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A União Europeia (UE) aumenta a pressão por ajuda humanitária em Gaza, com representantes do bloco se reunindo novamente na próxima semana para discutir o tema. O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que a França vai reconhecer o Estado Palestino na ONU, esperando que a medida contribua para a paz no Oriente Médio. Priscila Caneparo, professora de Relações Internacionais, analisa os detalhes dos conflitos e as pressões internacionais, destacando a complexidade do cenário e a busca por uma solução para a crise.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/0qE3-fo2XJA

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Transcrição
00:00Enquanto isso, representantes de países da União Europeia aumentam a pressão por medidas concretas do bloco sobre a crise humanitária em Gaza.
00:10Microfone Jovem Pan Europa, Luca Bassani chegando. Os embaixadores devem voltar a se reunir na semana que vem.
00:16O que se espera desses novos encontros? Bem-vindo, Luca.
00:20Boa noite a você, Tiago, a todos que nos acompanham.
00:23Há duas frentes que correm concomitantemente para tentar sancionar tanto Israel quanto agências humanitárias que estariam cometendo crimes de guerra dentro da faixa de Gaza.
00:34Primeiro, a gente vê que os diplomatas da União Europeia, de cada um dos 27 países, defendem medidas mais bruscas contra o regime de Israel
00:43e, inclusive, alguns indivíduos específicos que estariam perpretando a fome dentro da faixa de Gaza, de acordo com a versão dos próprios diplomatas.
00:53Ao mesmo tempo, eurodeputados, aqueles membros do Parlamento Europeu, cerca de 60 deles, fazem um requerimento formal para que a União Europeia sancione a Fundação Humanitária de Gaza,
01:05uma fundação que está trabalhando dentro do enclave desde o começo da guerra e é responsável pela distribuição de alimentos.
01:12Ela, todavia, está em apenas quatro pontos de distribuição para alimentar mais de dois milhões de pessoas,
01:18ao mesmo tempo em que há várias acusações de violações dos direitos humanos,
01:23já que as autoridades locais falam que mais de mil pessoas morreram alvejadas enquanto esperavam por água ou comida
01:30e também a distribuição não tem sido efetiva.
01:33Inclusive, dados da ONU revelados hoje mostram que uma em cada cinco crianças na faixa de Gaza já são consideradas desnutridas,
01:43ou seja, 20% das crianças já sofrem de fome aguda e podem até mesmo perder as suas vidas,
01:49como, infelizmente, tem acontecido com imagens chocantes advindas do enclave palestino durante os últimos dias.
01:56O Lúcanha, o presidente da França se posicionou sobre a Palestina.
02:00O que ele defende?
02:01Pois é, Emmanuel Macron, que se prepara para comparecer no mês de setembro à Assembleia Geral da ONU,
02:10para formalizar esta decisão, disse que a França vai sim reconhecer o Estado palestino como um Estado soberano
02:16e um dos 193 membros das Nações Unidas.
02:21Ele disse que esse é o único caminho para uma paz duradoura e justa dentro do Oriente Médio
02:26e para acabar com todas as hostilidades entre esses beligerantes que mais de 70 anos se enfrentam em diversas guerras.
02:34Por sua vez, nós vemos que o governo de Israel repudiou esta ação da França,
02:39dizendo que é como se fosse uma bonificação ao terrorismo perpetrado pelo Hamas no mês de outubro de 2023
02:46e disse também que a França não observa a situação com as circunstâncias atuais,
02:53onde a paz é inevitável enquanto o Hamas continuar comandando a faixa de Gaza.
02:59Vale a gente dizer que dos 193 países soberanos dentro da ONU, 140 já reconhecem a Palestina como um Estado soberano,
03:08incluindo o Brasil, mas países importantes, principalmente no Conselho de Segurança,
03:12ainda não o fizeram, como é o caso do Reino Unido e dos Estados Unidos,
03:16o que é sempre um entrave para que a Palestina se torne um membro pleno das Nações Unidas
03:21e participe da Assembleia das Nações como qualquer outra nação do mundo.
03:25É, um posicionamento que pode gerar algumas críticas, não só de países inimigos, mas também aliados,
03:33sei que a gente pode dizer assim.
03:34Luca Bassani, boa sexta-feira para você, a gente volta a se falar amanhã.
03:37Então a gente vem acompanhando o que aumenta a pressão internacional sobre Israel
03:41diante da crise humanitária na faixa de Gaza.
03:45E também nesta quinta-feira, um novo conflito voltou a entrar no radar da diplomacia internacional,
03:52um confronto entre Tailândia e também o Camboja, que deixou até agora 11 mortos, pelo menos.
03:58Então são esses os saques internacionais, essa pressão, inclusive, que é feita em relação ao Oriente Médio
04:04e esse novo conflito.
04:05A nossa entrevistada agora é a professora Priscila Caneparo, de Relações Internacionais,
04:09mais uma vez nos atendendo.
04:11Boa noite, professora.
04:13Boa noite, Tiago. Tudo bem?
04:15Tudo bem.
04:15Boa noite aos assinantes.
04:16Muito obrigado.
04:17Professora, falando sobre o conflito do Oriente Médio, tem essa pressão dessas comunidades
04:23internacionais, de países, União Europeia, para que algo seja feito por causa da crise
04:30humanitária e esse posicionamento do presidente da França, Emmanuel Macron.
04:34De que forma esse xadrez político daquela região pode se alterar com essas pressões
04:40ou isso não vai fazer a menor diferença?
04:42Bom, Tiago, com certeza fará a diferença, eu acho importantíssimo destacar que a causa
04:49palestina vem ganhando força nesses últimos tempos, ainda que estemporaneamente, digo
04:54que estemporaneamente justamente por conta de toda a questão que já está ocorrendo
04:58na faixa de gás em relação a esse extermínio da população palestina, aqui a gente tem
05:03que diferenciar o que é a Hamas e o que é a população palestina de fato, existe uma
05:08questão de sopesamento em relação ao que Israel está fazendo e a União Europeia agora
05:13na entidade do Macron, principalmente na voz da França, vem a pressionar com que Israel
05:19de fato faça uma reversão da situação que está ocorrendo e principalmente deixe com
05:26que a ajuda humanitária se dê por intermédio de instituições internacionais e não por
05:31uma ONG que é, por assim dizer, encabeçada pelos Estados Unidos e propriamente dita por
05:35Israel. Então isso vai de fato repercutir principalmente no posicionamento de Israel
05:41ante ao cenário internacional, porque a gente tem que pensar, existe um primeiro movimento
05:46de reconhecimento do Estado da Palestina em relação à França e um segundo ponto
05:51também é que porventura pode acontecer desses países europeus também sancionarem as altas
05:57cabeças de Israel, ocorrendo basicamente o que a gente observa, por exemplo, em relação
06:04aos oligarcas russos. Então é importante a gente destacar que existem outros instrumentos
06:08também para pressionar com que Israel faça uma retomada de uma ação que garanta o mínimo
06:15de dignidade para a população palestina. Esse é um movimento que a gente vem observando
06:19que de fato vai reverberar sim no primeiro-ministro de Israel e principalmente na alta cúpula governamental
06:26que vem encabeçando essas ações em Gaza.
06:30Professora, agora a pergunta de Cristiano Vilela.
06:32Vilela.
06:33Professora, boa noite. Professora, com relação aos recentes posicionamentos do Brasil, com
06:39relação à situação humanitária envolvendo na faixa de Gaza, na sua visão o Brasil age
06:46de forma correta em se posicionar nesse momento, talvez nessa conjuntura de conflito com os Estados
06:52Unidos por conta do tarifácio, talvez não seja o momento adequado. Enfim, qual é a análise
06:57que a senhora faz?
07:00Bom, Cristiano, vamos lá. A gente precisa ter uma análise bem focada na questão técnica,
07:05né? Deixar de lado algumas paixões e observar o seguinte. Não dá para confiar no que o Trump
07:09fala. Então a gente não pode ficar dependendo efetivamente do que o Trump vem a falar em relação
07:14a Israel e Palestina. Até porque o Trump vai e volta nesse ponto, muitas vezes criticando
07:21Netanyahu e outras compactuando com as ações de Netanyahu. Então isso não vai fazer nenhuma
07:26diferença na relação ao tarifácio, em relação à relação Brasil-Estados Unidos, que a gente
07:31sabe que essa relação é econômica e política em um outro viés, em um viés de pressionamento
07:37e de tensionamento das nossas instituições e não especificamente em relação ao caso de
07:42Israel e Palestina. Em contrapartida, a gente tem que pensar também no estreitamento de
07:47relações com outros parceiros que, porventura, possam haver a suprir esse papel dos Estados
07:52Unidos. Se a gente for pegar essa perspectiva econômica, deixando de lado um pouquinho essa
07:56questão das paixões. Nessa perspectiva, a gente precisa pensar que o movimento da União
08:00Europeia é, de fato, pelo reconhecimento do Estado da Palestina e, inclusive, pela condenação
08:07das ações do governo de Israel. Nessa perspectiva, então, o Brasil está alinhado com esse novo
08:13posicionamento, com essa emergência de posicionamento, num contexto de União Europeia. E pensar também,
08:20que eu acho importantíssimo que nossos ouvintes aqui estejam ambientados nessa questão, é que
08:25a causa da Palestina, ela é tão abraçada por países em desenvolvimento, em menor desenvolvimento,
08:31porque eles também se veem ameaçados, tanto quanto o povo palestino. Aqui a gente não está
08:36falando do Hamas, que é um grupo extremista que tem que ser combatido, a gente não está falando
08:40que os reféns não têm que ser libertados, a gente está falando, sim, de uma necessidade
08:44de responsabilização do Hamas, de uma necessidade de se ter uma comoção e de um esforço internacional
08:50para a soltura dos reféns, mas também a gente tem que ver que existe uma população
08:55civil ali que está, sim, na figura de oprimida. Tanto é verdade que o próprio Norte Global,
09:02na postura da União Europeia, também está compactuando com as falas do Brasil.
09:06Professora Priscila, agora a questão de Dora Kramer.
09:11Boa noite, Priscila, professora, eu quero mudar um pouco, quero trazer para esse assunto do momento
09:18aqui, que é o tal do tarifaço. Essa dificuldade de avançar, de conversar, de, enfim, ter um canal
09:25de interlocução, ela é fruto de um erro, um equívoco na condução das nossas relações
09:34diplomáticas, é, comerciais não, diplomáticas e políticas com os Estados Unidos, ou isso
09:41é uma idiosincrasia do Donald Trump contra a qual não se pode fazer nada?
09:47É difícil falar em Trump e falar em uma lógica que a gente consiga compactuar com
09:52uma diplomacia clássica daquela que nós estamos acostumados e acostumados em relação
09:58a esse desenvolvimento de relação entre os países. Por quê, Dora? Eu acho importante a gente
10:03pontuar aqui que o Brasil continua sem embaixador dos Estados Unidos. Então, analisemos essa
10:08questão com bastante cautela, para primeiro a gente entender que nós não somos o foco
10:15central da política externa dos Estados Unidos. Caso contrário, nós já teríamos um embaixador,
10:20é importante a gente pensar nesse sentido.
10:22No segundo ponto, existe um problema no Brasil também, e não é o problema do Brasil não
10:26abrir mão, não é o problema do poder judiciário. O problema do Brasil é que a gente tenha posicionamentos
10:31muitas vezes divergentes. Posicionamentos que do Itamaraty é um, do presidente Lula é outro,
10:37e do vice-presidente Geraldo Alckmin é outro. E eu acredito que talvez o melhor caminho que
10:44nós tenhamos, dada a não concatenação dessa diplomacia tradicional do Trump em relação
10:50a essa negociação, tanto é verdade, só um parênteses aqui, a questão não diz respeito
10:55a Bolsonaro, não diz respeito efetivamente ao cenário político brasileiro, esse tarifácio,
11:01a desculpa que ele usou foi em relação ao Bolsonaro, mas não é isso que ele quer.
11:05Tanto é verdade que você abriu as portas agora para uma negociação, se porventura o Brasil
11:09conceder a exploração de minerais raros. Então, é interessante a gente ver essa movimentação
11:15e como de fato a argumentação do Trump cai por terra. Mas voltando, fechando esse parênteses,
11:20a gente precisa entender que talvez a melhor forma de produzir um resultado frutífero
11:26seja o caminho que o vice-presidente Geraldo Alckmin está tomando. Qual que é esse caminho?
11:31Conversando com o empresariado brasileiro, juntamente com a conversa com o empresariado
11:35dos Estados Unidos, que depende dessas exportações e importações dos Estados Unidos
11:40e do Brasil, para fazer um pressionamento em relação a essas políticas tarifárias do Trump.
11:46A gente sabe que eles podem se valer que o poder judiciário dos Estados Unidos
11:50não vai, enfim, estabelecer muita condição concreta para uma reversibilidade
11:54do posicionamento do Trump, mas são esses, esse empresariado que sustenta o MAGA,
12:01que sustenta, por assim dizer, a base eleitoral do presidente Trump
12:05e é ele quem pode fazer a diferença de fato em relação a essas tarifas.
12:09Então, a gente não pode pensar em uma diplomacia tradicional quando a gente fala de Trump.
12:13Nós precisamos abrir um pouco o leque de entendimento para ir além,
12:17para entender que ele é uma pessoa que vem do mercado e assim a gente precisa se comportar também.
12:22Professora Priscila Caneparo, de Relações Internacionais,
12:25mais uma vez obrigado por atender a Jovem Pan.
12:27Bom descanso, volte sempre, professora.
12:30Obrigada, boa noite.
12:31Muito obrigado.
12:31Obrigada.
12:33Obrigada.
12:33Obrigada.

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