Bruno Musa analisa a reportagem do jornal americano The Washington Post sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos. O artigo sugere que a política de pressão e as tarifas do presidente Donald Trump estariam causando um efeito contrário, podendo fortalecer a imagem do presidente Lula (PT).
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00:00O jornal americano falando, então, que houve um tiro que saiu pela culatra político.
00:04Só que tem a questão prática, e a questão prática é tarifação do país.
00:09Dá pra dividir as duas coisas e resolver as duas celeumas de maneiras e estratégias diferentes, com pessoas diferentes, hein, Bruno Moussa?
00:16Bom, vamos lá. Como eu defendi nos meus comentários anteriores, eu acho que todo mundo, principalmente da iniciativa privada, tem a liberdade de atuar como quiser, sem juízo de valor.
00:23O Washington Post é um jornal contra o Trump. E o que me chamou a atenção aqui é que ele disse que o tiro sai pela culatra, mas na sua reportagem, que eu li, ele não explicou o porquê dos motivos da tarifa imposta.
00:37Então ele deixa no ar, deixa algo abstrato. Concorde ou não, não foi colocado, ou não foram colocados os motivos.
00:44Não foi colocado que o Brasil não é uma potência econômica, sequer militar, e que ele está se juntando à China para defender os interesses dos BRICS, que no fundo, convenhamos, é interesse da China aqui na América Latina.
00:57É o player mais importante.
00:59Quando nós escolhemos um lado e nós poderíamos, estrategicamente, ser mais, digamos, diplomáticos, atuar com os dois lados, afinal de contas, o Ocidente, independente se o país é de esquerda ou direita, ele negocia da mesma maneira.
01:13Diferente de alguns países autoritários do outro lado do mundo.
01:18Então o Brasil escolheu, ou melhor, na figura do executivo, escolhemos ficar ao lado de determinados países para representar os interesses da China aqui.
01:27Então, me pareceu bastante vaga a reportagem do Washington Post.
01:32E, de novo, só o tempo dirá se o tiro saiu pela culatra ou não.
01:35Eu, particularmente, acho que não, justamente pelo fato de ter ainda um ano e meio para a eleição.
01:40Se talvez fosse daqui a um mês, poderia ser diferente.
01:42Mas, como falta tempo, eu acho melhor ter precaução e esperar.
