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O presidente americano Donald Trump e o ditador russo Vladmir Putin conversarão nesta terça-feira, 18.

Segundo Trump, os dois dialogarão sobre o "fim da guerra".

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

🎙️ Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00Vamos para a pauta internacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à imprensa americana que planeja falar com o ditador russo,
00:06claro que ele não usou essa palavra, Vladimir Putin, amanhã, 18 de março, terça-feira, portanto, abro aspas.
00:13Falarei com o presidente Putin na terça-feira, muito trabalho foi feito no fim de semana, queremos ver se conseguimos pôr fim a essa guerra.
00:20Talvez consigamos, talvez não, mas acho que temos uma chance muito boa.
00:25Falaremos sobre terras, falaremos sobre usinas de energia, acho que já discutimos muito disso por ambos os lados, Ucrânia e Rússia.
00:31Já estamos falando sobre isso, dividindo certos ativos, fecho aspas.
00:37Duda Teixeira, expectativa para essa conversa entre Trump e Putin?
00:43Eu tenho uma expectativa, sim, que é que o Trump vai sair da conversa repetindo tudo que o Putin falar.
00:50É isso.
00:51É uma expectativa bastante realista.
00:53E é muito louco, né, ele falar ali que estamos dividindo os ativos, né?
00:57É tipo, ele e o Putin estão dizendo ali, olha, Ucrânia, pega isso aqui para você, aquilo ali fica para eles, né?
01:03Olha, esses minerais de terras raras, isso aqui deixa para mim, né?
01:06Parece que ele está dividindo com o Putin o território ucraniano, o que cada um fica, né, depois da invasão.
01:12O Putin invade e o Trump cuida da divisão ali, daquilo que eles podem conquistar.
01:17Não é? Parece dividindo os butins, né, da guerra, né? Impressionante.
01:21Impressionante.
01:23Pois é, e eu escrevi também sobre o Kasparov, que eu acompanhei muito na minha infância, que eu adorava jogar xadrez.
01:30Treze vezes campeão mundial de xadrez, Gary Kasparov, crítico de Putin.
01:34Ironizou no domingo, uma entrevista concedia da CNN Internacional pelo enviado do presidente Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que chegou a Moscou na quinta-feira, treze.
01:44Portanto, é enviado também a Moscou, é que o cargo é enviado ao Oriente Médio.
01:49Questionado na TV se está claro que Putin é o impedimento à paz nesse momento, já que o ditador russo não aceitou a proposta de cessar fogo por trinta dias.
01:57Wittkoff deu uma resposta evasiva, abro aspas.
02:01Eu acho que, olha, eu não quero colocar palavras na boca do presidente Putin, mas acho que ele indicou que ele aceita a filosofia do presidente Trump.
02:11O presidente Trump quer ver um fim para isso.
02:13Eu acho que o presidente Putin quer ver um fim para isso.
02:16Eu acho que o presidente Zelensky quer ver um fim para isso.
02:19Fecho aspas.
02:20Eu fico assim, tanto abismado com a falta de firmeza dos membros do governo Trump quando estão falando do Putin.
02:28Depois daquela reunião no Salão Oval em que o Trump, o Vance, chamaram de desrespeitoso o Zelensky.
02:36Eles não estão nem aí, vão atropelando o Zelensky.
02:39Agora, em relação ao Putin, ele quando é questionado, quem é o responsável pela falta de paz nesse momento?
02:44É óbvio que é o Putin.
02:45O sujeito pode responder, é o Putin que invadiu, o Putin que não aceita cessar fogo.
02:48Claro que é ele, mas não, peraí, veja bem, gagueja, para as frases no meio, volta.
02:56E aí no X, o Kasparov, o Kasparov ele nasceu, só para deixar claro, na antiga União Soviética,
03:01na área que hoje é conhecida como Azerbaijão, na capital do Azerbaijão.
03:08Era a República Socialista do Azerbaijão, tinha um nome cumprido.
03:12Então ele conhece bem toda essa turma e sabe da história.
03:18E ele comentou o seguinte, detalhando aí a sua crítica.
03:23Toda essa conversa ocorre em um universo alternativo, onde a Rússia não invadiu a Ucrânia sem ter sido provocada,
03:30bombardeou e destruiu cidades ucranianas, cometeu milhares de crimes de guerra documentados,
03:34nem poderia acabar com a guerra amanhã se Putin quisesse.
03:37Então deixa na tela, professor, ele está ironizando.
03:41O Kasparov ele compartilhou o trecho da entrevista do Witkow na TV,
03:47que tinha sido até publicado ali no X pelo ex-ministro da economia da Ucrânia,
03:52e ele ironizou, falou, olha, toda essa conversa aí está ocorrendo no universo alternativo,
03:57porque no mundo real sim, a Rússia invadiu a Ucrânia, ela bombardeou e destruiu cidades ucranianas,
04:03cometeu milhares de crimes de guerra, e o Putin poderia acabar com a guerra amanhã se quisesse.
04:08Isso é o mundo real.
04:10Mas lá no mundo do faz de conta trumpista, nada disso parece ter acontecido,
04:13principalmente se você julga pela retórica, que é o que a gente está comentando.
04:16Então, depois ele ainda avançou mais da ironia para o detalhamento crítico e publicou o seguinte,
04:24pode colocar, Trump faz exigências à Ucrânia e até remove recursos vitais para sua defesa.
04:31Vamos fazer um parênteses aqui, lembrando que durante alguns dias,
04:35os Estados Unidos suspenderam a ajuda militar à Ucrânia e proibiram, inclusive,
04:40empresas privadas de fornecerem dados de inteligência, imagens via satélite.
04:44Durante esses dias, a Ucrânia ficou no escuro e os bombardeios russos se aproveitaram dessa situação.
04:51O Putin se aproveitou com bombardeios, e a gente viu ali vítimas disso.
04:56Então, ele continua, a Rússia exige concessões impossíveis que se tornariam o fim da Ucrânia como nação independente.
05:01Enquanto isso, nenhuma exigência é feita à Rússia, nenhuma concessão é pedida.
05:07Está se referindo aos Estados Unidos, ao governo Trump.
05:09Alguém que viu Trump em ação nos últimos dois meses, acredita por um momento
05:14que ele tem a capacidade ou desejo de negociar um acordo difícil com Vladimir Putin?
05:19Tudo nesta Casa Branca tem sido sobre como forçar a Ucrânia a se render e recompensar a Rússia.
05:26Vocês vejam que a crítica do Kasparov está muito alinhada às análises que nós temos feito aqui nas últimas semanas.
05:32Ele continua, não há alavancagem, aí tem uma questão de tradução, ele estava falando de leverage, que pode ser vantagem, é uma frase que ficou um pouquinho truncada.
05:45Não há alavancagem que leve Putin a parar a guerra, que não leve Putin a recuar de todo o território ucraniano.
05:51Mas o que importa é o que ele diz agora, ele declarará a vitória de qualquer maneira.
05:54Tem mais um trecho da fala.
06:24O Itkov, que é o enviado do Trump para o Antimédio, que foi a Moscou, esteve lá a partir da quinta-feira passada, dia 13 de março,
06:33esteve em Moscou para elaborar estratégias sobre como fazer a Ucrânia se render da forma mais palatável possível para o público ocidental.
06:42Como Putin poderia fingir concordar com o cessar-fogo?
06:45Quer dizer, ele esteve lá para elaborar estratégias sobre como fazer a Ucrânia e como Putin poderia fingir concordar com o cessar-fogo,
06:53que ele nunca honrará para fazer Trump parecer menos patético e então culpar a Ucrânia.
06:58Este é o único curso que foi demonstrado pela ação.
07:02Ficarei feliz em ser provado errado, quer dizer, em que o Trump prove que eu estou errado,
07:07se o Trump ficar frustrado e mudar de curso infligindo do real a Putin e a Rússia,
07:12ao aumentar a ajuda à Ucrânia e reprimir as exportações de energias russas.
07:17Mas falar é fácil.
07:17Então está aí toda a crítica do Kasparov, muito alinhado da Teixeira, aquilo que a gente vinha dizendo.
07:24E é, não se pode dizer que é uma pessoa com dificuldade de raciocínio,
07:29é uma das mentes mais brilhantes de um jogo bastante complicado em toda a história.
07:34Kasparov foi certeiro nessa análise que ele fez.
07:38E, de fato, o Trump, a hora que tira o compartilhamento de inteligência com as forças armadas da Ucrânia,
07:48ele gera um problemão, principalmente para aqueles ucranianos que tinham invadido a Rússia.
07:54Essa turma, em grande parte, acabou fugindo, saindo da Rússia e voltando para a Ucrânia agora nos últimos dias,
08:03porque alguns generais falaram para a imprensa,
08:05nós ficamos, de repente, a gente ficou cego, né?
08:08Porque eles tinham, com base nas informações de satélite, de drones que os americanos forneciam,
08:17eles sabiam mais ou menos onde estava o perigo em volta deles.
08:20Você imagina você ter invadido um pedaço da Rússia, né?
08:23Você está lá dentro.
08:25Então você tem uma chance enorme, você sabe que a Rússia vai querer reconquistar aquele território.
08:30E aí, na hora que você tira a inteligência,
08:32isso, obviamente, esses generais, esses soldados, viram que estavam cercados por todos os lados,
08:38porque estavam dentro da Rússia.
08:40Então isso super atrapalhou.
08:43E várias notícias também dos últimos dias mostraram o Trump fazendo o jogo do Putin.
08:52Hoje, notícia de hoje, o Trump diz que ia deixar,
08:57os americanos iam deixar de ajudar na investigação dos crimes de guerra
09:01e crimes contra a humanidade que aconteceram na invasão russa da Ucrânia.
09:07Por que o Trump faz isso?
09:09Se isso não traz nenhum custo para ele.
09:12Então, mostra que o Putin realmente tem muita influência sobre o Trump.
09:17E também o Trump está tentando fechar a Voz da América,
09:21que é um canal de notícias.
09:25Nasceu ali como uma rádio, né?
09:27Que divulgava informações, propaganda americana para os países sob dominação nazista,
09:35mas que até recentemente tinha publicações em 44 idiomas.
09:41Isso era muito focado, voltado ao público, à população que vive sob ditaduras, regimes autoritários.
09:51Então, eles divulgavam informações, notícias, valorizando a liberdade, direitos humanos e a democracia
09:57para os cubanos, para os russos, para os chineses.
10:02E isso incomodava muito essas ditaduras.
10:04O que o Trump acabou de fazer?
10:05Ele tira, ele fecha a Voz da América.
10:11Então, é óbvio, hoje mesmo também, o Dmitry Peskov, o porta-voz da Rússia,
10:19fazendo festa, com o fechamento da Voz da América.
10:22O Global Times, o jornal do Partido Comunista, celebrando também o fechamento da Voz da América.
10:27Então, o Trump faz tudo o que o Putin quer.
10:31Muito bem, a gente vai continuar um pouco nessa pauta
10:33e vai explicar de uma maneira muito didática, com imagem,
10:37aquilo que está acontecendo no território ucraniano nesse momento,
10:40porque muitas vezes a gente fala, muitas vezes as pessoas que têm outros trabalhos,
10:43que não ficam ligadas no próprio mapa, elas não entendem exatamente o que está acontecendo em terreno,
10:49como muitas vezes se diz.
10:51E a gente vai mostrar e explicar aqui para vocês.
10:53Vamos voltar a falar do território ucraniano para todo mundo entender,
10:57porque às vezes se fala, se fala, mas não se mostra.
10:59Então, o ISW, o Instituto for the Study of War,
11:02o Instituto para o Estudo da Guerra, organização americana,
11:05que realiza análises detalhadas de inteligência de fontes abertas
11:09para fornecer informações precisas sobre os conflitos atuais,
11:13publicou duas imagens que ilustram as regiões do território da Ucrânia
11:17invadidas e reivindicadas pela Rússia.
11:20Então, vamos ver a primeira.
11:22Pode colocar na tela, produção?
11:24Você tem aí, olha, Ukrainian Oblast.
11:27Oblast é o nome de cada uma das 24 regiões da Ucrânia.
11:32Tem algumas pessoas que chamam de província,
11:33que a gente costuma chamar de região,
11:35mas vocês vão ver muitas vezes por aí falar do Oblast,
11:38tal ou tal Oblast.
11:40Então, você tem aí as regiões que a Rússia declarou anexadas
11:45em setembro de 2022, que foi o primeiro ano da guerra,
11:48que já passou de três anos agora, em 2025.
11:52Então, você vê essa área no leste e sudeste da Ucrânia,
11:56que é a área que envolve essas quatro regiões,
11:59que são ali as regiões de Luhansk, Donetsk, Zaporizhkia,
12:04Gerson e Crimea, que o Putin tinha invadido em 2014.
12:09E agora a gente tem mais uma imagem,
12:11que mostra aí as regiões da Ucrânia,
12:15que o Kremlin, quer dizer, o governo russo de Vladimir Putin,
12:19define como Nova Rússia.
12:21Nova Róssia, sei lá como eles falam,
12:23New Russia, no inglês,
12:25como muita gente se refere nos Estados Unidos.
12:28E aí é como se você dobrasse para dentro
12:30aquele território anexado,
12:33pelo menos declarado, anexado pelo Putin em 2022.
12:37Aí você tem Kharkiv,
12:38você tem várias outras ali, com muitas consoantes,
12:42que eu não vou nem me aventurar,
12:43até Odessa.
12:44Todas elas aí mais para o sudeste e para o leste da Ucrânia.
12:49Então, o Putin quer tudo isso aí, Duda Teixeira,
12:52e muito mais.
12:54Se ele puder, ele vai tomando todo o território.
12:57E há uma discussão, inclusive,
13:00que faz parte dessa fase de negociações,
13:03até onde a Ucrânia,
13:07junto com o reforço de equipamentos militares,
13:10ajudas militares de países europeus,
13:12e se os Estados Unidos fornecerem também,
13:16consegue montar, vamos dizer assim,
13:18um escudo de defesa,
13:20com muita segurança,
13:21tipo, daqui o Putin não vai conseguir passar,
13:24mesmo se a gente entregar tudo isso para ele.
13:27Então, você tem uma discussão nesse momento.
13:29Porque se você entrega demais,
13:31se você deixa chegar demais,
13:33o cara fala assim,
13:34não, ok, o cessar fogo,
13:35aí ele vai se reorganizando, reorganizando,
13:37e daqui a um tempo ele ataca.
13:38Lembrando o que aconteceu em Gaza.
13:41Israel saiu da faixa de Gaza em 2005.
13:44Em 2007, por ali,
13:45o Hamas assumiu o poder,
13:48tirou ali a autoridade palestina,
13:51e ficou até 2023,
13:53portanto, durante 16 anos,
13:55construindo um monte de túneis subterrâneos,
13:58quilômetros e quilômetros,
14:00e preparando o massacre de 7 de outubro de 2023,
14:03durante 16 anos.
14:05Então, assim, havia um cessar-fogo em vigor.
14:09No entanto, o Hamas foi lá e matou 1.200 pessoas,
14:11sequestrou mais 250,
14:13e depois outras ainda apareceram mortas.
14:15Duda Teixeira.
14:17Esses territórios que a Rússia quer anexar,
14:21e que vai muito além do que eles têm hoje,
14:23sob controle,
14:24é super preocupante,
14:26porque eles estão pondo ali, por exemplo,
14:27Kharkiv,
14:29que é uma cidade grande,
14:31já foi a capital de Kiev,
14:33e que foi defendida ali com muito custo,
14:37pelo exército ucraniano.
14:40Então, assim,
14:40entregar Kharkiv
14:41numa negociação,
14:43isso daí,
14:44de parte dos ucranianos,
14:45está completamente fora de cogitação.
14:47O mapa também mostra ali que
14:51os russos querem pegar províncias que estão,
14:54ou oblastes que estão muito perto da Moldávia,
14:58praticamente acabam circundando a Moldávia inteira.
15:02A Moldávia é um país separado,
15:04que teme uma invasão russa,
15:08acha que pode ser o próximo,
15:10e não seria muito difícil, não.
15:12teve eleições acirradas no final do ano passado,
15:17com forte influência da máquina de desinformação da Rússia.
15:22Então, aceitar essas áreas todas
15:26que os russos querem pegar para eles,
15:28isso daí realmente seria
15:30uma capitulação muito grande da Ucrânia,
15:34ainda que não seja ceder o território inteiro,
15:36mas é metade do território
15:38e regiões que seriam muito problemáticas.
15:41Karkiv, que algumas pessoas traduzem em português como Karkovia,
15:47não confundir com Krakovia, que é na Polônia,
15:51foi capital, você só foi um lápis verbal,
15:54você falou capital de Kiev, capital da Ucrânia.
15:55Capital da Ucrânia.
15:56De 1919 até 1934,
15:59durante o período ali da República Socialista Soviética Ucraniana.
16:05E depois que Kiev acabou virando a capital da Ucrânia
16:09e está sendo defendida ali com unhas e dentes pelo exército da Ucrânia,
16:13Putin pretendia conquistar Kiev,
16:16que fica ali mais ao centro do país em três dias,
16:19como se descobriu depois,
16:22mas não conseguiu e a guerra já dura mais de três anos.
16:24Então, também não se pode subestimar o exército ucraniano,
16:27que está lá conseguindo defender áreas estratégicas,
16:30apesar de toda a hesitação do resto do mundo
16:33e de toda a leniência que deixou o Putin mais,
16:39vamos dizer assim, ousado para fazer aquilo que fez.
16:43Essa leniência durante muito tempo em que, por exemplo,
16:45a Europa ficou dependente do gás russo
16:48e acabou financiando a máquina de guerra,
16:50sem contar países como o Brasil,
16:52que compram fertilizantes até hoje de lá.
16:54E, claro, da ajuda econômica dos regimes autocráticos,
16:58então, da China, da Coreia do Norte, do Irã, da Venezuela,
17:02a Rússia acabou sendo alimentada e formou esse monstro
17:07com o qual o mundo agora tem que lidar,
17:09lamentavelmente, com uma posição dúbia, para dizer o mínimo,
17:14da presidência da maior força, da maior potência do mundo livre,
17:18que é os Estados Unidos com o Donald Trump.
17:21E viralizou no X, também fiz essa matéria no portal antagonista.com.br,
17:25um trecho da participação da jornalista Zannie Minton Biddos,
17:29eu não sei exatamente como se pronuncia esse último sobrenome dela,
17:33Biddos, é B-E-D-D-O-E-S,
17:37editora-chefe da revista britânica The Economist,
17:39que a gente está acostumado a ler, mas não a pronunciar,
17:41num programa da CNN Internacional no domingo,
17:43no qual ela resumiu os números do apoio recebido
17:47pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,
17:49no país invadido pelas tropas de Putin.
17:51Olha só o que ela disse, de uma maneira muito clara,
17:54mais de 7 em cada 10 ucranianos, agora dizem que aprovam o trabalho do senhor Zelensky,
18:008 em cada 10, dizem que ele ainda é o presidente legítimo da Ucrânia,
18:04e rejeitam a ideia de eleições enquanto os conflitos continuam.
18:08Mais de 7 em cada 10 ainda confiam nele para liderar as negociações.
18:14Ainda mais impressionante, a pesquisa sugere que o senhor Zelensky
18:18venceria uma eleição se ela fosse realizada hoje.
18:22Quero ver você falar rápido duas vezes.
18:24Sugere que o senhor Zelensky.
18:26Quase um trava-língua aqui.
18:28Então, ela estava falando justamente no contexto dessa semana posterior,
18:34a reunião na sala oval em que o Trump hostilizou o Zelensky,
18:37chamou de desrespeitoso, rebaixou,
18:40nas redes sociais chamou de comediante, que virou ditador,
18:43o Elon Musk também o acusou.
18:46Ela estava justamente apontando isso.
18:48E aí o Ian Brammer, fundador e presidente da empresa de consultoria de risco Eurasia Group,
18:52também participou do programa e ironizou logo em seguida,
18:55abro aspas,
18:56Trump é um grande unificador,
18:58México, Canadá, Europa,
19:00e se referia ali aos países da Europa,
19:01e citou a Ucrânia,
19:02não os Estados Unidos,
19:04mas todos os países estão ficando mais unidos por causa de Trump.
19:08Fecho aspas.
19:09É como se o Trump estivesse provocando a união em outros países,
19:13em razão de certas condutas alopradas.
19:16E na matéria que está disponível no portal,
19:19eu citei também trechos, traduzi para o português,
19:21da matéria original da Economist,
19:22que tem mais detalhes sobre essa popularidade do Zelensky,
19:25contrariando as narrativas do Trump, Duda.
19:28Grande unificador.
19:29O Canadá, claramente, tem um novo primeiro-ministro,
19:32que é do mesmo partido do Justin Trudeau,
19:34mas que peita muito mais o Trump,
19:36e com isso está ganhando muita popularidade.
19:40A presidente do México também,
19:42Cláudia Sheinbaum,
19:43ela também está enfrentando o Trump.
19:44O Trump até falou,
19:45nossa, você é durona, né?
19:47Poxa, é claro,
19:48o mexicano vê a presidente
19:50enfrentando o Trump diretamente,
19:53e ela ganha popularidade.
19:54Então, na Europa,
19:56a gente também está vendo isso, né?
19:57O que está com o Macron,
20:00com o MERS da Alemanha.
20:02Você tem uma união muito forte,
20:05que começou, aliás,
20:06antes mesmo da eleição do Trump.
20:08Os europeus já viram
20:10que iam ficar desprotegidos
20:11e começaram a se unir ainda mais.
20:15Então, tem razão, Ian Bremer,
20:17de colocar que o Trump
20:19é um grande unificador.

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