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O Podcast Uai Turismo dessa semana entrevista o deputado Pedro Aihara sobre as recentes tragédias que aconteceram em diversas modalidades de turismo de aventura no Brasil e no mundo.

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#turismo #bombeiros #uaiturismo

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Transcrição
00:00O caso da brasileira Juliana Marins e os recentes acidentes em passeios turísticos de balões
00:07chamaram a atenção do Brasil nos últimos dias, mas infelizmente não são casos isolados.
00:13Esse é o nosso tema de hoje no podcast Uai Turismo.
00:15O deputado federal e oficial do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, instituição na qual atuou por mais de uma década
00:33como porta-voz e gerenciando operações de grande impacto, como o rompimento da barragem de Brumadinho.
00:39Ele é mestre em Direito pela UFMG, especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora,
00:46gestão de projetos pela USP, gestão de projetos pela Fundação Dom Cabral,
00:51presidente da Frente Parlamentar de Gestão do Risco de Desastre e Cooperação Humanitária.
00:56Ele foi eleito o melhor parlamentar de Minas Gerais pelo ranking dos políticos em 2023.
01:02Bem-vindo ao podcast Uai Turismo, Pedro Ayrara.
01:05Obrigado, Isabela, que honra estar aqui. Obrigado também a todo mundo que nos acompanha.
01:08Pedro, eu acho que você hoje é uma das maiores autoridades para falar desse tema,
01:16que está muito em voga nos últimos dias, porque a gente teve muita mídia.
01:21Mas eu acho que não é uma coisa, infelizmente, não são casos tão isolados.
01:26Eu queria que a gente falasse um pouquinho sobre alguns casos que aconteceram recentemente,
01:30o último agora, com a brasileira Juliana Marins, na Indonésia.
01:35A gente veio acompanhando o Brasil todo muito consternado.
01:41Qual é a sua leitura do que aconteceu?
01:45E aí depois eu queria que a gente falasse um pouquinho do pós, o que dá para ser feito.
01:50Mas na sua percepção técnica mesmo, o que aconteceu ali?
01:54Olha, Isabela, a gente sempre diz que quando um desastre, um acidente acontece,
01:58a gente tem aquilo que a gente chama de tempestade perfeita, que é uma sucessão de fatores,
02:04é aquele efeito dominó que acaba gerando um resultado tão trágico quanto a morte dessa jovem,
02:10que era uma pessoa que tinha toda uma vida pela frente.
02:12No caso da Juliana, a gente começa, primeiro que a gente está falando de um país como a Indonésia,
02:17a gente está falando de um local que é um local naturalmente nosso,
02:21a gente está falando de uma estrutura próxima de um vulcão,
02:23a gente está falando de uma cadeia montanhosa e a gente tem lugares e lugares no mundo,
02:28lugares que têm uma estrutura melhor de resgate, de apoio, de parque, de estrutura
02:34e lugares que a gente não conta com uma estrutura tão eficiente.
02:37A Indonésia, infelizmente, ela deixa muito a desejar nessa parte de estrutura,
02:41de apoio, de resgate, isso pode ficar comprovado por toda a cobertura que a gente teve na mídia
02:46e, além disso, alguns outros fatores que eles merecem também ser citados.
02:49A primeira questão é que, quando a gente fala de turismo de alto risco,
02:53do turismo de aventura, a escolha daquela agência, do guia, do serviço que vai te acompanhar é fundamental.
03:00E o que acontece especificamente nessa trilha é que, por ser um lugar muito bonito,
03:05por ser um lugar alvo de muito fluxo turístico,
03:08muitas vezes as pessoas procuram essa trilha sem saber exatamente o que elas estão se submetendo.
03:15A gente está falando de uma trilha que dura muito tempo, são alguns dias,
03:18elas demandam um condicionamento físico bastante delicado também
03:22e a maior parte das pessoas, elas vão se colocar para uma aventura como é
03:28sem saber exatamente o nível de risco.
03:30Então, a primeira coisa, a agência, o serviço, ele tem que deixar bem claro para o usuário,
03:33falar assim, olha, você está submetendo a esse tipo de experiência,
03:36esses são os riscos envolvidos, é esse tipo de apoio que vai acontecer,
03:41se acontecer alguma coisa de errado.
03:43E, nesse caso, a gente vê que é um serviço deficiente pelo seguinte,
03:46quando a gente fala de uma trilha de um grupo de pessoas, como era o caso da Juliana,
03:51uma coisa que é imprescindível e básica é a gente falar via de regra de três guias.
03:55Para quê?
03:55Um guia no início da trilha, ali daquela fila, um no meio e um no final.
04:00E por que a gente utiliza essa estrutura, além de ser fundamental a comunicação de rádio entre eles?
04:06Porque o primeiro, ele vai mostrar ali qual caminho seguir,
04:08para evitar que o usuário ali possa pegar um caminho errado.
04:11O do meio, ele vai controlar aquilo que a gente chama de flutuações,
04:15se está indo muito rápido, se tem alguém ficando um pouco para trás.
04:17E o último, que ele fica ali serrando a fila, que a gente chama,
04:21é aquela pessoa que vai garantir que não fica ninguém para trás.
04:24Então, no caso, segundo foi relatado pelas pessoas que estavam com ela,
04:27até que a gente teve a percepção de que a Juliana estava para trás,
04:31se demandou um tempo grande.
04:32Então, isso também é uma coisa que traz uma situação complicadora.
04:36E, além disso, também, quando a gente fala desses locais,
04:40é fundamental, além de você fazer uma contratação adequada de um seguro-viagem,
04:44por que eu falo contratação adequada?
04:45Porque não são todos os seguros-viagens que eles têm cobertura para esporte de aventura,
04:50sobretudo para questões de montanhas.
04:53E mesmo quando a gente vai selecionar esse seguro,
04:55a gente tem que observar se a montanha em que eu estou indo,
04:58se o seguro tem uma limitação de altitude, que é muito comum,
05:01às vezes limita até montanhas, até 2 mil, até 3 mil metros de altitude.
05:05A gente pensar nisso também, que pode acontecer alguma coisa.
05:08Por quê?
05:09Porque, via de regra, nesse tipo de estrutura, em montanhas,
05:12como é o caso de grandes cadeias, como Everest, outras questões,
05:16a gente conta com os resgates privados.
05:18Então, se a pessoa não faz a contratação de um serviço adequado,
05:23se ela não realmente perde, investe um tempo em selecionar um serviço adequado,
05:27se acontecer uma situação dessa, ela pode estar em uma situação bem complicada,
05:31como foi o caso.
05:32Que a gente viu ali que o sistema público de resgate da Indonésia não funcionou adequadamente.
05:38E aí a gente teve a atuação de voluntários, que foram os grandes responsáveis
05:41por conseguir fazer esse resgate, infelizmente, delas já sem vida.
05:45Com o seguro privado, você acha que talvez não teria acontecido?
05:50Aliás, a questão é o resgate.
05:51Quando chega nesse ponto, já é o resgate.
05:53A grande questão é a seguinte, porque hoje, quando você lida com os resgates privados,
05:58no caso de uma situação dessa, o acionamento, ele já é imediato e já existe toda uma estrutura
06:04para ser imediatamente acionada.
06:06Via de regra nesses locais, isso é muito comum, por exemplo, na questão do Everest.
06:10A gente tem muitos brasileiros que vão para lá, às vezes não escalar até o CUM,
06:13mas vão ali até o acampamento base.
06:15E lá, como regra, a gente só tem a possibilidade de fazer o resgate via aeronave.
06:20Então, se a pessoa não faz a contratação de um seguro que preveja, inclusive,
06:24a possibilidade de resgate aéreo, ela realmente, a possibilidade dela não ser resgatada,
06:29dela acabar, infelizmente, tendo uma consequência mais grave disso, é praticamente certa.
06:34Então, esse cuidado a gente tem que ter, porque lembrando, é lógico que ninguém quer
06:37ser pessimista em relação à viagem, um momento de lazer.
06:41Mas a gente vê agora outras questões.
06:44O próprio translado de retorno do corpo é algo que é extremamente caro,
06:48é extremamente burocrático.
06:49Então, quando você tem uma estrutura mínima de apoio,
06:52além de você contar com essa estrutura de apoio para o resgate em si,
06:56que vai ter uma possibilidade muito maior de ser bem-sucedido,
06:58a gente também tem todo esse desenrolar burocrático, esse custo,
07:02que é um custo bem considerável hoje você fazer translado de corpo de um país para o outro.
07:07Levando em consideração o que aconteceu com a Juliana,
07:12e os comentários que a gente viu na internet, muita gente falou assim,
07:15se fosse no Brasil, não teria acontecido.
07:18Aliás, poderia ter acontecido, mas não teria sido dessa forma o resgate.
07:21Você concorda? Você acha que se fosse aqui, teria sido diferente?
07:24Com certeza.
07:25Isso daí, não puxando sardinha para o nosso lado,
07:29mas, de fato, o sistema de atuação em urgência e emergências do Brasil,
07:33sobretudo comparado com a Indonésia,
07:35é um sistema que, além de ser um sistema muito mais universal,
07:39isso tem a ver com a própria estruturação do nosso sistema de atenção,
07:42de saúde como um todo,
07:43então essa pessoa seria resgatada com uma velocidade muito maior,
07:48a gente também tem uma atenção, sobretudo também,
07:51a questão do estrangeiro, que o mesmo atendimento que ele é dado ao brasileiro,
07:56é dado ao estrangeiro.
07:57É muito delicado a gente falar que houve algum tipo de tratamento desigual,
08:03no caso da Juliana,
08:04mas é adequado falar que houve uma demora excessiva,
08:07e que não foram empenhados, aparentemente,
08:10segundo tudo que foi relatado na mídia,
08:11todos os meios, todos os esforços que poderiam ser enviados,
08:15num resgate tão importante quanto esse.
08:17Entendi.
08:18No nosso caso, aqui no Brasil, a gente também tem as nossas questões,
08:21Pedro, como os balões agora.
08:25Virou uma febre do turismo no Brasil,
08:28já acontecia na Turquia muitos passeios de balões,
08:32eu não sei se lá tinham muitos acidentes, ali na região da Capadócia,
08:36agora, no Brasil especificamente, que está essa febre,
08:39e às vezes a gente atropela as coisas,
08:42qual é a sua leitura com relação a esses acidentes que aconteceram no Brasil?
08:46Olha, no Brasil, hoje, a atividade de balonismo,
08:49ela é uma atividade que fica numa espécie de limbo regulatório.
08:52Por quê? Porque até então, a atividade de balonismo,
08:55ela é encarada como uma atividade aerodesportiva.
08:58Então, toda aquela regulamentação que a ANAC faz,
09:00em relação às atividades tradicionais de aviação,
09:05as atividades aéreas,
09:06elas não são aplicáveis como regra à atividade de balonismo.
09:09Isso já tem sido discutido atualmente lá no Congresso,
09:13a gente pensar em quais são as leis, regulamentos que devem se aplicar,
09:17mas o que é mais importante a gente falar,
09:19quando a gente fala em atividade de risco,
09:20seja de balonismo, seja do esporte de aventura,
09:24é a gente falar das boas práticas.
09:26Por mais que exista uma legislação,
09:28e pode ser uma legislação muito robusta,
09:30uma fiscalização muito intensa,
09:32no final das contas, o que vai fazer a diferença
09:34para que aconteça ou não um acidente,
09:36para a gente conseguir prevenir um acidente,
09:38é realmente o operador, ele primeiro,
09:41ele adotar aquelas boas práticas dentro ali da rotina dele,
09:47porque isso, por mais que a gente fiscalize no dia a dia ali,
09:49o padrão de segurança, o processo ali,
09:51aquilo ali que geralmente é o mais determinante para o acidente,
09:55e também a gente lembrar que quando a gente fala
09:57de uma atividade como essa,
09:58a gente está falando de uma atividade de consumo.
10:02E por que eu digo isso?
10:03Porque isso é alimentado por um fluxo de oferta e demanda.
10:06Ora, se eu sou o turista,
10:08se eu, quando eu vou contratar um tipo de serviço,
10:10eu vou selecionar aquele serviço,
10:12que ele é certificado, que ele é homologado,
10:15em que são adotadas boas práticas de segurança,
10:17em que as pessoas são capacitadas,
10:19naturalmente, eu vou me colocar numa operação
10:23que é uma operação segura,
10:24e aquelas pessoas, aquelas agências,
10:26aqueles guias, que eles não se atualizam,
10:29que eles não adotam essas práticas de segurança,
10:31eles não vão ter essa procura.
10:32Então, assim, é lógico que a gente tem que discutir
10:35a responsabilidade, sim, estatal nesse sentido,
10:38mas o mais importante é tanto operadores,
10:41quanto principalmente os clientes,
10:43a gente ter essa consciência na hora de fazer essa contratação,
10:45porque só existe oferta de serviços inseguros
10:48nas diversas áreas,
10:49porque ele tem que ir em contrato,
10:50e muitas vezes o barato pode sair caro.
10:53O turista de aventura tem esse comportamento,
10:58fiz três trilhas mais simplesinhas aqui,
11:02já acho que sou médio,
11:03do médio eu já acho que sou avançado,
11:05e que eu dou conta,
11:06porque o atleta é diferente do turista,
11:07o turista é uma atividade de lazer.
11:09Com certeza.
11:10É comum isso no mundo,
11:12porque eu fico pensando assim,
11:13no caso da Juliana,
11:14e em muitos casos que a gente vê.
11:16O mochileiro, via de regra,
11:20é quem está viajando com pouco dinheiro,
11:22então ele sempre faz as opções mais baratas.
11:25E para praticar um esporte desse,
11:28uma atividade dessa,
11:29não é barato,
11:30o barato é o barato que sai caro.
11:33Você vê esse desequilíbrio em quem pratica
11:36com a capacidade financeira mesmo
11:38de fazer esse tipo de viagem?
11:40Com certeza, sim,
11:41sobretudo na parte de opinismo,
11:43em algumas outras atividades,
11:44elas são atividades elitizadas,
11:46porque elas demandam
11:47uma estrutura de apoio,
11:48você vai escalar o Everest,
11:50você precisa fazer aclimatação,
11:51você precisa de equipamentos específicos
11:53para escalada,
11:54você precisa de apoio de xerpa,
11:56você precisa de uma estrutura muito grande.
11:57Então, naturalmente,
11:58a gente tem essas questões.
11:59Só que é muito importante também,
12:01aquele turista,
12:02ele pensar o seguinte,
12:03às vezes eles são acometidos
12:04por aquilo que a gente chama
12:05de síndrome do super-homem.
12:07Então, a pessoa fez duas trilhas,
12:08então já posso escalar qualquer hora.
12:11E assim, infelizmente,
12:12ninguém acorda,
12:14olha ali para a esposa,
12:15para a esposa, para o filho,
12:15ele fala assim,
12:16olha, hoje vocês não me esperem não,
12:17que eu vou me envolver no acidente.
12:18O acidente,
12:19pela sua própria natureza,
12:21ele é algo inesperado,
12:22ele é algo imprevisível.
12:23Só que a gente pode adotar
12:24alguns cuidados
12:25que eles podem fazer
12:27com que eu tenha uma diversão
12:28que seja acessível,
12:30mas que ao mesmo tempo também
12:31eu consiga ter acesso a isso,
12:33consiga fazer isso
12:34de uma forma segura.
12:35Então,
12:35se a pessoa, por exemplo,
12:36ela quer fazer um turismo
12:38lá dentro dessa área vulcânica,
12:40ela pode fazer,
12:41existem opções mais baratas.
12:42Só que ela não precisa
12:43ir lá no cume,
12:44não fazer uma travessia
12:45de três dias,
12:46de duas noites,
12:47porque naturalmente
12:48ela vai estar exposta
12:49ao nível de risco
12:50e nem sempre ela tem
12:51a estrutura suficiente
12:52para poder fazer frente
12:54a esse nível de risco.
12:55Então,
12:55a gente sempre fala assim,
12:56além da postura preventiva,
12:58de você poder escolher
12:59alguma coisa que seja compatível,
13:00não só em relação ao risco,
13:01mas também em relação
13:02à questão do seu bolso.
13:04E existem alguns cuidados
13:05muito básicos
13:06que eles acabam também
13:07sendo inobservados
13:08e que independente
13:10de qual seja
13:10o acesso ali,
13:12o recurso ali
13:13da pessoa que está envolvida ali,
13:14ela acaba se colocando
13:15em uma situação de risco.
13:16Então, exemplo,
13:16aqui em Minas Gerais
13:17é muito comum a gente
13:18ter a situação,
13:19às vezes,
13:19de grupos religiosos
13:20que eles vão fazer,
13:22vão escalar,
13:23às vezes,
13:23uma montanha
13:23para poder orar.
13:24Isso é super comum.
13:25E, recorrentemente,
13:27a gente do Corpo de Bombeiros
13:28a gente é acionado
13:28para atender algumas ocorrências
13:29envolvendo isso.
13:30E por que isso acontece?
13:31Porque você imagina ali
13:32vai um grupo
13:33de determinada igreja.
13:34Aí tem criança,
13:35aí tem adulto,
13:36aí tem gente mais velha,
13:37tem gente mais nova,
13:38tem gente com restrição
13:38de locomoção,
13:39não tem.
13:39E, às vezes,
13:40o pessoal vai naquele grupo ali
13:41que é um grupo
13:41completamente heterogêneo
13:43fazer aquela trilha.
13:44Naturalmente,
13:45vai ter gente
13:45que vai estar mais condicionada,
13:46vai ter gente
13:47que vai mais rápido,
13:47mais devagar.
13:48Fica a gente para trás
13:49e essa pessoa fica desaparecida
13:50e aí é um empenho
13:51para o Corpo de Bombeiros.
13:53Então, assim,
13:53ter um cuidado
13:54nesse planejamento.
13:55Olha,
13:55a gente vai fazer
13:55essa trilha aqui.
13:56Poxa,
13:57todo mundo aqui
13:57tem condição
13:58de fazer essa trilha?
13:59Ah,
13:59então a gente vai fazer
14:00essa trilha.
14:06ir para a Serra do Cipó,
14:07para a Serra do Curral,
14:08para a Serra da Canastra ali
14:09e, às vezes,
14:10vai fazer uma trilha ali
14:11que é uma trilha simples ali,
14:13uma trilha que dura
14:14três, quatro horas.
14:15E aí a pessoa vai
14:16para essa trilha
14:17com o tênis dela,
14:19o short,
14:20a bermuda dela,
14:21a camisa dela
14:21e um celular na mão.
14:22Então, assim, gente,
14:24a gente torce
14:24para que tudo dê certo
14:25e nada dê errado,
14:26mas se dê errado
14:26vai dar muito errado.
14:27Por que vai dar muito errado?
14:29Porque,
14:30ainda que aquela trilha
14:31esteja prevista ali
14:32para demorar
14:32em três, quatro horas,
14:33eu não vou precisar,
14:34às vezes,
14:35de uma alimentação externa,
14:37de algum outro objeto,
14:38você imagina o seguinte,
14:40aí está,
14:40eu e você,
14:41a gente está fazendo
14:41uma trilha lá na Serra,
14:42a gente está fazendo
14:42a travessia da Lapinha da Serra.
14:44E aí você está bem condicionado,
14:46a gente fez o planejamento,
14:47mas a gente não está levando nada.
14:48E aí acontece, às vezes,
14:49não da gente se colocar
14:50numa super situação disso,
14:51mas de você torcer o pé.
14:53E aí você torcer o pé,
14:54você não consegue mais andar.
14:55Então, eu vou ter que voltar
14:56sozinho
14:57para solicitar ajuda
14:58para depois voltar
14:59com o pessoal para lá,
15:00porque, muitas vezes,
15:01o local onde a gente está
15:01não tem sinal de celular.
15:03Então, assim, vai demorar muito tempo,
15:05se você está com o celular ali,
15:06não está com uma lanterna,
15:07você vai passar um aperto.
15:09Se você está ali,
15:09você não levou ali um anorak,
15:11uma jaqueta,
15:12uma capa de chuva ali,
15:13você vai ter um problema.
15:14Fora o desespero,
15:15quem não está acostumado,
15:16desespera.
15:17O que a gente sempre fala é assim,
15:18vamos levar ali aquela mochilinha
15:21que tem um lanche ali,
15:22que tem uma lanterna,
15:23que tem um canivete,
15:24que tem ali alguns objetos
15:26que vão me dar conforto.
15:28É muito comum,
15:29às vezes, a gente ir em resgates
15:30que se tornam,
15:31às vezes, situações muito complicadas,
15:33porque, às vezes,
15:33a pessoa saiu ali para fazer uma trilha,
15:36que pode ser até uma trilha curta,
15:39mas acabou ali ficando sem um suporte de água,
15:41a pessoa entra em uma situação de insolação,
15:43tem uma queda de pressão.
15:44Então, assim,
15:44são cuidados básicos,
15:46mas isso é muito importante a gente falar.
15:48Tem uma regra que a gente fala muito,
15:49que são a regra dos três.
15:51Então, um ser humano,
15:53via de regra,
15:53ele consegue ficar três minutos sem ar,
15:56ele consegue ficar três horas sem abrigo,
15:58consegue ficar três dias sem ar,
16:00consegue ficar três semanas sem alimento.
16:01Então, se eu sei disso,
16:03eu falo assim,
16:04olha, eu vou para uma situação como essa.
16:08Existem,
16:08foi descartada, no caso da Juliana,
16:10a questão da hipotermia,
16:11mas ali a gente estava em um lugar
16:12que a gente está sujeito
16:13a uma amplitude térmica muito grande.
16:16Então,
16:16eu estou indo em um lugar com medo,
16:17sabe?
16:18Como é que é a temperatura?
16:19Pode chover?
16:19Não pode chover?
16:20Poxa, deixa eu levar aqui,
16:21me planejar em relação a isso.
16:23Olha, pode acabar demorando mais,
16:25pode ter algum acidente.
16:25Eu vou levar uma lanterna,
16:26eu vou levar um lanche aqui.
16:28Qual lanche que eu vou levar?
16:29Eu vou levar um lanche que ele não extraque,
16:30que ele seja um lanche bastante calórico
16:32para eu ter energia.
16:33Ah, eu vou levar aqui um outro objeto
16:34se eu precisar fazer aqui,
16:36às vezes cortar algum galho,
16:37fazer algum tipo de sanilização.
16:39Então, assim,
16:39são cuidados muito simples.
16:40Isso daí você não vai ter custo a mais nenhum,
16:43mas são fruto de uma postura preventiva
16:46que ela ajuda muito a gente evitar acidentes.
16:49O que seria um kit básico, então?
16:50Você estava fazendo uma trilha de 4 horas aqui pertinho.
16:53O que seria um kit básico?
16:55Primeira coisa,
16:55a questão de água, né?
16:57Água é fundamental e, assim,
16:58é tão básico que as pessoas se esquecem disso.
17:01E bebendo água?
17:02Bebe pouquinho?
17:03Bebe muito de uma vez?
17:04Porque isso faz diferença.
17:05O ideal é você ir poder,
17:07paulatinamente ali,
17:08você graduar ali o seu consumo de água
17:10justamente para que,
17:12se você entrar numa situação de emergência,
17:14ainda tenha o restante de água.
17:15Você toma ali tudo em determinado momento,
17:16você pode acabar passando a pia.
17:17Então, primeira questão,
17:18a gente levar a água,
17:20isso é fundamental.
17:21Lembrar também da gente levar alimento
17:22e, quando a gente fala em levar alimento,
17:24a gente dá preferência
17:26a alimentos que eles não estraguem,
17:27alimentos que sejam calóricos,
17:29alimentos que sejam de fácil digestão.
17:31E a gente sempre fala também
17:32para você levar algum alimento
17:34de apoio emocional.
17:35O que é um alimento de apoio emocional?
17:37É porque, às vezes,
17:37naquela situação de desespero ali,
17:39às vezes você vai levar coisa ali
17:41que você não está acostumado a comer.
17:43Então, assim,
17:43você levar uma coisa ali
17:44que realmente seja um alimento,
17:45um chocolate, um doce,
17:47alguma coisa ali que vai também
17:48trabalhar com essa questão.
17:49De dar energia e emocional.
17:50Energia e psicologicamente também
17:52vai te trazer um conforto,
17:53é fundamental.
17:54Uma questão de um aparelho de iluminação,
17:56uma lanterna ou algo equivalente.
17:58E, quando a gente fala de lanterna,
18:00gente,
18:00é fundamental que não seja
18:02a lanterna do celular.
18:03Porque, às vezes,
18:03a pessoa vai só com a lanterna do celular,
18:05o celular trava,
18:07o celular descarrega.
18:09Não que isso não possa acontecer
18:09com a lanterna,
18:10mas a possibilidade de isso acontecer
18:11com a lanterna é muito menor.
18:12E também a gente levar a questão também
18:14de uma jaqueta,
18:16de uma estrutura de proteção de chuva.
18:18Geralmente, às vezes,
18:19algum canivete,
18:20alguma coisa que produza fogo,
18:22caso você precise ficar abrigado.
18:24Então, você é um kitzinho
18:24bem pequenininho ali,
18:25numa mochila,
18:26você leva tranquilamente,
18:27sem nenhum problema.
18:29E, às vezes,
18:29algumas questões
18:30que as pessoas acabam esquecendo,
18:32assim,
18:33é que, dependendo do nível da trilha,
18:35às vezes,
18:35um par de rádio
18:36para você poder fazer comunicação
18:37ali com o parque.
18:39Geralmente, trilheiros
18:40que são mais experientes
18:41ou que eles vão fazer trilhas
18:42de vários dias,
18:43geralmente,
18:44eles vão na administração do parque
18:45e falam o seguinte,
18:46falam assim,
18:46olha,
18:46eu vou deixar aqui
18:47esse par de rádio
18:47todo dia,
18:49às três horas da tarde,
18:51a gente liga esse rádio
18:52e faz uma comunicação.
18:54Porque aí,
18:54você consegue manter a bateria
18:55por vários dias
18:56e consegue ter essa segurança
18:57para saber se está tudo ok.
18:59E também,
18:59alguns elementos,
19:00como filtro solar,
19:01alguns bonés,
19:03alguns itens de estrutura base.
19:04Então,
19:04você é uma mochila pequena,
19:05mas é uma mochila
19:06que você vai ficar
19:06muito mais confortável.
19:08E lembrar também
19:09que é algo
19:10que é imprescindível
19:11de você deixar avisado
19:12as pessoas
19:13para onde você vai
19:14e quando você pretende voltar.
19:17Porque,
19:17às vezes,
19:18acontece a situação
19:18da pessoa estar desaparecida,
19:21só que
19:21ninguém consegue notificar
19:23que a pessoa está desaparecida
19:24porque ninguém sabe
19:25que ela não está mais
19:27sendo encontrada
19:27com aquela previsão de volta.
19:29Ou então,
19:29também,
19:29de acionamentos equivocados.
19:31Às vezes,
19:31a pessoa está dentro
19:32do planejamento
19:33da trilha dela,
19:34que é um planejamento
19:34de mais horas,
19:35só que como ela não avisou
19:36qualquer horário previsto,
19:37a pessoa está desesperada
19:39ali desnecessariamente.
19:40Então,
19:40é um planejamento
19:42que ele demanda
19:42uns poucos minutos,
19:43mas é que ele realmente
19:44acaba salvando vidas.
19:45Entendi.
19:46E aí,
19:47voltando no tempo
19:48um pouquinho,
19:48Pedro,
19:49vamos falar um pouco
19:50de Capitólio,
19:51que aí a gente já tem,
19:52foi 2022.
19:54Então,
19:54a gente já está aí
19:54com três anos
19:55e pouquinho
19:56do acidente,
19:58que foi a pedra
20:00que rompeu,
20:01a rocha que rompeu,
20:02para as pessoas
20:02lembrarem um pouquinho
20:03o que aconteceu
20:03e atingiu
20:04uma lancha.
20:06Como é que está
20:07agora lá?
20:08Você tem alguma
20:09referência?
20:11Melhorou bastante,
20:12porque,
20:13além da gente ter hoje
20:14uma atuação
20:14muito mais presente
20:16da Marinha do Brasil,
20:17nessa parte
20:18da Delegacia Fluvial,
20:20atuando,
20:21e também ela fazendo
20:22o controle também
20:23se existem pessoas
20:24que são alcoolizadas,
20:26a quantidade
20:26de embarcações,
20:27a própria região,
20:29a Prefeitura,
20:30todas as estruturas
20:30de turismo,
20:31elas colocaram
20:33regulações
20:33que são importantes.
20:34Então,
20:35hoje,
20:35você tem um tempo
20:36que ele é controlado,
20:37que a embarcação
20:39fica mais exposta
20:40àquele risco,
20:41existe também
20:41um distanciamento
20:42que ele é respeitado
20:43em relação
20:44à questão das rochas.
20:45Então,
20:45hoje,
20:46como a gente está falando
20:47de uma estrutura
20:48de rocha,
20:49que ele tem uma composição
20:50basicamente sedimentar
20:51e que,
20:52pela própria questão
20:53da erosão,
20:53a gente está sujeito
20:55que isso aconteça
20:56novamente,
20:57a grande questão
20:58é a gente controlar
20:59o nível de exposição
21:00ao risco.
21:00Então,
21:00se a gente tem
21:01uma embarcação
21:01que ela não fica
21:02tão próxima,
21:03que ela fica
21:03num tempo controlado,
21:04mesmo se acontecer
21:05o evento natural,
21:06ele não se transforma
21:07num desastre,
21:08uma tragédia,
21:09porque as pessoas
21:10estão protegidas.
21:11E Capitólio,
21:12eu acho que é um bom
21:14exemplo,
21:14atualmente,
21:15de como essas coisas
21:16têm funcionado
21:18e como as pessoas
21:19conseguiram utilizar
21:20esse aprendizado,
21:21que, infelizmente,
21:21é um aprendizado trágico
21:23e muitas pessoas
21:23perderam a vida,
21:24mas como elas conseguiram
21:25manter a atividade turística
21:27na região,
21:27mas fazer isso
21:28com um nível de segurança
21:29muito maior
21:29e muito melhor
21:30para todo mundo.
21:31Quem regula
21:32esses grandes reguladores
21:34aí, falando em linhas gerais?
21:36A gente tem
21:37Marinha,
21:38regula?
21:39Nesse caso,
21:39que a gente está falando
21:40de um curso de água,
21:42a gente tem a regulação
21:43pela Marinha,
21:44a gente tem a regulação,
21:45no caso de Capitólio,
21:46também pela própria
21:47Prefeitura Municipal,
21:49que fica com a maior parte
21:50ali da regulação,
21:51mas a gente também tem
21:52regulamentações subsidiárias,
21:55que nesse caso,
21:55como a gente está falando
21:56de uma parte de rocha
21:57também,
21:58existe um trabalho
21:59de mapeamento
22:00de risco também
22:01que é feito
22:02pelo Serviço Geológico
22:03do Brasil,
22:04a gente também tem
22:04algumas regulações
22:05gerais,
22:06que elas são
22:07também preconizadas
22:09pela Embratur.
22:10Aqui no Brasil,
22:11a gente tem
22:12para esportes de aventura
22:14e atividades
22:14que envolvam
22:15risco turístico,
22:16a gente tem
22:16a NBR ISO 211-01,
22:21que regula
22:22basicamente
22:22quais são
22:23os protocolos
22:24que devem ser seguidos.
22:26Não são protocolos
22:27muito complexos,
22:28a certificação...
22:29Em todas as atividades?
22:30Basicamente,
22:30todas as atividades
22:31que envolvam risco.
22:32Essa NBR,
22:33ela regula
22:34atividades turísticas
22:36que envolvam risco.
22:38O que ela traz
22:39basicamente?
22:40É principalmente,
22:41primeiro,
22:41de você conseguir
22:42documentar
22:43quais são os riscos
22:44que estão existentes
22:45na sua aventura,
22:46das pessoas
22:47estarem capacitadas,
22:48de existir um plano
22:49de contingência
22:50para caso aconteça
22:51alguma coisa,
22:52daquele usuário
22:52estar ciente
22:54de todos os riscos
22:55que ele está correndo.
22:56Então,
22:56é basicamente
22:56um mapa de risco,
22:57uma organização
22:58de tudo aquilo dali
22:59para que as pessoas
23:00possam saber
23:01quais riscos
23:01elas estão correndo,
23:03qual que é a minha atuação
23:03enquanto agência,
23:04enquanto empresa,
23:05enquanto instituição,
23:06caso alguma coisa aconteça
23:07e todas as pessoas
23:08terem uma documentação
23:10e uma capacitação
23:11hábil a ser comprovada
23:12para as pessoas
23:13terem maior segurança
23:14na prática
23:14dessas atividades.
23:15E quem fiscaliza?
23:17Essa parte
23:18da fiscalização
23:19a gente entra
23:20em um limbo
23:22também,
23:22por quê?
23:23Porque conforme
23:24a natureza
23:25da atividade,
23:26as regulações
23:26vão ser diferentes.
23:28Por exemplo,
23:29no caso
23:29dos parques,
23:30dependendo do parque
23:31a gente pode estar falando
23:32de uma área
23:33de preservação
23:34que é federal,
23:35a gente pode estar falando
23:36de uma área
23:36de preservação
23:37que é estadual,
23:38a gente pode estar falando
23:39no caso
23:40do balonisco
23:40que é considerado
23:41uma atividade
23:41de paradesportiva.
23:43Então,
23:43a gente tem uma
23:44conforme o tipo
23:45de atividade,
23:46a regulamentação
23:47ela vai mudar.
23:49É por isso
23:50que a gente destaca
23:51muito essa questão
23:52de que a atividade
23:53de fiscalização
23:54desse tipo
23:55de aventura
23:56no Brasil
23:57ela é uma atividade
23:58que ela fica prejudicada
23:59porque para além
24:00dos nossos quadros
24:01de fiscalização
24:02para isso
24:03eles serem muito pequenos,
24:04a gente está falando
24:04de um país
24:05que tem uma dimensão
24:06continental.
24:07Então,
24:07como é que a gente
24:07vai fiscalizar
24:08a atividade
24:09de duna
24:10lá nos Lençóis Maranhenses
24:11e a gente tem
24:12uma atividade
24:12de ecoturismo
24:13no meio da Amazônia
24:14e a gente tem
24:15uma atividade
24:16no Pantanal.
24:16Então,
24:17assim,
24:17até pela própria
24:18característica
24:19das atividades
24:19que envolvem
24:20locais que geralmente
24:21são locais remotos
24:22de difícil acesso,
24:23uma atividade
24:24que é muito pulverizada,
24:25a gente tem
24:26essa fiscalização
24:27praticamente
24:28inexistente
24:29a não ser
24:30alguns parques.
24:31Quando você vai,
24:31por exemplo,
24:31para Fernando de Noronha
24:32você tem uma área
24:33ali que muitas vezes
24:34está sobre a fiscalização
24:35do Instituto Chico Mendes,
24:37do Ibama,
24:38algumas áreas
24:38que são especificamente
24:39controladas como regra
24:40e a gente não tem
24:40muita fiscalização.
24:40E eles fiscalizam
24:41os operadores de turismo?
24:43Fiscalizam os operadores,
24:44mas fiscalizam
24:45de uma maneira macro,
24:47porque como eu disse
24:48para você,
24:49via de regra
24:50a fiscalização
24:52ela se dá
24:53no sentido documental
24:54de verificar
24:55se você tem
24:56ou não tem
24:56a licença
24:57para operar
24:58naquele local.
24:59E no momento
24:59da licença,
25:00dependendo do lugar
25:01onde você está,
25:02eles vão fazer
25:03a verificação.
25:03Então, por exemplo,
25:04você vai fazer um passeio
25:04nos Lençóis Maranhenses.
25:06Para você ter licença
25:07da operação de turismo,
25:09seja do município
25:10ou do estado,
25:11eles vão verificar ali
25:12se o seu veículo
25:13que é utilizado
25:14tem equipamentos
25:15de segurança,
25:16se aquela pessoa ali
25:17está treinada,
25:18se ela passou por um curso.
25:20Mas, como eu disse,
25:20isso não vai garantir
25:21que na operação diária
25:23aquele condutor,
25:24aquele guia,
25:25ele não adote
25:26um comportamento ali
25:27que é perigoso.
25:28Por isso que é muito importante,
25:30além de você procurar
25:31um serviço
25:32que seja um serviço
25:33de fato profissional,
25:34você também ter
25:35essa postura de cuidado
25:37porque é humanamente
25:38impossível também
25:39do fiscal estar ali
25:3924 horas por dia
25:40fiscalizando todas
25:41essas tarefas.
25:43É, 24 horas é,
25:44mas vou fazer um pouco
25:44de advogado de ar,
25:45fazer uma comparação,
25:46pode ser uma comparação
25:47até chula, tá?
25:48Mas, vamos lá.
25:49Fica à vontade.
25:51A gente pega, sei lá,
25:52o comerciante em Belo Horizonte,
25:54pelo caso de Belo Horizonte,
25:55fiscal está ali,
25:56em cima,
25:57para receber.
25:58Concordo.
25:59E aí,
26:00por que a gente não consegue,
26:01eu sei que é pulverizado,
26:02mas, assim,
26:03se a gente criasse estruturas,
26:05né,
26:05que são mais micros,
26:07mas que houvesse realmente
26:08uma fiscalização,
26:10que eu acho que, assim,
26:10que não tem outra forma
26:11da fiscalização atuar,
26:13ser efetiva,
26:13se ela não gera
26:14algum tipo de medo,
26:15infelizmente,
26:16e aí é o medo
26:16da multa mesmo, né,
26:19por que a gente consegue fazer,
26:20tipo assim,
26:21o fiscal da prefeitura
26:22descobre a portinha
26:23que está ali.
26:23Você quer uma resposta
26:24sincera?
26:25Bem sincera, por favor.
26:26Resposta sincera, gente,
26:27é porque quando a gente fala
26:27do fiscal da prefeitura,
26:28o primeiro,
26:29a gente está falando
26:29de uma atividade
26:30que tem um potencial
26:31arrecadatório gigantesco,
26:32né, então, assim,
26:33isso impacta diretamente
26:35na arrecadação da prefeitura,
26:37no imposto ali
26:37que o comerciante está pagando,
26:39no alvará,
26:39nas taxas que ele tem
26:40que recolher.
26:41Quando a gente fala
26:41de uma atividade
26:42de ecoturismo,
26:44de turismo de aventura,
26:45a gente está falando
26:45de uma atividade
26:46que ela é extremamente
26:47pulverizada,
26:49que para você fazer,
26:50ali você chega
26:50aqui num bairro
26:52aqui próximo,
26:53você com um fiscal ali,
26:54você fiscaliza ali
26:5540, 60 estabelecimentos
26:56comerciais,
26:57um dia ali
26:58já consegue ali
26:59ter um acesso
27:00muito fácil
27:00a essa fiscalização.
27:01Nesses lugares
27:02são locais
27:02de difícil acesso,
27:03são locais
27:04onde o potencial
27:04de arrecadação
27:05é pequeno,
27:06são atividades
27:07muitas vezes
27:07que o próprio impacto
27:09da atividade
27:09ali em relação
27:10à comunidade,
27:11ele envolve às vezes
27:12uma empresa
27:12que tem 3,
27:134 pessoas.
27:14Então, assim,
27:15estrategicamente,
27:17para ali aquele
27:18ente governamental,
27:19como regra,
27:20não é uma coisa
27:21que fica tão interessante
27:22do ponto de vista
27:23de potencial de arrecadação.
27:24Mas é lógico
27:25que do ponto de vista
27:26de proteção da vida,
27:27que é uma preocupação
27:28que a gente tem que ter,
27:29é algo extremamente importante
27:30e precisa, assim,
27:31ser melhorado.
27:32Só que aí a gente entra
27:33em todas aquelas discussões.
27:34Então, assim,
27:35da mesma maneira
27:36que hoje a gente está discutindo
27:37essa questão
27:38da regulamentação
27:39no Congresso,
27:40a gente tem que ter
27:40um cuidado muito grande
27:41com isso também,
27:42para eventualmente
27:43também não inviabilizar
27:44a atividade.
27:45Porque hoje,
27:45o que acaba acontecendo,
27:47sobretudo nessa prática
27:48do esporte de aventura?
27:49Aquele cara
27:50que ele cumpre
27:50com as regras,
27:51ele acaba, às vezes,
27:52sendo super onerado
27:54porque ele tem que tirar
27:55todas as certificações,
27:56se submeter a tudo
27:57e aquela outra pessoa ali,
27:59ela fica completamente
28:00à margem ali da lei.
28:03Então, a gente também
28:04tem que ter esse cuidado
28:05de fazer alguma coisa
28:06que seja viável,
28:07que seja factível,
28:08para, de fato,
28:09fazer com o movimento
28:10das pessoas,
28:11elas entenderem
28:12que elas precisam
28:12se regularizar
28:13e fazerem isso.
28:14Porque, senão,
28:15dependendo se a gente
28:16coloca ali o nível
28:17de exigências alto demais,
28:19a gente provoca
28:20muito uma informalidade
28:21muito maior
28:22e, consequentemente,
28:23uma insegurança
28:24também gigantesca.
28:25Entendi.
28:25E lá na sua atuação
28:28como deputado,
28:29você tem trabalhado
28:30em alguma coisa
28:30nesse sentido?
28:31O que você enxerga
28:32de que dá para ser feito
28:34nesse cenário?
28:35A gente tem discutido
28:36sobre duas frentes principais.
28:38uma que é mais lógica
28:40que é a frente
28:41da reglamentação.
28:42Se a gente vai fazer
28:42turismo de aventura,
28:44vamos aqui definir
28:45quais são os critérios
28:46de operação,
28:47quais vão ser as sanções
28:48que vão ser aplicadas
28:49para as instituições,
28:50para as empresas
28:50que elas não cumprirem
28:51com isso daí,
28:53quais também são
28:53os projetos educativos
28:55que a gente vai fazer
28:56para aumentar
28:56essa adesão
28:59das pessoas
28:59em relação a isso.
29:01Mas também
29:01uma outra esfera
29:03que é muito importante
29:04também
29:04é a gente transformar
29:06um pouco
29:06a nossa cultura
29:07em uma cultura
29:08de prevenção.
29:09Aqui no Brasil,
29:10como regra,
29:11a gente tem uma cultura
29:12de lidar com o problema
29:14quando ele já é um problema.
29:15E, na verdade,
29:16o ideal é que a gente
29:17não exponha
29:18os nossos turistas,
29:19os nossos usuários
29:20a um risco como esse
29:21ou se isso for acontecer
29:23que seja uma questão controlada.
29:24Então, assim,
29:25curtir a mentalidade
29:26também nas pessoas
29:27é o que é fundamental.
29:28Então, a gente tem
29:29trabalhado muito
29:30com essa lógica também
29:31das capacitações.
29:32hoje, a gente já consegue
29:34ofertar por meio
29:35do governo federal,
29:36do governo estadual,
29:37do governo municipal
29:38algumas capacitações
29:39para as pessoas
29:40poderem operarem isso
29:41com um nível maior
29:42de segurança.
29:42Já existem isso?
29:43Existem, já são disponibilizadas
29:46e a gente tem um intuito
29:47também de fazer
29:47ampliação disso.
29:49Que a gente pode divulgar?
29:50Pode, claro.
29:51E uma coisa que,
29:53por exemplo,
29:53acontece muito
29:54e que aí a gente faz
29:55um trabalho muito grande
29:56que é preventivo,
29:56aqui no Brasil
29:57a gente tem uma,
29:58em Minas, sobretudo,
30:00a gente tem o Tranco Jump.
30:01Não sei se você sabe
30:01o que é o Tranco Jump.
30:02O cara, ele amarra,
30:03vai numa ponte,
30:04amarra uma corda
30:05de sisal ali
30:06e a pessoa pula
30:08com aquela corda
30:09de sisal ali,
30:10ancorada naquela corda
30:11de sisal
30:11e dá um tranco
30:12e fica num pêndulo ali,
30:13numa atividade de pêndulo ali.
30:15E é uma coisa assim,
30:16a atividade em si,
30:17né,
30:17é divertida,
30:18é legal,
30:19mas é feita com,
30:20utilizando equipamentos,
30:21utilizando práticas ali
30:22que elas são
30:23extremamente arriscadas.
30:25Então, a partir do momento
30:26que a gente consegue chegar
30:27para essa pessoa
30:28e falar o seguinte,
30:28fala assim,
30:29olha,
30:29você quer fazer isso?
30:31Poxa, vamos fazer isso,
30:31mas vamos te dar
30:33embasamento técnico
30:35para você fazer isso?
30:36Olha, você vai fazer
30:36uma encoragem.
30:37Onde que você vai amarrar?
30:38Que tipo de análise de risco
30:39que você precisa fazer?
30:41Qual equipamento
30:41que precisa ser utilizado?
30:43Qual equipamento mínimo
30:44de segurança
30:44que você pode ter?
30:46Porque a partir do momento
30:46que você tem ali
30:47uma pessoa utilizando
30:48uma corda certificada,
30:49utilizando um capacete,
30:50alguma coisa,
30:51é bom para a gente,
30:52né,
30:53enquanto Estado,
30:54porque a gente
30:55deixa de ter ali
30:56o risco à vida,
30:58a gente deixa de ter
30:58uma internação
30:59decorrente de um acidente,
31:00mas é bom para o próprio
31:02também empresário,
31:03porque ele tem
31:04a atividade dele
31:05segura,
31:06uma atividade garantida,
31:07ele chama mais pessoas.
31:08Então,
31:09além da parte legislativa,
31:11a gente também trabalha
31:13com essa conscientização,
31:14trabalha com esses programas
31:16para a gente poder,
31:18eu mesmo já estive
31:18em Capitólio,
31:19em vários outros locais
31:20dando palestras sobre isso,
31:21para as pessoas perceberem
31:22que a preocupação com a vida,
31:24ela não tem que ser
31:24por obrigação estatal,
31:26mas principalmente porque
31:27eu tenho que ter cuidado
31:28com a minha própria vida
31:29e tenho que ter cuidado
31:30também com aquelas pessoas
31:31para as quais eu estou
31:32fornecendo um serviço
31:33ou algum tipo de atividade.
31:34A gente tem uma grande
31:35referência hoje
31:36em turismo de aventura?
31:37Por exemplo,
31:37a gente sabe que Nova Zelândia
31:39é um destino de aventura,
31:41né?
31:41É um modelo?
31:43Ou não?
31:44É só porque é bonito,
31:45o mesmo negócio acontece.
31:46Porque o turismo,
31:46ele tem isso, né?
31:47Ele é tão orgânico
31:48que ele vai acontecendo
31:49e é difícil a gente pensar
31:51de uma maneira técnica
31:52isso em várias áreas,
31:53não só na aventura, né?
31:54Hoje, assim,
31:55o que a gente tem
31:56em termos de estrutura geral
31:58mais avançada
31:59é a gente poderia falar
32:01de Japão e de Estados Unidos.
32:02Estados Unidos
32:03porque a gente tem
32:03uma parte regulatória
32:05que ela realmente
32:06é bem completa
32:07em relação a isso
32:08e lá pelo próprio fato
32:10dos equipamentos
32:11de segurança,
32:12dos melhores padrões de segurança
32:14serem mais acessíveis
32:15do ponto de vista financeiro,
32:17para você fazer
32:17uma atividade ali
32:19de aventura
32:19com rádio,
32:20com capacete,
32:21com estrutura,
32:22com cobertura ali,
32:23com equipamento
32:24de GPS,
32:25de emergência,
32:25é muito mais fácil,
32:26é muito mais barato.
32:27Então, isso,
32:27a gente tem uma cobertura
32:29muito grande com isso
32:30e a gente também
32:30tem um serviço de resgate
32:32que costuma funcionar
32:33muito bem nesses casos.
32:34Então, a questão continental
32:35já não é um problema tão grande,
32:36porque Estados Unidos
32:37é maior do que o Brasil, né?
32:38Sim, mas lá a gente tem
32:39uma questão econômica,
32:40até a própria estruturação
32:42dos serviços de resgados,
32:44a questão assim,
32:44hoje para você fazer
32:45um turismo num parque
32:48aqui da Serra da Cana,
32:50se você for comprar
32:50todos os equipamentos
32:51que você poderia fazer
32:53para fazer isso
32:54no padrão mais seguro possível,
32:57você gastaria proporcionalmente
32:59infinitamente mais
33:00do que um americano médio
33:01ele consegue gastar
33:03quando ele vai fazer
33:03a atividade dele
33:04de acampamento.
33:05E no Japão,
33:06principalmente por uma questão
33:07de cultura.
33:08Então, assim,
33:09lá no Japão,
33:09essa questão do autocuidado,
33:11lá a gente tem três
33:12eixos principais, né?
33:14Que eles chamam de
33:15o Kyujo, de Jô e Jô-Jô.
33:17Que quais são esses eixos?
33:19Existe uma preocupação
33:21do Estado em relação
33:22à prevenção de acidentes,
33:24a gestão do risco,
33:25só que isso não é
33:26o principal eixo da proteção.
33:28O principal eixo da proteção
33:30é o meu autocuidado,
33:31a minha postura de autoprevenção
33:33e também a postura
33:34da comunidade,
33:35daquele coletivo
33:36em relação às demais pessoas.
33:38Então, assim,
33:39é um exemplo muito simples,
33:40mas ele tem a ver
33:41com acidentes de forma geral também.
33:44Lá, quando a gente tem
33:45seis horas da tarde,
33:47mais ou menos,
33:48quando as crianças
33:48vão voltar das escolas,
33:50lá a gente tem uma cultura
33:51que as crianças
33:52voltam sozinhas,
33:53mais velhos,
33:53mais novos.
33:55Você tem adultos
33:55que moram ali
33:56nas proximidades
33:57e que vão voluntariamente
33:59para as faixas de PDS
34:00e para outros locais
34:01para poder orientar
34:02aquelas crianças
34:03para poder ajudar
34:04naquele momento de travessia.
34:06Então, quando você tem lá,
34:07por exemplo,
34:07em outras estruturas,
34:08se você for lá
34:09no Monte Fuji
34:10ou em alguma...
34:11Lá, a questão do turismo
34:12de aventura
34:12não é tão difundido
34:15quando a gente tem
34:16aqui no Brasil,
34:17mas quando você tem
34:18alguma atividade
34:18próxima disso,
34:19você tem uma cultura geral
34:21das pessoas estarem
34:22extremamente preocupadas
34:23também com a sua segurança.
34:25Então, se eu estou fazendo
34:26uma trilha ali
34:26em determinado espaço japonês,
34:28a gente tem voluntários,
34:29a gente tem outras pessoas
34:30que se eu me colocar
34:31em uma situação de risco,
34:33elas vão estar preocupadas
34:33comigo e não só
34:34com o grupo que elas estão.
34:35Então, assim,
34:36a gente tem tanta questão
34:37de acesso material,
34:39que acho que o melhor exemplo
34:40seria os Estados Unidos,
34:41quanto a questão cultural também,
34:42que é certamente
34:43o melhor exemplo
34:44seria o exemplo japonês.
34:44Porque aí é o senso
34:45de comunidade mesmo, né, deputado?
34:46É o senso de cuidado, né?
34:48Porque quando a gente fala
34:48de esporte e aventura,
34:49a gente fala muito
34:50sobre essa questão, né?
34:51Como é que eu posso
34:51me colocar nessa atividade
34:53de diversão,
34:54mas, obviamente,
34:55tendo uma boa relação
34:57tanto com o ambiente
34:57que eu estou, né,
34:58respeitando ali os riscos, né,
35:00aquela questão,
35:01como também ali
35:02com aquelas pessoas
35:02que estão fazendo junto comigo.
35:04Então, assim,
35:04a gente fala que a questão
35:05do turismo de aventura,
35:07da segurança,
35:08não é sobre você
35:09chegar ali ao cúmulo,
35:11a determinado local.
35:13É sobre você conseguir
35:13voltar para casa em segurança.
35:15E eu acho que quando
35:16a pessoa tem essa consciência,
35:18ela consegue ter
35:18um padrão de decisão
35:20que vai ser mais adequado
35:21para aquela diversão,
35:22para aquele lazer
35:23que ela está querendo fazer.
35:24Muito bom.
35:24Já para a gente ir finalizando,
35:26deputado,
35:27o ser humano, ele muda?
35:29Por exemplo,
35:30se eu vou,
35:31eu, Isabela,
35:32se eu for praticar
35:33atividade de turismo de aventura,
35:35aqui em Minas Gerais
35:36eu vou me comportar
35:37de um jeito,
35:37nos Estados Unidos
35:38eu vou me comportar
35:39de outro jeito,
35:39no Japão de outro jeito,
35:41e se eu for para a Indonésia
35:42eu vou me comportar
35:43de outro jeito,
35:44dependendo
35:44do estímulo externo
35:47que eu tenho?
35:48Com certeza,
35:49porque, naturalmente,
35:50a nossa ambientação,
35:52se, por exemplo,
35:53eu estou aqui
35:53na Serra do Cipó,
35:54na Serra do Curral,
35:55se estou no Lapinha,
35:56é um ambiente
35:57que eu já conheço,
35:58é um ambiente
35:58que pelo próprio fato
35:59de estar no meu estado,
36:01um lugar que eu já visitei
36:02outras vezes,
36:02eu me sinto mais confortável,
36:04é um local
36:04que eu já conheço
36:06o clima,
36:07já conheço
36:07as condicionantes
36:08ali gerais,
36:09eu falo o idioma,
36:10então a pessoa
36:10tende a ficar mais relaxada.
36:12A gente tem um índice
36:13que é muito interessante
36:14que mostra
36:15que, ao contrário
36:17do que as pessoas leigas
36:19elas pensam,
36:20que elas acham
36:21que a maior parte
36:22dos acidentes
36:22acontecem só com iniciantes,
36:23com pessoas inexperientes,
36:25a gente tem um nível
36:26de acidentes muito grande,
36:27muito significativo,
36:28que acontece com pessoas
36:29extremamente experientes.
36:30E por que isso acontece?
36:31Porque a pessoa passa
36:32a menosprezar,
36:33a desprezar o risco.
36:34Ah, então,
36:35vamos supor,
36:36eu sou bombeiro,
36:37eu já estou acostumado
36:37aqui com essa questão,
36:38vou fazer esse rapel
36:39de qualquer jeito,
36:40e aí, nesse momento ali,
36:41que às vezes você acaba
36:42num momento de desatenção
36:44se envolvendo
36:44num acidente.
36:46Então, por isso que a gente fala,
36:47independente de qual seja o lugar,
36:49é lógico que vai ter locais
36:50que você vai estar
36:51mais relaxado
36:52ou mais tenso,
36:53porque às vezes
36:53é uma primeira experiência,
36:54porque às vezes o clima,
36:55as pessoas que vão estar ali
36:57são diferentes,
36:57o seu comportamento
36:58vai ser diferente,
36:59é fundamental você ter
37:01o mesmo padrão
37:02de autocuidado,
37:03o mesmo padrão
37:04de prevenção.
37:05Às vezes o pessoal
37:06está ali percorrendo,
37:08que é inclusive
37:08muito caso
37:09da trilha
37:10que infelizmente
37:10a Juliana
37:11se vitimou,
37:12é uma trilha
37:13que a gente está falando
37:14de um solo vulcânico,
37:15então ele é um solo
37:15que se aproxima muito
37:17de uma areia,
37:17você tem um tracionamento,
37:19e aí às vezes a pessoa,
37:20não estou falando
37:20que foi o caso dela,
37:21às vezes está ali
37:22no segundo,
37:23terceiro dia de trilha,
37:24já está muito cansada,
37:25já está acostumada
37:25com aquele ambiente
37:26e passa às vezes ali
37:27a andar mais próximo
37:29da borda,
37:30a andar com menos atenção,
37:32e aí muitas vezes,
37:33geralmente,
37:33a característica
37:34de acidente
37:35que a gente tem
37:35é envolver
37:36nesse cenário,
37:37eu já relaxei aqui,
37:39abaixei o meu nível
37:40de atenção,
37:41é nesse momento
37:41que o acidente
37:42acaba acontecendo,
37:43então assim,
37:44é um momento de lazer,
37:45mas é fundamental
37:46você estar ali
37:46no alerta mínimo
37:47para você poder
37:48manter a sua segurança.
37:49Se a sua opção
37:50de prática
37:50foi essa,
37:51e também assim,
37:52uma coisa que é fundamental
37:53é você ir evoluindo
37:55de forma gradativa,
37:57então se eu quero
37:58ir fazer uma trilha
37:59na Indonésia,
38:00por exemplo,
38:01o ideal,
38:02se for possível,
38:02lógico que às vezes
38:03a gente está falando
38:03de um calendário apertado,
38:05de uma,
38:06duas semanas de viagem,
38:07você ali tentar
38:08fazer uma trilha
38:09mais light,
38:09se ambientou bem,
38:11funcionou para você,
38:12você está se sentindo bem,
38:13ah, o serviço
38:14dessa empresa,
38:15desse guia foi legal,
38:16ah, vamos agora
38:17para uma coisa
38:18de um nível
38:18um pouco mais elevado,
38:20então agora a gente
38:20vai fazendo
38:20essa transição gradual,
38:22com certeza você consegue
38:23se divertir,
38:24mas você consegue também
38:25fazer uma exposição
38:25controlada ali ao risco.
38:27Entendi.
38:28Pedro, e no seu momento
38:29de lazer,
38:30você pratica turismo
38:31de aventura,
38:32você fala,
38:32não, agora eu quero ficar
38:33extremamente em ambiente seguro,
38:35não quero saber
38:36de nada de risco,
38:37qual que é o seu momento
38:37de lazer?
38:38Eu pratico ainda,
38:38mas eu já pratiquei mais,
38:40eu confesso que a gente
38:41já fiquei tão envolvido
38:42em atividades de resgate,
38:44a gente brinca,
38:45que a gente enquanto bombeiro,
38:46sempre que a gente vê
38:47uma atividade dessa,
38:49você já tem aquele
38:50meme da Nazaré
38:51fazendo tanto de conta,
38:53você já pensa o seguinte,
38:54olha, se acontecer
38:54alguma coisa aqui,
38:56como que a gente vai fazer
38:56para resgatar,
38:57que tipo de atividade
38:58que a gente pode fazer,
38:59então assim,
39:00geralmente quando eu faço,
39:01eu faço ou num grupo
39:02pequeno,
39:03ou num grupo também
39:03que tem outros bombeiros,
39:04porque também as pessoas,
39:05quando elas vão se submeter
39:06a uma atividade como essa,
39:07e sabem que você que é
39:09bombeiro,
39:09médico,
39:10você vira referência,
39:11você sabe que qualquer coisa
39:13vai ser você que vai ter
39:14que atuar,
39:15então obviamente você fica
39:16num nível de tensão
39:17muito maior,
39:17como eu gosto de relaxar
39:19nesse momento,
39:19eu gosto muito de viajar,
39:21e eu sou muito feliz
39:22para ser mineiro,
39:23porque acho que em Minas Gerais
39:24a gente tem montanha,
39:25cachoeira,
39:26cultura,
39:27gastronomia,
39:28mas eu gosto muito
39:30de viajar para cá,
39:31e também uma coisa
39:32que eu falo muito
39:32é que assim,
39:33o Brasil ele não deve nada
39:36para nenhum outro
39:37turismo internacional
39:38que a gente faz,
39:39então assim,
39:39quem tem a oportunidade
39:41de conhecer,
39:41seja o Pantanal,
39:43seja a Amazônia,
39:43eu tenho família no Pará,
39:45sejam os Lençóis Maranhens,
39:46seja o Fernando de Noronha,
39:48seja o Sul,
39:49a gente tem muita coisa bonita,
39:51e eu pelo menos
39:52nas minhas horas de lazer,
39:53eu tento ou estar descansando,
39:54dormindo,
39:55porque a atividade parlamentar
39:56é muito cansativa,
39:57ou então estar passeando um pouco
39:58também,
39:58conhecendo um pouco mais
39:59o nosso Brasil,
40:00do nosso estado.
40:01Maravilha, Pedro.
40:02Eu queria,
40:02você tem algum contato
40:04ou alguma rede
40:05que as pessoas possam consultar
40:07um pouco mais
40:07sobre esse conteúdo
40:08que a gente conversou aqui hoje,
40:09onde que elas podem buscar
40:10mais informação?
40:11Olha,
40:11hoje o principal documento
40:13que regulamenta isso,
40:14como eu disse,
40:15é a NBR,
40:16a ISO 211-01,
40:19que é um documento
40:20mais técnico,
40:20mas se você tem uma empresa
40:22da área,
40:23se você quer se regularizar,
40:24é muito interessante
40:25que você consulte,
40:26corra atrás
40:27para que você se profissionalize.
40:29A gente tem também
40:30algumas associações
40:31e agências
40:32que falam especificamente
40:33sobre essa parte,
40:34como a Beta,
40:35outras instituições,
40:36e também no próprio site
40:38da Embratur
40:39e nos próprios sites oficiais
40:40do governo federal
40:41e do governo estadual,
40:42principalmente do governo federal,
40:43você tem muito conhecimento ali
40:46que está disponível
40:47sobretudo para a pessoa
40:48que ela quer se regularizar,
40:50que oferece esse tipo
40:51de atividade profissional.
40:52Agora,
40:52para você,
40:53o usuário,
40:53que você quer ter
40:54algumas dicas,
40:56a gente tem os sites
40:57e as redes sociais
40:58do nosso corpo de bombeiros,
41:00a gente também tem
41:01o material institucional
41:02que é feito também
41:02pelo Ministério do Turismo
41:03que tem muita coisa boa
41:04e também qualquer coisa,
41:06qualquer dúvida específica,
41:07a gente está à disposição,
41:08está lá na arroba
41:08Pedro Ayrara,
41:09qualquer dúvida que puder mandar,
41:11a gente continua também
41:12bastante ativo nessa área
41:13porque o que a gente quer ver
41:14é uma população segura
41:15e principalmente podendo
41:16só fazer a sua diversão
41:17com muita tranquilidade.
41:19Excelente, Pedro.
41:20Queria te agradecer muito,
41:21deputado,
41:22pela participação,
41:23por ter aceitado
41:24o nosso convite.
41:26Não sei se você quer
41:26deixar mais um recado final
41:28para as pessoas aí.
41:29Eu só quero agradecer
41:30a gentileza
41:31e dizer, pessoalmente,
41:34eu fiquei muito consternado
41:35com essa situação
41:36que aconteceu com a Juliana
41:38e com tantas outras trajetas
41:40que infelizmente
41:40elas vêm se repetindo.
41:43A gente teve situações
41:44recentemente
41:45dos bombeiros fazendo resgate
41:47de turistas
41:47lá no Rio de Janeiro,
41:49de pessoas que ficaram.
41:51E a última coisa
41:52que qualquer pessoa quer
41:53é ter que dar uma notícia
41:55de que seu filho,
41:56sua esposa,
41:57uma pessoa amada ali,
41:58ela saiu para fazer um turismo
41:59e ela não voltou.
42:01Então, a gente está preocupado
42:03em poder fazer todas as leis,
42:05todos os regulamentos,
42:05a gente tem instituições
42:06de resgate,
42:07sobretudo aqui no Brasil,
42:08que são muito atuantes,
42:09mas é fundamental também
42:10as pessoas poderem fazer
42:12a sua parte.
42:13Então, assim,
42:13ter esse cuidado,
42:14ter essa parcimônia,
42:15poder fazer isso
42:16com responsabilidade
42:17é algo que é fundamental
42:18para a sua vida
42:19para que você possa
42:20desfrutar dela
42:21por muito tempo.
42:22Obrigada, deputado.
42:23Obrigado, querido.
42:24E a você,
42:25eu convido a conferir
42:26todo o conteúdo
42:27sobre turismo
42:28diariamente em
42:30turismo.ai.com.br
42:32Na próxima semana,
42:33a gente volta
42:34com mais um episódio
42:35do iTurismo.
42:36do iTurismo.ai.com.br
42:42E aí
42:43Tchau, tchau.

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