Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, acha que Donald Trump desistirá do "tarifaço" imposto ao Brasil, considerando que o ex-presidente americano já voltou atrás em outras situações. Haddad também criticou a postura dos EUA, dizendo que os americanos deveriam estar copiando o PIX, em vez de criar barreiras comerciais. Dora Kramer e Cristiano Vilela comentam o caso, reforçando que o melhor caminho para a solução é a negociação econômica, sem retaliações, para evitar maiores prejuízos à balança comercial brasileira.
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00:00Ainda sobre o talifácio americano, o ministro da Fazenda aqui do Brasil se manifestou nessa quinta-feira, demonstrou otimismo.
00:07Repórter Valéria Luizete chegando agora ao Jornal Jovem Pan, com a opinião de Fernando Haddad sobre a taxa de 50% e a possível reação do Brasil.
00:16Bem-vinda, boa noite.
00:20Exatamente, boa noite Tiago, a todos que nos acompanham.
00:23Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ele disse que nem considera a hipótese da implementação efetiva desse tarifácio, porque isso implicaria em consequências econômicas também para os Estados Unidos.
00:37Ele fez essa afirmação durante uma entrevista que ele cedeu ao Grupo Estado e junto disso trouxe alguns exemplos.
00:45Citou que pelo menos 45% das peças hoje de aeronave são produzidas nos Estados Unidos, acabam sendo montados pela Embraer aqui no Brasil e são novamente muitos jatos exportados de volta para os Estados Unidos,
01:00o que acabaria sendo sobretaxado aí com a sobretaxa de 50%.
01:05Também citou o caso do suco de laranja, que é muitas vezes envasado lá nos Estados Unidos, o que acabaria, segundo ele, encarecendo produtos básicos ali do cotidiano dos americanos, como o suco de laranja, o café, e que isso não acabaria compensando para eles.
01:24Haddad também foi questionado sobre a questão desse tempo, até 1º de agosto, para a implementação dessa tarifa de 50%.
01:32Ele disse que tem discutido com empresários a questão e que eles veem como um tempo razoável, mas ainda assim insuficiente e que uma das principais questões debatidas e preocupações desses empresários é o fato de perderem contratos durante esse período de indefinição.
01:51Ao encerrar esse assunto, o ministro ainda disse que a determinação do presidente Lula é montar uma força-tarefa urgente, como ele já tem anunciado, mapear todos os impactos e buscar uma saída negociada o mais rápido possível para evitar mais prejuízos ao Brasil.
02:09Tiago, enquanto isso a gente segue acompanhando como essas negociações e essas próprias afirmações do próprio ministro da Fazenda vão afetando a atual conjuntura.
02:19Eu volto com você.
02:21É isso.
02:22Bom, de qualquer forma, a gente continua acompanhando o Valéria Lizetti até daqui a pouco.
02:25Vou chamar a Dora Câmer para comentar aqui sobre isso.
02:29Claro, essa fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
02:32Ô Dora, ele demonstra otimismo em relação ao governo de Donald Trump e algum encarregado de negócios dos Estados Unidos conversou com um dos jornais hoje,
02:40falando que essa deve ser a tendência.
02:43Na hora H, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não colocaria em vigor essas tarifas.
02:48É puro achômetro, não temos informação sobre o que vai acontecer, mas de qualquer forma fica essa indefinição de uma questão que é econômica, mas tem contornos políticos.
03:00Pois é, exatamente isso que você disse.
03:03Usando a outra palavra, eu usaria achismo, mas dá na mesma.
03:08Gostei de achômetro também, que mede o grau de achismo, é total, total, 100%.
03:15Porque ninguém, ao menos que haja informações de governo que a gente não esteja sabendo e que indiquem, sustentem essa manifestação do ministro da Fazenda,
03:29é uma declaração, uma manifestação, por enquanto, de desejo, tá certo?
03:33De que não entre em vigor e também baseado em outros casos em que o Trump desistiu.
03:40Agora, há uma diferença, porque em outros casos houve algum tipo de conversação.
03:48Até agora, o governo americano não deu, não disse A, nem B, nem C a respeito da questão.
03:56Não deu resposta, segundo a carta brasileira enviada.
04:00E também a natureza da manifestação é completamente diferente.
04:05Com nenhum país, primeiro que a ninguém ele taxou nessa dimensão.
04:10E outra, e nenhum país ele ligou isso a uma questão política, da justiça, a questões internas.
04:18Então, tem contornos nesse caso completamente diferentes de outros casos.
04:25Então, por isso que eu acho que não dá pra gente se espelhar na experiência anterior.
04:31Vamos ter que aguardar, porque o fato de passa o dia, dia 1º de agosto, tá aí.
04:35E o governo americano não diz abacate sobre o assunto.
04:41Isso não é um bom sinal.
04:43É, a dúvida também, Vilela, é negociar o quê?
04:46Porque o presidente dos Estados Unidos coloca os contornos políticos em relação a um adversário
04:51do governo atual.
04:53E é claro que o governo não vai tomar qualquer posição em relação a isso.
04:57Como é que fica?
04:57Pois é, e na justificativa formal, pelo menos, há um pedido impossível.
05:02Um pedido que não tem como o Estado brasileiro negociar.
05:06Agora, como a avaliação é de que os interesses americanos, eles vão pra muito além, de fato,
05:13do que foi pontuado pelo presidente Trump, do aspecto político envolvendo o ex-presidente
05:18Bolsonaro e situações como essa.
05:21O aspecto, ele envolve posicionamento do Brasil em relação aos BRICS, uma série de questões
05:26envolvendo comércio internacional, envolvendo interesses de empresas americanas, enfim.
05:31O fato é que cabe ao Brasil procurar ou estimular, de alguma forma, o diálogo.
05:37Eu vejo com bons olhos, por exemplo, o papel que o vice-presidente Geraldo Alckmin tem mantido
05:42nesse contexto, no sentido de ser um ator que busque a negociação, que busque dialogar.
05:48Vejo que esse papel é um papel adequado a ser utilizado pelo governo.
05:53Agora, se, por outro lado, o chefe de Estado vem com arrobos, com críticas contundentes,
06:00ele entra no terreno da disputa política, da disputa do grito, que o presidente americano gosta.
06:06E nessas situações, pelo menos até o momento, eu não vi ninguém conseguir ganhar de Donald
06:11Trump no grito.
06:12Então, eu vejo que o Brasil acaba optando por um caminho que não é o melhor caminho.
06:16E, com isso, tende a ter grandes prejuízos nas negociações que poderão vir até o dia 1º de agosto.
06:22Enquanto isso, né, Dora, o vice-presidente Geraldo Alckmin vai surfando nesse momento,
06:26ele se aproxima do empresariado, vai conversando com os empresários para saber o que é possível fazer,
06:32esperando algo acontecer, algo que possa mudar esse jogo.
06:37Eu adoro quando a gente tem transmissão de pensamento, Tiago, porque eu estava pensando exatamente na mesma coisa.
06:46Como o Alckmin vem se destacando, como bem pontuou o Vilela,
06:53e você sabe qual é o risco que eu estava pensando?
06:56É do presidente subir nas tamancas do ego e acabar atrapalhando todo o trabalho do Alckmin.
07:04Eu acho que o Alckmin, inclusive, com esse encaminhamento que ele está dando,
07:10ele também reúne aí um outro lado, que é um bom de um cacife político, né?
07:15Porque imagem, comportamento, conduta, conta muito no campo da política.