Produção de lúpulo no Brasil: lúpulo brasileiro ganha espaço no mercado

Canal Terraviva

No Dia Dia Rural desta sexta-feira (11), o jornalista Otávio Céschi Junior entrevista no Conversa Franca, o vice-presidente da Cooperativa Brasileira de Lúpulos, Cezar Faiad e o diretor da Cooperativa Brasileira de Lúpulos, Eduardo Franco.  Confira!  Não esqueça de se inscrever neste canal e seguir o Terraviva nas redes sociais:  https://www.facebook.com/canalterraviva/ https://www.instagram.com/canalterrav... https://twitter.com/canalterraviva  Baixe o app do Terraviva e fique por dentro de tudo o que acontece no agro!  Google Play: http://bit.ly/2NSKGFk Apple: https://apple.co/2GekKji  #terraviva

Transcript

00:00Onde eu recebo o vice-presidente da Cooperativa Brasileira de Lúpulos, o César Fayad.

00:07Oi, César. Tudo bom?

00:08Tudo bem, e vocês?

00:09Tudo bem. O diretor da Cooperativa Brasileira de Lúpulos, o Eduardo Franco.

00:13Eduardo, tudo bem?

00:15Obrigado, prazer pelo convite. Estamos à disposição.

00:18Ok, nós é que agradecemos.

00:20Se você puder aumentar um pouquinho o áudio deles para mim aqui, Maicon, o retorno.

00:24Está um pouquinho baixinho o deles, o meu está bom.

00:26Bom, vamos falar sobre o Lúpulo.

00:28O Lúpulo é um negócio novo no Brasil, mas é um negócio muito antigo,

00:32porque ele está diretamente ligado à produção da cerveja, o Lúpulo.

00:38Então, o Lúpulo tem história, tem história, e no Brasil é que ele é novo.

00:45Quando chegou o Lúpulo no Brasil, para a gente começar a nossa conversa, César?

00:49O Lúpulo é bem antigo, é milenar, é utilizado mais sistemicamente pela Alemanha de 500 anos para cá, foi por decreto.

01:01Cerveja alemã tem que ter Lúpulo.

01:02Sim.

01:03Dá para fazer cerveja de tudo, mas...

01:05Mas Lúpulo no mundo inteiro, qualquer litro de cerveja tem Lúpulo.

01:09E muda o nível, a quantidade de Lúpulo, não é?

01:12Exatamente.

01:12Dependendo do tipo, do estilo de cerveja, você coloca mais Lúpulo, e aí você tem, como me dica, o IBU, o teor de amargor da cerveja.

01:21Tá.

01:21Mas no Brasil, já houve tentativa no passado, de entrada, na época do Império ainda.

01:27Nossa, é antigo.

01:28Os primeiros pés, as primeiras plantas foram trazidas para o Brasil e acabou não virando nada, porque não se entendia muito a dinâmica da planta.

01:39Deixa eu te interromper, porque aí a gente já tem algumas imagens aí.

01:42Por quê?

01:43Qual é a dinâmica da planta?

01:44Eu, por exemplo, estou vendo aqui um plantio de Lúpulo, coisa que eu nunca tinha visto.

01:48Ele dá em espaldeira, como se fosse um maracujá, como se fosse a uva.

01:53Essa produção é em São Roque.

01:55Isso é em São Roque?

01:56Essa produção é a nossa, São Roque.

01:58É a sua lá?

01:59É.

02:00A gente produz Cascade, Comet e o Triumph.

02:04São três tipos de Lúpulo.

02:06Então, ela é uma espaldeira.

02:08Agora, eu sou ignorante em matéria de Lúpulo.

02:11Eu vou aqui perguntar e vocês me contam.

02:13O que é que a gente usa do Lúpulo?

02:14É a folha?

02:15É o flor?

02:15São as hastes?

02:17O que a gente usa dele?

02:19É a flor.

02:20A flor?

02:20A flor.

02:21A gente colhe ela, depois a gente faz todo o processo de secagem, todo o beneficiamento,

02:27que é a pelagem, a secagem e depois vai para fazer todo o pellet.

02:35Aí fica esse pacacão aqui.

02:38Não, o pellet é essa embalagem acrílica.

02:40Nossa, até curto.

02:41E a outra, essa aqui é em fardo.

02:44Ah, tá.

02:45Aqui, esse é o pellet.

02:47É, ele é uma trepadeira, né?

02:49Aham.

02:49Essa trepadeira, ela tem uns seis metros de altura e o que fez...

02:54Vai no caramanchão ali.

02:55É, o que fez ela ser viável de um tempo para cá foi justamente o descoberto, o entendimento

03:01da dinâmica que eu estava falando.

03:03Era isso que dificultava antes.

03:05É, o que acontece?

03:07No passado, tentaram trazer, mas não entendiam a dinâmica.

03:10Qual que é a dinâmica da planta?

03:12Ela cresce no verão e... só que no verão europeu.

03:17E na virada do clima, ela começa a florescer.

03:22Então, o verão europeu tem cerca de 16 horas de sol, até mais, né?

03:26E aqui nós estamos de 12 a 13 horas no Brasil.

03:29Então, muda o ciclo, porque o verão europeu está acontecendo agora.

03:33Exato.

03:33O verão no hemisfério norte.

03:35Nós estamos no inverno.

03:36Então, muda o ciclo da planta.

03:37Então, e isso se tornou uma grande vantagem competitiva para a gente.

03:42Por quê?

03:43Nós hoje, através de iluminação artificial, a gente complementa as horas necessárias

03:49e conseguimos fazer de duas a três safras por ano.

03:52Truquinho aí, enganando a planta.

03:54Exatamente, exatamente.

03:56Mas a gente faz isso com vários cultivares, né?

03:58Por exemplo, no cacau, com a vassoura de bruxa, a gente também mudou o ciclo, né?

04:03O plantio da uva aqui no estado de São Paulo também foge e tem uns truquinhos.

04:08Deixa eu ver, você colocou aqui?

04:09O lúpulo é esse.

04:09Esse é o lúpulo?

04:10Peletizado.

04:11Esse é o lúpulo peletizado que vai para a cervejaria.

04:14Esse vai direto para a indústria.

04:15Aqui.

04:16O Tuiu, pega aqui, fecha aqui.

04:18Está vendo?

04:19São paletes pequenininhos.

04:21Estou pegando um aqui.

04:22Só não ponha na boca que ele é muito amargo.

04:24Já, imagina.

04:25Imagina.

04:26Se na cerveja, diluir.

04:27E ele é muito verde também.

04:30Mas a cor é boa, é a do Palmeiras.

04:33Não, e o bom dele é que ele é um antibiótico natural também.

04:37Então, eu ia te perguntar.

04:38Além do uso comum que a gente conhece, mais comum que é para dar o amargor na cerveja,

04:44o lúpulo tem outras propriedades também.

04:46Para que serve?

04:47O lúpulo é a alma da cerveja, a gente fala.

04:50Porque ele confere sabor, ele confere amargor e ele confere um aroma diferenciado.

05:00Isso tudo, ele começou a utilizar o lúpulo como conservante, pelo poder antibiótico dele.

05:07Conservante?

05:08Ele é o conservante da cerveja.

05:10Essa é a grande diferença.

05:11Se você não coloca lúpulo na cerveja, ela vai oxidar em pouco tempo.

05:16Rapidinho.

05:17Muito pouco tempo.

05:18Então, a ideia é dar longevidade para a cerveja.

05:21E se eu levar esse lúpulo para casa, eu posso utilizar ele para alguma coisa?

05:24Você produzir cerveja?

05:25Sim, eu faço chá de lúpulo.

05:27Ah, é?

05:27Olha, sim.

05:28Ah, é amargo?

05:29Ele é amargo, bem amargo.

05:31Mas é um chá, a gente não toma lúpulo boldo, né?

05:35É mais ou menos na mesma linha do boldo, né?

05:37Então, tá bom.

05:38Você toma duas garrafas de vinho e depois toma duas xícaras de chá de lúpulo.

05:41Exato.

05:41Em vez do boldo.

05:44Hoje, como é que está?

05:45Quanto representa hoje a produção de lúpulo no Brasil para aquilo que é necessário para

05:50as cervejarias?

05:51Porque a gente sabe que eu acho que a cerveja é a bebida que mais cresceu aí nas últimas

05:56décadas em consumo no Brasil, né?

05:58A cachaça já era tradicional.

06:00O vinho, ele vai...

06:01Eu sou um apreciador do vinho, da cerveja também, mas menos.

06:05Sou mais do vinho.

06:06Mas a cerveja cresceu de uma forma gigantesca nas últimas duas décadas.

06:11Principalmente a artesanal, né?

06:11A artesanal cresceu muito.

06:13A artesanal.

06:13No mercado nacional, ela está muito forte.

06:17E aí, quanto que a gente já produz de lúpulo?

06:19Porque antes a gente importava tudo.

06:21Mas o Brasil é tão bom em tudo que até gergelim nós estamos exportando já.

06:26Também não era coisa aqui.

06:27Eu tinha conversado com o pessoal da Embrapa, o pessoal da Embrapa está testando produzir

06:31e vai produzir pistache no Ceará.

06:34E o lúpulo também não é diferente.

06:37Quanto que a gente produz hoje do que precisa o mercado?

06:39Então, hoje a produção nacional, o último levantamento que a gente tem, é de 88 toneladas

06:46por ano.

06:47O Brasil consome 4 mil toneladas.

06:49Olha a expansibilidade que nós temos nesse mercado, né?

06:53Quer dizer, tem um mercado enorme a ser explorado.

06:57Isso representa menos de 2% do consumo nacional.

07:01E claro que vocês estão tentando expandir essa produção.

07:04Vocês estão incentivando isso.

07:06Perfeito.

07:06Mas aí eu te pergunto, o lúpulo é um bom negócio?

07:10Então, o lúpulo antes da pandemia, ele tinha uma realidade explosiva, valores fantásticos, né?

07:17Depois da pandemia houve um efeito, teve uma redução do preço.

07:23Mas ele é um negócio atrativo, extremamente atrativo do ponto de vista de mercadológico, né?

07:30O que a gente precisa é fazer a larga escala no Brasil para tornar cada vez mais viável.

07:36Mas você precisa de muito investimento para produzir lúpulo?

07:39É, o lúpulo é um...

07:41Relativamente.

07:43Quando eu comecei a palavra investimento, quando eu falei...

07:46De certa maneira, é um investimento caro.

07:50Por quê?

07:50Porque, além do preparo do solo, existe toda a estrutura que você tem que se colocar.

07:57Então, a manutenção também da planta exige muita mão de obra.

08:04Mas é uma cultura fascinante.

08:08A gente criou a cooperativa...

08:11A gente não.

08:11Eu fui convidado, na verdade, para participar da cooperativa brasileira de lúpulo, que está em ascensão.

08:18Você produz onde, Eduardo?

08:19Eu produzo aqui ao lado de São Paulo, em São Roque.

08:21E o César?

08:23Eu produzo em Santa Rosa de Viterba, a região de Ribeirão Preto.

08:27Ribeirão Preto.

08:28Exato.

08:28E como é que é o ciclo do lúpulo?

08:32Quando é que você planta?

08:34Ele é uma planta perene ou você tem que...

08:36Ele dura vários anos ou você tem que estar replantando?

08:39Como é que é o manejo do lúpulo?

08:42Eu vou te explicar o manejo, mas a vida dele é a pergunta de um milhão de dólares.

08:49A gente é...

08:50Exatamente.

08:51Nós ainda não sabemos...

08:52Corta o áudio.

08:53Corta o áudio.

08:54Não, eu vou te explicar o porquê.

08:56É uma planta perene.

08:58Você corta, colhe, beneficia.

09:00Mas, no mundo inteiro, ela dura uma vida de 12 a 13, 15 safras, mais ou menos.

09:08Uma safra por ano?

09:08Uma safra por ano.

09:10Nós estamos fazendo três safras por ano, duas safras e meia por ano, duas safras.

09:15Ninguém faz isso no mundo?

09:16Ninguém faz isso no mundo.

09:17Então, é um diferencial.

09:20Por isso que eu digo que nós não sabemos ainda a vida, mas cada uma.

09:25Como nós temos 400 cultivares diferentes, nós não sabemos ainda qual que vai ser mais longeva.

09:31400 cultivares diferentes?

09:33400 cultivares.

09:34No Brasil, temos de 60 a 70.

09:36Mas, no mundo, existem 400.

09:39Essas 60 a 70 são as que estão liberadas para comercialização.

09:44O nosso diretor de TV lá, o Deleu, pediu para eu pegar o lúpulo aqui de novo.

09:49É porque ele é palmeirense também, que nem ele.

09:51Então, ele se encantou com o lúpulo.

09:53Vou sujar a minha mão aqui, Odeleu.

09:54Olha aí.

09:55Aqui.

09:55Tu viu?

09:56Pega aqui, Tuilu.

09:59Olha aqui, ó.

10:00Esse é o pallet.

10:02Tá.

10:02E você falou que existem 400 espécies de lúpulo.

10:05Todos eles têm o mesmo teor de amargor.

10:09Todos eles se prestam.

10:11Ou eles são usados de forma diferente?

10:16Nós temos duas componentes muito fortes no lúpulo.

10:19Uma é o alfa ácido, o teor de alfa ácido, que é o que confere o amargor, o poder antibiótico.

10:25E os óleos essenciais.

10:27Os óleos essenciais são os aromas, os sabores, etc.

10:30Então, de A a Z, nós temos de tudo.

10:33Então, a maior parte do lúpulo é utilizado no mundo através da cerveja Pilsen, que é o SAAS.

10:48Ele tem baixo teor.

10:51Mais baixo que, por exemplo, o Comet, que se deu muito bem no Brasil, tem mais baixo teor de alfa ácido.

10:58Então, a gente mede muito quantos quilos de alfa ácido nós estamos conseguindo produzir.

11:03Mais importante, quantos quilos de lúpulo.

11:05Então, dependendo da cerveja que eu vou tomar hoje, eu estou tomando um tipo de lúpulo.

11:11Exatamente.

11:12Cada estilo de cerveja requer um tipo de lúpulo ou um mix de lúpulos.

11:17Mas você não produz a cerveja só com o lúpulo.

11:19Ele é um dos ingredientes.

11:21Você usa muito grãos, né?

11:23Cerveja, classicamente, ela é composta por, pelo menos, isso aí vem lá da lei Alemanha,

11:32de 500 anos atrás.

11:34Ela tem que ter água, malte e lúpulo.

11:38Basicamente, para ser chamada de cerveja, você precisa ter essas três componentes.

11:43E tem umas por aí que não tem nada disso, só tem água.

11:46Exatamente.

11:47E milho, né?

11:48E milho, né?

11:49E milho.

11:50Não é verdade?

11:51As boas, quer dizer, as de maior qualidade são aquelas com maior teor de amargor ou nível

11:58de álcool.

11:59Qualidade é uma questão muito discutível, né?

12:01E para mim é uma coisa, para você é outra.

12:04Eu gosto de IPA.

12:05Nós que somos lupuleiros, né?

12:07Eu gosto de IPA.

12:08Eu gosto mais forte de IPA.

12:09Amargo?

12:10Exatamente.

12:11A coisa que é amarga e azeda é comigo mesmo.

12:13É o meu paladar.

12:14Agora, o gosto popular do brasileiro, por exemplo, existem cervejas que entraram no país que

12:20a gente imaginou que não ia decolar uns 10, 15 anos atrás.

12:24E hoje, explode.

12:25Por quê?

12:26Teor de amargor, né?

12:27O faiado, isso é igual ao vinho.

12:30Exato.

12:30Eu sou um degustador e apreciador de vinho constantemente.

12:34É igual ao vinho.

12:35Tem vinho aí que depende do gosto.

12:37Depende do gosto.

12:38É isso aí.

12:38Mas, geralmente, a cerveja também seguiu um padrão.

12:41Existe um padrão mais comum, popular.

12:44E aí, quem quer vender em escala faz isso.

12:48As cervejarias artesanais, não é, Eduardo?

12:50Aí elas já vão mais para o diferencial.

12:52E, por exemplo, a IPA, apesar dela ser mais amarga, ela é muito mais forte.

12:57Ela tem um teor alcoólico mais alto.

12:59Então, você acaba tomando menos cerveja.

13:01Quer dizer, em quantidades menores do que uma pilsen.

13:06Mas o lúpulo ajuda no teor de álcool da cerveja também ou não?

13:10Não.

13:11Aí é a fermentação do malte.

13:14É a fermentação do malte.

13:14É outra coisa.

13:16Agora, em função de todo esse início, principalmente pós-pandemia, nós fundamos em Aguaí.

13:25Nós, somos 25 produtores, fundamos a primeira cooperativa brasileira de lúpulos.

13:32Porque no mundo inteiro, e a gente acredita nesse modelo, são associativos ou cooperativos.

13:39Quer dizer, tem que haver uma central de beneficiamento.

13:43Para quê?

13:44Para fazer o produtor rural produzir e a gente fazer o blend, o mix, de uma maneira mais homogênea,

13:52mais uniforme.

13:53É porque esse é o papel da cooperativa.

13:55Exatamente isso.

13:56Você agrupa pessoas com um determinado fim, um processo de produção e a cooperativa

14:03vai fazer toda a operação e a centralização e beneficiar todos ao mesmo tempo.

14:07Mandorinha só não faz verão, não é isso?

14:09Exatamente.

14:09É, porque a minha produção, o meu alfa, o Beto, pode ser diferente do dele.

14:16Então, eu consigo vender para uma cervejaria local, que aí a minha produção vai ser sempre regular.

14:23Agora, para se vender para uma grande cervejaria, precisa ter...

14:28Você precisa ter escala, precisa ter escala.

14:30Escala e tem que fazer um blend.

14:32Para todos os óleos serem regulares.

14:35Para você ter um padrão.

14:37Exatamente.

14:38Ele tem um padrão.

14:38Essa é a palavra.

14:39Quando você vai para a escala, você tem que ter padrão.

14:41Está aí o lúpulo.

14:43Então, é um bom negócio produzir lúpulo?

14:45Olha, é um bom negócio.

14:47Se eu quiser entrar para produzir lúpulo, não tem nem a terra ainda, mas posso arrendar

14:51uma aí, quem sabe?

14:52Sem dúvida.

14:53Será muito bem-vindo.

14:55O meu negócio é aqui dentro do estúdio.

14:56É conversar.

14:57Escuta, mas como é que é o processo?

15:00O processo, basicamente, está sendo até mostrado aqui, se colhe.

15:04As flores?

15:05Em que época se colhe?

15:07Isso aí é que está.

15:09A grande vantagem do Brasil é essa.

15:10Não tem a época definida.

15:12Depende de cada produtor.

15:14A época do plantio de cada um.

15:16Eu estou na região de Ribeirão Preto.

15:18Ela é extremamente seca e quente.

15:22Então, a gente consegue fazer três safras por ano, sem...

15:27Ininterrupta.

15:28Já acaba uma e começa a outra.

15:30A condição do Eduardo já é diferente.

15:32É.

15:32Como ela é um pouco menor, ela é mais homogênea.

15:35Então, agora a gente colhe tudo de uma vez só para a gente fazer todo o processo de beneficiamento.

15:41Tá.

15:41Bom.

15:42Então, é isso.

15:43Vamos plantar lúpulo.

15:44Pode falar.

15:45Uma coisa, Tavinho, que a gente gostaria de deixar assim claro é o seguinte.

15:49Nós temos tido uma grande abertura do mercado cervejeiro para experimentações.

15:56Tem utilizado muito o nosso lúpulo com diversos estilos de cerveja.

16:01Agora, o lúpulo só vai sair desses 2% e explodir, tentar ganhar escala, o dia que realmente as

16:10grandes cervejarias adotarem o lúpulo nacional e, mais do que isso, adotarem uma linha de

16:17produção com o lúpulo nacional.

16:19Elas importam o lúpulo.

16:21As grandes normalmente importam.

16:24Então, nós não conseguimos...

16:24Vocês estão fornecendo mais para as artesanais, é isso.

16:27Exatamente.

16:27Porque nós não conseguimos atender hoje, da noite para o dia, mas o poder de resposta

16:33agrícola do Brasil é um negócio fantástico.

16:35E incentivo também do governo, né?

16:37Também.

16:37Eu acho que isso é fundamental para o produtor rural, pequeno principalmente.

16:42Eu vou perguntar, porque para a gente fechar aqui, as grandes cervejarias importam o lúpulo.

16:47Nosso lúpulo tem a mesma qualidade que o lúpulo importar?

16:50Às vezes superior.

16:51Às vezes superior.

16:52Às vezes, porque é mais fresco, né?

16:54A gente gole do campo e já vai para a indústria.

16:58Isso é extremamente importante, porque o frescor do lúpulo é uma das coisas...

17:02Como ele é altamente oxidável ao longo do tempo, ele tem que ser armazenado em câmera fria.

17:07O que acontece?

17:08Se você produz três anos atrás, que é o que acontece aqui, chega a lúpulos de

17:15dois, três anos de idade.

17:16Nós temos condição de colocar lúpulo de 15 dias, um mês, né?

17:21Entendeu?

17:22Então, é muito mais fresco.

17:23Legal.

17:24Bom, é como o azeite de oliva, o extra-vídeo.

17:27Exatamente.

17:27Ele vai envelhecendo e vai ficando ruim, rançoso, e aí ele vai perdendo as propriedades,

17:31o lúpulo.

17:32Exatamente.

17:32Fala.

17:33Lembrar só uma coisa, que o malte teve uma história muito parecida e há 50 anos

17:40o malte não era nada no Brasil.

17:41Não se produzia nada.

17:43Hoje, nós temos grandes empresas aí produzindo, beneficiando, fazendo malte de cevada e explodindo

17:51num modelo cooperativo, inclusive.

17:53Legal.

17:54César e Eduardo, muito obrigado pela participação.

17:56Para quem quiser...

17:57Só uma coisa, Tavinho.

17:58Diga.

17:59Nós vamos ter a Copa, inclusive, esse final de semana, agora no sábado, Copa de Lúpulo.

18:03Copa da terceira edição.

18:05Onde vai ser?

18:05Vai ser em Campinas.

18:06Campinas?

18:07Que lugar?

18:07Isso.

18:09Não sei te falar o mais do hotel.

18:11A gente acha.

18:11Vai ser fechado em um local, num hotel.

18:16E a terceira edição, o importante é isso, porque já há uma disputa de qualidade do

18:23Lúpulo Nacional.

18:23É, todos os produtores vão estar reunidos amanhã, lá em Campinas.

18:27Legal, então.

18:28Nesse fim de semana, amanhã.

18:29Amanhã.

18:30Então, tá bom.

18:30Para quem quiser saber mais sobre o nosso assunto aqui, que eu acho que já interessou

18:33a muita gente, qual é o endereço de internet de vocês?

18:37www.cbl.com.br.

18:41CBL Lúpulo.

18:42Muito obrigado, César.

18:43Muito obrigado, Eduardo.

18:44Eu que agradeço.

18:46Obrigado a você, Tavinho.

18:47Você estava preocupado, porque eu falei que íamos ter 10 minutos aqui de conversa,

18:50já passamos os 10 e já estão me puxando a orelha aqui, que eu tenho que terminar, porque

18:55senão o voo não pousa.

18:57Eu tenho horário da saída, da decolagem e do pouso.

19:01Obrigado para vocês.

19:02Muito obrigado a vocês pela abertura.

19:03Obrigado.

19:04Obrigado.

19:05Obrigado.

19:06Obrigado.

19:07Obrigado.

19:08Obrigado.

19:09Obrigado.

19:10Obrigado.

19:11Obrigado.

19:12Obrigado.

19:13Obrigado.

19:14Obrigado.

19:15Obrigado.

19:16Obrigado.

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