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Lucas da Silva Santos, de 20 anos, morreu após consumir um bolinho de mandioca supostamente envenenado em São Bernardo do Campo (SP). Ele foi internado em estado grave, mas não resistiu. Segundo a polícia, o principal suspeito do crime é o padrasto da vítima, Ademilson Ferreira dos Santos. O caso está sendo investigado. Para falar sobre o assunto, o Morning Show entrevista Carla Albuquerque, jornalista investigativa.
Apresentador: André Marinho
Comentaristas: Anna Beatriz Hirsh, David de Tarso e Mano Ferreira
Entrevistada: Carla Albuquerque

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/Kl4RLyWXLJg

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Transcrição
00:00Vou aproveitar a ilustre presença da nossa Carla Buquerque aqui pra até repercutir em outro caso, se você me permite, Carla, que a gente tá vendo essa, enfim, com uma constância assustadora, esses arranca-rabos, enfim, alucinados entre adolescentes, mas também casos de envenenamento, pessoal, com ciúmes sendo pano de fundo, né?
00:18Então, é importante a gente trazer aqui esse contexto, né, David?
00:21Não, sem dúvida, Marinho, e pra você ver como os assuntos se casam também, né? Porque você tem adolescentes que promovem esses crimes e, ao mesmo tempo, também a gente tem adultos que cometem crimes que são bárbaros.
00:33Então, assim, será que vem desde a adolescência essa trajetória criminosa? Porque a gente vai trazer o caso agora de, depois de quase 10 dias internado, infelizmente, aquele que tava internado no Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, né, na região metropolitana de São Paulo,
00:50O jovem Lucas da Silva Santos, de 19 anos, ele teve a morte cerebral confirmada. Ao que tudo indica, então, a vítima foi envenenada durante um jantar na própria residência da família pelo padrasto, porque o padrasto mantinha uma relação sigilosa com ele, sem consentimento, inclusive, e a motivação seria porque depois que esse jovem se mudou e aí ele começou com ciúmes, então teria promovido esse envenenamento.
01:14Ainda há pouco eu conversei com a delegada responsável pelo caso, ela que seguiu com as investigações e teve, então, a prisão decretada desse homem, né, o Ademilson Ferreira dos Santos, padrasto do jovem, então.
01:28A Carla Buqueque teve uma fala aqui que eu tô até agora pensando que a medicina tem dificuldade de explicar, a psicologia também, o que que nos restou, talvez, a espiritualidade?
01:36Parece mais um caso do mal encarnado ou de uma possessão demoníaca coletiva, não é possível que tá contaminando uma fração desse país, não é possível ver uma situação dessa.
01:45Mas a gente, de fato, precisa proteger a sociedade, né, o nosso legislador precisa parar e se debruçar sobre esse assunto que é polêmico, é difícil, né, que são...
01:55Mas a sociedade requer isso.
01:57Exatamente.
01:58Requer isso.
01:58Porque essa pessoa vai sair e vai cometer crimes novamente, isso eu não tenho a menor sombra de dúvida.
02:04Esse tipo de criminoso é reincidente, será reincidente.
02:08Não tem o que fazer com uma pessoa que comete crimes dessa natureza, dessa forma, com essa crueldade.
02:15Agora tem dois aspectos que a gente deve observar em relação a esses casos que a gente tá trazendo.
02:19Um sobre adolescentes, né, que cometem esses crimes.
02:22Exato.
02:22E outro aspecto também é a quantidade de envenenamentos que a gente tem visto nos últimos tempos.
02:27Porque esse caso, né, desse padrasto que ainda tá sendo investigado, claro, as investigações tendem a avançar,
02:33mas ele teria envenenado por conta de ciúmes e outras situações também trazidas aqui no Morning Show revelam isso.
02:39Episódios de envenenamento contra pessoas que supostamente estariam promovendo alguma ação que a pessoa não gostou, né?
02:46Mas sabe o que eu acho, David, com relação a isso?
02:50Quando a gente entra nesse loop de noticiar como a gente tem que fazer mesmo, porque é o nosso papel,
02:55a gente meio que acaba dando ideia pra quem já tá mal intencionado.
02:58Envenenamento, querendo ou não, você não utiliza nenhum, não tem sangue envolvido, né?
03:06Em tese, as pessoas poderiam pensar que é uma forma mais fácil de você cometer uma atrocidade como essa.
03:13E vejam, eu não tô aqui defendendo de forma alguma, mas tentando trazer um pouco de racionalidade na escolha deste método.
03:20A pessoa busca na internet, e a gente sabe que a internet, infelizmente, tem de absolutamente tudo o que você quiser saber.
03:27E compra facilmente.
03:28Compra facilmente, então acaba se tornando um método mais fácil de você utilizar.
03:34Mas se engana quem acha que as pessoas, que as autoridades policiais não vão perceber.
03:39Porque lembra aquele que...
03:41Acho que foi o marido que matou a esposa com a ajuda da mãe e também matou a irmã.
03:46E aí agora também tá identificando, assim, foi enterrada como se tivesse passado mal.
03:52E na verdade não foi bem assim.
03:54Gente, as pessoas descobrem.
03:56Estamos de volta pra quem tá nos ouvindo pela rede Jovem Pan de Rádio também.
03:59Presença ilustre aqui da Carla Albuquerque, especialista em true crime.
04:01E a gente tá aqui dissecando, pessoal.
04:03Primeiro, duas tendências altamente preocupantes, recorrentes aqui na sociedade brasileira.
04:07Crimes por envenenamento com requinte de crueldade.
04:10Envolvendo um planejamento ali, enfim, sutil, minucioso, dissimulado ao extremo.
04:15E matando gente que, totalmente precocemente, o caso da vez aqui, um adolescente de 19 anos.
04:21Abusado sexualmente, ao que tudo indica, pelo padrasto dele, contra os enteados.
04:25Que também, enfim, só traz um requinte maior aí de maldade, né, Carla?
04:29Sim, sabe o que é muito interessante em relação a esse caso, né?
04:33E em relação aos envenenamentos.
04:35É que 90% dos envenenamentos são cometidos por mulheres.
04:38É um método que é preferido de mulher.
04:42O caso da professora de Pilates, é a mãe que vai preparar as pílulas e vai entregar pra ela, né?
04:49Do remédio.
04:50No Rio Grande do Sul, a mesma coisa.
04:52Então, isso é recorrente.
04:54Qual o maior problema do Brasil?
04:55Nós não temos uma coisa que nós precisamos urgente, gente.
04:58Que é um banco de perfilamento criminal.
05:01A gente tem banco de análise de balística, banco de DNA.
05:04Mas a gente não tem banco que traga essas informações, inclusive pra ajudar a autoridade policial.
05:10No caso desse menino, este menino sofria, possivelmente, agressão contra a sua dignidade sexual.
05:16Total.
05:16O padrasto vai alegar o seguinte.
05:19Não, eu fiz isso por ciúmes.
05:21A gente sabe que, gente, criminoso mente, né?
05:24Então, a gente não sabe se o menino queria expô-lo.
05:27A gente não sabe que tipo de informação a mais tem ali.
05:30É lógico, a delegada tá fazendo um excelente trabalho e vai trazer essas informações.
05:34Tá fazendo as extrações.
05:35A gente ainda não sabe que veneno ele usou, se foi o Aldicarb, que é o famoso chumbinho.
05:41Mas a gente precisa também ter, sabe, alguma maneira de entender por que que isso continua sendo comercializado no Brasil.
05:48Se é proibido.
05:49Faço questão de mencionar aqui a própria delegada do caso, a Liliane Doreto,
05:52que indiciará o Ademilson, esse verme que a gente tá repercutindo,
05:56por homicídio triplamente qualificado, tá, pessoal envolvendo motivo torpe,
06:00também meio traiçoeiro, claro, o envenenamento que a gente vem repercutindo,
06:04e o recurso que impediu defesa da vítima.
06:06Agora, tem que tomar, enfim, tem que ter dois pés atrás aí com qualquer papo aí, enfim, furado de criminoso.
06:14Mas, ao que tudo indica, ele confessou pra um pastor, né, David?
06:17E aí serve como um fortalecimento e tanto do conjunto probatório
06:22pra poder realmente botar ele de trás das grades, né?
06:25O que que ele falou pro pastor?
06:26É, a Liliane Doreto, eu tô conversando com ela aqui no WhatsApp agora, né,
06:29ela tá até acompanhando o programa, que ela não...
06:31Boa, delegada, segue firme aí.
06:33Mas, ela mora em outro local aqui de São Paulo, por isso não conseguiu participar com a gente.
06:38Justo.
06:39Eu perguntei sobre se saiu o laudo, ela disse que ainda não,
06:42tá aguardando do que, de fato, provocou o envenenamento.
06:45Mas, quanto a essa confissão, ele teria tido uma conversa, então, com o pastor...
06:50Dizendo que pensou até em matar.
06:51Exatamente.
06:52Pensou até em matar, então, confessou, confessou e entregou os pontos.
06:56Claro que isso fortalece, de novo, o conjunto probatório,
06:58mas não é ali uma pá de cal, não é realmente uma bala de prata.
07:01Mas o que mais, né?
07:02Ele se sentiu ameaçado por esse rapaz?
07:04Porque o que ele alega é...
07:05Fiquei com ciúmes, ele vai embora.
07:07Me parece pouco isso.
07:09Talvez esse rapaz fale, olha, eu vou...
07:11Receio de exposição, né?
07:12Exatamente.
07:13Então, aí o medo...
07:15E parece que ele também já abusava dos outros irmãozinhos também, né?
07:18Então, e esse padrasto já convivia com eles ali há bastante tempo.
07:23A pergunta que fica aqui é...
07:25Gente, e essa mãe?
07:27Pois é.
07:28Como que você não protege os seus filhos, não é?
07:31São pessoas que estão sendo...
07:33Essas violências dentro de casa, elas são muito chocantes.
07:37Porque na grande maioria das vezes, quando você vai conversar com os especialistas,
07:42com a autoridade policial, todos eles falam.
07:45As maiores vítimas de violência contra a dignidade sexual são crianças de 0 a 12 anos.
07:50E na grande maioria das vezes, por pessoas que são parentes,
07:54tios, avós, padrastos, vizinhos.
07:56E muitas mães têm ciência disso.
08:00Eu acho que é assim, né?
08:01É muito difícil da gente julgar essa mãe sem saber o que aconteceu.
08:06Mas você vê dois caminhos.
08:09Ou ela realmente não sabia de nada e mantinha uma relação com os filhos
08:14de não muita proximidade, a ponto deles terem medo de expor pra ela
08:19a situação que estava acontecendo com eles.
08:20Ou ela também era vítima e também era, de alguma forma, ameaçada por esse padrasto
08:25a ponto de não fazer nada e de permitir que ele abusasse dos próprios filhos
08:30por medo dele fazer algo com os filhos ou com ela.
08:32São situações em que os laços familiares levam as pessoas a ficarem com a visão muito
08:39turva das situações, né?
08:40Quando a confiança é muito grande, quando há outras amarrações afetivas na história,
08:48muitas vezes as pessoas se tornam cegas diante daquilo que está, muitas vezes,
08:54acontecendo de forma flagrante dentro de casa.
08:57Agora, eu ouvindo aqui, sempre dessa posição privilegiada que eu tenho aqui
09:00acompanhando o Morning Show, ouvindo tanta gente competente,
09:02eu acabei de perceber que seja nas pautas que a gente tem trazido aqui, pessoal,
09:07nos últimos tempos de relacionamentos tóxicos, até, enfim, casos de relacionamentos que acabam,
09:13ou até, enfim, esquartejamentos e assassinatos e casos macabros criminais como esse,
09:19parece que tem sempre esse componente dos ciúmes excessivos, dos ciúmes patológicos,
09:23de uma possessividade como um traço em comum entre todos eles.
09:27O que explica isso?
09:28Não, quando a gente olha até no caso anterior, né, do casal de adolescentes,
09:34é chocante o nível de mensagens, né, e a troca de conversas.
09:38Porque você está falando de uma menina de 14 anos.
09:41E aí você vê uma coisa de um relacionamento tóxico-doentio
09:45que, muitas vezes, você não vai encontrar num casal adulto e maduro.
09:49Da onde que está saindo essa, inclusive, hipersexualização,
09:53o completo, sabe, desvio de foco, uma pessoa de 14 anos
09:58não era pra estar envolvida nesse tipo de, vamos dizer,
10:02de complicações da vida adulta, sabe?
10:05Não que ela não vá se relacionar, lógico que ela vai se relacionar,
10:08mas, assim, é adulto demais, então como que vamos acabar?
10:11Você não me ama, não me quer mais?
10:13Tem umas trocas, assim, eu tenho muito acesso a conteúdo, né,
10:16desse universo dos jovens, é chocante.
10:19Você não vê adulto tendo esse tipo de comportamento
10:22que os jovens estão tendo hoje.
10:24Possessividade, ciúmes, intolerância, é assim,
10:29aonde, de novo, também, os pais precisam conversar com seus filhos.
10:34E, às vezes, há uma falta absoluta de referência
10:36do que é uma relação saudável, né?
10:38Porque uma pessoa de 14 anos, muitas vezes,
10:41está vivendo o primeiro relacionamento.
10:44E está replicando, né?
10:45Exatamente, está replicando padrões que não teve nem oportunidade
10:49de ter outro tipo de referência sobre o que é uma relação saudável.
10:54Então, é muito...
10:54É, a gente está com o problema de relações saudáveis.
10:57Ele falou tudo, não é?
10:58Então, assim, a gente precisa parar para entender
11:00o que está acontecendo dentro da casa dessas pessoas.
11:04De novo, é um dado bastante importante.
11:06Mas, André, nós não temos estatística.
11:09Esse é o maior problema, de novo, do nosso país.
11:11A gente tem casos que eles vão sendo tratados de forma isolada.
11:15Vamos fazer toda a questão aqui.
11:16Um apelo a todas as autoridades, qualquer um que possa ter acesso às autoridades,
11:20que possa estar nos ouvindo agora, com todo o reforço real se sublinhando aqui.
11:24Vou pedir para você fazer esse apelo aqui, para que a gente possa mudar esse estado de coisas aqui.
11:28O que está faltando?
11:28A gente precisa, né, de um banco comportamental nacional.
11:35Olha, gente, nos Estados Unidos, o FBI desenvolveu isso em 1970.
11:40A gente trabalha com estatísticas americanas, com outros perfis que não são os brasileiros.
11:45A gente tem que agradecer, inclusive, ao governador Tarciso,
11:48que criou o primeiro banco de perfilamento criminal em São Paulo.
11:53Que tem o quê?
11:54Ele ficou um ano em experimento e a portaria saiu agora.
11:58que fica dentro da divisão de homicídios e proteção à pessoa.
12:01É o primeiro.
12:02Mas isso só não basta.
12:04Nós precisamos de algo nacional para que a gente possa entender,
12:07inclusive, a polícia ser mais assertiva.
12:10Que os nossos recursos sejam melhores, sabe, bem gastos.
12:13Inclusive, para que o legislador não possa fugir.
12:16Porque quando você tem dados, fatos, não há, não tem o que falar.
12:20Olha o que está acontecendo aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.
12:23Então fica, não, mas não sei, quem sabe.
12:25É um assunto polêmico, é difícil de tratar.
12:28E daí, e a gente?
12:29O pior de tudo, eu faço questão aqui de...
12:31Excelente, Carla, mas é o pior que, após consumir esse desgraçado bolinho de mandioca,
12:41o próprio Lucas da Silva Santos teve que agonizar dez dias antes de ter a morte encefálica dele confirmada.
12:46Então imagina a dificuldade, ou pelo menos a crueldade, né?
12:50Que realmente foi, que ele teve que segurar esse trampo, né?
12:55É muito nobre isso, mas você tem toda a razão.
12:57É uma morte muito agonizante.
12:59É isso, dez dias.
13:00Tanto que envenenamento no nosso Código Penal, ele vai ter ali uma qualificadora.
13:05Tanto que envenenamento no nosso Código Penal, ele vai ter ali uma qualificação do Código Penal, ele vai ter ali uma qualificação do Código Penal.

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