- 10/07/2025
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros tem gerado forte repercussão no cenário político e econômico. A bancada do Morning Show analisa os impactos imediatos e de longo prazo para o bolso dos brasileiros.
Apresentador: David de Tarso
Comentaristas: Fabrizio Neitzke, Hugo Rocha, Jess Peixoto, Sergio Zagarino e Vladimir Feijó
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, e já vamos começar, então, falando sobre um assunto que chegou a patamares sem precedentes, né?
00:05O mal estar entre Lula e também o Trump, que saiu do campo ideológico, passou pela política
00:11e chegou como uma verdadeira declaração de guerra na economia.
00:16O presidente Trump anunciou, então, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros,
00:21o maior valor do imposto a algum país.
00:24Logo na sequência, Lula reagiu e disse que responderá pela lei de reciprocidade,
00:29mas onde essa queda de braço vai nos levar?
00:33Essa que é a pergunta, por isso já começo com o Fabrício Naitz,
00:36que fazendo todas as avaliações, os últimos contornos também em torno dessa crise.
00:40Fabrício.
00:41Bom dia, David, pessoal que acompanha o Morning.
00:43Olha, a gente tem que lembrar que os Estados Unidos chegaram a subir as tarifas contra a China em mais de 100% também, né?
00:49Isso depois foi reduzido a toda uma negociação acontecendo.
00:53Agora, tem duas formas da gente olhar os impactos que isso vai trazer,
00:59tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil.
01:01O primeiro é o impacto econômico.
01:03Isso é ruim para os dois lados, certamente.
01:05O Brasil, porque vai exportar menos para os Estados Unidos.
01:09Não há a menor dúvida de que isso vai acontecer,
01:12porque essas tarifas de 50% são impeditivas para o nosso agronegócio, por exemplo,
01:17para continuar exportando no volume que a gente exportava para os Estados Unidos.
01:22Mas também é ruim para os Estados Unidos, que vão ver, inevitavelmente,
01:26um processo de inflação no seu mercado interno.
01:29Vamos voltar uns meses aqui no tempo, aproximadamente ali em março,
01:33a crise que se gerou nos Estados Unidos por conta da alta do preço do ovo.
01:38O que os Estados Unidos precisaram fazer?
01:41Comprar ovo de outros países, da Turquia, mas principalmente do Brasil.
01:45Bilhões de toneladas de ovos foram vendidas para os Estados Unidos.
01:50Isso porque o Trump viu a água batendo na garganta por conta da pressão que vinha sendo gerada pelo público
01:58pelo aumento do preço do ovo no supermercado.
02:00Isso vai acontecer lá novamente.
02:02Não apenas com as tarifas impostas ao Brasil, mas com outros setores também.
02:07Essa semana teve um anúncio envolvendo o cobre.
02:10A gente já viu, por exemplo, a taxação do aço e do alumínio,
02:14que mexe diretamente com o setor da construção.
02:17Isso tudo provoca um processo de inflação no país,
02:21que segundo o Trump, antes de provocar o processo de inflação,
02:24vai provocar uma reativação da economia americana.
02:27Só que isso, vamos ser muito francos aqui, é mentira.
02:30Para você ter, por exemplo, uma indústria do aço funcionando novamente nos Estados Unidos,
02:34capaz de atender o mercado interno, você precisa de, no mínimo, no mínimo, um ano e meio.
02:40E o Trump não tem um ano e meio para conseguir reativar essa indústria,
02:44porque antes disso tem eleição legislativa nos Estados Unidos
02:47e ele não pode ver a inflação aumentar até lá,
02:50porque senão ele certamente vai perder a maioria no Congresso que ele tem hoje,
02:55tanto na Câmara quanto no Senado.
02:57Ou seja, o impacto econômico vai ser muito grande para os dois.
03:01Posso até estar enganado, mas, David, os especialistas diziam que aqui no Brasil
03:06um dos motivos da alta dos alimentos
03:08era o fato de que era muito mais vantajoso você exportar,
03:11mandar alimento lá para os Estados Unidos,
03:13do que vender aqui no mercado interno.
03:15E os produtores não vão querer parar de produzir,
03:17vão querer manter o nível de produção.
03:19Possivelmente a gente vai ver uma redução do preço no mercado interno,
03:22posso estar enganado, vamos conversar com especialistas para entender isso.
03:26Agora, o cálculo político,
03:27eu acho que o Trump vai ver também um problema muito grande para ele,
03:32não envolvendo diretamente o Brasil,
03:34não que seja uma relação direta entre o Brasil e os Estados Unidos,
03:38mas essa postura americana envolvendo a taxação de vários países.
03:43Não é só o Brasil que está sendo afetado.
03:45Todos os países vão receber tarifas essa semana
03:47e aí a gente vai ver um afastamento da Casa Branca do resto do mundo.
03:53Pois é, pode sim ter uma desaceleração em relação ao preço dos alimentos,
03:56mas por outro lado também tem a questão do PIB, como é que fica tudo isso.
03:59Vamos falar agora com o professor de Relações Internacionais
04:03e doutor em Direito Internacional, o Vladimir Feijó,
04:06que vai nos ajudar aqui a entender todos os contextos sobre essa taxação.
04:11Muito bom dia, obrigado pela presença aqui no Morning Show.
04:13Já gostaria de começar te perguntando então
04:15sobre essas questões trazidas pelo Fabrício Neist,
04:17depois a gente vai percutindo também junto à bancada aqui.
04:20Então, no primeiro momento, todas essas falas ditas para o Trump,
04:26também a resposta do Lula, a gente vai estar repercutindo,
04:28mas eu gostaria da sua análise primeiramente.
04:30Muito bom dia.
04:32Bom dia, David.
04:32É uma satisfação estar com vocês no Morning Show.
04:35Pois é, é o segundo país que o Donald Trump justifica taxas,
04:39ou sobretaxas, para além das questões do balanço comercial.
04:44Isso apareceu ali como uma hipótese.
04:46A Colômbia também teve sobretaxa,
04:49mas com a argumentação de questões lá do crime organizado.
04:53E no caso do Brasil, três foram os temas incluídos,
04:57além da sobretaxa.
04:59A questão dos processos do Jair Bolsonaro,
05:02as questões da regulamentação das big techs
05:05e as ações judiciais que envolvem,
05:08sem contar o que o Donald Trump chama de relação desequilibrada
05:11entre o Brasil e os Estados Unidos,
05:13sem dar muitos detalhamentos sobre isso,
05:16mas que lança a suspeita que tem a ver com uma parceria
05:20que foi mais próxima no passado,
05:23mas pela ânsia brasileira,
05:25desde a constituinte de diversificação da sua pauta
05:28e de parceiros defendendo o multilateralismo,
05:31no atual momento da gestão americana,
05:33que insiste em serviço como potência que lidera
05:37todo o Atlântico, todo esse eixo,
05:39isso vai ao contrário da pretensão do Brasil.
05:42Sobre a argumentação específica que o Fabrício trouxe
05:47sobre dificuldades dos exportadores brasileiros,
05:50eu tenho que reafirmar isso.
05:52São raros os produtores brasileiros
05:54que vendem exclusivamente para o mercado externo.
05:58A própria flutuação histórica do câmbio e da inflação
06:02dentro do Brasil fez com que muitos dos produtores
06:05lidassem com essas possibilidades,
06:08ou vender no mercado interno ou para o mercado externo
06:10aquele que tivesse maiores oportunidades.
06:14Especificamente o agro, sim,
06:16tem espaço para expansão,
06:18porque tem demanda reprimida dentro do Brasil
06:20por causa da inflação e o consumo havia diminuído,
06:24mas outros setores que o Brasil vende muito para os Estados Unidos
06:28existem mercados alternativos.
06:31Dentre os dez principais produtos, quase todos eles,
06:34existe ânsia internacional por consumo
06:37e que se não vendermos para os Estados Unidos
06:40pode ser que seja possível encontrar alternativas.
06:43Não sei se no mesmo valor,
06:45não sei se pelo mesmo custo do frete,
06:48acompanhar todo esse reajuste.
06:50Eu imagino numa leitura geral, David,
06:53que essa notícia do Donald Trump,
06:56logo depois dos BRICS terem anunciado
06:59acordos de investimento da ferrovia bioceânica,
07:03isso deve acelerar esse processo
07:05para exatamente dar mais oportunidades
07:07para o agro vender para a Ásia,
07:10mas também no final da semana passada
07:12o governo brasileiro leiloou exploração de petróleo
07:17no Mato Grosso e em Roraima
07:18que vai se beneficiar dessa rota.
07:21Falando disso, o principal produto exportado
07:24para os Estados Unidos, que é o petróleo,
07:26e aí a economia do estado do Rio de Janeiro e da Bahia,
07:29tem mercado consumidor alternativo ansioso
07:32por esse consumo, que é o caso da União Europeia,
07:35mas também a Índia, que se tornou um grande refinador
07:38de petróleo russo e quer continuar ampliando esse refino
07:42e vendendo com valor agregado ao redor do mundo.
07:45Por outro lado, o açúcar pode ser transformado em etanol
07:48para venda interna ou então para o mercado caribenho
07:52através do etanol, é o nosso terceiro principal produto,
07:56e os minerais e a celulose tem bastante demanda também asiática.
08:01Claro que a gente está atento a todas as reações
08:03e eu estou atento aqui à reação da bancada,
08:05porque quando você estava falando, Vladimir,
08:07a Jess torceu o nariz, eu quero saber por quê.
08:10Não, eu queria uma análise, professor, na realidade
08:12que vai no sentido dos assuntos da carta,
08:16porque ao que tudo está indicando, os analistas estão apontando,
08:19foi uma medida muito menos econômica
08:21do que necessariamente para olhar uma medida mais política.
08:26Assim, dado o trecho na carta, o presidente Trump escreve
08:28aos ataques indiosos do Brasil,
08:30às eleições livres e aos direitos fundamentais
08:33de liberdade de expressão dos americanos.
08:35Ele faz críticas duras ao Supremo Tribunal Federal
08:38e também uma defesa contundente do ex-presidente Bolsonaro.
08:42Esse fator diferencia de todas as outras tarifas que ele impôs,
08:46de todas as outras abordagens.
08:48Aliados históricos dele, como Benjamin e Netanyahu,
08:51não chegaram a ser defendidos por meio de medidas econômicas tarifárias
08:56que são essas... foram quase sanções mais do que tarifas
09:00em relação a uma situação ideológica e política
09:03num momento em que existe um grupo,
09:06na figura do Eduardo Bolsonaro e também de outras pessoas,
09:09que estavam levando essa visão do Brasil
09:12e cobrando uma ação dos Estados Unidos.
09:14E mesmo quando a gente avalia a questão das tarifas,
09:17você até mencionou a Colômbia, a tarifa inicial da Colômbia
09:20no momento ali de deportação foi 25%,
09:23porque eles se negavam a receber o avião com os deportados,
09:27porque eles haviam sido algemados.
09:29E a partir do momento dessa recusa, 25%.
09:31Depois o presidente falou 50%.
09:33Mas no Brasil não, a nossa tarifa base começou em 50%,
09:38diferenciando até da China, que vive um momento de guerra comercial,
09:41por assim dizer, nos Estados Unidos,
09:43mas tarifa base 34%.
09:45Então eu queria entender do senhor, como que o senhor avalia
09:47essa questão política?
09:50A defesa do ex-presidente Bolsonaro,
09:52a crítica ao Supremo Tribunal Federal
09:54e esse recorte ideológico de uma direita global.
09:57Qual é o impacto disso e como isso ressoa
10:00nas relações internacionais?
10:02Isso é muito importante porque o Prêmio Nobel da Economia,
10:06o David Krumman, comentou exatamente isso,
10:09que a carta do Trump seria motivo de impeachment dele,
10:13porque ele, através dessa justificativa,
10:16estaria tentando proteger um protótipo de ditador,
10:20no caso, fazendo inferência ao Jair Bolsonaro.
10:23Sobre os aspectos de ingerência sobre o poder judiciário,
10:28o Trump mandar uma carta ao presidente do Brasil
10:30com a expectativa de que o executivo do Brasil
10:34faça interferência sobre o judiciário
10:36é interferir no modelo de democracia,
10:39tanto dos Estados Unidos quanto no Brasil,
10:41a separação de poderes e não existe essa possibilidade
10:45de interferência.
10:46No caso do Brasil, ainda maior,
10:48já que o Procurador-Geral da República
10:51tem um mandato, por mais que nomeado pelo presidente,
10:55confirmado pelo Senado, ele fica até ali
10:57e não poderia, por exemplo, impor pressões ao procurador
11:01para retirar o processo.
11:03E em alguns desses que estão em andamento
11:06contra o Jair Bolsonaro e outras tantas pessoas,
11:09sequer a retirada de queixa é possível
11:12diante a gravidade do tipo de acusação.
11:15Os outros argumentos ideológicos
11:18também têm sido rebatidos pela mídia internacional,
11:21tanto britânica quanto dentro dos Estados Unidos,
11:25chamando a atenção que as questões das big techs
11:29e a visão deles de que é um mundo sem lei,
11:32e inclusive tentando migrar do modelo econômico capitalista
11:36de propriedade privada para um modelo de neo-feudalismo
11:40em que as pessoas não são proprietárias de nada
11:42e simplesmente eternamente viciados
11:45a ter que contratar serviços
11:47para ter acesso a próprio patrimônio,
11:50aquilo que tem de livros, músicas, informações,
11:54arquivos e tudo mais,
11:55têm sido alvo de crítica e dúvida quanto um todo.
11:59Sobre as questões de eleições livres,
12:02a visão americana é diferente do Brasil.
12:04Lá existe, por exemplo, a possibilidade de candidatura avulsa,
12:07algo que não acontece no Brasil.
12:10Aqui existe impedimentos de candidatura cruzada,
12:13impedimentos por condenação de corrupção
12:17ou outros crimes cuja pena seja em regime fechado
12:21e nos Estados Unidos não existe.
12:23Então talvez o Donald Trump tenha essa percepção diferente
12:25porque vem de uma base realmente jurídica diferente da nossa.
12:30Pois é, vocês citaram sobre a questão do Nobel de Economia
12:34que recebeu essa gratificação e fez duras críticas
12:38dizendo que até mesmo num texto intitulado
12:40Programa de Proteção a Ditadores de Trump,
12:43Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia,
12:47diz que as taxas têm, abre aspas, fins políticos
12:50e que Trump as usa, as usam, né, para ajudar um aspirante a ditador.
12:55O crítico ainda fala que a medida é maligna e, abre aspas,
13:00megalomaníaca.
13:01Aí ele explica essa expressão dizendo
13:03Por que eu digo que é megalomaníaco?
13:06O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes.
13:09Veja, pra onde vão as suas exportações?
13:12As exportações para os Estados Unidos
13:13representam aí menos de 2% do PIB brasileiro.
13:16Trump realmente imagina que pode usar tarifas
13:19para intimidar uma nação enorme
13:21que nem sequer depende muito do mercado americano?
13:25Abandonar a democracia?
13:27Pergunta ele.
13:28Será que, de fato, a gente vai ter impactos significativos?
13:32Ou a análise do economista realmente faz todo sentido na sua avaliação?
13:38Eu vejo que o impacto imediato deve ser elevado
13:43porque toda a cadeia já contratada de produtos pode ser devolvido
13:49e você não encontra mercado da noite para o dia.
13:52Mas, no médio e longo prazo, eu vejo, sim, a possibilidade
13:56disso só acelerar a migração da economia brasileira
14:00cada vez menos vendendo para os Estados Unidos
14:03e buscando mercados alternativos.
14:05Até porque, em certos setores, o Brasil é competidor com os Estados Unidos
14:11e já busca amarrar essas vantagens que o Brasil teria
14:16em outros setores para obter vantagens
14:19para vender para esses mercados
14:20em detrimento daqueles que os Estados Unidos vendem.
14:25E, como um todo, essa questão da alíquota de 50%
14:29realmente é extremamente benéfica para ambos os lados
14:33e talvez tenha sido mesmo só um estratagema
14:35para voltar à mesa de negociação
14:38e pegou os negociadores brasileiros
14:40que ontem já tinham dito, né?
14:42Estavam negociando em torno da alíquota de 10%.
14:45Agora, falar de 50% ou 60% é outro tipo de conversa.
14:50Claro que a gente vai estar indo à Brasília daqui a pouquinho
14:52para repercutir tudo isso, os impactos,
14:54tanto no agro como também na indústria,
14:55mas vou passar a palavra para o Hugo Rocha
14:57também fazer uma pergunta.
14:59Na verdade, não é pergunta, é só uma consideração
15:01relacionada ao que o professor falou
15:03sobre o Trump não ter a noção, talvez,
15:06de como se lida a justiça brasileira
15:09diferente do que é a americana, não é?
15:12Ele usa um fundamento totalmente político
15:15para justificar uma taxação
15:16e se a gente lembrar o histórico
15:19de como o Trump trata as pessoas,
15:22se a gente lembra de como ele tratou
15:25do Justin Trudeau,
15:27que foi primeiro-ministro do Canadá,
15:29a maneira como ele já tratou ele em outras ocasiões,
15:31chamando de fraco, ou, por exemplo,
15:33com a Angela Merkel, quando era a primeira-ministra
15:36da Alemanha, não cumprimentando ela em público,
15:39ou, muitas vezes, o ainda presidente da França,
15:43o Emmanuel Macron, ele também destrata-o
15:46em inúmeras ocasiões.
15:47Então, é da postura do presidente Trump
15:51agir dessa forma, né?
15:52Ele é um pouco, digamos, com perdão da palavra,
15:56tresloucado, e aí ele acha que,
15:59não respeitando a liturgia do cargo,
16:01fazendo esse tipo de ingerência, não é?
16:04Achando que pode dizer o que um país
16:07tem de fazer com o seu judiciário,
16:09lembrando a ele que o judiciário brasileiro
16:12tem total independência,
16:13o governo não tem controle
16:15sobre o judiciário brasileiro.
16:16Eu acho que era só isso que eu queria colocar, David.
16:18O Sérgio Zaganino também, acho que,
16:21já está ali meio que se contorcendo,
16:23não gostou muito das falas
16:24contra o presidente americano Donald Trump?
16:26Eu queria entender, David,
16:28bom dia, bom dia a todos,
16:29bom dia a quem está em casa nos assistindo.
16:32Eu queria entender em que mundo que vocês vivem,
16:33que o poder executivo no Brasil
16:35não tem interferência no judiciário.
16:37Parece que vocês não estão comprando notícias
16:39ao longo dos últimos anos no Brasil.
16:41Uma coisa é a separação dos poderes,
16:43e o que deveria ser, outra coisa,
16:44é o que de fato acontece.
16:45Nós temos, sim, muita, infelizmente,
16:47ingerência dentro do poder judiciário,
16:49mas isso também não significa
16:50que as medidas que foram adotadas
16:52por Donald Trump,
16:53elas possam colocar em risco
16:54a nossa soberania.
16:55Não foi absolutamente nada disso.
16:57Donald Trump é um presidente eleito
16:58dos Estados Unidos,
16:59com um discurso de campanha
17:00que Carquero Carnão era protecionista
17:03contra o livre mercado,
17:05mas foi o que fez com que ele fosse eleito.
17:07E a partir do momento que ele foi eleito
17:09nesse sentido,
17:10ele tem que tomar medidas
17:11que são importantes para a economia
17:13dos Estados Unidos.
17:13Medidas essas que,
17:15a partir do momento que ele enxerga
17:17que aliados no mundo
17:20estão sofrendo sanções,
17:22perseguições,
17:23ele tem que se posicionar.
17:24A gente está aqui falando,
17:26deveríamos estar falando
17:26mais sobre geopolítica
17:28do que sobre, de fato, economia.
17:30Porque a economia de cada país,
17:31cada um cuida da sua,
17:32e aqui a gente cuida muito mal.
17:34Por quê?
17:34O nosso Itamaraty, infelizmente,
17:36vem se posicionando
17:37de uma forma que tem nos colocado
17:39como o Brasil,
17:40muito mais próximos de ditaduras,
17:42aí sim, como o Irã,
17:44como a Venezuela,
17:45como a própria Rússia, enfim,
17:46do que, de fato,
17:48com os países ocidentais
17:50que defendem a democracia,
17:52o Estado Democrático e Direito.
17:54Você pega, por exemplo,
17:55o conflito entre Israel e Ira,
17:58o Brasil se posiciona contra Israel.
18:00Você pega o ataque da Ucrânia,
18:02da Rússia contra a Ucrânia,
18:03a mesma coisa.
18:04O presidente Lula,
18:06ele é mais uma pessoa
18:09que se posiciona
18:10quando o Brasil não deveria o fazer.
18:12O Brasil sempre teve um histórico
18:13de ficar em cima do muro.
18:14E, em termos de economia,
18:16isso é o mais correto a se fazer,
18:18porque o Brasil,
18:18ele negocia muito com a China,
18:21da mesma forma que ele negocia
18:22muito com os Estados Unidos.
18:23Então, não faz sentido
18:24a gente querer se posicionar
18:26nessa guerra ideológica,
18:27geopolítica,
18:28de duas grandes potências
18:30que envolvem blocos do mundo.
18:33Um bloco oriental,
18:34um bloco ocidental,
18:36que vem de um histórico de guerras.
18:38O Brasil,
18:39quando começa a tomar
18:41esse tipo de medida,
18:42ele se posicionou de um lado.
18:43E aí, você quer que o lado
18:45que está sendo prejudicado,
18:46fique quieto.
18:47O Brasil se posiciona
18:48recebendo navios do Irã.
18:50O Brasil se posiciona
18:51ao lado de ditaduras.
18:53O Brasil se posiciona
18:54a favor do BRICS
18:55com a desdolarização.
18:56E aí, você quer que
18:57a maior potência econômica do mundo,
18:59o maior poderio bélico,
19:00fique quieto.
19:02Ele só se aproveitou
19:03desse cenário geopolítico
19:04e, na carta,
19:05ele não falou para ter,
19:06ele não quis ter interferência,
19:08faça ou não faça.
19:09Ele disse,
19:09estou tomando medidas
19:11em razão dos absurdos
19:12que estão sendo cometidos
19:14pelo atual governo,
19:16pelo atual presidente.
19:17E aí, ele cita os absurdos,
19:18que é o ataque
19:19à liberdade de expressão,
19:21a censura,
19:23censura prévia,
19:23a gente está falando.
19:24Mas será que também
19:25ele precisaria fazer
19:26de uma maneira econômica?
19:28Compete a quem?
19:29Mas aí, David,
19:29compete a quem?
19:30Compete a nós achar
19:31o que o presidente eleito
19:32dos Estados Unidos deve fazer?
19:33A gente tem que, no máximo,
19:34ponderar os posicionamentos.
19:35Como não compete a ele
19:36opinar sobre o nosso
19:38sistema judiciário?
19:39Nesse ponto,
19:39seu argumento não é sim, Tony.
19:41Não é opinativa.
19:41A questão é,
19:42ele deu uma sanção política,
19:44sim, aqui no Brasil,
19:46com base em todos
19:47esses argumentos geopolíticos.
19:49Ele não falou para desfazer.
19:49Se fosse sanção mesmo,
19:51me corrija, professor,
19:52se eu estivesse errada,
19:53mas se ele fosse trabalhar
19:54como sanção mesmo,
19:55ele precisaria passar
19:56pelo Congresso.
19:57Ele trouxe como tarifa
19:59uma medida de sanção,
20:00o que dentro da própria legislação
20:02e do sistema dos Estados Unidos
20:03pode ser problemático.
20:04Eu entendo a sua revolta
20:06com o sistema brasileiro,
20:08com o que está acontecendo
20:09no Brasil.
20:10Eu compartilho dela.
20:11Eu não sou uma entusiasta
20:12do governo Lula.
20:13Eu sou uma crítica
20:14do governo Lula.
20:15Mas, ao mesmo tempo,
20:16com certeza,
20:17a razão de Donald Trump
20:18fazer isso
20:19não é democracia,
20:20porque ele mantém
20:20uma relação de proximidade
20:22com a Arábia Saudita,
20:23com o Qatar.
20:23Ele não é um defensor
20:24da democracia pelo mundo
20:25e não cabe a um presidente
20:27de outro país
20:28fazer realmente
20:29o tipo de ingerência
20:30no sistema de governo.
20:31Eu entendo que ele
20:33se revolte com a situação
20:34do aliado dele,
20:35do presidente Bolsonaro.
20:37Eu entendo que o Brasil
20:38tem, na minha visão hoje,
20:40alguns problemas estruturais
20:42graves em relação
20:42ao nosso sistema de justiça,
20:44em relação ao nosso
20:44Congresso Nacional,
20:45em relação à autonomia
20:46dos poderes.
20:47Mas, ao mesmo tempo,
20:48eu entendo que o meu povo,
20:49ele vai passar por uma tarifa
20:51de 50% com reciprocidade,
20:53que vai aumentar também
20:54o custo de vida
20:55do meu país,
20:56que vai ferir os produtores
20:57do agronegócio brasileiro,
20:59e que isso é muito mais importante
21:01do que qualquer coisa
21:03que o presidente Trump,
21:04nesse ponto,
21:05queira fazer.
21:05Até porque,
21:06no final do dia,
21:07a minha bandeira é a do Brasil,
21:08não é a dos Estados Unidos.
21:09Mas aí, Jess,
21:09calma, calma,
21:10só vamos repercutir aqui
21:11com o Vladimir,
21:13que eu preciso me despedir dele.
21:14Daqui a pouquinho
21:14a gente vai para Brasília também.
21:15Considerações finais
21:16e aí a gente já segue aqui.
21:17Vladimir.
21:19Eu tenho também
21:20as minhas reticências
21:21de como
21:22a Praça de Três Poderes
21:24cria ali
21:25um arranjo muito inadequado
21:27e que precisa ser revisitado
21:28no Brasil.
21:29Mas só para acrescentar
21:31nas discussões
21:32sobre liberdade de expressão,
21:34eu tenho que dizer
21:34que o Brasil,
21:35os Estados Unidos,
21:36não é exemplo nenhum
21:37nesse aspecto.
21:39Ele passou a adotar
21:40a presunção
21:40de culpabilidade.
21:42Qualquer pessoa
21:43que pretenda viajar
21:44para os Estados Unidos
21:45precisa ter mídia social.
21:47Quem não tem mídia social
21:48não tem acesso a visto.
21:50Quem tem mídia social
21:51e a mídia social
21:52é bloqueada,
21:52o visto vai ser cancelado.
21:54Quem postar
21:55na mídia social
21:55alguma coisa
21:56que desagrada
21:57o poder executivo
21:59dos Estados Unidos
21:59sem denúncia de alguém,
22:01mas por simples
22:02vigilância contínua,
22:04também está tendo
22:05o visto cancelado
22:06e expulso
22:07dos Estados Unidos.
22:08O modelo
22:08de democracia
22:10e liberdade
22:10de expressão
22:11dos Estados Unidos
22:11não deve ser exemplo
22:13a lugar nenhum
22:14do mundo,
22:15até porque,
22:15dentre outras coisas,
22:17ele defende
22:17a possibilidade
22:19de ofensa,
22:20a possibilidade
22:21da prática
22:21de que outros países
22:22consideram como crime.
22:24E isso é um
22:25dos argumentos
22:26do Donald Trump
22:27para impor 50%
22:29de imposto
22:30de importação
22:31quando isso é um aspecto
22:33de discussão mesmo
22:33ideológica
22:34de cada povo
22:35e de cada sociedade
22:36que tipo de modelo
22:37deseja adaptar.
22:39Vladimir Feijó,
22:40especialista em relações
22:41internacionais,
22:42muito obrigado
22:42pela sua participação
22:43aqui no Morning Show.
22:44Valeu mesmo.
22:46Claro, bom dia, abraço.
22:47Bom dia.
22:48Sérgio Zagarino,
22:49está discordando
22:50de todo mundo aqui,
22:51está gerando polêmica,
22:52vai, vou te dar a palavra
22:53para a gente seguir a dica.
22:54Não, não diria polêmica,
22:56eu estava apenas
22:56com base no que a Jess disse,
22:58não é que nós
22:59não somos brasileiros,
23:00todos nós somos brasileiros,
23:01mas infelizmente
23:01o que o povo brasileiro elegeu
23:03fez com que essas medidas
23:04fossem tomadas.
23:05Tanto a verdade
23:06que se você observar agora,
23:07o governo federal
23:08ficou desesperado
23:09com essa medida
23:10e começou a lançar
23:11uma campanha publicitária
23:12dizendo, olha,
23:13o presidente Lula
23:14quer taxar os bilionários
23:16e o ex-presidente Bolsonaro
23:17está taxando o Brasil
23:19por causa da medida
23:20do Trump
23:20e eles estão querendo
23:21colar essa narrativa
23:22na gente,
23:23goela abaixo,
23:24isso é um absurdo.
23:25As medidas que foram tomadas
23:26por Donald Trump,
23:27sejam elas boas,
23:28sejam elas ruins,
23:29eu até concordo,
23:30Jess,
23:30que vai ser,
23:30acaba sendo ruim,
23:32mas é uma medida ruim
23:33que eu considero
23:34como um remédio amargo
23:35que quando curar a doença,
23:38a gente vai esquecer
23:39que o remédio era amargo
23:40porque a gente vai estar feliz
23:41antes que a doença
23:42foi embora.
23:43Então, o que eu quero dizer
23:44com isso?
23:45Que essa medida de Trump
23:46vai afetar a economia,
23:47vai prejudicar muito,
23:48infelizmente,
23:49o povo brasileiro
23:49com o governo federal,
23:50mas vai fazer com que
23:51o povo, o governo,
23:53o povo brasileiro
23:54entenda que essas medidas
23:55foram tomadas
23:56exclusivamente
23:57por responsabilidade
23:58do governo atual,
24:00do presidente Lula.
24:01Quando nós tínhamos
24:02um governo do Jair Bolsonaro,
24:03você acha que essas medidas
24:04teriam risco de acontecer?
24:06É evidente que não.
24:07E você acredita
24:08que a China iria tomar
24:09essas medidas?
24:09Também não.
24:10Por quê?
24:10Porque o Brasil,
24:11ele sempre manteve
24:12a sua neutralidade
24:13nessa disputa
24:15geopolítica global.
24:17Não adianta
24:17a responsabilidade
24:18por todos os fatos
24:20e por todos os atos
24:21que são tomados
24:21pelo Donald Trump
24:22são inerentes
24:24ao presidente Lula
24:25que está levando o Brasil.
24:26A economia já está
24:27um caos
24:27e agora,
24:28com essa medida,
24:29a gente vai pior ainda.
24:31O dólar já começou
24:32em alta,
24:32a inflação vai subir.
24:33Isso vai atingir quem?
24:34O bolso do brasileiro.
24:36Também concordo,
24:37Jess,
24:37somos brasileiros,
24:38queremos o melhor,
24:38mas muitas vezes
24:40um remédio amargo
24:41para curar uma doença
24:42faz muito bem
24:44para a gente.
24:45Veja bem,
24:46Sérgio,
24:46eu não gosto muito
24:47de falar do si,
24:48aquela história,
24:48se minha mãe
24:49tivesse quatro pernas
24:50ela podia ser uma mesa,
24:51mas ela não tem,
24:52ela é uma pessoa
24:53como qualquer outra.
24:55Agora,
24:55eu fico imaginando
24:56como seria a nossa reação
24:57se lá em 2016,
24:58quando o Obama
24:59era presidente,
25:00se ele decidisse
25:01taxar o Brasil em 50%
25:02porque ele não concordava
25:03com o impeachment da Dilma.
25:05Não tem o menor sentido,
25:06o Obama não tinha o que opinar
25:08em relação ao impeachment
25:09da Dilma,
25:10tal qual o Trump
25:11não tem o que opinar
25:12em relação ao julgamento
25:14do Bolsonaro.
25:15Como o Brasil
25:16não tinha o que opinar
25:17quando o Bolsonaro
25:18era presidente,
25:19quando o Trump
25:20podia ter sido julgado
25:22pela insurreição
25:23lá no Capitólio
25:24em 8 de janeiro.
25:26Não cabe a gente,
25:27não cabe um líder,
25:28um chefe de Estado estrangeiro
25:29fazer esse tipo
25:30de julgamento
25:31e emitir sanções
25:32enquanto é
25:33esse tipo
25:33de questão.
25:35Não é cabível
25:36uma coisa dessas.
25:37A gente não pode esquecer,
25:39acho que a gente
25:39precisa separar aqui
25:40o joio do trigo um pouco
25:42e na minha avaliação
25:43a questão do Bolsonaro
25:45está sendo usado
25:46como uma cortina
25:47de fumaça
25:47para essa medida
25:48do Trump
25:48porque a medida
25:49que o Trump
25:50está fazendo
25:50de taxar o Brasil
25:51em 50%
25:52não é especificamente
25:54contra o Brasil,
25:55é contra os BRICS,
25:57contra países
25:58que estão tentando
25:59aderir aos BRICS,
26:00por exemplo,
26:01a Turquia,
26:02a Arábia Saudita,
26:03países que estão
26:04tentando se aproximar.
26:05Qual é o recado
26:05que está sendo passado
26:06aqui dois dias
26:08depois do fim
26:09da reunião
26:10dos BRICS
26:10aqui no Brasil?
26:12É que quem seguir
26:13essa linha,
26:14quem quiser conversar
26:15com a China,
26:16quem quiser falar
26:17de uma economia
26:17que não esteja ligada
26:19ao dólar,
26:20vai sofrer as consequências.
26:21Agora,
26:22o Brasil não tem direito
26:23de decidir o seu destino?
26:24Eu acho que sim.
26:25Eu acho que nós somos
26:26um país soberano
26:27que temos sim
26:28o direito
26:29de escolher
26:29com quem a gente
26:30quer negociar
26:31e a gente
26:31em momento algum
26:32abandonou os Estados Unidos.
26:34Nunca houve
26:34uma reprovação
26:35a negociações
26:36com os Estados Unidos.
26:37O Brasil sempre buscou
26:39manter histórico
26:40da diplomacia brasileira
26:41um não alinhamento
26:43a qualquer lado
26:44que seja.
26:45No período
26:45de Guerra Fria,
26:46por exemplo,
26:47durante o governo militar
26:48aqui nos Estados Unidos,
26:50nos Estados Unidos não,
26:52perdão,
26:52no Brasil,
26:53nós não tínhamos
26:53um alinhamento automático
26:55nem com os Estados Unidos
26:57nem com a União Soviética.
26:59Agora nós não temos
27:00um alinhamento automático
27:01nem com os Estados Unidos
27:02nem com a China.
27:03O Brasil negocia
27:04com os dois,
27:05tem relações diplomáticas
27:06com os dois.
27:07Não deveria haver
27:08esse tipo de
27:09influência estrangeira
27:12diante de uma decisão
27:13que compete a nós.
27:15Agora,
27:15a gente,
27:16na verdade,
27:17está sofrendo
27:17não pelo que o povo
27:18brasileiro elegeu,
27:20porque se um outro presidente
27:21estivesse aqui no poder
27:22agora
27:22e ele estivesse
27:23negociando com os BRICS,
27:25a reação seria a mesma.
27:27A gente está sofrendo
27:28por conta da decisão
27:29do Trump.
27:30Se fosse um presidente
27:31capaz de negociar,
27:32ele estaria negociando,
27:33tanto que outros países
27:34também estão sendo taxados.
27:36Então,
27:37olha,
27:38eu lamento,
27:39mas assim,
27:39eu não vejo relação
27:40de uma coisa com a outra.
27:42Bom,
27:42para o pessoal da rádio,
27:43a gente repara um rápido intervalo,
27:44volta daqui a pouquinho.
27:45Vamos para,
27:47vamos continuar a repercussão aqui,
27:49porque já já a gente vai
27:50para Brasília, né?
27:51Pode ir para Brasília, Helena?
27:54Vamos seguir direto
27:55para Brasília daqui a pouquinho,
27:56mas o Zagarino
27:57foi confrontado,
27:59vou te dar algum motivo.
28:00Não,
28:00eu não acho que foi,
28:02não é nem questão
28:02de ser confrontado,
28:03eu acredito que...
28:04É porque você está trazendo
28:04um ponto assim,
28:05que olha,
28:06realmente o Donald Trump
28:07está certo em taxar,
28:08está certo em ter essas medidas,
28:10porque ele reivindica,
28:11então,
28:12que o judiciário
28:12mude a postura
28:13em relação
28:14ao ex-presidente
28:15Jair Bolsonaro.
28:15Não,
28:16não é nem que
28:17o Donald Trump
28:18exige que o judiciário
28:19mude a postura.
28:20Eu acredito que isso agora
28:21não tem mais como ser realizado,
28:23ele é razão da própria...
28:25Calma,
28:25mude a postura,
28:26mude a postura
28:27não em relação
28:28à condenação,
28:29mas sim mude a postura
28:30em relação à forma,
28:31ao modo desoperante
28:32que ele realiza.
28:33Hoje,
28:34está todo mundo satisfeito
28:35com o STF?
28:36Faz uma pesquisa,
28:36aliás,
28:37já tem inúmeras pesquisas
28:38na rua,
28:39demonstrando a satisfação
28:40do povo brasileiro
28:40com a nossa Suprema Corte.
28:42Agora,
28:43Donald Trump
28:43foi a primeira pessoa
28:45que se solidarizou
28:46e tomou uma medida,
28:47e tomou uma medida
28:48que é legítima.
28:49A medida da taxação
28:50econômica nos Estados Unidos
28:51ela é legítima
28:52e cabe exclusivamente a ele.
28:54E respondendo,
28:55se fosse o Obama
28:56no período da Dilma,
28:57ele não falaria nada
28:58porque foi um ato
29:00legítimo também
29:00aqui no Brasil.
29:01Será que essas medidas
29:02de censura,
29:03de ataque à liberdade
29:04de expressão,
29:05de ingerência nos poderes,
29:07de ataque à nossa democracia,
29:08o que nós estamos sofrendo
29:09hoje no Brasil
29:10é sim um ataque à democracia.
29:12E a maior democracia
29:14do mundo
29:14chama-se Estados Unidos
29:15da América.
29:16E aquele país
29:17que é o país
29:18mais livre do mundo
29:19tem se manifestado
29:20a favor de um aliado histórico
29:22que tem uma relevância
29:23e uma importância
29:24global gigantesca.
29:25Vamos lembrar
29:26que o agro
29:27que vai sofrer agora
29:28talvez sofra
29:29com as medidas
29:30do Donald Trump
29:31é responsável
29:32por alimentar
29:32grande parte do planeta.
29:33O Brasil
29:34é a oitava maior
29:34economia do mundo.
29:35Só que nós estamos
29:36caminhando
29:37por um colapso econômico
29:39e se aliando
29:40ao BRICS.
29:41Então,
29:41quando você diz assim,
29:42será que se fosse
29:43outro presidente
29:44estaríamos com essas medidas
29:45se estivéssemos negociando
29:46com o BRICS?
29:47Se fosse outro presidente
29:48não estaríamos negociando
29:49dessa forma
29:50com o BRICS.
29:51Porque o único presidente
29:52que sinaliza
29:53com ditadores,
29:55com países
29:55que são contrários
29:57à democracia,
29:58chama-se Lula.
30:00Chama-se governo do PT.
30:01É só lembrar
30:01como é que o Trump
30:02tratou...
30:03É só você lembrar
30:04como o Trump
30:04tratou o Putin.
30:06Onde que o Bolsonaro...
30:07Os relógios
30:08que estão no cerne
30:10ali da situação
30:10com o Bolsonaro,
30:11eles são de qual país?
30:12É uma democracia?
30:13Não se trata só disso.
30:14O Bolsonaro não estava
30:15ali no mercado brasileiro.
30:17E aqui isso não é
30:17nenhuma crítica
30:18ao ex-presidente Bolsonaro,
30:20tá?
30:20Gente, vamos ser realistas.
30:22Como brasileiro,
30:23qual que é o mais importante?
30:25O mais importante
30:26é que a gente olhe
30:27para o nosso país
30:28e tenha uma economia
30:30que está funcionando,
30:31que a nossa economia
30:32cresça,
30:33que o nosso povo
30:33trabalhe,
30:34que tenha investimento.
30:35Então,
30:36série,
30:36a Aba Saudita
30:37é uma ditadura?
30:38Meu amigo,
30:39não sou eu
30:40que vou falar.
30:41Presidente Bolsonaro,
30:42lá atrás,
30:42você devia transformar
30:43a Aba Saudita
30:44numa democracia.
30:45Não é papel.
30:47E a mesma coisa
30:48se cabe nesse tipo
30:49de relação.
30:50Eu tenho muitas críticas
30:51ao presidente Lula,
30:52porque ele às vezes
30:53faz parecer que
30:54Venezuela,
30:55Nicarágua e Cuba
30:56são democracias,
30:58entre aspas,
30:59aí relativas.
30:59E eu tenho todas
31:00essas críticas
31:01e eu tenho um título
31:02de eleitor brasileiro
31:03que me faz,
31:04na hora de uma votação,
31:05me permitir escolher
31:07o caminho que eu quero
31:08para o meu país.
31:09Isso está ligado
31:09à minha nacionalidade.
31:11E eu acho que,
31:12como brasileiros,
31:13essas críticas
31:14que você está falando,
31:14então, por exemplo,
31:15a situação do Supremo Tribunal Federal,
31:17a população pode estar insatisfeita?
31:19Pode estar insatisfeita,
31:20mas é a minha população.
31:22Eu não acho que cabe
31:23aqui uma análise
31:24de se a população
31:25dos Estados Unidos
31:26está satisfeita
31:27com o Supremo Tribunal Federal?
31:28Entenda como isso importa.
31:30Não acho que é sobre isso.
31:31Eu acho que essa é uma crise
31:32de vários fatores.
31:34Eu acho, sim,
31:35que o presidente Lula
31:36tem responsabilidade nela.
31:38Eu acho que determinadas falas
31:40não eram necessárias,
31:41como a crítica ao dólar,
31:43como opinar
31:44sobre a eleição
31:44de Joe Biden
31:45e Donald Trump.
31:46Eu acho que ele errou
31:47em muitas declarações
31:48e eu acho que o calado vence.
31:51E em diplomacia
31:51a gente precisa disso.
31:53Agora,
31:54se eu acho que tem problemas
31:55em curso no Brasil,
31:56também acho.
31:56Mas agora,
31:57você me falar
31:58que as tarifas
31:59elas são só por isso
32:00não é fato.
32:01E você me falar
32:02que outros presidentes brasileiros
32:04não teriam essa proximidade
32:05com o BRICS
32:05é factualmente errado.
32:07Os presidentes mantêm
32:08essa proximidade.
32:09Vale mencionar
32:10que a China investe muito
32:11no Brasil também.