
09:27trazer para as suas
09:28torcidas
09:29o troféu
09:30de vitoriosos
09:32nessa negociação
09:32ou algum tipo
09:34de negociação
09:35como essa
09:35com o atual
09:36presidente americano?
09:37Seria uma missão
09:38impossível?
09:38Vilela,
09:41bom dia.
09:42É, de fato,
09:43uma questão difícil,
09:45não é?
09:46Porque o grande
09:47problema
09:48que nós enfrentamos
09:49em toda essa situação
09:50é de que,
09:52uma vez mais,
09:53um debate
09:54que deveria ser
09:55pragmático
09:56e estratégico
09:57se transforma
09:58num debate ideológico
09:59tendo a ver
10:00com a questão
10:01de eleição
10:02e de reeleição
10:04no caso
10:04do presidente Lula.
10:06Então,
10:07novamente,
10:08a semelhança
10:09daquilo que aconteceu
10:09com a pandemia
10:10da Covid-19
10:12em que o vírus
10:13assumiu um viés
10:14ideológico
10:15e isso fez com que
10:17toda aquela
10:18forma como o governo
10:20na ocasião
10:21lidou com a Covid
10:22se transformasse
10:23em algo
10:23devastador
10:25para o país,
10:26da mesma forma
10:27a gente observa
10:28que ideologizar
10:30aquilo que é
10:30uma negociação
10:31pragmática
10:32é complicado
10:34e, além disso,
10:35nós temos
10:35este fator aí
10:36que Trump
10:37colocou ali
10:38como a cereja
10:39do bolo
10:39que é o fato
10:40da situação
10:42com o ex-presidente
10:43Jair Bolsonaro
10:44no sentido
10:45de dividir
10:46ainda mais
10:47um país
10:47que está
10:48polarizado.
10:49Então,
10:51a situação
10:52deixou de ser
10:53um embargo
10:54econômico
10:55e passou a ser
10:56efetivamente
10:57uma questão
10:58política também.
11:00E,
11:00nesse tipo
11:01de cenário,
11:02fica muito
11:03difícil
11:04de você
11:04saber
11:06exatamente
11:07o que
11:07o presidente
11:08dos Estados Unidos
11:09quer.
11:10Ele pretende
11:11melhorar
11:12as condições
11:12de comércio
11:13com o Brasil
11:14no sentido
11:15de aumentar
11:16ainda uma relação
11:17que é superavitária
11:18para os Estados Unidos
11:19ou ele pretende
11:20aí ter
11:21com isso
11:22algum tipo
11:23de ganho político
11:24para o ex-presidente.
11:25E essa é uma questão
11:26fundamental
11:27porque,
11:28como virou
11:29um debate
11:30político,
11:31o governo atual
11:33também pode querer
11:34e a impressão
11:35que se tem
11:35é de que vai
11:36buscar isso também,
11:37algum tipo
11:38de ganho eleitoral
11:39nesse processo todo
11:40que é ruim
11:41para o Brasil
11:42nesse processo.
11:44Então,
11:44o que nós
11:45deveríamos ter
11:45é tirar
11:46este manto
11:47infeliz
11:49da ideologia
11:49e do debate
11:51político
11:51nessa situação
11:52e transformá-lo
11:54meramente
11:54numa questão
11:55comercial
11:56em que
11:57se deve propor
11:58estruturas
11:59em que ambos
12:00os lados
12:01ganhem.
12:02O que significa
12:02isso para os Estados Unidos?
12:04Aumentar
12:05o seu superávit
12:06comercial
12:07com o Brasil
12:08que já tem
12:09talvez em alguns
12:10setores
12:11como etanol
12:11ou outras
12:13áreas
12:13em que os Estados Unidos
12:15têm
12:15uma dificuldade
12:17de entrada
12:17dos seus produtos
12:18no Brasil
12:19e no caso
12:20brasileiro
12:21continuar
12:22com uma tarifa
12:23de 10%
12:24como havia sido
12:25determinado
12:25anteriormente.
12:26Então,
12:27talvez
12:27o mais importante
12:30seja criar
12:31um instrumento
12:32em que
12:32os dois lados
12:33consigam dizer
12:34que ganharam
12:35alguma coisa,
12:37mas
12:37colocar
12:38e arriscar
12:40um futuro
12:40eleitoral
12:41baseado
12:42neste momento
12:43e nesta situação
12:44é extremamente
12:45prejudicial
12:46para o consumidor
12:46tanto brasileiro
12:48como norte-americano.
12:50Existe uma diferença,
12:51Donald Trump
12:51apresente um mandato
12:52só,
12:53felizmente os Estados Unidos
12:54só têm a possibilidade
12:55de uma reeleição
12:56que não gera
12:56este tipo de processo
12:58como a gente enfrenta
12:59muitas vezes no Brasil.
13:01Muito obrigada,
13:02professor Marcos Vinícius
13:04de Freitas
13:04pela participação
13:05no Jornal da Manhã.
13:07Eu que agradeço
13:08pela oportunidade
13:09e um bom dia
13:09para vocês.
13:09Obrigado.
13:11Obrigado.
13:13Obrigado.
13:13Obrigado.